A série Once Upon in Time e todos seus personagens não me pertencem. Esta estória não pode ser comercializada e seu objetivo é somente para entreter.
Chovia forte lá fora...
A ventania balançava com força os galhos das árvores, e raios trovejavam o céu negro sem piedade. Embora Emma Swan estivesse protegida sob o teto de sua confortável casa, ela sabia que após aquele terrível acidente, jamais iria superar seu trauma de tempestades como aquela...
Emma apertou os lábios e olhou fixamente para apenas uma gota solitária, que estava escorrendo pelo vidro da janela... Ela não notou, mas involuntariamente uma lágrima também escapou dos seus olhos, tão triste e solitária quanto aquela que escorria pelo vidro. Emma evitava chorar quando seu filho, Henry, agora com oito anos, estava por perto. Na verdade, evitava chorar na frente de qualquer um... Desde que se conhecia por gente, Emma nunca teve uma vida fácil. Foi abandonada pelos pais, e criada num orfanato por alguns anos. Achou que jamais seria adotada, até que certo dia finalmente a sorte resolveu lhe bater na porta, e um jovem casal que não podiam ter filhos se encantaram com aquela linda menina de olhos esverdeados e cabelos louros. Emma foi adotada quando tinha a idade de Henry. Janet e Henry, seus pais adotivos, a educaram da melhor forma possível, e lhe deram tudo o que estavam em suas mãos. Ela agradecia todos os dias por ter encontrado pais tão amorosos e agarrou com força todas as oportunidades que eles lhe proporcionaram. Quando ela estava angustiada ou com problemas, eles sempre estavam lá para lhe dar bons conselhos. Emma então cresceu aprendendo com eles a ser boa, honesta e integra.
Janet e Henry participaram de todos os momentos importantes de sua vida, suas vitórias no campeonato de judô, seu aniversário de quinze anos, sua formatura da faculdade... Emma queria que seu pai também estivesse lá no dia do seu casamento, mas era tarde demais...
Ele havia falecido dois anos antes...
Emma sabia que isso aconteceria algum dia, acontece com todo mundo... Mas quem está preparado? Ela achou que sua mãe não conseguiria superar, mas Janet encontrou forças de onde nem imaginava e seguiu em frente. Embora não fosse sua mãe biológica, Emma achava que era forte e determinada como ela.
Mas estava enganada...
Se não fosse por Janet, se não fosse ela que estivesse ao seu lado quando o telefone tocou naquela noite, ela não saberia dizer se teria forças para continuar sua vida... E três anos depois, aqui estava ela. Graças aos conselhos de Janet, Emma estava começando tudo do zero, deixando para trás seu passado em Nova York, começando uma nova vida numa cidadezinha chamada estranhamente de "Storybroke", ao lado do seu filho, e do seu noivo, Bryan Whright...
Emma jamais imaginou que um dia ficaria noiva do seu colega de trabalho, e por ironia do destino, melhor amigo de Neal. Emma, Neal e Bryan trabalharam juntos por alguns anos no mesmo departamento de perícia criminal de Nova York, como investigadores. Ela nunca percebeu nenhum sinal de que Bryan estava interessado nela, ele sempre a tratou com muito respeito e profissionalismo. Emma achou que ele escondia seus verdadeiros sentimentos por medo de perder a amizade de Neal... Após o acidente, ela também achou que ninguém jamais ocuparia o lugar do seu ex-marido, e que nunca mais encontraria um homem como Neal... Após o funeral, Emma se afastou do trabalho, e ficou alguns meses na profunda depressão... Foi então aí que seu relacionamento com Bryan começou...
Bryan começou a visitá-la quase todos os dias, para ver como ela estava. As vezes eles conversavam por horas, as vezes alguns minutos... tudo dependia do humor dela. Embora estivesse devastada por dentro, ela gostava de conversar com Bryan, isso a mantinha distraída por algum tempo, e ela começou a gostar da companhia dele. Aos poucos, os dois foram se conhecendo melhor, foram ficando cada vez mais íntimos, as vezes no meio da conversa, Bryan colocava sua mão no braço dela, ou no seu joelho. Quando Janet soube que ele estava interessado na sua filha, logo ficou toda animada!
