N/a: Aí está mais um projeto meu J/L... a proxima fic que postarei vai ser T/V, porque tmb amo esse casal...
espero que gostem da idéia.. ;)
Beijos e boa leitura
Perda e Reencontro
Junho de 1977
Lílian Anne Evans observava pela janela da sala, com o rosto marcado pelas lágrimas e uma expressão de tristeza, as pessoas que caminhavam felizes pelas ruas de Nova York. Estavam preocupados apenas em chegar a salvo em suas casas antes da chuva fortíssima que estava por vim. Pareciam não saber quão frágil a vida era.
Em cima de uma grande estante de mármore, um relógio de porcelana anunciou quatro horas da tarde com um delicado timbre. Lílian juntou suas pequenas e delicadas mãos sobre o vestido negro que usava, apertando-as uma contra a outra, e lutando para que a dor que sentia não deixasse que suas lágrimas caíssem. Sabia que era a hora do café da tarde, que sempre compartilhava com sua mãe, Marie Evans. E a morte dela nesses momentos parecia cada vez mais real, mesmo que para Lílian ainda fosse inacreditável. Como sua mãe, uma senhora de cinqüenta anos, viva e energética pudera morrer tão repentinamente assim? A noite de seu falecimento fora a única noite que Lílian não dormira em sua casa durante todas as férias. Fora passar um dia na casa de Alice, a melhor amiga, a pedido da mesma. E agora se arrependia amargamente disso.
Tinha passado apenas um dia do velório de Marie. Mas para a ruiva parecia uma eternidade. A gentil e afetuosa mulher em quem Lílian havia encontrado mais do que uma mãe, uma protetora, uma confidente, uma amiga nunca mais mostraria seus lindos olhos verdes para a filha, que os herdara, e jamais lhe faria companhia no café da tarde em dias de chuva, como hoje.
Apesar de seus esforços para não chorar, uma dor lacerante atingiu seu coração, fazendo com que de sua boca saísse um pequeno gemido, e assim obrigando as lagrima rolarem por seu delicado rosto. Nunca mais desfrutariam de tardes inteiras cozinhando, ou no caso de Lílian, vendo a mãe fazer seus pratos favoritos. Nunca mais Lílian poderia encantar sua mãe com as magias que aprendera em Hogwarts. Nunca mais sua mãe a atazanaria pelo traste do Potter. Agora saudosa, poderia até ouvir a voz calma que sempre lhe fora uma característica, zombando-lhe "Minha filha, como vai seu amado Potter", e ela sempre grosseira quando se tratava desse assunto "Mamãe, eu te amo, mais cale a boca, por favor", onde sua mãe soltava uma enorme gargalhada. Nunca mais haveria a proteção de sua mãe, que a tornara a curandeira mais nova a ingressar no St. Mungus, mesmo com todos os preconceitos existentes contra ela. E agora, queria mais do que nunca vê-la saindo da cozinha com pequenos cookies com gotas de chocolate e um delicioso chocolate quente para que as duas desfrutassem, jogando conversa fora, enquanto Petúnia se trancava em seu quarto, não suportando a presença da irmã. Queria mais do que tudo na vida que sua mãe apenas lhe sorrisse mais uma vez.
O desespero em que Lílian vivia a estava matando. Sua solidão era tão grande, que sentia que não tinha forças para suportá-la. Sentia-se fraca e exausta. Tudo o que queria era dormir, porém quando se aconchegava em sua cama, todos os acontecimentos se tornavam mais reais, a partir do momento que sua mãe não abria a porta de seu quarto para dar-lhe um beijo carinhoso de boa noite. Sentiu-se tonta de repente e isso não a surpreendeu. Havia comido pouco desde a morte de sua mãe. Se resumindo a uma sopa e algumas torradas. E sabia que onde quer que sua querida mãe estivesse, não estava nada feliz com ela. Nem seu pai. Seu querido pai que havia partido quando ela ainda tinha doze anos. Um trágico acidente de carro fora o causador de sua trágica e prematura morte. Porém o baque fora bem menor do que agora. "Claro, naquela época tinha apenas doze anos, uma criança admirada com as magias recém descobertas e com o apoio de mamãe... que não tenho mais". Sua mãe sempre forte e resistente a tudo e a todos. Lembrava até hoje do dia em que pensara desistir de Hogwarts.
