Desidéria não conseguiu dormir aquela noite após o incidente com Keldon. Decidira ficar algum tempo no bosque de Silvano e Kelliara para pensar um pouco e encontrar forças para descobrir a cura para a mancha negra do lago Ashene.
Quando estava se aprontando para sair ouviu Arthur, Paladino de Tyr, que chegara na noite anterior aos berros chamando por Keldon. Quando estava na sede da organização, sempre tinha um sono muito pesado, o que tornava muito difícil resolver qualquer coisa com ele até que o mesmo acordasse por volta do meio-dia.
Desidéria terminou de se arrumar e desceu. Chegando no pavimento inferior da casa viu o Paladino a esmurrar a porta como se enfrentasse o pior dos demônios. Desidéria com o semblante fechado perguntou:
O que ocorre, Arthur? Por que este alvoroço?
Que bom teres acordado, há uma mensagem para Still Brother Hood.
Por que então não recebestes? És como eu, um membro.
Sei disso, porém não tenho nenhuma credencial para provar quem sou? - disse apontando para um cavaleiro elfo que trazia nas mãos um pergaminho com timbre.
Compreendo.
Desidéria, aproximou-se do cavaleiro e este rapidamente desmontou do cavalo e após uma reverência entregou nas mãos da Bruxa a mensagem.
A mensagem consistia no seguinte.
Lorde Thunder Bolt
Convida um integrante da Still Brother Hood, para que compareça na tarde deste mesmo dia nos jardim do palácio...
Após ler o pergaminho entregou-o à Arthur, dizendo:
Creio que você seja o mais indicado para ir ao encontro do Lorde Thunder Bolt, estou indo para o bosque de Silvano fazer minhas orações.
Você deve parar com essas discussões com Keldon.
Não sou eu apenas que tenho que respeitá-lo, pois jamais em minha vida fui tão ofendida por alguém.
Você não esta em suas terras, não pode ficar agindo como lá.
Sei que estive distante durante muito tempo, mas desde que uni ao grupo nunca agi como se estivesse em Rashemem.
Você tem que entendê-lo, afinal você também o provocou.
Arthur, em minha vida, nunca nenhum homem havia me batido e eu não fiz nada contra ele e nem o faria.
Como?! você nunca apanhou de um homem? Por acaso nunca bateu em ninguém?
Não, nunca bati em um aliado, e muito menos apanhei de um.
Como não?
Uma coisa é você estar em meio a um campo de batalha e ser abatido por um inimigo, outra coisa é você ser surrado por um amigo.
Você o provocou, conjurando uma magia sobre ele?
Não havia conjurado uma magia sobre ele, intencionado feri-lo, e sim uma magia para silenciar o ambiente. Como já disse que não faria nada para machucá-lo ou a qualquer um que seja aliado.
Você tem que entender que ele é um guerreiro e foi ameaçado.
Para mim isso tem outro nome. Falta de confiança, pois já não é a primeira vez que ele não confia em mim.
Como assim.
Quando estávamos levando o Mital, um bardo começou a me dar atenção e por desconfiar do mesmo. Keldon começou a incitar Mardislak contra o pobre. Mais tarde ele me explicou sua desconfiança, mas isso provocou um mal estar entre Ellas e eu... procurei relevar a situação, no entanto, vejo agora que realmente ele não confia em mim
Não é bem assim... – disse Arthur um tanto perdido com que acabara de saber.
Arthur, por mais que eu tente compreender a complexidade de Keldon, somente sei que para um grupo dar certo a confiança mutua é fundamental. – Desidéria falou calmamente com olhar neutro.
Keldon tem seus defeitos, mas é uma boa pessoa. - Disse passando as mãos nervosas nos cabelos sedosos.
Sei disso e um dos maiores defeitos dele é não ouvir, por este motivo é que seu entendimento das coisas e pessoas que o rodeiam não vai além da lâmina de sua espada. Agora, Arthur,creio que já falamos muito sobre isso tenho que fazer minhas orações.
