Capítulo 1
Hoje a cidade de Prontera estava ainda mais viva, cheia de mercadores e lojas. Pessoas andavam rapidamente pelas ruas lotadas, cuidando de seus afazeres. Kazfiel estava exultante, caminhando enquanto o sol do meio-dia aquecia seu cabelo azul. Finalmente seu treinamento das artes arcanas estava completo, só faltava ele se tornar parte de alguma raça. Seu conhecimento sobre isso era muito pequeno, mas talvez seu amigo Remiel podia ajudar nisso. Eles não se viam a anos.
Passando pelas casas e templos mais ricos da cidade, ele chegou numa área encoberta pelas sombras, onde o sol era completamente ofuscado. Seus músculos se tensionaram, prontos para qualquer sinal. Uma sombra pairava sobre o telhado de uma das casas, vigiando os arredores atentamente. Subitamente, ela pulou e parou perfeitamente na frente de Kazfiel.
"Remiel!"
"Kazfiel, você nao devia andar por aqui, é perigoso." Apesar do aviso, o sorriso em seu rosto mostrava que ele estava gostando da situação.
Seu cabelo castanho caía graciosamente sobre seus ombros, em contraste com a pele extremamente pálida, diferente de como Kazfiel a lembrava. Sua armadura era diferente, toda preta com fios prateados nos braços e pernas. Um símbolo semelhante a uma rosa adornava a roupa de seda que cobria seu peito.
"Você está tao diferente..." e elegante, mas ele não queria admitir aquilo em voz alta. Seu gosto pelo lado masculino não seria bem visto pelos outros, ainda mais Remiel.
"Talvez você possa deduzir porque eu estou assim." Seu sorriso ficou maior, mostrando dois caninos afiados; a marca dos vampiros. Seus dentes tinham um brilho perolado.
Kazfiel ficou extremamente entusiasmado; talvez ele finalmente pudesse mudar de raça hoje, com a ajuda do amigo. Ele tinha um fascínio especial por vampiros.
"Remiel, por favor, me ajude a mudar de raça!"
"Se quiser, eu te ajudo a virar um vampiro, igual a mim." Kazfiel concordou balançando a cabeça. "Ótimo, então venha comigo."
As técnicas para mudança de raça eram guardadas com muito zelo e passadas de geração em geração apenas pela família real de Rune-Midgard. Se ele nao aceitasse a oferta de Remiel, provavelmente não haveria outra chance.
Os dois chegaram ate a Kafra da cidade, e o vampiro cochichou algo em seu ouvido. Talvez fosse só uma precaução para que outras pessoas nao ficassem sabendo onde se encontravam esses lugares secretos. As Kafras teleportavam qualquer um sem distinção, contanto que a pessoa tivesse certeza de onde estava indo.
Remiel segurou firmemente na mão de Kazfiel, que corou discretamente. Ele só se lembrava agora de como a mão do amigo podia segurar tão firmemente a sua. Elas se encaixavam com perfeição. Apesar disso, estava extremamente fria.
Num piscar de olhos, a cidade em torno deles desapareceu, sendo substituída pela escuridão total. Kazfiel nao fazia idéia do que o esperava nas trevas.