Flashback
- Olá mamãe... – Lílian acabara de entrar pela porta, já sendo abraçada por sua mãe. Estava em suas férias de natal, com seus quatorze anos agora.
- Lily, querida, senti tanta saudade de você minha filha, como tem ido? Esta se alimentando bem, estou achando que você está muito magra e abatida, oh meu Deus, alguém te fez algo minha filha, me conte porque...
- Não mamãe, eu estou ótima – sua mãe parara de tagarelar sozinha para escutar a filha. Após essa frase seus olhos ficaram meio fechados, desconfiados.
- Então porque essa cara preocupada e essas olheiras enormes? – Lílian revirou os olhos. Sua mãe era um primor de animação.
- Eu só... posso entrar em casa primeiro e depois conversamos? – Sua mãe sorriu-lhe, ajudando-a com as malas. – E Petty?
- Ah, sua irmã foi passar as férias com Guida Dursley, lembra-se dela? Irmã daquele Valter?
- Sim, me lembro sim, parece mais uma porca do que uma mulher... – Marie lhe lançou um olhar reprovador. – Ah mamãe, qual é? Ela é uma... – de novo o olhar. – Chata...
- Mas é amiga de sua irmã e devemos respeitar isso...
- Ok, ok, mas eu ainda acho melhor você tomar cuidado. Creio que Petty tem interesses naquele leitão que vocês chamam de Valter.
- Lílian! – porém sua mãe ria. – Eu também acho. Mas não posso impedi-la de ter algo com ele. Ela já tem dezessete anos filha, e se gosta dele, paciência. Devemos nos conformar.
- É... mas eu esperava algo melhor para Petty... – concordou Lílian, se dirigindo a cozinha, atraída pelo cheiro de cookies. Marie ficou parada vendo a filha. Lílian tinha um coração tão bom. Mesmo sendo mal tratada pela irmã ainda se preocupava com a mesma. Tinha um humor negro em relação a Petúnia, dando-lhe vários apelidos estranhos, porém Marie sabia, era apenas a mascara que ela usava para esconder a dor de ser rejeitada, e esconder também sua preocupação com a mesma. Sempre tão orgulhosa. – Mamãe, não acredito que você fez cookies!
- Não sei por que, meu amor, todos os anos eu faço! – Lílian sorriu, um sorriso triste porém. – O que aconteceu com você Lily?
Ela pode ver a preocupação nos olhos de sua mãe. Não era justo não contar-lhe nada. Não era justo deixar-lhe às cegas enquanto sofria tanto.
- Eu... – respirou fundo. Seus olhos marejaram e sentiu-se fraca. – Eu não quero mais voltar à Hogwarts mamãe. Não quero.
- Lily... – sua mãe a abraçava enquanto uma lágrima caia dos seus lindos olhos verdes. – Porque não? Você ama aquela escola de paixão!
- É que a senhora não entende...
- Garanto que se me explicar entenderei perfeitamente... – e olhou nos olhos da filha. Tão iguais aos seus. Lílian sorriu e disse-lhe.
- Eles me rejeitam pelo que sou... – sua mãe fez cara de confusa – Uma nascida trouxa mamãe. Eles acham que por isso eu tenho sangue sujo. E não se cansam de dizer isso toda vez que me encontram!
- Lily... eles quem?
- Os Sonserinos... – Sua mãe, que tinha alguns conhecimentos sobre Hogwarts, "Ora! Preciso saber pra onde minha filha vai!" Revirou os olhos.
- Você quer sair do colégio por causa deles? – perguntou desconfiada. Lílian agora ficou vermelha. De ódio.
- Não.
- Então porque mais?
- É que... é que... – seus olhos marejaram novamente. – Lembra-se daquele garoto que eu disse, que estava me atazanando para sair, e que eu fui a Hogsmeade?
- Sim, lembro-me. James Potter, não? – Lílian assentiu. – O que ele fez?
- Ele me traiu com uma sonserina mamãe – ela disse rapidamente, enquanto limpava os olhos bruscamente. – E nunca mais quero vê-lo. Pois o matarei se o vir.
Sua mãe olhou-a seriamente.
