Outra vez ou fui e voltei e estou indo de novo
Um Hobbit vivia em sua toca, seu nome era Bilbo Bolseiro. Ele tinha uma vida tranquila, no interior do condado. Porém, ele já havia participado de uma aventura antes e agora deixou seu lado aventureiro - o lado Tûk- descansando. Sua aparência era muito simpática, o rosto largo e os olhos com um brilho alegre, os cabelos castanhos e penteados para o lado e suas roupas normalmente impecáveis.
Bilbo acaba de acordar e penteia seu cabelo em frente ao espelho. E como ele acha que está "bonitão" hoje, resolve dar uma volta. E, assim, mais um dia normal e feliz se passou para Bilbo, por mais que as rosas no seu jardim estivessem murchas e os Sacola-Bolseiro ainda estivessem vivos...
Porém, a tarde caiu, fazia um calor agradável e Bilbo ia acabando de tomar seu chá das cinco...
- Bilbo! Bilbo! - Um conhecido corria em sua direção. Assustado,pois estava tomando calmamente chá em seu jardim, ele se engasga. Então, Bilbo recebe uma notícia inesperada...
Não muito longe dali, uma multidão aglomerada e barulhenta se reúne em volta de um buraco fundo, num terreno irregular e muito rochoso. Ao lado do buraco, um jato de água quente emergia da terra, mas não era esse jato que chamava atenção da população. Muitos Hobbits gritavam, espantados, ao olharem o que havia dentro do imenso buraco: "Minérios!"
Sim, minérios! Várias pedras escuras, que tinham um fraco brilho ao sol, todas redondas e juntas naquele buraco de grande profundidade, em abundância.
O condado nunca vira tanta riqueza. Bilbo abria caminho entre a multidão exaltada e finalmente, depois de segundos de aperto e esforço, ele conseguiu ver o que havia dentro do buraco. Ele ficou mudo de tanto espanto e depois do choque inicial, só conseguiu exclamar: "Oh! Tudo isso?"
O alvoroço só foi contido por causa dos Sacola-Bolseiro que alegaram que toda aquela riqueza era deles pois fora encontrada em sua terra. Na verdade, haviam desprezado o terreno (pequeno e muito rochoso) e o haviam posto à venda, recentemente. Depois da declaração desagradável, o silêncio foi geral. Algumas pessoas começaram a protestar veemente. Drogo Bolseiro falou em voz alta, extremamente irritado " Quanta injustiça!" mas Bilbo o lembrou que agora cabia ao prefeito decidir em relação ao destino dos minérios e ele chegou a trotes largos já estava examinando o buraco. O Hobbit contava com o fato de que a riqueza era enorme demais para uma família só e todo o condado tinha interesse.
Porém, o senhor prefeito não conseguiu decidir e marcou uma reunião sobre isso outra hora. Bilbo ficou surpreso com essa decisão, aquilo tomara um rumo inesperado, pensou. Enquanto pensava sobre a grande incógnita que se formara, ele sentiu um forte empurrão.
"BILBINHO!!!!!!"
Quase atropelado e bastante desconcertado, ele olha para os lados e vê uma figura descabelada e mais baixa que ele, sorrindo satisfeita com a peça que lhe pregara:
-Ah, Gerânia... Hunf, faz tempo que nós não nos falamos- Bilbo tenta usar um tom bem educado, porém orgulhoso, pelo menos para ensinar um pouco de civilização à criatura que o atropelara.
- E então Bilbo feliz em me ver? - o tom de ironia é evidente nesta frase.
Gerânia Cercaverde, como podem ver, é uma conhecida de Bilbo. Ela poderia ser mais bonita, se se preocupasse mais com a beleza e não se importava com o que os outros pensam dela. Seus cabelos eram muito longos,castanhos claros e acinzentados, muito ondulado e embaraçado, preso de forma displicente no começo das costas. Ela usava um avental e um vestido amassado vermelho e verde.
- Ótimo! Mas agora eu tenho que ir para casa! Já ocorreram coisas demais hoje!- Bilbo estava começando a ficar demais impaciente.
