Magnus Bane, O Desejado
Sinopse:
Não existe ser sobrenatural nesta Terra ignorante ao facto de que os Warlocks são incapazes de gerar filhos próprios. Isso não significa, no entanto, que tenham desistido de alcançar o seu objetivo… Em dado momento, uma feiticeira, seduzida pelo único filho sobrevivente de um Demónio Superior, encontrou um método de lhe garantir descendência. Mas onde encaixa exatamente Magnus Bane nesta fantástica teoria? Porque é só uma teoria, certo?
Pairings: Alec x Magnus ; Cyrus (OC) x Magnus ; Simon x Raphael.
Géneros: Sobrenatural ; Romance; Yaoi ; Drama.
Advertências: Estupro ; Mpreg.
Disclaimer:
"Shadowhunters" é uma série televisiva desenvolvida por Ed Decter e baseada na série literária "The Mortal Instruments" de Cassandra Clare.
As seguintes personagens são da minha autoria: Cyrus Klane, Vitya Katrinsky e Johanna Lorne. E como tal, o uso não autorizado será considerado plágio.
Beta-Read: Doyle
Capítulo 1: Sequestro Premeditado
Era uma noite escura, fria e silenciosa…
Duas figuras, iluminadas pela luz de um tímido par de velas, caminhavam lentamente pelo bosque; o silêncio da noite era interrompido somente pelos ruídos típicos da natureza. A figura mais alta pisou num pequeno galho caído, causando um estalo que assustou um bando de corvos que voou rumo à escassa luz que uma exausta lua crescente emitia levemente. Ao longe escutou-se o uivo de um solitário lobo.
A graciosa figura, de baixa estatura, avançou lentamente erguendo o lampião rústico até à altura do rosto, revelando as suas finas e delicadas feições, apenas ofuscadas por umas pequenas protuberâncias nas suas têmporas, formando um padrão de três linhas ziguezagueantes, que se estendiam até às bochechas coradas.
― Chegámos! ― exclamou a belíssima Warlock, deslizando-se para o lado e dando passagem ao seu acompanhante.
O vulto de estatura superior, coberto por uma capa negra, cujo capuz descansava sobre a sua cabeça sombreando parte do seu rosto, entrou na gruta.
― A sua lealdade será devidamente recompensada.
― Não é necessário. Vivo apenas para o servir… ― A mulher suspirou com expressão sonhadora, ao ver o homem descer o manto, deixando à vista o seu rosto harmonioso e elegante.
― Funcionará? ― perguntou o homem de cabelos tão negros quanto a noite sem lua.
― É meramente teórico… ― A mulher de longos cabelos loiros e olhos castanhos, que recordavam levemente a tonalidade das avelãs recém-colhidas por um esquilo, a poucos metros da gruta, dirigiu uma mirada de receio ao seu interlocutor. ― Não saberemos sem tentar…
― Confio em que encontrarás o modo de que seja um sucesso. Certo, Vitya?
O homem de aparentes vinte e cinco anos levantou a mão direita, deslizando os dedos vagarosamente pela lateral do rosto da mulher; passou o braço esquerdo pela sua cintura, atraindo-a até si e prensando-a contra o seu peito firme e atlético; aproximou o rosto lentamente ao da feiticeira, ambas as respirações unindo-se numa só e beijou-a com ferocidade até a deixar aérea.
― Ah! Cy… ― O moreno delineou os lábios da loira delicadamente com o polegar, impedindo-a de falar e outorgando-lhe arrepios de prazer. ― Hmm…
― Quanto tempo tomará?
― Se tudo correr conforme planeado… Três ciclos lunares. Johanna previu um eclipse lunar… É o momento mais propício, sendo que a sua companheira não é uma Warlock da sua mesma linhagem, Senhor.
O Warlock de cabelos escuros, cujo nome ainda permanece um mistério, que ainda abraçava a donzela, pegou numa madeixa do longo cabelo loiro e aspirou o aroma floral característico de Vitya.
― Infelizmente os meus irmãos e irmãs morrem sempre demasiado jovens… Mal de família, dizem as más línguas.
― Afortunadamente o índice de êxito sobe exponencialmente se a sua consorte for a Senhorita Johanna Lorne. Como descendente de Belial, um Demónio Superior, a compatibilidade entre ambos será suficientemente elevada ao ponto de garantir que o ritual seja bem sucedido.
