Ela estava absorta em seus pensamentos, fechada somente em seu mundo sem querer abrir seus olhos, subir suas pálpebras e enfim abrir os olhos para uma nova vida. Não, ela se recusava a esse tipo de humilhação. De forma que a velocidade do veiculo aumentava o coração de Amber acelerava, cada vez mais rápido até então voltar a velocidade normal, junto a sua respiração que até alguns minutos atrás estava ofegante. Ouviu a porta se abrir e sentiu a brisa gélida bater contra seu rosto, ouviu vozes, porém recusou-se a se mover. Sentiu seu braço ser violentamente puxado e então como um cachorro vira-lata foi jogada para fora do carro, cambaleou alguns passos até enfim parar de pé, abriu os olhos.
Uma luz forte ofuscou sua vista a deixando temporariamente cega, apesar da brisa gélida o sol pairava por dentre as nuvens abrindo um pequeno espaço entre elas. Ela ergueu a mão tampando a claridade e então se virou para o edifício ao seu lado. De fato era idêntica ao que Amber esperava, alguns alunos caminhando pelo pátio extenso vestidos da mesma maneira, diferenciados apenas por algumas saias e assessórios de cabelo, outros sentados aos pés de alguns carvalhos quase sem nenhuma folha, conversavam entre si alegres, podia se ouvir altas risadas vindas de alguns grupos mais próximos, e já um pouco mais afastado um grande campo de futebol americano aonde vários alunos vestidos de modo exagerado jogavam entre si.
Suspirou pela milésima vez no dia, novamente derrotada. Agarrou com uma das mãos a alça da mala e com a outra uma mochila um tanto gasta, sozinha partiu rumo ao edifício, olhou de soslaio para o carro que a segundos atrás estava atrás dela, o mesmo agora já rumava para uma estrada próxima dali. Por que diabos haviam a colocado em um lugar tão longe? Apenas o que podia se ver das janelas eram os extensos campos e montanhas, e um pouco mais longe dali, um lago aonde uma barca ancorava, uma cidadela mais afastada e uma linha de trem.
