Você queria conjura-lo.
Para segurá-lo, para tê-lo por perto, para fingir que ele era seu – ele obviamente não era, e agora nunca seria – para viver essa ilusão em pó.
Você queria conjura-lo.
Porque seu mau humor matinal só era inteligível para os olhos de Draco e isso dizia muito sobre o tipo de casal que vocês eram (que vocês não eram, mas você queria que fossem).
Você queria conjura-lo.
Porque você queria perguntar para ele todas as coisas que ficaram ao vento, que faltaram respostas, que ficaram tangenciadas ao caos. Os porquês e os "quandos", os motivos para as escolhas, a falta de escolhas, as justificativas às faltas. O fim.
Você queria conjura-lo.
Para jogar na cara dele as mil coisas que você seria sem ele: para mostrar a ele que você seria feliz com qualquer outra pessoa. Sendo qualquer outra coisa. Que você não precisa dele, mesmo que o ar lhe seja raro agora. A verdade é que você precisava se vingar (e por se vingar, você quer dizer "mentir").
Você queria conjura-lo.
Porque a presença dele te afeta e te faz andar. Isso é doentio, sádico. São vocês sendo vocês e deixando de lado todas as convicções anteriores. Você só queria ficar parado ouvindo a respiração compassada de Draco, por isso você queria conjura-lo.
Você queria conjurar Draco Malfoy.
Você queria conjura-lo porque já era tarde demais e agora ele já não está mais aqui. E você obviamente foi burro demais para fazer qualquer coisa que o impedisse.
Você não pode conjura-lo.
N/A: Escrita pro Projeto Sectumsempra de Amor não Dói, 6v. Passem lá! ;)
