Aquele era seu sexto ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. Hermione via o mundo bruxo se preparando para a guerra iminente; Harry passava cada vez mais tempo na sala de Dumbledore recebendo informações sobre Voldemort, ou atrás de Malfoy, procurando saber o que estava aprontando o sonserino. Rony, por sua vez, iniciara um relacionamento nada discreto com Lilá e quando não estava aos beijos nos corredores de Hogwarts, o menino estava treinando quadribol. No início Hermione achou que sentia ciúmes dele, porém a menina logo percebeu que ela e Rony Weasley eram apenas amigos.
Aquele dia a turma da Grifinória estava na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas; agora ministrada pelo professor Snape. O mau humor dele havia aumentado, mas Hermione conseguia enxergar por trás da carranca; ela sabia que o professor deveria estar sofrendo muito. A marca negra que ele tinha no braço simbolizava o peso que ele carregava, agindo como espião, sujeito à desconfianças por parte dos dois lados desta guerra. Ela ficava furiosa com a desconfiança que os membros da Ordem sentiam por Snape. Não confiavam na palavra de Dumbledore? Não viam como ele se sacrificava dia após dia pela nossa causa, mais do que qualquer um, mais do que Harry?
- Distraída Granger? – ela foi tirada de seus pensamentos pelo detestável Draco Malfoy, ele se sentava na frente dela naquele dia.
- Não mesmo. – murmurou.
- Talvez não tenha notado, mas sua dissertação sobre os dementadores está completamente equivocada. – ele disse, cínico.
A menina encarou o pergaminho.
- E onde é que está o equívoco – ela desafiou
Então, sem aviso, Malfoy despejou uma grande quantidade de tinta no texto da menina.
- Pelo jeito suas notas finais não serão imaculadas. – Ele sorriu desdenhoso.
- Você tem 5 anos seu retardado invejoso? – sua voz aumentou duas oitavas. – não ia suportar uma nascida trouxa ser melhor que você em todas as disciplinas é? Deve ser difícil ser um merda de um bruxo.
- Chega. – A voz veio do centro da sala, era Snape.
Malfoy sorriu triunfante, pensou que o professor o defenderia mais uma vez. Além de um zero a menina também ganharia uma boa detenção.
- Detenção hoje à noite. – Severo Snape decretou. – Para os dois.
- O quê? – Malfoy exclamou surpreso.
- São dois dias para você Sr. Malfoy, por me contestar. – disse o professor, colocando fim ao assunto, e então se voltou para a turma. – Semana que vem quero a dissertação sobre os dementadores em minha mesa. A aula acabou.
Mais tarde, no salão comunal da sonserina, Draco e Pansy conversavam.
- Quem ele pensa que é para falar assim com um Malfoy? – o loiro reclamou. – Ele é um ninguém. Ou por acaso alguém conhece o bom nome da família Snape?
- Você tem toda a razão Draquinho. – Pansy disse, melosa. – Deveríamos puni-lo por isso. Pensar em algo que vai impedi-lo de castigar você depois.
- Sabe, Zabini me deu um produto dos idiotas gêmeos Weasley. – Draco ia formando a ideia em sua mente. – É uma bolinha bem pequena, cabe dentro do bolso, mas que tem um efeito interessante. Quando caí ao chão o impacto faz com que ela crie uma barreira invisível cercando todo um cômodo, de maneira que por uma hora é impossível para um bruxo sair ou entrar neste determinado lugar, segundo Zabini, serve para você desafiar seu colega a passar por uma porta ou a pegar alguma coisa dentro de um cômodo e ele irá de encontro a barreira, qualquer coisa do tipo que saí da mente destes palhaços ruivos pobretões. Esse produto saiu de linha, é claro, justamente pela possibilidade de manter uma pessoa em cativeiro com ele. Mas Zabini conseguiu algumas.
- Não entendi.
- Vou trancá-los na sala de Snape. Vou levar oito bolinhas, serão oito horas. – ele disse. – Juntos a noite toda, o morcegão das masmorras e a sangue ruim nojenta e sabe tudo.
- Você é tão inteligente draquinho...
- Claro, sou um Malfoy. – ele pavoneou.
A detenção estava horrível, os dedos de Hermione já estavam doloridos de tanto escrever. Snape tinha pegado emprestado os registros antigos e gastos da biblioteca de Hogwarts – se tratava de uma longa lista de uma série de empréstimos que era inútil guardar – e mandado de Hermione e Draco copiassem. No entanto, ver Malfoy em detenção era o suficiente para deixa-la feliz.
As horas haviam se passado lentamente e a grifinória achou que nunca sentiria as mãos novamente. Foi quando Snape falou:
- Podem ir para suas casas.
Malfoy levantou com uma rapidez comprometedora e se retirou da sala imediatamente antes mesmo que Hermione se colocasse de pé. A menina guardou as coisas que havia utilizado nos armários e caminhou em direção a saída, no entanto, quando girou a maçaneta da porta não conseguiu empurrá-la. Estranhando a situação e já imaginado que Draco teria aprontado alguma coisa, fez uma segunda tentativa de forçar a porta para se retirar da sala de Defesa, mas foi inútil.
- O que houve Srta. Granger? – Severo Snape que olhava para a jovem com impaciência perguntou.
- Não consigo sair. – Ela disse indignada.
O professor caminhou até a entrada e tentou abrir a porta. Nada. O professor fazia força para que a saída se abrisse, levou dez minutos socando e empurrando a porta de diversas maneiras até que Hermione dissesse:
- Você não é o Hulk; não podemos pedir ajuda?
- Olhe como fala comigo Srta. Granger. – ele disse.
Severo Snape foi até a lareira e tentou se comunicar de lá com Dumbledore.
- Olá, Severo. – O rosto de Dumbledore apareceu tranquilo nas chamas.
- Dumbledore, eu... – Snape começou.
- Já sei. Está trancado em sua sala com a Srta. Granger. – o diretor disse. – O menino Malfoy esteve aqui para se desculpar, dizer que sem querer derrubou umas bolinhas na porta de sua sala hoje, quando saía da detenção.
- Bolinhas? Já entendi o que houve. – Hermione se intrometeu. – Estas bolinhas são um produto da loja dos gêmeos Weasley. Estamos trancados aqui por...
- Oito horas. – Dumbledor afirmou. – Segundo o Sr. Malfoy eram oito bolinhas.
- Oito horas? – Snape gritou.
- Espero que tenha alguma comida nos seus aposentos. – Dumbledor comentou. – Imagino que Hermione não tenha jantado.
- Ele só foi até aí para que eu não o castigasse depois. – Snape falou com raiva, ignorando a fala do diretor.
- Sem dúvidas. – Dumbledore sorriu. – Seja bonzinho com ele. Boa noite para os dois.
Hermione e Snape viram o rosto do diretor sumir das chamas. E então se encararam sem saber o que dizer.