- Se tem uma coisa que eu sempre admirei em você Lílian – seu tom era sério. E um pouco severo também. – É que nunca desistiu de seus objetivos pelos obstáculos postos na sua frente. Sempre superando-se e saindo-se espetacularmente bem. Nunca desistindo por coisas bestas como sonserinos idiotas e namorados imbecis. Porque isso agora, hein? Porque isso quando você está tão perto de ser o que sempre quis?
- Eu... – Lílian sentia vergonha agora, por ter sido tão fraca e idiota.
- E eu não quero que pense que você é fraca muito menos idiota Lílian – a ruiva arregalou os olhos. – Você é uma menina doce e adolescente, e sente duvidas e inseguranças como todo mundo. Bruxo ou não. Mas você também é determinada e corajosa. E eu sei que você consegue.
- Mas é que dessa vez esta insuportável mamãe...
- Eu te entendo Lílian, juro que te entendo, mas você não pode desistir por causa de outras pessoas. É como se você estivesse entregando o seu destino a elas, e deixando que elas façam o que quiserem com você. E isso eu sei que você não admitiria. Nunca conseguirão arrancar sua liberdade meu anjo.
Sua mãe a abraçou, enquanto Lílian sorria mais aliviada.
- Por mais dura que a vida possa se mostrar, temos que seguir adiante, porque um dia ela também mostrara seu lado feliz.
E Lílian sorriu. Sorriu verdadeiramente.
Fim do Flashback
E a Lílian de agora sorria também. Como se aquela conversa acabasse de acontecer, e ela ainda estivesse protegida nos braços quentes de sua mãe. Mas a sensação passou assim que um alto trovão ecoou no céu, trazendo-a bruscamente para a realidade. A realidade de que sua mãe não estava ali, e nunca mais estaria. Escutou passos no corredor. Viu a sua velha amiga e empregada da casa de tanto tempo, com os olhos vermelhos, encarando Lílian.
- Desculpa Lily querida – murmurou Ivy – Você gostaria de tomar café agora?
- Pode servir-lo Ivy, obrigada – disse baixinho, mesmo não sentindo a mínima vontade de alimentar-se. Esperava apenas que o calor do chá a esquentasse. Desde que saíra do cemitério sentia um frio tão grande dentro de si mesma, que atingia até os ossos. Alguns momentos depois, Ivy serviu-lhe o café, saindo após o ato.
Lílian olhou para os cookies, sentindo-se extremamente enjoada ao ver-los. Hoje sua mãe não lambuzaria suas bochechas de chocolate. Alcançou a xícara de chá, e tomou um gole. Um certo conforto desceu sobre seu corpo. Como se tudo estivesse bem. Acabou seu café, sem tocar porém em nenhuma das bolachas la postas e subiu para seu quarto, entrando no banheiro e tomando um delicioso banho quente.
Sua mãe a mataria se visse a toalha encharcada em cima da cama e a roupa suja fora do cesto no banheiro. Lílian sorriu, como se tivesse feito uma pequena travessura. Pegou a toalha e estendeu-a, recolhendo a roupa em seguida, para que Ivy a lavasse depois. Vestiu uma confortável calça jeans e uma blusinha babylook azul bebe escrito "amor", que sua mãe lhe presenteara. O barulho de um carro estacionando fez com que saísse do seu ritual de pentear os enormes e lisos cabelos ruivos. Esperou alguns segundos e teve certeza de que era em frente sua casa que o carro parara, pelo som da campainha. Desceu calmamente as escadas, quando findara de pentear os cabelos, para deparar-se com seu cunhado, Valter Dursley, sem sua irmã, e mais um homem que não conhecia.
- Desculpe Lily – disse Ivy – não pude impedir que ele entrasse.
- Não se preocupe Ivy, assim está bem.
Avançou com serenidade fingida para a sala, fazendo um gesto para que os dois homens a seguissem. Estranhava o fato de Valter estar ali, quando sua irmã era brigada com sua mãe, e foi no velório apenas por remorso, creia Lílian. As duas tiveram uma briga quando Marie tentou evitar que Petúnia se casasse com dezenove anos, e esta fugiu de casa, voltando só agora, para o enterro, e casada.
- Mesmo após tudo... – Lílian começou em um tom baixo. – Você será bem recebido nesta casa Valter, e seu amigo...
- Rudd – disse o homem para Lílian estendendo-lhe a mão e apertando-a. – Howard Rudd.
