Chamo-me Kagome, tenho 20 anos e sou uma mulher independente. Tenho cabelos longos pretos e lisos que batem no meio da cocha, olhos azuis e sou bem branquinha. Todos os homens nunca reclamaram da minha aparência, pelo contrario, elogiavam. Sempre cuidei muito bem do meu corpo, sempre fui vaidosa. Adoro agradar os homens, amo ficar com os homens!

Meu avô, assim que morreu, deixou sua herança milionária para sua única neta: eu! Nunca mais na vida precisaria trabalhar apenas gastar e viajar. Mas sorte minha que não sou uma patricinha fútil, tenho meus cursos, gosto de ler e viajar pelo mundo para conhecer as culturas, comidas e principalmente meu único vício: homens

Meus pais sempre foram ausentes, nunca tive muita atenção deles, apenas meu avô que me tratava muito bem, após sua morte, mudei de cidade, deixando apenas um bilhete avisando sobre minha partida aos meus "queridos" pais. Eles nem sequer tiveram o trabalho de me ligar perguntando pra onde iria.

Assim que deixei a casa de meus pais, fui pra Dallas, Texas. Aluguei uma casa grande o suficiente para uma pessoa. A noite era minha diversão. Conheci todos os bares locais, homens de todas as idades, solteiros, casados, virgens. Apenas um problema me afetou: Inuyasha. Foi à única pessoa que escolhi mal para uma noite. Ele não desgrudava de mim.

– Kagome! Kagome! – escutava gritos na janela de casa

– Vai embora! – gritei da janela

– Casa comigo? – perguntou ajoelhado

– Nem que eu estivesse amarrada e sendo torturada! – gritei mostrando toda minha ira

– Por favor! Foi inesquecível aquela noite! Não consigo te esquecer! – gritava ainda pra todos os vizinhos escutarem

Olhei ao redor e vi meu vizinho da frente, um estudante e jogador de futebol americano me encarando assustado. É também já tinha ficado com ele! Qual o problema? Abaixei minha cabeça e pensei: "É mais do que hora de ir embora daqui".

– Kagome, me deixa entrar. – gritava Inuyasha fazendo-me voltar à realidade

– Vai à merda! Vou atirar em você se você não correr em 3 minutos. – gritei entrando e buscando meu revolver de brinquedo, ninguém precisa saber que é de brinquedo.

– Você não vai fazer isso com seu futuro noivo! – falou rindo de nervoso

– Vou e fiz! – respondi mirando em sua testa e atirando

Vi quando a bolinha de borracha acertou sua testa e ele começou a rolar no chão da calçada gritando de dor. A polícia chegou olhando atordoado, não sabendo qual era o problema. Logo vesti uma roupa mais apresentável e fui conversar com eles. Expliquei-lhes toda a situação e claro, usei todo meu charme. Pisquei, brinquei com o cabelo, lambi meus lábios, passei a mão pelo meu corpo e claro, cantei descaradamente os guardas.

Logo após transar com o policial no sofá de casa, resolvi que iria embora de uma vez por todas. Entrei no Google Maps e fui olhando cidades minúsculas, não queria mais me meter em problemas assim. Essa transa com o guarda foi minha despedida da minha antiga vida, agora iria me acertar!

Encontrei uma cidade que chama Kanazawa, era uma cidade pequena, mas parecia aconchegante. Está decidido, iria pra lá!

No dia seguinte arrumei minhas coisas, entrei em contato com as agencias imobiliárias de lá e arrumei um apartamento já mobiliado. Peguei meu jatinho particular e fui até lá, parando em uma cidade próxima que nem fiz questão de saber o nome e seguindo de carro até meu novo lar.

Era um apartamento aconchegante, não tinha do que reclamar. Iria endireitar minha vida seria agora, nem que eu tivesse que fazer tratamento pra me segurar perto dos homens. Nem que fossem só os homens casados!

Havia chegado exausta da viagem, fui direto pra minha cama, dormi feito uma pedra.

– Kagome, venha tomar seu café. – chamou Kaede.

– Já vou. – resmunguei

Kaede era minha empregada desde os 15 anos, além de empregada era minha amiga, sempre gostei dela. Claro, não poderia me mudar e deixá-la pra trás. Afinal, ela organizava minha vida. Ela sempre soube dos meus problemas com os homens, nunca me criticou sempre tentou me ajudar. Alguns conselhos eu até segui, outros, fingi nem ouvir.

Logo após o café da manha fui dar uma volta na cidade e procurar alguma coisa pra comprar, precisava fazer compras, nem que fosse de caneta. Logo achei uma livraria, como disse, adoro ler. Logo que entrei, senti um clima muito aconchegante, gostei de lá.

– Posso ajudá-la? – uma voz soou atrás de mim

– Estou procurando livros de Sidney Sheldon. – respondi

Quando eu mais quero me manter longe de problemas, eis que surge um problema de quase 1,80m na minha frente de cabelos ruivos e lisos que batia abaixo das costas e olhos verdes. Sem perceber já estava sendo a antiga Kagome.

– Você é nova por aqui? – o senti me comendo com os olhos

– Sim, mudei-me ontem de noite. – respondi sorrindo e chegando mais perto dele. – Pode me chamar de Kagome – passei meus dedos em seu braço

– Sou Shippou. – respondeu ficando corado com o meu toque.

Opa, ele era tímido? Esses eram os melhores na cama, sempre se revelavam amantes quentes. Por sinal, ele era mesmo muito quente.

– Os livros que você está procurando estão aqui. – disse me levando através de corredores.

Andava apenas encarando aquela bunda, ai que vontade de apertar! Ta vendo? Dessa vez a culpa não foi minha, eu fugi dos problemas, mas eles me encontraram. Logo ele parou e apontou uns livros ao alto.

– Pode pegar pra mim? Não alcanço. – respondi sorrindo maliciosa

– Claro. – sorriu ainda corando

Ele iria me matar do coração. Na hora em que ele esticou seus braços pra pegar os livros, sua blusa levantou um pouquinho revelando um abdômen perfeito. Senti meu corpo dar uma pulsada de excitação. Imaginei-me agarrando Shippou entre as prateleiras.

– Aqui. – colocou os livros em minha mão

Peguei os livros correndo e logo sai dali, longe da tentação. Não podia começar com essa vida de novo. Quando estava saindo da loja, indo em direção ao meu carro, senti mãos grandes, másculas e quentes segurando meu braço. Olhei assustada pra trás.

– Me passa seu celular? – Shippou me encarava.

– Não. – respondi rindo.

– Ok.

Shippou pegou o livro da sacola, tirou uma caneta do bolso e anotou alguma coisa.

– Esse é o meu. Me liga. – sorriu

Shippou então colocou as mãos na minha cintura, colou nossos corpos, senti tudo esquentar e rodar. Que cheiro maravilhoso. Ele cheirou meu pescoço e parou em meu ouvido.

– A gente pode se divertir bastante. – sussurrou rouco.

Senti meu corpo arrepiar inteiro, gemi. Assustei-me com o meu gemido. Não posso me entregar assim. O que tava acontecendo comigo? Estava perdendo o controle da situação. Shippou deu uma risadinha rouca, percebendo o estado que eu estava, afastou um pouco mais e deu um beijo em minha bochecha bem demorado. Logo se afastou e entrou na loja.

Fiquei ainda sem entender o que aconteceu. Nunca tinha sido pega de surpresa assim. Entrei no meu carro correndo e fui pra minha casa.

– Se todos os homens de Kanazawa forem assim, to ferrada! – pensei em voz alta.