Olá a todos! Bem vindos
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Eu sei que um mundo só de homens em Yaoi já é cliché, mas eu ainda não tinha feito e quis experimentar ^^ Mas mesmo assim eu espero que vocês gostam, porque mesmo algo cliché é bom de se ler...
Nota - Aqui a Kushina e Mikoto são homens xD Não me matem por isso ok? E chamei a Kushina de Kushino O.O Desculpem qualquer coizinha
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Beta Reader – Akimi_Tsuki
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Espero que gostem, tenham uma boa leitura.
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Beijos
More Than na Forbidden
Capitulo 1 – Engagements in Tears
Algures na linha do tempo um vírus atacou a população humana infestando as águas doces do mundo com uma rapidez para lá de surpreendente. Nascera de um genoma humano modificado feminino que se alterou e se tornou num vírus muito violento, principalmente para o cromossoma XX da mulher. Fora libertado descuidadamente por um laboratório de pesquisa pouco controlado. Depressa as mulheres do mundo começaram a ficar doentes, com doenças degenerativas completamente desconhecidas, até que o pior aconteceu – a infertilidade atingiu as mulheres da espécie humana.
Em menos tempo do que qualquer cientista previa, a população humana feminina tinha desaparecido. O futuro seria a extinção certa da raça humana. No entanto, no meio do caos surgiu um grupo de génios cientistas com uma solução pouco ortodoxa. Conseguiram engravidar um homem, incrivelmente usando o vírus modificado de genoma feminino. Aqui nascia uma nova conceção do mundo.
O mundo era agora totalmente governado por homens que se podiam reproduzir como antes as mulheres, tudo graças ao milagre da ciência. Mas por razões estranhas, cientificas ou de mero destino, apenas nasciam bebés do sexo masculino. Ao que parecia, o genoma nascido do vírus continuava a reprimir o nascimento de meninas. Mesmo com a utilização da ciência para controlar o cromossoma de definição de sexo, os bebés acabavam sempre por nascer todos masculinos.
Com o passar dos anos e das gerações, o genoma modificou-se tremendamente criando um novo cromossoma a que os cientistas chamaram de XK, que já nascia naturalmente com os bebés. Os meninos que nasciam com este cromossoma podiam engravidar de forma natural como as mulheres tinham feito no passado. Mas também já passara tantos anos e séculos que ao certo já ninguém sabia o que era uma mulher, e não tinham verdadeiramente vontade de saber. No novo mundo existiam meninos XY que não engravidavam e eram chamados de Semes, e havia os meninos XK que podiam engravidar e eram chamados de Ukes, que conscientes ou inconscientes do passado, tinham ocupado na sociedade, já tremendamente avançada, o lugar das mulheres.
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Ele crescera ao lado daquele homem, que ele até há bem pouco tempo chamaria de rapaz. Uchiha Itachi era tudo o que se poderia desejar para se ter como marido. Era o filho primogénito de uma família rica que detinha um grande império de hotéis de luxo. E além de rico, era bonito. Os seus cabelos eram azuis petróleo, muito compridos e sedosos, e os seus olhos longos e encantadores, como duas pedras brilhantes de ónix. Tinha uma personalidade calma, paciente e afável, preocupava-se muito com quem gostava e amava. Havia quem dissesse que ele era perfeito. E existia quem invejasse de forma violenta Uzumaki Naruto por ser seu noivo. Mas quando este recebeu a notícia de que casaria com Itachi a reação foi bem diferente do que os esperados gritos de felicidade.
– Mas por quê? Por que é que eu tenho que me casar com o Itachi? – Perguntava em voz alta, e de forma muito pouco educada, um rapazinho de 14 anos. Os seus cabelos eram rebeldes e louros, de uma cor tão forte como a do sol. Os seus olhos azuis como pedras preciosas encaravam de forma petulante a cara de um belíssimo homem de cabelos ruivos, como a cor de um tomate, de olhos bem abertos e de um roxo escuro e profundo.
– Porque desde que nasceste que lhe estás prometido. – A explicação parecia mais que satisfatória para o mais velho, que sorria de maneira torta para o mais novo. – Agora veste as roupas que te demos e ajeita esse cabelo, pois nós vamos ter um jantar com a família Uchiha hoje à noite.
– Nós vamos a casa do Sasuke? – Questionou o rapaz esquecendo por completo a notícia do seu casamento arranjado, ao pensar do seu melhor amigo, Uchiha Sasuke.
– Sim, nós vamos a casa do Sasuke, pois vai ser lá a tua festa de noivado com o Itachi. – Frisou o homem, como se quisesse lembrar a Naruto que ele casaria com Itachi e não com Sasuke.
– Mas mãe, eu não quero casar com o Itachi-nii!