Três ciclos lunares depois…
A loira Warlock encarava aterrorizada o corpo ensanguentado de uma jovem mulher de aparentes vinte anos. Os seus cacheados cabelos castanhos claros estavam encharcados em líquido vital, o seu pálido e gracioso rosto encontrava-se contraído numa expressão de eterna agonia. Os seus antes vividos olhos azuis, mostravam-se opacos sem o brilho de inocência genuína da rapariga.
― Vitya Katrinsky! ― rugiu o homem, arrancando-lhe um gritito de susto.
O moreno abraçou o cadáver da sua amada em desespero, empapando-se com o sangue de Johanna. A sua camisa branca virara escarlate brilhante, tal como o esvoaçante vestido azul claro da jovem mulher.
O Warlock desviou o rosto, encarando a feiticeira com distintivas marcas nas têmporas. Lágrimas de dor transbordavam dos seus reluzentes olhos, perfurando enraivecido a aguada mirada da mulher.
― E-Eu… Eu não queria… Não sabia que…
― Não sabia o quê? A minha querida Johanna está morta… e a culpa é toda sua!
― Mas… disse que me amava ― murmurou com uma expressão de dor impressa nas suas hipnóticas feições, caindo de joelhos e levando as mãos ao rosto, afogando os soluços que lutavam por rasgar caminho através dos seus lábios selados.
O homem depositou cuidadosamente o corpo sem vida, da que fora uma vez a única mulher pela qual nutrira verdadeiros sentimentos de amor e carinho, e levantou-se, rumando até à chocada loira e ajoelhou-se frente a ela.
― Porquê, Vitya? ― perguntou com voz baixa e quebrada. Colocou as mãos, banhadas em sangue fresco, em cima dos ombros da loira, manchando-a com o sangue da inocente vítima dos planos de duas pessoas que representavam o cúmulo da ambição. ― Assegurou-me que era seguro! ― gritou fora de si, abanando a mulher, causando que os seus longos e lisos cabelos se arrastassem pelo solo sujo e empoeirado da caverna.
― Perdoe-me, meu amor, eu…
Uma luminosa nuvem azulada atravessou o ventre da loira, que tossiu fortemente, engasgando-se com o próprio sangue, que inundava os seus pulmões e boca, impedindo-a de respirar livremente.
― Está perdoada, Vitya Katrinsky… A sua vida é o preço do meu perdão.
Vitya tossiu com dificuldade, lutando contra o fluído que preenchia o interior da sua boca e inundava dolorosamente os seus pulmões, clamando-a como propriedade do Anjo da Morte e arrastando-a para os confins do Inferno.
A loira cabeleira esvoaçou por um instante à medida que o corpo pálido e sem vida caía no duro e frio chão que seria de agora em diante o seu túmulo e eterna morada, pois o seu assassino dispunha-se a enterrar a sua amada e prestar-lhe luto, ignorando o cadáver da sua vítima.
Ergueu-se do piso, trémulo pela avalanche de emoções, avançando com passos cambaleantes e deixou-se cair pesadamente junto a Johanna, chorando larga e sonoramente.
― Não me abandones, Jo… Preciso de ti! ― Apoiou o corpo inanimado da sua prometida contra o seu peito, já empapado de fonte da vida, abraçando-a com força e beijou castamente os frios lábios da jovem. ― Amo-te, Johanna, agora e para sempre! E é por isso mesmo que não posso deixar que a tua morte passe em vão. ― Afastou os cabelos molhados da face nívea da rapariga e descansou o seu rosto cansado sobre a sua cabeça, beijando carinhosamente os cacheados cabelos castanhos da sua amada.
Um milénio depois…
O sol despertava por fim… Os tímidos raios de luz trespassaram as cortinas do quarto, batendo diretamente nos olhos de um jovem Shadowhunter. O homem pestanejou timidamente antes de abrir definitivamente os olhos e observou embelezado o rosto do seu amante que dormitava tranquilamente sobre os seus desnudos peitorais. Continuou a admirar a paisagem, enquanto o seu amante se espreguiçava, tal qual faria um felino, colocando-se de joelhos e empurrando o corpo para trás, esticando os braços para a frente e empinando o seu lindo e comestível rabiosque. Deslizou a língua ao longo do lábio inferior, denotando o seu desejo, levantou apenas o tronco e abraçou o Warlock possessivamente, levando-o de regresso ao seu leito.