Gerânia, ao perceber que seu alvo fugia, começa a assumir um tom de zombaria:
-Você está bravo hoje, hein? Ficou bravo por que não pode pegar uma parte da riqueza para si?
Bilbo já tinha ido embora,portanto não a ouviu. Mas o que Gerânia disse era, em parte, verdade. Noites se passaram assim: o Hobbit, toda vez que ia dormir, se revirava em seus lençóis pensando nos malditos minérios, que involuntariamente povoavam seus pensamentos e faziam o sono de Bilbo custar a chegar.
Então, em uma noite de lua crescente, aconteceu. Bilbo, finalmente, entrava em sono profundo, quando ouviu três batidas fortes em sua porta.
- Já vou!- Bilbo se levanta, sonolento e mal disposto, acendendo uma vela perto da cabeceira de sua cama- Raios e trovões! Quem será a essa hora?
Reclamando rabugento, ele destranca a porta e toma um susto ao ver uma figura escura,encapuzada e barbuda, maior do que ele. Bilbo olha, mais atento e vê outras quatro figuras, igualmente encapuzadas e barbudas. Depois, ele as reconhece:
-Dwalin? Balin? Glóin? Dori? Ori?
Dwalin,que estava mais à frente com a expressão severa lhe diz: " Bilbo, ouça..." Ele lhe diz o motivo que os levara a visitar sua toca, o mesmo motivo que ocupava a mente de Bilbo, naqueles dias...
- O quê? - o Hobbit os indaga surpreso- Mas como souberam dos minérios!
- As notícias chegam rápido até Bri! Eu estava lá, quando ouvi a notícia! - Quem falava era Dori, tentando explicar rapidamente o que o levou até o Condado.
- E acreditamos que o que foi encontrado está em uma quantia excelente, a maior parte ficará com seu povo e nós pediremos uma pequena parte para estudar mais profundamente o tipo de minério e antes disso, levar ao reino dos anões, se não for um pedido muito incômodo...- confessa Balin, usando a sinceridade para obter confiança.
Antes, que Bilbo tivesse outra dúvida, Glóin, o anão de barba mais branca, completa a frase de Balin:
- Sim, nós viemos durante a noite para não chamar a atenção de ninguém. Queríamos ver a riqueza de perto, ver se era tão grandiosa como falaram em Bri.
Então ele narra o que viu:
"Não havia ninguém na rua e o vigia estava dormindo. Fora da cerca um estranho de capuz estava parado em frente à riqueza. Quando nos viu, correu para fora da área e não levou nada de dentro do buraco."
-Estranho, não?- Comentou Dori, aterrorizado, mexendo no broche dourado com uma pedra negra que prendia seu capuz - Pior é que não sabemos quem é...
Bilbo os olhou de forma apreensiva. Se aqueles anões sabiam dos minérios e se era dito, em terras distantes ao condado, que a riqueza era imensa, não tardariam a vir outros povos e isso causaria mais conflitos, piores do que já havia com os Sacola-Bolseiro. Ele tentou dissuadi-los da idéia da posse de uma pequena parte dos minérios:
-Parece que vocês vieram tarde demais! Os Sacola-Bolseiro estão botando as mãos em todos os minérios!
- Não, Bilbo!- Balin argumentou, gesticulando - Sabemos que o prefeito ainda vai escolher e por mais que esses Sacola-Bolseiro sejam persuasivos, há grandes chances dele não aceitar a posse deles de toda a riqueza, pois ela beneficiaria bastante todo o condado.
Bilbo os encarou ainda mais apreensivo. Eles sabiam até demais. Ele tentou rebater:
-Mas...Mas...
-Você poderia nos ajudar com o prefeito- Comentou Glóin, abatido- Agora é tarde e estamos cansados, você pode nos deixar dormir na sala?
-Tudo bem, podem ficar aqui- Falou Bilbo cordialmente. Ele não deixaria velhos amigos dormindo ao relento, como animais.
Desde então,abordavam e conversaram com o prefeito na rua, tocando no assunto que mais os interessava, mas ele sempre disfarçava ao tocarem nesse ponto. Ainda haviam muitas dúvidas em relação aos minérios.