– Não é uma questão de querer, filho. É assim que tem de ser. É um compromisso. E já tens mais que idade para ser responsável e compreender isso.
O filho mostrou-lhe uma cara emburrada. Ele, na realidade, não compreendia.
– Mas eu não amo o Itachi! – Resmungou ainda mais alto.
– Também não é uma questão de amor, Naruto. – Explicou-lhe o mais velho. – Mas tenho a certeza que acabarás por amar Itachi. Eu, a princípio, também não amava o teu pai, mas aprendi a devotar-lhe o meu coração. Amor é uma coisa que se aprende. Tu vais aprender a amar o teu noivo.
– EU NÃO QUERO CASAR COM ELE! – Berrou e bateu os pés no soalho do chão.
– O que é que se passa aqui? – A porta do quarto foi aberta e entrou um homem, que era claramente uma versão mais velha de Naruto, com cabelos louros e olhos azuis.
– Parece que o teu filho não quer casar, Minato. – Informou o homem de cabelos ruivos o que acabara de chegar.
– A mãe quer obrigar-me a casar com Itachi! – Ambos os pais suspiraram. Tinham educado uma fera. Era uma bênção Itachi ainda querer casar com alguém com uma personalidade tão forte e tão selvagem como Naruto. Todos sabiam que os ukes bem comportados e submissos eram os mais desejados. Mas o filho não compreendia isso. E era totalmente o oposto ao que era convencional.
– Naruto… - Minato aproximou-se do filho, abraçou-o e trouxe-o consigo até à cama, onde se sentaram para poderem conversar. – Um casamento não tem nada a ver com amor. Tem a ver com respeito, compromisso e família.
– Mas então e todas aquelas histórias…
– São isso mesmo, meu querido, histórias. Servem apenas para nos ajudarem a viver o dia-a-dia. – O homem de cabelos ruivos aproximou-se e sentou-se também ao lado do filho, do lado contrário ao de Minato, deixando Naruto entre os dois.
– Isso não é justo… - Choramingou o louro.
– O mundo não é justo, meu pequeno. – Confortou-o Minato beijando-lhe os cabelos e trazendo-o para os seus braços para o embalar.
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A noite tinha chegado sobre a belíssima mansão Uchiha. O salão estava cheio, enormes mesas estavam postas com travessas de boa e deliciosa comida. Um rapazinho de 14 anos olhava tudo com total desprezo, até que os seus olhos ónix pousaram sobre a figura do seu irmão mais velho. O menino perfeito da família, Uchiha Itachi. Detestava-o por ele ser Seme e, por isso, ter um trato especial na forma como o pai o tratava, mas agora odiava-o. Odiava-o com todas as forças do seu ser, pois ele ia casar com o seu melhor amigo.
– Que olhar é esse, querido? – Duas mãos pousaram sobre os ombros de forma gentil. Quando reparou, viu que era a sua mãe, um homem de beleza soberba. Beleza essa que ele tinha herdado em demasia. Os cabelos dos ambos, mãe e filho, eram de um negro azulado muito brilhante. A sua pele era pálida, muito leitosa. E os seus olhos duas pedras ónix tão brilhantes como estrelas.
– Por que é que Itachi tem de casar com Naruto? – Perguntou de maneira azeda.
– Não estás contente por Naruto vir a ser da tua família, Sasuke?
– Não! Não quando é Itachi a casar com ele…
– Tontinho! O Naruto não podia ter ninguém melhor para se casar. Tu sabes disso, não sabes? O teu irmão irá cuidar muito bem de Naruto. Agora vê se pões outra cara senão as pessoas vão pensar que tu estás com ciúmes do teu irmão por causa de Naruto, o que é uma idiotice. – O homem mãe beijou-lhe a testa e depois deslizou entre as pessoas para ir cumprimentar uns convidados que tinham acabado de chegar.
Ciúmes de Naruto? Obviamente que tinha ciúmes de Naruto, mas não se podia pronunciar sobre isso, ou jugá-lo-iam louco. Ele era um Uke, Naruto também. Ambos destinados a carregar uma futura família no ventre. Nunca poderia admitir perante ninguém, nem mesmo Naruto, que estava apaixonado por ele. O que diriam os outros? Que era uma aberração?
Nesse momento, os seus pensamentos foram cortados quando um pequeno burburinho se formou à entrada do salão. A família Uzumaki tinha chegado. Pouco depois, aos seus olhos chegou a visão de Naruto. Prendeu a respiração. O amigo estava deslumbrante e elegante dentro de um smoking branco, com uma gravata preta com o símbolo em espiral da sua família.