- Bom... e seu amigo, Sr. Rudd também – Lílian sorriu-lhe educada. – Sentem-se, por favor. – Porém Valter Dursley ria, descaradamente. Lílian olhou-lhe intrigada.
- Que amável você é Lílian Evans – disse cínico. Sua boca se movia com a mesma velocidade que seu corpo. Ou seja, super lerdo. – Que grande gentileza a sua.
Lílian logo previu que algo de muito desagradável estava para acontecer. E sentiu-se preparada para isso. Seus encontros com Valter Dursley foram bem reduzidos, apenas quando vinha de Hogwarts e o encontrava com sua irmã, em raras ocasiões. Mas sabia que ele era um ogro da pior espécime. Sentando-se rudemente, Valter virou-se para Rudd e disse:
- Vai... desembucha homem. Você é o advogado... – Lílian arregalou os olhos. Então estavam ali por questões burocráticas. Ivy adentrou o aposento.
- Senhorita Lílian, quer que sirva alguma coisa para seus convidados? – perguntou a senhora educadamente.
- Sim... – começara Lílian mas fora interrompida grotescamente por Valter.
- Fora! – gritou ele e Lílian abriu a boca espantada. – Isto não é assunto seu, sua enxerida!
- Agora escute aqui! – Lílian falou em um tom de voz alto, porém não gritando. Potter bem sabia quando ela gritava. – Você não tem direito algum de falar assim com Ivy. Acima de empregada ela é a melhor amiga de minha mãe, e muito querida minha.
- Sua mãe morta! – retrucou Valter.
- Que seja, mas isto não vai ser um empecilho para que eu lhe quebre a cara ou algo pior! – disse enquanto Ivy se retirava silenciosamente. – E você, Ivy, fique.
Contrariado, Valter voltou-se para Rudd novamente:
- Continue mesmo assim. – Rudd ergueu-se, olhando Lílian com cara preocupada.
- Lílian...
- Senhorita Evans para você – cortou Lílian. Se aquele homem era amigo do Ogro, não era mais educado do que o mesmo.
- Bom, senhorita Evans, eu fui contratado pelo Senhor e a Senhora Dursley para acionar o testamento de sua mãe. E ele já está comigo, a pedido de sua irmã.
- Mas... ela não pode! – Lílian disse indignada. – Mamãe tinha seu próprio advogado e creio que ele é completamente capaz de...
- Sim é, porém Petúnia, como mais velha e responsável por você até a maioridade, pode fazer isso sim – retrucou Valter rudemente.
Lílian sentiu-se perdida. Ela ainda era menor de idade até janeiro. E a noticia de que teria que morar com sua irmã meio ano, sozinha, era a pior de todas possíveis.
- Hum... – disse meio aérea. – Você o lerá agora? – perguntou a Rudd.
- Bom... – deu uma ligeira olhada a Valter. – Bem, sim.
Lílian olhou-o esperando. Rudd não fazia nada sem o consentimento de Valter. Patético.
- Vai começar ou não? – perguntou rudemente. Sua paciência com pessoas assim costumava ser bem curta.
- É um pouco comprido. Pequenas quantidades e tal. Deixou coisas para empregados e parentes distantes. Nada de muito importante. O principal é que a senhora Evans, deixou toda sua pequena fortuna, esta casa e todos os seus bens, a sua única filha maior de idade, Petúnia Evans, que tomará imediata posse.
- Que? Petúnia? Imediata? – Lílian estava chocada. Sua mãe não lhe deixara nada? Absurdo. – Posso ver o documento? – perguntou, contendo sua raiva.
Rudd olhou novamente para Valter, no que Lílian bufou e puxou os papeis de sua mão. Leu tudo calmamente, quando se deteve na data.
- Mas isso é de sete anos atrás! – disse chocada. – Papai nem tinha morrido ainda! Obvio que após sua morte mamãe renovou o testamento.
- Não senhorita, te garanto que não – disse Rudd rapidamente. – Muitas pessoas fazem testamente há bastante tempo, por conveniência e precaução – tomou-lhe os papeis e começou a enrolar-los. – Uma decisão muito sensata, digo de passagem.
Lílian estava chocada. Acordou de seu transe quando a fala de Valter penetrou seus ouvidos.
- Você se achava tão importante assim? Acha mesmo que sua mãe te amava tanto assim?