Desidéria seguiu seu caminho deixando Arthur pensativo sobre o que ocorrera.
Não demorou muito para que ela chegasse ao bosque. Hyak sentia que Desidéria estava muito triste; há muito tempo que esta não ficava assim tão quieta, somente ficou assim quando partiu de Rashemem . Sendo que aquela tristeza que ela sentia naquela época era diferente, pois era um misto de apreensão e saudade. Hyak não gostava de Keldon , pois sempre irritava sua amiga, sendo assim ele propôs a Desidéria:
Desidéria eu posso arranhar o grandão sem um olho? Talvez assim ele aprenda a não machucar você.
Ela sorri e disse :
Não quero que nem você e muito menos Mardislak faça nada contra ninguém da Still Brother Hood, não quero que diga que nós incitamos a discórdia.
Desidéria afagou e disse de maneira doce :
Vá brincar Hyak, quero ficar um pouco sozinha preciso pensar.
Hyak miou desolado e partiu deixando-a sozinha numa parte mais isolada do bosque.
Desidéria sentou-se junto a uma velha arvore e começou a pensar em tudo que ocorreu até aqui. E constatou que neste tempo todo não fizera realmente amizade com ninguém do grupo, a ponto de poder conversar abertamente sobre o que a angustiava.
Ela poderia ter conversado com Mardislak, mas isso o teria irritado e com certeza iria tirar satisfações com Keldon e desafiá-lo. Desidéria sabia que seu protetor apesar de ser um bom guerreiro poderia vir a perecer nas mãos de um guerreio experiente e habilidoso como o Clérigo de Tempos.
Enquanto estava absorta em seus pensamentos, não percebeu a aproximação de Rindariel que por alguns instantes a observou de longe. Ela estava sentada sob a sombra de um velho carvalho, encolhida abraçada a suas pernas como uma criança indefesa. Para Rindariel foi a primeira vez que a vira tão desamparada.
Quando se aproximou um pouco mais perguntou:
Desidéria, algo a aflige!?
Desidéria assustou-se e tentou se recompor rápido, para que ele não percebesse que ela estava chorando, disse sem olhá-lo :
Você me assustou Rindariel, não o percebi. - disse ela aparando as lagrimas.
Por que estava chorando, o que aconteceu!?
Não há nada de errado. - disse ela forçando um sorriso.
Entendo, talvez não queira falar comigo, vou deixá-la sozinha - disse com um ar desolador e virou lhe as costas.
Desidéria o viu se afastando e sentiu que precisava desabafar, talvez Rindariel como um clérigo do Labelas a compreendesse. Antes que ele desaparecesse entre as árvores, ela perguntou:
Rindariel, você já se sentiu sozinho no meio de uma multidão!?
Sim, já senti várias vezes isso. Porquê?- disse ele voltando-se.
Porque eu me sinto assim agora!- disse Desidéria olhando para o chão com um olhar desolado.
Rindariel virou na direção de Desidéria e pode perceber que realmente ela precisava, além de um amigo, alguém que a amparasse. Ele se aproximou e indagou:
Então, Desidéria me conte o que a aflige dessa maneira?
Você considera que eu sou confiável?
Sim, às vezes somente fala um pouquinho demais - disse ele em tom divertido, mas isso não pareceu animá-la - Por que?
Você considera que eu tento conseguir respeito apenas pelo que sou, quero dizer, eu tento impor minha vontade como uma bruxa de Rashemem.
Não considero isso, vejo você constantemente se fazendo respeitar por suas ações. Não acha melhor me contar tudo desde o início?
Tudo começou antes de ontem, depois que voltamos da Torre de Arkerem. Recebemos uma mensagem, que eu identifiquei como sendo provavelmente de alguém de Thay. Esta pessoa marcava um encontro com nosso grupo em uma taverna Singler Element Tavern ao anoitecer do dia seguinte.
Por esse motivo que você parecia tão preocupada, quando veio conhecer minhas amigas.