Assim que os olhos azuis se cruzaram com os olhos ónix de Sasuke, os lábios do louro abriram-se de orelha a orelha. Mas foi impedido de se aproximar do amigo, pois a sua família levou-o até à frente de Itachi. Naruto sempre conhecera o agora seu noivo; afinal, as duas famílias eram amigas de longa data e de muitas gerações, mas nunca o vira como alguém com quem casaria e constituiria família. Para ele, Itachi era apenas um irmão mais velho. E tinha a certeza que nunca o veria de outra forma, pois o seu coração já pertencia a outra pessoa.
Itachi mostrou um sorriso encantador, quebrou a distância que ainda faltava percorrer entre si e o seu noivo, e pegou na mão do louro, levando-a aos seus lábios para a beijar. O Uzumaki sentiu repulsa naquele gesto, mas as pessoas à sua volta suspiraram de encantamento. Com certeza que estavam perante o casal perfeito.
– É tão bom ver-te aqui, Naruto. – Declarou Itachi, nunca deixando aquele sorriso desvanecer. Como Naruto queria que ele desaparecesse.
– Igualmente. – Proferiu Naruto, mentido e mostrando um sorriso forçado. Odiava aquilo. Pedia ao tempo que passasse depressa. As pessoas aplaudiram. E então, Itachi puxou Naruto delicadamente pelo braço levando-o até umas das mesas para se servirem de comida e conversarem um pouco.
O tempo ia passando devagar e de maneira tortuosa para Naruto e Sasuke, que trocavam olhares e expressões, mas que não se podiam aproximar. E quando eles achavam que as coisas não podiam ir pior, as coisas pioraram.
Um homem alto e esguio, com uma maquilhagem que parecia lembrar uma cobra, aproximou-se a deslizar pelo salão Uchiha. Ao seu lado vinha o pai de Itachi e Sasuke, um homem alto e encorpado, de cabelo castanho e expressão severa.
– Sasuke chega aqui, por favor. – Chamou o pai.
– Sim, senhor. – O moreno mais novo da família Uchiha correu para se pôr à frente do pai. Desde cedo que aprendera a dar ao pai um respeito maior que a um Deus. A sua palavra era ordem e a sua demanda não tinha hipótese de se retorquir.
– Este é o senhor Orochimaru. – Apresentou o Sr. Uchiha, colocando uma mão para indicar o homem de longos cabelos castanhos-escuros e olhos como serpentes. – Este é o meu filho mais novo Uchiha Sasuke.
– Oh, é tal como me tinha dito, Fugaku. Com certeza que aceito o nosso trato. – Orochimaru sorriu para o pai de Sasuke e depois pegou na mão do mais novo, fazendo aquilo que Itachi tinha feito a Naruto quando este chegara, beijou-lhe a mão. Sasuke sentiu asco, de tal forma que teve de reprimir um vómito. – Estou encantado por o conhecer, jovem Sasuke.
– Fico muito satisfeito que o meu filho lhe tenha agradado. – Bracejou Fugaku. – Penso então que o casamento ficará para daqui a dois meses?
– Com certeza, será uma honra casar-me com tal preciosidade. – Os seus olhos estavam cravados na face de Sasuke, que ao compreender a conversa ia ficando cada vez mais branco.
– Eu… eu não estou a compreender… pai? – Encarou o seu pai de forma completamente incrédula.
– O Senhor Orochimaru aceitou a tua mão em casamento, não é uma honra?
– Mas… mas… - Engasgou-se Sasuke. Aquilo era um pesadelo. Aquilo não estava realmente a acontecer. Pelo menos era nisso que ele queria acreditar.
– Pai, tem a certeza disto? – Questionou Itachi que estivera, ao lado de Naruto, a ouvir a conversa. E que aparentemente estava tão chocado com a notícia quanto o irmão mais novo. – Quer dizer, não é que o Sr. Orochimaru não seja um bom partido. – Itachi sabia o poderio que Orochimaru detinha em mãos, e sabia que ofendê-lo não era uma boa ideia, por isso, tinha que ter cuidado com as palavras. – Julgava que Sr. Orochimaru era casado.
– Viúvo. – Corrigiu o estranho. – O meu esposo morreu, infelizmente, a semana passada e não me deixou descendência. Não vou ser hipócrita. É por causa de querer filhos que me quero casar já. Mas certamente com o tempo aprenderei a amar o seu irmão da maneira que ele deve ser amado. Seja como for, eu estou livre para me casar.
– Claro, compreendo, mas…
– Itachi. – Interrompeu Fugaku compreendendo que a ação do filho estava a ir para a barreira da hostilidade. – Com certeza que te sentes contente pelo teu adorado irmão ter encontrado tão boa pessoa para o seu futuro, certo?