Um dia calmo e de claras nuvens, depois de mais uma conversa com o prefeito:
-Eu não sei se vamos conseguir... - Bilbo comentou, já frustrado.
-Ah... - Um anão desabafou.
-Mas que pessimismo, Bilbo!- Criticou Glóin, irritado.
O grupo andava em direção à Bolsão, quando viram um homem alto, de vestes cinzentas e trazendo um cajado consigo.
-Gandalf? - Bilbo o reconheceu.
-Olá- Ele os cumprimentou, calmo- Eu estou aqui, pois não os encontrei em Bri. Felizmente, o dono da hospedaria me deu um bilhete deixado por vós, dizendo que foram ao condado, urgentemente. Eu preciso que vocês, senhores, façam algo por mim...
-Quer que partamos em uma jornada? - Indagou Bilbo, precipitado.
-Sim- Gandalf lhe respondeu- Mas é melhor conversarmos sobre isso na casa de Bilbo.
Eles foram para o Bolsão, enquanto alguém escondido entre as folhagens de uma árvore os observava, torcendo que não fosse estava desfrutando de um raro momento de descanso, depois de ajudar a família (Sua mãe, suas irmãs e seu avô) a vender os produtos e as hortaliças de casa. Gerânia saltou da árvore depois de os vir desaparecer na viela e fora correndo para sua humilde, mas cômoda casa. Ela estava disposta a segui-los, se possível e descobrir as intenções daquele grupo incomum.
Depois de Bilbo lhes servir algo de sua despensa e os copos já estivessem esvaziados, Gandalf se encostou em um canto da toca e ficou a fumar em seu cachimbo.
-Então, Gandalf... Conte-nos o que aconteceu para tamanha urgência...- Disse um dos anões, alheio às conversas sobre minas e ouro dos outros.
Depois de uma pausa, Gandalf lhes falou com a voz arrastada:
"O que tenho a dizer vem de uma história muito antiga...Quando este mundo ainda era jovem...Relíquias originadas da terra, mas se forem cair em mãos erradas, só consiguirei ver destruição e morte. Preciso de algo que as localize rápido... O buscado deve estar próximo ao Oeste e presumo que nessa região, junto aos minérios, que o buscador costuma atrair para si, quando enterrado em terra."
-O quê? - Interrompeu Ori, agitado- Tem algo a ver com os minérios? Então o que devemos fazer com as relíquias?
Gandalf retomou, mais agitado:
" Foram descobertas inscrições antigas, há algum tempo. Estou com elas, por sorte e dizem algo sobre serem lançadas ao céu num certo dia. Não sei o que isso quer dizer e acho que vamos descobrir na hora certa."
O silêncio imperou na sala. Mas Bilbo se levanta e pergunta, visivelmente interessado, como se seu lado Tûk tivesse acabado de renascer:
-Então, até onde planeja que a gente vá? Quantas relíquias há?
"Mais de cem... Contudo, as que estamos atrás são as mais belas, mais importantes e mais poderosas já descritas. São seis as relíquias. Vocês vão até Moria, onde encontrarão o resto de nossos amigos, isso é certo. Partiremos no segundo dia desse mês, não podemos demorar. Não esqueçam do buscador."
Bilbo olha para todos os lados desconcertado e pergunta à pessoa mais próxima dele:
-O que vamos fazer?
Dori , que ouve as aflições do Hobbit, lhe toca o ombro, consolando-o:
-Eu tenho um plano...- ele falava pausadamente.
Mais tarde,na rua silenciosa e parada, o vigia se encontrava sentado ao lado da cerca, com uma expressão feroz. Mesmo tendo a árdua tarefa de vigiar aquele tesouro precioso, fora repreendido duramente pelo próprio prefeito, por se encontrar, durante a tarde, com os olhos semifechados, atingido pela sonolência fatal que acomete certas pessoas depois de uma grande e pesada refeição. Estava muito indignado e sentia vontade de despejar sua raiva em cima de alguém.