― Hmm… Bom dia, Alexander! ― exclamou com um sorriso preguiçoso e a mirada entre-cerrada, assemelhando-se a duas frestinhas e não a um par de belíssimos olhos.
Magnus acomodou-se sobre o colo do anjo, descansando as pernas ao lado da cintura do seu amado e passando os braços pelo seu pescoço, deslizando os dedos ao longo da nuca, arrancando arrepios de prazer ao mais jovem. Aproximou-se com os olhos inebriados de desejo, que reluziram felinamente, deixando transparecer a marca que o assinalava como descendência de um demónio e roubou-lhe um beijo rápido, apenas um toque de lábios.
― Sabes o que poderia fazer o nosso dia ainda melhor?
― Hmm… O quê? ― questionou o Warlock, com falsa ingenuidade, inclinando a cabeça ligeiramente para a direita e esboçando um terno beicinho.
O Shadowhunter ergueu uma sobrancelha sugestivamente, deslizando as mãos pelas costas do homem de pele achocolatada e descansando-as enfim sobre a sua retaguarda; procedeu a movê-las lentamente em círculos e agarrou surpresamente as nádegas do outro, massajando-as com luxuria e deleite.
― Já me estás a entender? ― perguntou o Lightwood, puxando ambas as mãos na sua direção, causando um delicioso choque entre as suas intimidades.
― Penso… ― Alec deslizou a mão direita entre os seus corpos, estimulando as semi-despertas ereções e a mão esquerda encontrou o caminho até à entrada do seu Paraíso Pessoal, que palpitava ávida de atenção. ― Hm… que… ― O Shadowhunter adentrou um travesso dedo no interior cálido e húmido do seu amado. ― Oh! Instruí-te demasiado bem na arte… Ah! ― exclamou o Warlock com expressão libidinosa, momento em que um novo dígito se uniu ao anterior ― Haaaa! Hmm… da sedução e do… sexo… ― Primeiro num movimento de entra e sai, de seguida passando a fazer pequenos círculos e logo, abrindo e a fechando repetidamente, simulando a dinâmica de uma tesoura. Dilatando e preparando-o para o que estava por vir. ― Onde é que ficou o meu anjo inocente de ontem à noite? ― perguntou com fingida decepção.
― Pelo que posso ver, o teu anjo está longe de ser inocente, Magnus! ― exclamou uma voz alheia com um toque de ironia a embeber o seu timbre.
O vampiro encarou o corpo desnudo do homem de aparentes eternos dezanove anos e sorriu com luxúria ao ver o reto deste engolir gulosamente o par de dedos que o penetrava com furor. Identificou umas quantas marcas de beijos, que inundavam a pele do seu velho amigo, terminando por voltar a fixar a vista nas redondas e suculentas nádegas do maior, que em choque nem se atrevera a mover. O mesmo se aplicava a Alec, cujos dedos ainda que imóveis, continuavam afundados na cavidade anal do seu amante.
― Haaa! ― gritou o casal em uníssono, separando-se imediatamente num pulo, ao assimilar finalmente o evento no âmago das suas mentes.
― O que é que ele está a fazer aqui? ― perguntou Alec ao namorado, com um brilho de desconfiança nas suas orbes azulinas. Passando a cobrir rapidamente o corpo desnudo do seu amado com o lençol, sem se aperceber da sua igualdade de condições, para diversão dos imortais. ― E tu! ― Lança uma mirada indignada na direção do intruso, virando-se diretamente para o vampiro, presenteando-o com a visão da sua masculinidade em todo o seu esplendor, sem notar o interesse que este parecia nutrir por essa particularidade da sua anatomia. ― Magnus está fora de limites! Pelo que podes ir já tirando essa expressão da tua carinha de menino… não combina nada contigo. Pareces um adolescente devasso! ― concluiu, fazendo menção ao facto de que este preservava a aparência de quando fora convertido há setenta anos, tendo festejado apenas as quinze primaveras.
― É um prazer ver-te, Alec… Izzy manda cumprimentos! ― exclamou sarcasticamente em gesto de infantil vingança. Desviando a mirada antes que o dito cujo notasse onde os seus olhos haviam estado focados até à data. ― Acabei de vê-la agora mesmo… Foi muito… Qual é a palavra correta? Ah! Prestativa, é isso! Foi muito prestativa ao esclarecer as minhas… hm… dúvidas!?
