Notas Iniciais:
As personagens aqui citadas não pertencem a mim e sim a Masashi Kishimoto. A FANFIC também é postada em outros sites como Nyah!Fanfiction e Spirit Fanfics. Betada por MSchinder 3
É minha primeira long-fic postada aqui no site, espero que gostem!
Prólogo – Depois das 5.
— Naruto...
O jovem de cabelos loiros resmungou enquanto tirava os braços do corpo feminino adormecido ao seu lado. A noite anterior tinha sido louca e em sua cabeça uma dor latejante se fazia insuportável, já começava a se arrepender de ter bebido tanto.
— Naruto! — a voz suave o chamou, dessa vez mais alto. Resmungou novamente, apesar de adorar aquela voz, ele queria continuar dormindo.
A mulher ao seu lado se remexeu e passou um braço pelo corpo dele, pousando a mão em seu peitoral nu. Uma respiração ritmada alcançava seus ouvidos e o ar quente batia suave no ombro esquerdo. E então Naruto percebeu.
Abriu os olhos de imediato e a sua frente uma mulher de cabelos escuros e presos em um rabo de cavalo o encarava de pé. Os braços finos se cruzavam embaixo dos seios fartos protegidos pela parte de cima do kimono que usava e nos olhos brancos leitosos estampava-se irritação. Ele se assustou e desvencilhou-se da mulher de curtos cabelos róseos com quem dividia a cama.
— Hinata! — ele exclamou ao retirar os lençóis e evidenciar o corpo completamente nu. Preparou-se para levantar da cama, mas a mulher em pé ergueu a mão, impedindo-o de continuar. — E-eu posso... Eu p-posso ex...
— Shhh! — ela o cortou com as sobrancelhas franzidas. — Eu vou tomar um banho e fingir que não vi isso. Quando eu voltar, por favor, esteja vestido. — a mulher se virou, começando a desamarrar o kimono de jiu-jitsu que vestia. Antes que pudesse sair do quarto e deixá-lo ali com cara de tacho, Hinata virou para ele de volta. — E tire essa... Essa coisa rosa da minha cama! Ou eu vou quebrar a sua cara. — completou ameaçadora.
Ela deixou o kimono no chão do quarto e saiu usando apenas as peças íntimas. O loiro passou as mãos nervosamente pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais. Certo, teria que expulsar Sakura dali logo antes que Hinata arrancasse suas bolas com as próprias mãos. Suspirou pesadamente e se levantou.
Suas pálpebras estavam abertas, mas não era como se seus olhos estivessem. Tudo o que tinha a frente era puro breu, nada mais que escuridão. Passou a mão em frente do rosto, constatando que não podia ver. Tateou o rosto, os lábios, o nariz e então as pálpebras dobradas. Não, não, não! Era tudo o que podia pensar: não!
Puxou as pálpebras superiores com os indicadores em ambos os olhos e as inferiores com os polegares. O breu continuava lá, rindo de seu desespero em tentar enxergar alguma coisa. Levantou-se na cama, permanecendo sentado. Apertava o colchão com força, desejando que fosse um sonho.
— Sasuke! — alguém o chamou.
Pôs-se de pé e tentou prosseguir, tropeçando em seus próprios pés e a queda veio junto. Não teve senso de direção e doeu quando o ombro bateu em algo, mas doeu mais quando sua cabeça encontrou a quina do criado mudo.
— Sasuke! — a pessoa insistia. — SASUKE!
E então acordou.
Estava em sua cama e agora podia sentir a claridade do quarto. Fora um sonho. E que bela merda de sonho! Suspirou profundamente e abriu os olhos. O teto continuava branco e sua visão continuava embaçada. Ergueu o tronco e sentou, olhando vidrado para as próprias mãos.
Acontecera de novo. Não o sonho, mas a visão. Estava piorando.
Não podia se preocupar com aquilo naquele momento, tinha uma reunião na empresa em menos de uma hora e precisava se apressar. Sabia que a visão desembaçaria com o tempo. Portanto, caminhou a passos lentos até o banheiro para um banho quente.
A fumaça saiu quente por entre seus lábios. Suspirou pesadamente observando a cidade pela sacada onde dava a pequena sala de seu apartamento. Depois de um longo banho quente para relaxar da noite não dormida e do treino cedo demais, resolvera sentar em uma das duas cadeiras naquela semi-varanda.
Acendeu um cigarro a fim de esquecer a cena mais cedo. Tragou outra profunda vez e soltou a fumaça cinzenta pelas narinas. Ela não tinha nada a ver com a vida sexual de Naruto, mas ele podia pelo menos respeitar a cama dela.
Balançou a cabeça negativamente e deu o último trago de seu Melbourne.
— Hina... — o loiro apareceu, agora vestindo uma calça de moletom laranja, e sentou-se na cadeira vaga ao lado de Hinata.
A Hyuuga soprou a fumaça que esquentava seus pulmões no rosto abalado do homem. Ele tossiu três vezes e ela riu do desespero dele.
— Droga, Hinata! — disse depois de se recuperar. Pareceu devanear por alguns instantes. Como iria começar? Resolveu ser direto: — Me desculpe por abusar do seu quarto. — Hinata gargalhou apagando o cotoco do que sobrara do seu cigarro no cinzeiro.