Bilbo se aproximou, sorrateiramente, do Hobbit, sem perceber a visível raiva que o acometia:
-Dorno! Que bom te ver aqui!- Ele trazia na mão dois copos inteiramente cheios de cerveja e uma expressão exageradamente alegre no rosto.
-Pode ir, está bem? Agora é tolerância nula com quem se aproximar da cerca! Eu sei o que você quer, Bilbo, mas não vai ficar com os minérios!
Então, Bilbo notou a raiva de Dorno. Não estava esperando tamanha severidade assim do vigia, então tentou pensar em algo rápido para responder:
-Por que toda essa raiva contra mim?- ele disse, em um tom muito magoado e carregado- Eu apenas trouxe essa cerveja do Dragão Verde. Está deliciosa! Hum, não é bom beber ao ar livre? Vou tomar mais um gole!
Assim que Bilbo colocou o caneco nos lábios, Dorno olhou para a cerveja, tentado. Ele não conseguiria resistir àquela quantidade generosa de bebida. Então, o Hobbit puxou o copo em que Bilbo não bebera para si e rudemente, bebeu todo o conteúdo. A voracidade de Dorno era observado por Bilbo que estava bastante satisfeito. Ele bebericava sua cerveja e não tirava os olhos do vigia.
Depois, Dorno deixou o copo na grama, do seu lado e parecia muito sonolento. Sua cabeça despencou e Bilbo percebeu que ele dormia, enfim. O Hobbit se levantou e puxou o outro para perto de um arbusto na frente do terreno, para desobstruir a passagem. Depois do esforço, ele levantou os olhos satisfeito e gritou: "Pessoal! Ele já dormiu! Muito bom aquele elixir do sono que coloquei na bebida dele!"
Então,rapidamente, os anões surgiram do lado oposto da cerca e puxaram Bilbo consigo. Ele foi o primeiro a atravessá-la, quando Ori disse a ele: "É bom mesmo, o Dori sempre o usa antes de dormir!" Extremamente irritado, Dori o manda se calar.
Com expectativa, Bilbo espia dentro do buraco, enquanto os anões pulam a cerca atrás dele. Depois de revirarem bastante o buraco dos minérios, Dwalin se inconformou:
- O buscador não está nos minérios. Gandalf disse que estava lá...
-A não ser que alguém tenha roubado. Mas o estranho daquele dia mal tocou neles- Disse Bilbo, pesaroso.
- E agora?- disse Balin, confuso- O que falaremos a Gandalf?
- Mesmo sem achá-lo vamos ter que nos encontrar com Gandalf, lembra que ele não quer que nós nos atrasemos? - Bilbo lhe respondeu, lembrando do prazo para partir.
- Sim- Glóin avançou alguns passos em direção à cerca- Devemos ir... Se Gandalf falou que não devemos nos atrasar.
Ainda ao cair da tarde, foram para Bolsão, onde encontraram Gandalf, que os estava esperando, ansiosamente.
- Vocês vieram,enfim- ele bradou- Trouxeram o buscador?
-nós não conseguimos encontrar...- falou Balin,desconcertadamente.
Gandalf suspirou.
-Parece que teremos que seguir mesmo sem o buscador. Vamos às cegas. Teremos que ir pois, o resto do grupo pode ir para a guerra de Dáin- Pé- De- Ferro e ficaremos separados.
"Está havendo uma guerra envolvendo Dáin? " Perguntou Bilbo, surpreso.
"Sim, uma guerra com orcs" Gandalf lhe responde.
-Então temos que ir logo, não é?- Bilbo indaga, já juntando alguns itens de cozinha indispensáveis para a viagem.
Ao amanhecer de um novo dia, belo e ensolarado, eles deixam bolsão, enquanto caminham pela rua, sendo observados por um grupo de faceiras crianças hobbits, Bilbo tenta se lembrar detalhadamente de uma música que lhe havia surgido em uma outra viagem em que ele havia feito, há um ano e meio. Sua lembrança parou só no começo:
"A estrada em frente vai seguindo..."
Andando quase sem parar pelas áres de capim verde e curto, ultrapassaram os limites da vila dos Hobbits, estavam no fim do condado. Pararam para comer e beber, quando Ori cutucou Gandalf, quando este estava acendendo seu cachimbo:
-Gandalf, há alguém nos seguindo- lhe segredou.