*Porque você não dá uma chance pra ele?* Ela sempre falava quando se encontrava com Emma. O que mais ela queria para sua filha, é que fosse feliz, e achava que Emma estava desperdiçando sua vida bem na frente dos seus olhos. O que aconteceu com Neal, foi traumatizante e trágico, ninguém pode esquecer uma coisa assim do dia para outro, mas chega uma hora que temos que superar, e seguir em frente, assim como ela fez quando seu marido se foi... Emma demorou para ouvir os conselhos de sua mãe, ela não queria começar um novo relacionamento, seu coração ainda doía por causa de Neal. Mas então ela começou a pensar no seu filho... Assim como seus pais adotivos, Emma queria dar tudo o que podia para Henry, principalmente uma família. Ela queria lhe dar uma família completa. E ela sabia o quanto Bryan estava disponível para lhe oferecer isso.
Então as coisas foram acontecendo aos poucos, eles começaram a sair juntos, passear juntos, começaram a se conhecer melhor... e então algum tempo depois, Bryan lhe pediu em casamento. Era para ter sido o dia "mais feliz da sua vida", mas... Ela ficou feliz por Henry, que agora tinha uma família completa. Quando os dois ficaram noivos, Bryan fez uma proposta a Emma, ele sempre sonhou em morar numa cidade pequena, longe da agitação e correria de Nova York, que sempre sonhou em ser o "chefe da casa" e cuidar da esposa e dos filhos. Emma nunca se imaginou sendo dona de casa, sempre foi muito independente e hiperativa, mas pensou melhor e achou que não seria uma má ideia, afinal, passaria mais tempo com Henry.
Emma pensou que com o tempo ela aprenderia a amar Bryan, mas após um ano depois do noivado, ela percebeu que ainda estava aprendendo...
-Vendo a chuva passar denovo? Uma voz familiar lhe fez sair dos seus pensamentos. Bryan chegou por trás dela e lhe deu um beijo no rosto. Ele sabia que ela estava pensando em Neal, toda vez que caia uma tempestade ela sempre pensava nele e no acidente. Emma enxugou uma lágrima rapidamente para Bryan não perceber que ela estava chorando, e tentou mudar de assunto.
-Como foi o trabalho hoje? Ela sempre perguntava a mesma coisa, e ele sempre dava a mesma resposta padrão, sem dar mais nenhum detalhe.
-Foi bem. E como foi seu dia? Ele perguntou segurando a mão direita dela. Como foi meu dia? Sério Bryan? O que mais de tão interessante posso fazer sozinha numa casa à tarde toda? Emma pensou consigo mesma. Mas o que realmente respondeu foi:
-Foi bom, foi bom...
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, sem saber o que dizer um para o outro. Todos os assuntos haviam se esgotado, Bryan não sabia mais como puxar uma conversa. Neal sempre tinha algo novo para contar... Emma pensou. Quando Bryan abriu sua boca para tentar quebrar o gelo entre eles, o ônibus de Henry chegou. Ele colocou sua mochila em cima da cabeça para se proteger da chuva e saiu correndo. Emma foi até a porta e abriu para ele entrar.
-Henry! Você não levou o guarda-chuva?
-Desculpa, mãe... eu esqueci.
Bryan colocou a mão nos bolsos e ficou lá parado observando Emma ajudar seu filho a tirar o casaco e o tênis todo ensopado de água. Nos últimos meses ela vinha dando mais atenção pra Henry do que para ele. Bryan também começou a perceber que Henry estava mudando seu comportamento. Henry sempre respeitou Bryan, mas também nunca teve muita afinidade com ele, ao ponto deles se comportarem como pai e filho de verdade. Henry costumava a cumprimentá-lo, e as vezes até assistir algum filme com ele nos finais de semana, isso quando Bryan tinha tempo. Mas agora ele estava diferente, as vezes Henry fingia que não o via só para não ter que cumprimentá-lo.
-Oi, Henry. Como foi a escola? Bryan fez questão de falar bem alto para que ele percebesse sua presença ali. Henry não lhe respondeu, apenas assentiu com a cabeça, pegou sua mochila e correu para seu quarto. Bryan suspirou frustrado e se sentou no sofá para relaxar e assistir um pouco de tv.
Essa era a rotina diária deles. Quando Bryan estava em casa, passava a maior parte do tempo assistindo jornal ou navegando na internet. Emma foi para cozinha preparar o jantar, e enquanto cortava os temperos perguntava a si mesma se tinha feito mesmo a escolha certa...
