Nota: estava com saudade de Bevin! Essa fic se passa em UA (Universo Alternativo), conterá alguns elementos parecidos com o da série, mas farei muitas mudanças. Espero que gostem e não deixem de escrever uma review! ;D
Tati, essa é pra você minha linda, Feliz Natal!
FORA DE CONTROLE
Capitulo 01
Ben sentia seu corpo vibrando com a adrenalina, conforme corria na direção do pátio principal. O alarme soava alto pelos corredores, ensurdecendo-o. Ele corria o máximo que suas pernas conseguiam e não estava cansado.
Quase derrapou ao virar à direita e seguiu em frente, pulou os degraus com facilidade, chegando ao seu destino. O pátio principal da prisão estava cheio de alienígenas de alta periculosidade equipados com as armas dos guardas e apontando-as para um grupo de reféns ajoelhados no chão.
-Ok, a festa acabou! –o humano disse, em voz alta. –Larguem suas armas e se entreguem enquanto ainda têm chances de saírem ilesos.
-Ih, olha lá! –um dos prisioneiros disse, com um sorriso estranho no rosto. –Esse nanico quer nos dar ordens! Você é apenas um humano patético!
Ben sorriu ao ouvir o comentário, ninguém o levava à sério quando estava na sua forma original. Por isso ele girou o Omnitrix no pulso e se transformou em Rath. O alienígena com forma de tigre saiu correndo na direção do grupo e lançou uma voadora perfeita no rosto daquele que havia feito a piadinha.
A partir disso, o caos se instalou no pátio. Os outros guardas chegaram e atiravam contra os detentos, procurando dispersá-los para resgatarem os reféns. Alguns prisioneiros revidavam e atiravam de volta, outros caiam mortos e Ben abria caminho com os pulsos, batendo em qualquer um que estivesse na frente.
-Mas vocês são uns merdinhas mesmo! –ele disse rindo, enquanto socava um Diamante. –Nem conseguem fazer uma rebelião decente...
De repente ouve um estouro e um alien atravessou a parede, quebrando-a por completo. Ele levantou-se com dificuldade, balançando a cabeça. Era enorme e composto por pedaços de vários outros, como se tivesse sido recortado e colado. Após recuperado da tonteira, berrou e se atirou na frente dos detentos restantes, usando diversos poderes para encurralá-los no canto do pátio. Ben correu na sua direção e o puxou pela calda, arremessando-o do outro lado.
-Chegou a vez de acertarmos as nossas contas! –ele disse, aproximando-se do outro, rosnando. –Levanta, seu filha da puta!
O alien levantou, limpando o sangue de sua boca. Os olhos díspares o encaravam com seriedade.
-Ora ora, se não é o salvador da galáxia, Benjamin Tennyson! –ele disse, o sarcasmo evidente em cada palavra. –Veio dar um oi pro seu velho inimigo?
-Na verdade, eu vim quebrar você e garantir que nunca mais abra a boca. –Ben respondeu, levantando o punho.
Estava prestes a desferir um soco, quando alguém segurou seu braço. Era o Grão-Mestre dos Encanadores e parecia meio irritado.
-O que pensa que está fazendo, Mestre Tennyson?! –seu tom era autoritário. –A rebelião acabou.
-Me desculpe. –Ben soltou o braço e voltou para a forma humana.
-Além disso, o detento 6901 está se preparando para ganhar liberdade condicional. –o Grão-Mestre olhou para o resto do pátio.
-O que?! Você realmente pretende dar liberdade condicional para ele?! –o humano espantou-se.
O Grão-Mestre o encarou sério, como se não fosse discutir isso naquele momento. Respirou fundo e ando pelo pátio, distribuindo ordens. Quando ele já estava longe o suficiente, o detento voltou-se para o humano.
-Mestre Tennyson? –havia incredulidade na sua voz.
-Fui promovido dentro dos Encanadores e agora sou responsável pela Sessão 15. –ele respondeu com um tom monótono. –E acho bom você não me desafiar...
Ele afastou-se, pisando forte. Depois de muito trabalho para colocar os prisioneiros em suas celas e mandar os feridos para as enfermarias, Ben acompanhou o Grão-Mestre até sua sala.