Sim, quando vim para cá deixei uma mensagem para Keldon, para que conversássemos depois que eu voltasse.
Entendo, prossiga.
Quando retornei, tentei explicar do que se tratava a carta que recebemos. Quando falei que possivelmente fosse de Thay ou mais provável fosse de um Red Wizard, ele começou a dar ordens sem ouvir mais nada. Levou conosco Stuart, arriscando-o, tentei explicar novamente que em se tratando de um Red Wizard, eles possuem um rígido código de conduta. Sendo assim, ele não faria nada naquele dia, e além do mais, como estamos em Silverymoon isso inibia outras ações do mesmo.
E o que ocorreu?
Mais uma vez ele não me ouviu e levou a conversa para um outro âmbito, perguntando se em Rashemem, somente as mulheres comandavam. Eu respondi que a maioria da vezes as bruxas estavam à frente das decisões mais importantes, principalmente em que se tratava da segurança de nossa nação. Ele ficou indignado e perguntou se não havia generais, disse que entre os Berseker's havia muitos que se destacavam no comando deles.
Até o momento não vejo nada de mais.
Então a partir daí ele iniciou a fazer comentários do tipo; vocês continuam ainda em guerra por que não tem um comando forte, ou ainda, você deveria prestar mais atenção nos seus deveres como mulher e não ficar dando ordens para Mardislak. Se não bastasse, ele ainda perguntou. Em sua terra as bruxas são celibatárias? Respondi que não e ele por sua vez disse; Acho melhor você procurar um homem para deitar-se, pois assim não ficaria de tanto mau humor, a não ser que você não os aprecia?
Rindariel engasgou-se com o ar ao final dessa pérola do Clérigo de Tempos, ficando indignado com a tamanha falta de respeito para com Desidéria. Mesmo que ela gostasse do outras mulheres não convinha a Keldon fazer tal explanação.
Imagine gostar de outra mulher, falam isso somente por que nunca me viraram flertar com ninguém. Mas continuando, quando chegamos na taverna minhas suspeitas estavam confirmadas, se tratava de um Mulano.
Um o que? - perguntou ele num ar curioso.
Um Mulano, uma raça proveniente de Thay.
Ahh! Entendi, prossiga.
Ele estava acompanhado de suas esposas, uma guerreira, uma assassina e uma maga. Ele queria nos propor auxílio para enfrentarmos Malek. - ao dizer isso ela reparou que Rindariel franziu o senho preocupado.
Pelo jeito inclusive até você sabia desse sujeito, menos eu e Keldon... Prosseguindo, essa ajuda viria porque este homem chamado Raliazum queria vingar o amigo que teria sido preso e talvez morto por Malek. Porém enquanto isso, uma de suas esposas Ageron Snaik, fazia-se presente a nossa volta. Keldon ficou quase que hipnotizado pela beleza dela. Ao final desse irritante encontro ao sairmos da Taverna, chamei lhe a atenção para o perigo que estaria correndo ao tentar envolver-se com ela. Mais uma vez riu de mim e novamente me ofendeu, evidenciando minha posição de mulher e que deveria ficar em casa fazendo deveres, pois me caberiam melhor. Retornei para casa sozinha e encontrei Arthur que acabara de chegar.
Acredito que não foi isso que a fez ficar desse jeito, pois já vi Yanguera ser mais ofensivo que Keldon, e você não se deixou abater.- disse Rindariel confortando-a.
Desidéria abaixou os olhos para que Rindariel não visse que estavam umedecidos. Ela controlou-se e continuou sua narrativa.
Quando voltaram Keldon e Stuart, eu ainda conversava com Arthur sobre o que aconteceu no tempo que ele estava fora e da falta de confiança que Keldon tinha para comigo, pois considerava que ele sabia o fato relatado pelo Mulano.
Por que afirmou que ele não confiava em você? É uma acusação muito forte.