― Já te disse para te afastares dela ― disse o Shadowhunter com tom sepulcral, tentando levantar-se enraivecido, mas foi impedido por uma mão gentil sobre o seu ombro.
― Ele está a provocar-te de propósito, Alexander. Ignora-o… Ou melhor ainda… ― Magnus acercou-se mais um pouco e murmurou algo ao ouvido do mais jovem.
― A sério!? ― A incredulidade embebida na voz do Shadowhunter chamou a atenção do vampiro, que lamentou não ter podido escutar as palavras do amigo, devido à barreira que este invocara para impedi-lo de escutar o segredo que revelaria ao moreno de olhos azuis.
― O que é que lhe disseste?
― Com medo, Raphael? ― Alec esboçou um sorriso de escárnio.
― Claro que não, Lightwood!
― Então, não terás problema nenhum se a minha boca agir por si mesma e falar um pouquito demais quando o Simon aparecer no Instituto esta tarde, não é mesmo!? Já sabes como é… Às vezes escapam-se-me umas verdades… Esta minha boca… diz o que deve e o que não deve!
― Porque me haveria de importar o que passe a esse estúpido Bebé com Caninos? ― perguntou o Líder do Clã à defensiva, ganhando sorrisos de vitória por parte do duo intrometido.
oOo
Alec recostou-se na porta da entrada e puxou o corpo do seu amado, prensando-o contra ele e beijou-o em gesto de amorosa despedida.
― Tenho de ir… O trabalho aguarda!
― Hm… ― Magnus entrelaçou os braços por detrás do pescoço do Shadowhunter e fechou os olhos, recebendo um novo beijo quase de imediato. ― Não queres mesmo ficar? Asseguro-te que podemos encontrar novas formas de nos… ― Desceu as mãos, acariciando os musculados braços do moreno de olhos azuis. ― Hmm… divertir… ― Deslizou a língua provocantemente sobre o lábio inferior.
― O Instituto está em alerta… ― O Warlock soprou sobre o pescoço alheio, lançando uma leve lufada de magia azulada, que causou um arrepio de prazer no mais novo. ― Os demónios andam muito agitados… Haa! ― Uma mão brincalhona caiu "inocentemente" sobre o vulto que se assomava sob as calças de Alec. ― Algo se aproxima… Sela o loft, apenas por precaução. ― Agarrou as mãos inquietas do namorado, afastando-se subtilmente dele, para abrir a porta. ― E não abras a porta a ninguém!
― Nem a ti? ― O sorriso de travessura brilhou na sua deliciosamente delineada boca.
― Só a mim! Aviso-te quando chegar, mantém o telemóvel por perto…
oOo
Isabelle observou o seu irmão, enquanto este dava ordens aos Shadowhunters para que se organizassem em esquadrões e saíssem a patrulhar as ruas.
― E não se esqueçam… Mantenham vigilância constante! Não se separem e protejam-se uns aos outros!
Aos poucos a multidão foi-se dispersando e a morena pôde enfim aproximar-se ao irmão.
― Algo que me queiras contar? ― cantarolou a menor com diversão na voz.
― Não, nada! Porquê?
― Hmm… Vejamos… Ontem perguntaste-me como é que sabias se estava no momento de dar o próximo passo numa relação… e… essa é, sem sombra de dúvidas, a mesma roupa que levavas quando saíste do Instituto a noite passada.
― E?
― E… Como é que correu? ― perguntou ansiosa ― Não poupes nos detalhes! Quero saber tudinho!
― Izzy!? ― exclamou escandalizado.
― É apenas natural que queira saber como o meu maninho se saiu…Foram até ao fim? ― Alec ruborizou-se, sentindo as orelhas arderem fortemente. ― Então, a resposta é sim. Foi bom?
― Izzy!?
O Lightwood mais velho deu meia volta, querendo fugir do futuro e infindável interrogatório a que seria indubitavelmente submetido. Isabelle correu atrás dele, soltando questões embaraçosas, sem ligar aos ouvidos alheios que poderiam escutar demais.
― Quem foi o ativo? Provavelmente foi o Magnus…
― Eu! ― murmurou Alec em voz praticamente inaudível.
