Disclaimer: Percy Jackson and the Olympians é propriedade de Rick Riordan e afiliadas. Sem fins lucrativos.

Presente de amigo secreto para a Fê, vulgo Nanase Kei. Espero que goste!


and the sun sets the scene

And the sun sets the scene
While the rain misses me
And all the time I'll be growing, growing up beside you

(Growing Up Beside You, Paolo Nutini)

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O estranho é que eles mal se viam antes, quando eram apenas crianças. Os olhos acabavam repousando um no outro eventualmente, é claro,mas nunca realmente se viram. Clarisse era a valentona privilegiada, a preferida de Ares, a única capaz de conseguir o que queria, não importava o quão difícil fosse. Ele era mais um dos meninos sem dono, sem direção, sem nada.

Terminada a brincadeira, ela tem uma bandeira nas mãos e um sorriso meio feroz no rosto. O sorriso dele é leve, aquele dos perdedores, mas ela o toma como um igual.

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Esse mundo não é capaz de suportar sorrisos leves ou garotos sem direção, simplesmente não é. Toda a certeza que ele tem está apoiada nisso, o que já é mais do que suficiente para uma ruptura.

De fato, é.

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"Você soube, Clarisse, dos outros que fugiram atrás de Luke? Desgraçados. Temos que acabar com eles!"

A visão dela se resume a um misto de apatia e de raiva, com um pouco mais de dureza que antes. E é só isso.

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Ele não é um garoto louco, porque não é mais um garoto. Não é, tampouco, um homem louco. Se fosse, oras, se fosse ainda estaria em Half-Blood Hill. Ele rasteja pelo chão, bate seu corpo contra portas, às vezes se lembra de beber um pouco d'água, às vezes vê tudo dobrado, sua memória está em todo lugar, seus olhos estão em todo lugar. O Rei Minos está em todo lugar também, julgando seus pecados, Chris é sempre mandado para o Tártaro.

Mas Clarisse La Rue — Clarisse La Rue, imagineaparece de lugar nenhum e se dispõe a cuidar dele, então talvez esteja mesmo louco.

Vale a pena, pela guerra e pela esperança, que são as duas razões que existem.

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Clarisse La Rue acaba por se revelar como ela mesma, ou como alguém completamente diferente, ele não é capaz de definir com palavras. A definição está nos gestos dela, em seus olhos que não são doces, mas que o são também.

Ele acha que vai sentir falta dela quando tiver que retomar sua missão.

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Pode ser estranho, mas a verdade é que o tempo se divide em dois: antes e depois de conhecer Dionysus. Clarisse se tornou quase uma consciência para ele, mas foi o deus do vinho quem tornou tudo possível. Chris quase deseja ser seu filho, os anos em que foi renegado não seriam mais um problema, ele poderia perdoar tudo.

O perdoado, no entanto, foi ele.

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A fogueira de fim de termo deixa tudo mais vívido, mais quente. Os outros campistas os encaram meio surpresos, meio divertidos, e há um tom de esperança em seus sorrisos que quase se compara à sensação da mão de Chris atada à mão de Clarisse.

O sol fecha a cena, e eles não precisam de muito mais do que já têm.