Sei disso, mas como até então não sabia que ela também não tinha conhecimento do fato exposto, acreditei que ele havia feito igual. O fato é que quando acompanhávamos Ayron até Evereska, um bardo Sudeiman (O Brilhante), despendeu uma grande atenção para comigo e Keldon não confiando nele, achou melhor incitar Mardislak contra o bardo, não me deixando conversar com ele. Isso fez com que Ellas e eu tivéssemos um pequeno desentendimento, por que ela achou que eu e Keldon estivéssemos tendo algo mais.
Rindariel sentiu uma ponta de ciúmes em seu coração quando Desidéria referiu-se ao bardo, pois todos sabiam que os bardos são galanteadores natos, vivendo como bons vivân's seduzindo belas mulheres e depois as deixando apaixonadas. E Desidéria como uma bela mulher com certeza chamaria a atenção. Ela talvez desconhecesse seus encantos e seu próprio poder de sedução.
Eu chego a entender o motivo de Keldon, afinal vocês estavam transportando algo de um valor inestimável para o meu povo.
Sei disso, mas creio que ele deveria ter comentado comigo suas desconfianças. Teria sido melhor do que o que fez, me deixando numa situação delicada com Ellas.
E você havia dado motivos para tal desconfiança.
Creio que não, somente gostava de conversar com Sudeiman. Foi uma das poucas pessoas com que me senti a vontade, ele estava sempre me mimando seja com palavras ou com ações. Porém jamais falaria algo que prejudicasse meus aliados.
Ridariel sentiu o ciúme crescer em seu peito, agradecia a Labelas por Keldon ter afastado este bardo de perto de Desidéria, ainda que não concordasse com os métodos que ele utilizará. Afastando estes pensamentos ele fez um gesto para que ela continuasse a contar-lhe o que ocorrera e a deixará tão desalentada.
Como eu dizia, ele veio cumprimentar Arthur e depois começara a discutir comigo. Novamente novas ofensas vierem ate que constatamos que ambos desconheciam o fato. Deixei-o a conversar com Arthur e fui ver Mardislak , pois estava muito irritada com tudo que Keldon já havia falado.
E o que ocorreu então?
Mardislak estava melhor, sendo que, ao ouvir a voz das mulheres que acompanhavam Keldon e Stuart, chamou-os. Arthur e Keldon vieram ao nosso encontro e mais uma vez, ele me ofendeu tentando me ensinar como agir e servir Mardislak. Mais uma vez me retirei para não ficar ouvindo tais insultos a minha pessoa e, além disso, estava preocupada com uma visão que tivera quando Artur chegará.
Visão?
Sim, vi um rato entrar em nossa sede e ele era seguido por um cheiro de maresia. Aqui o único porto tem acesso a um rio e não a um mar. Por esse motivo queria pensar um pouco e foi para a cozinha afim de beber um pouco de leite e depois retornar a meu quarto.
Compreendo, e o que ocorreu?
Rindariel notou que algumas lágrimas brotavam dos olhos de Desidéria, ele aproximou-se da moça e deu-lhe um abraço confortado. Pouco depois com as pontas de seus dedos limpou as lágrimas que orvalhavam o rosto da moça, dizendo com voz branda:
O que, mas acontece?
Keldon foi até a cozinha e deu voz de comando para que eu dançasse. Perguntei para que? Como estava irritada fui irônica e complementando a pergunta disse, se era para seduzi-lo? E grosseiramente respondeu que deveria dançar para chamar os espíritos para saber sobre... E sem contar outras afrontas. Não queria mais ouvir a voz dele então conjurei uma magia de silêncio e foi neste momento que recebi duas chapadas da espada dele...
A voz de Desidéria sumira e dera lugar a um choro compulsivo, Rindariel abraçando-a com mais força e pousou a cabeça dela em deu ombro. Compreendera o por que a moça encontrava-se tão atordoada, Keldon teria ido muito longe a agredindo assim.