Lílian o mirou com fúria nos olhos. Valter prosseguiu.
- Pode até ser, mas quem sabe no seu leito de morte, ela tenha sentido remorso do mal que fez a Petúnia e de como era injusta com ela, dando-te tudo o que sempre quis e deixando minha pobre esposa sem nada? Quem sabe no fim da vida, sua mãe sentiu vergonha de ser a péssima mãe que foi para Petty!
Por pouco Lílian não sacou a varinha que sempre a acompanhava e acertou-lhe um feitiço no meio no nariz. Porque aquele Rudd tinha que estar la, porque?
- Minha mãe – disse com a voz contida de raiva – era uma excelente mulher. E se Petúnia não tem a capacidade de amar ninguém, nem bem a própria mãe, a culpa não é minha. Ela era uma mulher justa e nunca me deixaria sem nada.
- Pois ela deixou. Você leu os papeis Líl...
- EVANS! – berrou se descontrolando. – Para você é Evans, Dursley.
- Sua mãe te deu tudo do bom e do melhor. Pelo que Petúnia me disse, você sempre tinha as melhores coisas, as melhores roupas, até a melhor escola!
Por um momento Lílian se embaraçou. Petúnia, que sempre a condenara por ser bruxa, dissera a Valter sobre Hogwarts?
- Melhor escola? Você sabe alguma coisa sobres Hogwarts por acaso? Mais trouxa do que você é eu tenho minhas duvidas...
- Me respeite sua pirralha! – Disse com os bigodes de leão marinhos balançando enquanto falava. Lílian apenas sorriu.
- Porque deveria? Você vem até a minha casa, insulta meus amigos e minha falecida mãe, me insulta, ainda crê que pode me dizer o que fazer ou não?
- Pois eu vou te ensinar... – ele disse avançando pra ela.
- Ensinar o que? – Lílian disse sacando a varinha calmamente. Valter olhou para ela como se fosse louca.
- Eu sabia que você era louca, mas nem tanto. Acha que um pedaço de madeira pode me assustar?
- A você não, mas a Petúnia, tenho certeza que sim – Lílian retrucou, entendendo que sobre Hogwarts, Petúnia deveria ter inventado uma mentira qualquer. Valter não tinha se assustado com a sua varinha. Ele não sabia nada. "Droga!".
- Você está ameaçando a minha mulher?
- Digamos que estou ameaçando você – ela disse calmamente.
- Você é mesmo muito burra, menina – ele disse vermelho. Lílian levantou uma sobrancelha. – Me ameaçando em frente a um advogado. Eu vou te processar. Você vai perder tudo o que você tem!
- Você não sabe o que eu tenho. Você não sabe do que eu sou capaz. Crê que eu me importo com os bens materiais? Pois não me importo, mas você Dursley, e a sua mulher, vão pagar por tudo o que fizeram minha mãe passar, por tudo!
- Tenho tanto medo – ele disse desdenhando. – Agora vou te dar um aviso. Esta casa tem que ser desocupada ainda hoje. Petúnia e eu nos mudaremos amanha mesmo.
Lílian assombrou-se com a crueldade de sua irmã. Sempre soube que Petúnia era fraca e idiota, mas não tão cruel assim. Sentiu nojo por ser irmã dela. Apesar de que a única coisa que tinham em comum era o sangue. Lembrou-se imediatamente de Sirius, seu amigo, e de Potter também. "Eu to pouco aí para sangue Lílian, pra mim o caráter é o que conta.". Agora ela entendia o amigo. E o defendia também.
- Não se preocupe Valter, você não me verá nunca mais. Porém eu digo uma coisa, haverá um dia que você e a vaca da minha irmã precisaram de mim. E neste dia, vocês vão sofrer tudo o que eu estou sofrendo agora.
E sem dizer mais nada, Lílian subiu para seu quarto, sentindo-se a pior pessoa do mundo. Nem lutaria para tentar manter a casa que a mãe tanto gostava em paz? Deixaria tudo assim?
"Por enquanto. Sou menor de idade e não posso fazer nada, mais assim que tiver tudo sobre controle, esse porco pagará por tudo. Cada centavo.".