O mago olhou entre as árvores, atento.
-Era o que eu desconfiava, também. Procurem-no sem fazer barulho- ele disse aos outros e Ori lhes contou sobre suas suspeitas e pediu que o seguissem.
Eles andavam entre as árvores altas com as armas que tinham em punho, alertados. Bilbo procurava entre um buraco, quando ouviu os gritos de seus companheiros. Dwalin carregava um vulto que estava agitado, tentando se desvencilhar de seus grossos braços:
-Eu encontrei quem está nos seguindo- falou, triunfal e sério.
Bilbo reconheceu a pessoa. Era Gerânia, com seu cabelo ainda mais descabelado e trajando uma roupa de aparência desgastada e suja de terra nas saias, com um lenço branco no pulso. Gandalf olhou para a Hobbit e para Bilbo, percebeu que eles se conheciam e que a presença dela desagradava Bilbo.
- Então, o que a levou a seguir nosso grupo?- Gandalf perguntou a Gerânia, sério.
Gerânia tentou responder o mais depressa possível e quase atropelava as palavras:
-Eu vi vocês saindo E... Se quiserem, posso ser útil...
Alguns anões e Bilbo acharam engraçado o fato de Gerânia os estar seguindo só para embarcar em uma viagem e riram. Balin olhou para todos, severo. Na verdade, Gerânia ficou curiosa para ver onde o grupo iria dessa vez. Ela sabia da jornada anterior de Bilbo (E, infelizmente, não teve a idéia de persegui-los, pois estava muito atarefada com a família naquele período) e gostaria de saber o que os levava a saírem do condado daquele jeito.
-Você?- riu o Hobbit- Nos acompanhando? Realmente acha que iríamos querer sua lastimável presença...
Gerânia o interrompeu, pedindo que ele se calasse.
- Seu monte de banha!- Ela continuou, de modo infantil- Eu sou mais útil que você, com certeza!
Glóin tentou fazê-la desistir da idéia, desconcertado:
-Infelizmente, mocinha, nós já temos o grupo formado...
Gandalf olhou para o céu, impaciente. Naquele exato momento, um vento passava por entre as árvores. Ele abaixou a cabeça, quando viu o vento levar o lenço mal amarrado do pulso de Gerânia. Então, Gandalf viu. Era uma espécie de bracelete de cor de ouro pálido, tinha entalhes na borda e nele ficavam presos cordões dourados que estavam amarrados acima e abaixo do pulso. No meio desse bracelete, havia um desenho que se assemelhava a uma flor.
Depois de fixar os olhos nele, o mago exclamou:
- O buscador!
- Quê? Quem? - Gerânia lhe perguntou assustada com o olhar do mago, parecendo enlouquecido.
-Era o que procuravámos antes!- Dori apontou para o braço da Hobbit.
- Então dê o buscador aqui!- Disse Bilbo, pegando o braço de Gerânia e torcendo, a fim de que o bracelete escorregasse.
-Bilbo, não! Hmmpf!- Gerânia lhe respondeu instintamente e tentando puxar o braço para fora do alcance do Hobbit desvairado.
-BILBO BOLSEIRO!- Gandalf interrompeu aquela cena antes que Bilbo moesse os braços dela. Ele olhava severo para os dois, agora boquiabertos.
-Não vê que ela não pode tirar o buscador? Escute bem, é a minha conclusão, agora. Quem tirar o buscador da terra, depois de milênios e colocá-lo como bracelete, presumo que o objeto funcionará, como se fosse parte da pessoa.
- E se decepássemos sua mão?- perguntou Dwalin, não por crueldade, mas apenas com a intenção de sanar uma dúvida que lhe surgiu, pois sua índole não permitiria machucá-la.
Gandalf viu que era uma pergunta inocente e a respondeu naturalmente:
-Não sabemos o que irá acontecer se o buscador for tirado à força desse jeito. Melhor não fazê-lo!- Ele ressaltou as últimas palavras.