— Você deveria estar muito bêbado. — respondeu. Procurou pelo maço nos bolsos do roupão azul-claro que usava, encontrando-o escondido no fundo do bolso esquerdo e bateu-o contra a palma da mão fazendo um cigarro escorregar. Pegou e, enquanto guardava o pacote onde o havia encontrado, levou o cigarro aos lábios.
— Sim, eu estava. — riu fraco observando Hinata fazer uma barreira com a mão em forma de concha para impedir que o vento apagasse o fogo do isqueiro. Ela acendeu o cigarro e tragou. — Quantos você já fumou?
— Contando com esse? — perguntou com o cigarro ainda nos lábios. — É o terceiro.
— Você é médica. — disse como se ela não soubesse daquilo. Encarou-a nos olhos brancos e observou as olheiras fundas. — Não deveria fumar.
Ela sobrou a fumaça no rosto bronzeado mais uma vez. Naruto voltou a tossir, tentando afastar a fumaça com as mãos.
— E você não deveria transar com desconhecidas na cama alheia. — alfinetou-o segurando o cigarro entre o indicador e o dedo médio no mesmo tempo em que o observava. Estava cansada demais para conversas desnecessárias. — Naruto, eu trabalho com a morte ao meu lado todos os malditos dias. Preciso de algo para desestressar.
— Você tem muay thai, o jiu-jitsu... — disse e meio encabulado pela bronca. Abriu um sorriso malicioso e completou: — Tem sexo também... — escutou-a suspirar e sabia que a conversa havia acabado.
— Não é suficiente. — murmurou com a voz fraca. — Hoje é meu dia de folga. — disse apagando o cigarro pela metade no cinzeiro. — Vou dormir no seu quarto até que você troque os meus lençóis. — terminou com um sorriso travesso nos lábios.
Levantou-se da cadeira e deu uma tapa na testa do Uzumaki.
— Ouch! — reclamou. — T-tudo bem, então. Eu tenho escolha? — indagou olhando-a de baixo, o rosto dela evidenciava que não. — Ok, ok.
— Não me acorde antes das cinco.
Ela o tinha deixado sozinho de novo.
Ele estava certo. Sua visão voltara em menos tempo do que imaginava e tinha ficado completamente satisfeito. Até concluir que estava redondamente enganado. Nem três horas depois de voltar a enxergar, sua visão decaiu para um estado pior que antes. Tão ruim a ponto de não enxergar o degrau no meio do próprio escritório – que ele mesmo havia projetado.
Resultado: virou o pé e bateu a cabeça no chão tão forte como no sonho. Só que agora era vida real e encontrava-se bem ferrado. Tudo o que pode ver antes de entrar em inconsciência fora sua secretaria loira de cujo nome não se lembrava correr em sua direção gritando o seu próprio.
— SASUKE!
Seu corpo ainda estava sonolento e pesado quando despertou após ser chacoalhada algumas vezes por Naruto. O que ele está fazendo?, pensou franzindo as sobrancelhas. Os olhos azuis transbordaram alívio ao notar que ela estava finalmente acordando.
— Aleluia. — ele comentou suspirando em seguida.
— Naruto... O que foi? — sua voz saiu ainda embargada pelo sono. — Te falei para não me acordar antes das cinco... — concluiu erguendo o corpo e se apoiando na cama com os cotovelos.
— Bem... — o loiro começou ao desviar os olhos para a parede com uma mão coçando a nuca. — Já passou das sete e... — ele notou a mulher arregalar os olhos. — O seu celular tocou sem parar até uns cinco minutos atrás. — apontou para o criado mudo.
— Droga! — ela reclamou. Deixou que a cabeça afundasse de volta no travesseiro. Nem em seu dia de folga ela tinha sossego.
Segundos depois seu celular começou a vibrar sobre o criado mudo completamente bagunçado de Naruto. Pegou o aparelho, olhou o nome na tela e revirou os olhos. Com o polegar Hinata traçou o caminho verde e levou à orelha.
— Alô? — não pôde deixar de transparecer a sonolência em sua voz.
— Hinata! — a voz de Senju Tsunade, a médica chefe que fazia de seus dias um inferno, soou gritante pelos autofalantes do celular.
— O que foi, Tsunade?! — ela indagou fechando os olhos fortemente.
— Você precisa vir para o hospital. AGORA! — a mulher do outro lado da linha gritou, fazendo Hinata afastar o objeto da orelha com uma careta.
— Nem fodendo! — ela retrucou recebendo um muxoxo como resposta. Queria tacar o celular na parede para que não pudesse mais ser incomodada. — Hoje é minha folga! Eu não vou levantar da cama por nada.
— Ah, você vai sim!
— Não vou, não! Chame outra pessoa.
— Você precisa vir, Hyuuga!— a garota abriu os olhos. Tsunade só a chamava pelo sobrenome caso fosse realmente sério.
— O que é agora? — perguntou já se levantando da cama e empurrando Naruto – que estava observando a situação sem entender muito bem – de sua frente.
— Um Uchiha inconsciente e com o pé quebrado, pelo que relataram ele bateu a cabeça e não deram o motivo disso ainda. — Hinata sentiu seu coração falhar uma batida quando escutou o sobrenome do rapaz. Bom, até agora não parecia algo grave. — De acordo com que o irmão disse, nos últimos três anos, a visão dele estava piorando por causa de u...
É, agora estava começando a ficar interessante.
— Estou a caminho. — e desligou sem deixar que a outra terminasse de falar.
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