Desidéria com a voz embargada declarou:
Jamais iria fazer algo a ele e a qualquer um da Still Brother Hood. Você sabe disso, mesmo sabendo que poderia morrer fui ajudar Yanguera que tanto foi desrespeitoso para comigo.
Sei disso, ele não tinha o direito de fazer isso com você e além do mais como um clérigo ele deveria saber outros meios de evitar que terminasse a conjuração sem precisar usar deste último recurso.
Para ele todos estão errados e ele está sempre certo. Reclama tanto de Yanguera, mas agiu como ele.
Pode chorar ninguém saberá o que a magoou e ao Tempo caberá curar as feridas.
Talvez o tempo possa amenizar ou quem sabe mascarar, mas como já ouvi uma vez quando uma pedra e jogada no lago ele pode voltar a ser plácido, mas a pedra continuará no seu leito.
Rindariel ergueu um pouco o rosto de Desidéria para que pudesse mirar seus olhos. Neles viu o reflexo de um lago onde apesar de toda a beleza pode ver uma mancha obscura em seu centro. E por um instante ele fechou os olhos e tocou sua fronte na dela dizendo suave e pausadamente:
Compreendo suas angústias, doce amiga. Gostaria de poder ajudá-la de alguma forma.
Você já esta me ajudando estando aqui comigo e me ouvindo.
Ele voltou a mirá-la, seus olhos possuíam um brilho selvagem que mesmo obscurecidos pelas lágrimas de angústia poderia ser notado, a pele bronzeada contrastavam com os lábios carmim. Rindariel afagou-lhe os longos cabelos negros em seguida delineou a boca perfeita com o pomo de seu polegar.
Desidéria nunca se sentira tão protegida em sua vida, jamais imaginara ficar tão próxima a Rindariel como agora. Podia sentir o perfume que exalava de sua pele, cuja nota essencial madeirada podia ser percebida perfeitamente. O toque suave dos dedos dele no seu rosto a fez instintivamente entreabri os lábios, convidando-o a beijá-la.
O coração de Rindariel disparara, pois a muito desejava beija-la. No entanto, como ela parecia não notar seu interesse, ele permaneceu apenas presente como um amigo e aliado, defendendo-a quando possível. Sendo que, agora a perigosa proximidade tornara inevitável resistir.
A respiração de Desidéria se tornara difícil sentia um leve formigamento nos lábios, quando percebem que seria beijada. No exato momento, vindo dentre as arvores, uma voz forte rouca quase como um grunhido clama por Rindariel:
Rindariel Wolk Staf, onde está?
Ambos reconheceram a voz de Gorun , um gigante de fogo, e considerando melhor que ele não os visse abraçados. Rindariel a libertou dentre os seus braços e após andar alguns passos, responde:
Estou aqui, Gorun.
Não demorou muito e puderam visualizar a chegado do imenso homem de pelos vermelhos e pele ocre., que a largas passadas aproximaram-se de Rindariel comunicando-o:
Há uma mensagem de Lady Everallien, ela deseja vê-lo.
Obrigado Gorun, já irei.
Rindariel voltou para junto de Desidéria que ainda recuperava-se dos momentos anteriores e segurando suas mãos despediu-se dizendo:
Não poderei mais lhe fazer companhia, somente peço tente acalmar-se e descanse. Quando puder irei vê-la.
Ela somente fez que sim.
O Avariel posou os lábios sobre suas mãos e Desidéria, sentiu novamente falhar a respiração. Trocaram um ultimo olhar antes de Rindariel partir e deixando-a na duvida de seus próprios sentimentos.
Distante, Rindariel pensava consigo.
"Se Gorum não houvesse aparecido eu a teria beijado, mas talvez Labelas, em sua suprema sabedoria, decidiu que ainda não era o tempo certo para me aproximar dela desse modo. O senhor do tempo sabe o que faz, talvez tivesse ocorrido de amedronta-la e ela passasse a me odiar".
Será que terei outra oportunidade de tê-la novamente em meus braços? É somente o tempo pode me responder isso.
Somente o tempo. ..."