Gerânia achou Dwalin grosso e cruel com aquela pergunta:
-Minha mão? Ora! Vá arrancar a tua!- Ela deu um passo para trás e levou o braço junto ao seu corpo, em posição defensiva.
Ninguém deu muita atenção ao medo paranóico dela, pois Balin perguntou, de braços cruzados:
-Mas uma coisa nesta história não ficou esclarecida, Gandalf. Como ela conseguiu o buscador?
Os olhares se voltaram para a Hobbit, que, ao ouvir a pergunta, soltou sua mão e pareceu esquecer do aparente perigo. Ela sorriu amarelo:
-Eu fui, algumas noites ver os minérios de perto e eu o encontrei, no meio deles. Estava na forma de uma caixa pequena. Eu o toquei e ele se soltou de forma que virou um bracelete.
Balin a olhou,surpreso. Ele acabara de desvendar um mistério:
-Então foi você que nós vimos perto da cerca naquele dia?- Ele não tinha um tom de voz bravo. Era calmo, mas firme.
Gerânia se dirigiu a ele de forma meiga e sorrindo espertamente:
-Fui eu, sim! Sorte que eu saí, rápido!
Houve um silêncio. Glóin pensou sobre o bracelete e concluiu:
-Então, já que ela tem o bracelete, deverá ir conosco- Assim apoiava que Gerânia os acompanhassem.
-Sim- Concordou Gandalf- Nós precisamos dela,será uma ajuda valiosa...
-Sim!- Gerânia comemorou, agitando as mãos para o céu.
-Não!- Bilbo se contrapôs a essa decisão, radicalmente. Ninguém lhe deu ouvidos, obviamente.
"Então, venha conosco, Gerânia, continuaremos a seguir viagem" Gandalf disse, pegando seu cajado. O grupo reorganizou sua bagagem e Gerânia pegou sua trouxinha de roupas que estava no chão, perto de um arbusto florido. Quando todos já estavam com as mochilas e demais utensílios em mãos e prontos para partir, seguiram em frente. No caminho, Gandalf recontava, principalmente para Gerânia, a história das relíquias o mistério de suas localizações e grande impacto que elas poderiam causar.
Essa é a introdução da aventura. Espero que gostem! É uma história que exigiu muito planejamento de minha parte (E já criei o enredo das próximas partes) Desculpem se houve algum defeito, logo a revisarei. Bom, enquanto isso, Bilbo e os anões partem por uma jornada junto com Gandalf (Isso lhe soa familiar?) e com uma nova amiguinha de personalidade forte (Há isso nem é tão familiar assim)! Então, gostariam de saber mais sobre o que está ocorrendo no caminho? Eles estão cantando uma bela musiquinha, ela começa assim:
"A estrada tem árvore, a árvore tem galho, o galho tem ninho, o ninho tem ovo e o ovo tem gema... A gema é amarelaaa, amarelo é o sol, que ilumina a estrada e então, a estrada tem árvoreee...Folhiinha ainda verde que abandonaste meu fino galhiinho..."
Bilbo: Vamos começar a cantar uma música mais poética, pessoal!
E todos emendam:
"Rosas são vermelhas e violetas são azuis, nem tudo que reluz é ouro, filho de peixe, peixinho é e sim, com certeza é melhor um passáro na mão do que dois voando, quem arrisca não petisca e como não tem cão caça com gato..."
Gandalf (Rosnando): Silêncio (Aponta o cajado de forma ameaçadora)
Gerânia (responde ao grupo desafinado): Ninguém canta como eu... Alguém se oferece para um dueto?
Dwalin: Eu vou ser o tenor... Sabe cantar ópera?
(Gerânia faz que sim)
.... (minutos se passam e trinta e dois segundos e meio) (todos esperando) (Dwalin começa assobiando e ao ver Gerânia silenciosa, engasga) (todos esperando de novo)
...
...
...
Ori (cansado dessa maldita espera): E então, vocês não disseram que sabiam cantar como pássaros?
Gerânia: Perdi a vontade de cantar! Fica para a próxima (Foge)
E é isso! Depois,tem mais, como disse Gerânia (Vamos ver...)