Com um pouco de paciência, já que não podia usar varinha ainda, Lílian arrumou todas as suas coisas em seu malão de colégio que achou que nunca mais usaria. Pegou sua pequena coruja, e desceu os degraus calmamente. Dursley e Rudd ainda estavam no mesmo lugar, conversando em cochichos. Parou e chamou por Ivy novamente.
- Sim senhorita – disse com lágrimas nos olhos.
- Ivy, pare de chorar – Lílian disse docemente.
- Mas você vai embora assim, pra onde você vai Lily?
- Ainda não sei Ivy, mas todos os meus amigos moram na Inglaterra, onde eu estudava, lembra? – Ivy concordou com a cabeça, porém os olhos arregalados.
- Você não está pensando em voltar para Inglaterra sozinha Lily, esta?
- Apenas por um tempo Ivy. Esses dias atrás eu li em um jornal bruxo que um amigo meu, que trabalha com exportações de moveis mágicos para Inglaterra, está partindo para la essa semana. Com um pouco de sorte, posso pedir ajuda a ele e assim que chegar à Inglaterra começarei meu trabalho no St. Mungus mais cedo, e volto para te buscar!
- Lily, é muito arriscado menina...
- Ivy querida, se eu ficar aqui com a minha irmã será um inferno. Você bem sabe como nos gostamos muito. E em um ponto aquele Ogro Porco tem razão. Petúnia é minha responsável até a maioridade. Eu simplesmente não posso ficar, me entenda. Eu sou livre... – No pensamento, a voz de sua mãe cortou sua cabeça: "Nunca conseguirão arrancar sua liberdade meu anjo.". Mais do que nunca Lílian tinha certeza de que partiria daquele lugar. Abraçando Ivy fortemente, se despediu, dando-lhe um beijo na testa. – Te prometo que voltarei. E não vou te deixar sozinha. Te prometo.
- Eu confio em você senhorita Lily... – disse secando uma lágrima. – Agora vá. E vá com Deus.
Lílian sorriu e saiu de casa sob os olhares de Dursley e Rudd. Podia ver o sorriso triunfante no rosto de Valter. Mias por pouco tempo. "Aquele filho de uma put... desculpe mamãe, mais dessa vez você terá que me dar a razão, ainda vai pagar por tudo o que já fez".
Lílian já estava andando há algumas horas. Assim que saíra de casa, era por volta das sete da noite. Não se lembrava exatamente o nome do navio de James. Desejaria acertar pelo menos o porto em que estava atracado. "Se já não tiver partido", sua consciência acrescentou maldosamente. Lílian tratou de afastar esse pensamento. Começou a imaginar a reação de Potter, por tantos anos desprezado pela garota, agora sendo o único refúgio que ela tinha. Será que ele a ajudaria? Depois de tudo que os dois já haviam passado, todas as brigas e discussões, será que não restou nenhum ressentimento? Depois daquele episódio do quinto ano, será que eles conseguiriam fazer uma viajem em paz? Depois daquela traição por parte dele, mas que a magoara profundamente?
Uma pontada forte na cabeça interrompeu o fluxo de pensamento. A dor era inevitável, já que não comia nada, e a única coisa ingerida no dia foram três ou quatro goles de chá. Ouviu o barulho das ondas sendo quebradas em pedras e calculou que deveria estar chegando. Um pouco mais que agüentasse estaria bem. Alguns homens assobiaram para ela. Também, não devia ser normal uma ruiva de incrível olhos verdes e um lindo corpo, saindo na beira de um porto onde só haviam marinheiros, as nove ou dez da noite. É, nenhum pouco normal.
Um homem baixo e barrigudo se aproximou dela. Lílian segurava a varinha firmemente por dentro do bolso de sua calça jeans. Suas roupas estavam molhadas pela chuva forte assim como o cabelo. Sentia frio e fome, e sua dor de cabeça não dava trégua. Apenas quando o homem estava a quase meio metro dela, foi capaz de reconhecê-lo. Pedro Petgreew. Um dos melhores amigos de James. Um dos Marotos. Então ele ainda estava ali. Pensando nisso, Lílian sentiu seus olhos sendo fechados e sua consciência descansar.
N/A: TAAAAAAAAAH aí mais uma fic novinha. Essa vai ser mais longa que P.s. Espero que tenham gostado da ideia ;)))
Bjooo eeeeeeeeeeeee Reviews são seeeeeeeempre bem vindas, então sintam-se em casa!! D