― A sério? Como te sentiste? Magnus parece ser experiente pelo que deve ter sabido exatamente o que fazer para te satisfazer, hã!? ― Deu uma cotovelada amistosa nas costelas do irmão, desaparecendo no corredor que levava ao exterior, na companhia de Alec e Clary, que fazia o seu melhor esforço em ignorar as palavras subidas de tom da amiga.
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Num luxuoso edifício, fizeram-se sentir diversos tremores, oriundos de uma potente fonte de poder mágico. Magnus tentava ao máximo conter os avanços do inimigo, mantendo as barreiras intactas e operacionais, mas aquela magia provinha sem dúvida alguma de um Warlock mais velho e como tal, mais poderoso do que ele mesmo. Só lhe ocorria uma pessoa que poderia ser o possuidor de uma energia tão brutal e esta era, sem dúvida nenhuma, má notícia.
Os seus esforços foram apenas isso… Esforços! As barreiras começaram a apresentar brechas, devido à pressão exercida por uma força externa colossal. O High Warlock de Brooklyn movia os braços a uma velocidade exorbitante, invocando gigantescas quantidades de magia e lançando-as contra a porta, na esperança de que esta mantivesse o intruso do lado de fora… Mas tal não aconteceu como o planeado.
Num ímpeto a porta abriu-se com uma forte explosão de energia, destruindo a última barreira de defesa que Magnus havia invocado, sendo então impelido contra a esquina de um móvel, batendo com a cabeça e caindo assim de imediato no Mundo dos Sonhos, sem chegar a confirmar as suas suspeitas sobre a identidade do intruso que o atacara na sua própria residência.
Meses depois…
Alec entrou no destruído apartamento que pertencia ao seu namorado e dirigiu-se ao quarto, onde o odor deste ainda perdurava, apesar da sua longa ausência. Estava tudo tal e qual como Magnus havia deixado na manhã em que se despedira dele antes de regressar ao Instituto de New York. Os mesmos lençóis enrodilhados, o cobertor atirado aos pés da cama, as toalhas jogadas descuidadamente sobre a carpete que antecedia a porta do quarto de banho… Tudo igual e, ainda assim, tão diferente ao mesmo tempo.
― Pensei que te encontraria aqui… Vejo que tinha razão!
― Jace! ― O dito cujo entrou no quarto, sentando-se na beira da cama, ao lado de Alec.
― Sabes que nunca iremos deixar de procurá-lo…
― Mas a Clave…
― Não importa o que esses snobs digam! Magnus é parte da família… E os Lightwood nunca abandonam a família… Foste tu quem me ensinou isso, Alec.
oOo
Os Shadowhunters lutavam por não perder a esperança, mas os meses continuavam a passar e não havia forma de conseguir quaisquer pistas sobre o paradeiro de Magnus Bane ou sobre a identidade do seu misterioso sequestrador. Este não havia deixado mais rastos para além do sangue da vítima na aresta de um móvel.
― Clary! ― O grupo vira-se ao escutar a voz do vampiro. ― Raphael encontrou-o! Magnus… Quero dizer encontrou o Magnus!
― Como? ― Alec avançou velozmente, agarrando o Daylighter pelo colarinho e erguendo-o uns escassos cinco centímetros do solo.
― Calma, Alec! Simon só quer ajudar…
Clary separou Alec do seu pseudo-namorado, ainda estava a tentar entender como lidar com o novo "não parentesco" com Jace. "Primeiro eram desconhecidos que se apaixonaram, depois eram irmãos, pelo que adeus romance e agora resulta que não eram irmãos!? Alguém lhe dê um descanso! O seu coração não consegue lidar com tantas emoções juntas!"
― Desculpa-me, Simon, mas é a primeira boa notícia que tenho em meses.
― Tudo bem! Eu próprio não sei como reagiria se fosse… Ra-Clary! ― A verdade quase deslizou por entre os seus afiados caninos, passando o lapso inadvertido pelos presentes. ― Raphael encontrou-o a umas poucas ruas do Hotel Dumort, estávamos… estávamos a… ― Recordou o momento em que o Líder do Clã o empurrara, cortando o beijo sem aviso. ― Não interessa! O facto é que começou a correr repentinamente! Disse que conseguia sentir o odor do sangue de Magnus no ar…
― Sangue!? ― O temor latente numa única palavra, que foi pronunciada em uníssono por parte dos Shadowhunters.