-Qual é o seu problema com o 6901? –ele questionou, cruzando as mãos em cima da mesa. –Tem noção de que se eu não chegasse a tempo, você iria cometer um erro grave?
-Acredito que se esqueceu que ele tentou me matar! –Ben estava irritado com todo aquele comportamento paternalista adotado pelo seu superior. -Ele é nível 10 de periculosidade!
-Aquilo foi há quase 15 anos atrás, em tempos terráqueos... Achei que já tivesse superado.
Ben levantou-se, respirando fundo e passando a mão pelos cabelos. Estava se controlando para não acabar explodindo ali mesmo e mandar todos os Encanadores para um lugar muito ruim e longe. Talvez fosse o efeito-colateral de ter se transformado em Rath. Aquele alienígena era um poço de estresse e mal humor.
-Enfim, essa questão da liberdade condicional é pra valer? –ele apoiou-se na parede.
-Claro que sim! –o Grão-Mestre pegou uma prancheta eletrônica e digitou algumas coisas. –Ele têm nos ajudado bastante, fornecendo informações valiosas sobre algumas gangues.
-E por isso você resolveu soltá-lo na galáxia? –Ben levantou uma sobrancelha. –Sério mesmo?
-Sou eu quem decide por aqui. –o outro terminou de digitar e entregou a prancheta para ele. –E decidi que o 6901 vai cumprir sua liberdade condicional no seu planeta, tendo você como avaliador.
Ben tossiu, porque foi pego completamente despreparado. Como assim? Será que tinha escutado direito?
-Quero relatórios mensais sobre como ele está se desenvolvendo. –o Grão-Mestre, levantou-se e apertou um botão no comunicador. –Quero que preparem o 6901 para deixar a prisão em regime de liberdade condicional.
-Perai! –o humano aproximou-se de seu superior. –Por quanto tempo isso vai durar?
-Até eu achar necessário.
Ele saiu da sala, deixando o outro para trás, confuso e irritado. Ben o seguiu segundos depois, indo até o terceiro andar, onde ficava hangar das naves. O detento já se encontrava lá, com o dispositivo de localização, que parecia uma pulseira grossa e preta, preso ao pulso.
O Grão-Mestre estava explicando que Ben tinha o poder de ativar o sistema de choque da pulseira, que deixaria o detento inconsciente, em caso de fuga ou ameaça à vida de outras pessoas. Deveria trabalhar junto com seu avaliador para manter a ordem e a segurança da Sessão 15, por tempo indeterminado.
-Agora peço que se desfaça dessa aparência e adote sua real forma. –o superior exigiu.
O alien fechou os olhos e pareceu se concentrar. Em alguns segundos, voltou à sua forma original, completamente nu. Ele escondeu sua região genital com as mãos, apesar do sorriso presunçoso no rosto.
Possuía a aparência de um humano de 26 anos. Alto, de pele muito pálida, cabelos e olhos negros como piche, quase sem nenhum pêlo no corpo. Ben sentiu seu estômago se revirando ao encarar aquele rosto novamente. Continuava o mesmo de 15 anos atrás e invocava as lembranças das quais queria esquecer.
O detento vestiu as roupas que lhe foram entregues, camisa branca, calça jeans e tênis. Seu cabelo longo caia como uma cascata negra e lisa sobre os ombros, mas parecia não se importar com isso.
-O detento 6901 deverá ficar alocado em sua residência, Mestre Tennsyon. –o Grão-Mestre disse, entregando um comunicador. –Qualquer incidente deverá ser reportado imediatamente.
-Sim senhor. –ele respondeu de má vontade.
Ben andou na direção da sua nave, sem olhar pra trás. Entrou na cabine de comando e preparou-se para voltar ao seu planeta. Estava tão concentrado no painel que só percebeu que não estava mais sozinho quando o detento sentou na cadeira ao lado.
-Você vai lá trás, 6901. –ele respondeu, sem desviar os olhos do painel.
-Pra que essa formalidade toda? –o outro perguntou, com um sorriso malicioso no rosto. –Somos velhos amigos.
Ben levantou o olhar e encarou-o. Pensou que nunca mais fosse vê-lo naquela forma e isso o deixava enjoado.
-Se quiser continuar vivo, é melhor calar a sua maldita boca, Kevin Ethan Levin.
E assim ele deu a partida da nave.