– Com certeza, mas…
– Ótimo, então não existe mais nada para se conversar. Além disso, tu tens de dar atenção ao teu jovem noivo. – Com isto Itachi não pode dizer mais nada, apenas lançou um olhar apiedado ao irmão, que com aquilo ainda o odiou mais.
– Eu preciso… - Começou Sasuke, elevando um pouco a sua voz para ser ouvido. – De apanhar um pouco de ar.
– Eu acompanho-o ao jardim. – Ofereceu-se Orochimaru.
– Eu preciso de estar sozinho. – Cortou Sasuke, nem percebendo a rispidez na sua voz, e virando as costas correu pelo salão fora até desaparecer.
– Desculpe a reação do meu filho, é o seu coração de jovem. – Apressou-se Fugaku a falar.
– Não se preocupe, nobre amigo, eu compreendo perfeitamente que a notícia, assim dada de repente, tenha sido um choque para o jovem Sasuke. – Tranquilizou-o o homem cobra com um sorriso enigmático no rosto, que podia ser confundido com simpatia.
– Eu vou ter com Sasuke. – Decidiu Naruto falando para Itachi, e sem lhe dar tempo para falar correu atrás do seu melhor amigo.
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Aquilo não lhe estava a acontecer. Era demasiado cruel. Odiava-se. Odiava o irmão. E sua condição. Era tudo muito humilhante e o seu orgulho era excessivo para aguentar tudo aquilo de forma normal e leviana.
– Sasuke! – Gritou alguém que depressa o mandou ao chão abraçando-o com força.
– Naruto? – A resposta à sua interrogação veio quando finalmente viu os olhos azuis de Naruto, que espantosamente estavam marcados de lágrimas contidas, e que agora começavam a cair. Estavam os dois estendidos no meio da relva do jardim, perto de uma fonte de forma circular.
– Eu não quero casar com Itachi! – Afirmou com um desgosto tão profundo que era percetível na sua voz. – Não quero que cases com aquela coisa velha. Sasuke, eu só gosto de ti. Não quero mais ninguém.
O coração de Sasuke bateu fortemente dentro do seu peito. O que é que Naruto tinha acabado de dizer? Ele tinha ouvido bem?
– Eu… eu também… gosto de ti… - Declarou a custo.
Naruto fez um pequeno sorriso muito triste e beijou suavemente os lábios de Sasuke. Um gesto de alguém que pede o carinho de quem o ama. E depois desmanchou-se em pranto, sobre o peito de Sasuke, que o abraçou com força e também deixou escapar lágrimas silenciosas. Vindo do salão ouvia-se agora música de violino e violoncelo.
Ficaram largos momentos deitados no chão, agarrados um ao outro, chorando, sem saber o que fazer, pois o seu mundo estava agora à beira do precipício. No entanto, estavam tão profundamente dentro do seu próprio mundo que não repararam em dois pares de olhos que os miravam chocados. Tinham visto tudo…
– O QUE PENSAM QUE ESTÃO A FAZER? – A voz trovejante fez os dois rapazes despertar. Quando reparam as suas mães homens, de nome Mikoto e Kushino, estavam mesmo ali e tinham visto tudo, desde a declaração, ao beijo até ao abraço.
Os dois homens apressaram-se a agarrar nos dois filhos antes que alguém os visse deitados no chão, abraçados daquela maneira tão íntima. Separando-os e obrigando-os a meterem-se em pé.
– O que pensam que estavam a fazer? – Perguntou o homem ruivo, esposo de Minato.
– EU AMO O SASUKE, NÃO VOU CASAR COM ITACHI! – Gritou. Mas então duas estaladas certeiras, uma em cada bochecha, ficaram-lhe marcadas na face. E ele ficou agarrado ao rosto, que doía violentamente. Quando reparou nas mãos tinha sangue da sua cara sobre elas. Três traços tinham ficado marcados.
– Não voltes sequer a pronunciar algo tão repugnante como isso. – Ordenou Kushino, mas então foi empurrado por Sasuke acabando por cair.
– Não tem o direito de bater no Naruto. – Rugiu Sasuke olhando furioso para Kushino com vontade de o matar por ter magoado o louro.
– Sasuke! Como te atreves a tratar assim o Kushino? – Disse afastando o filho e ajudando Kushino a erguer-se do chão.
– Nós vamos tratar agora mesmo de vocês os dois. – Brandiu o ruivo. Agarrou no pulso do filho, que ainda estava em choque com aquilo tudo, o seu homem mãe nunca lhe tinha batido, e foi arrastado de volta para a mansão Uchiha. A mesma coisa aconteceu a Sasuke, arrastado por Mikoto. Com os seus apenas 14 anos, não havia muitas coisas que pudessem fazer contra dois homens já crescidos, a força era desigual; na realidade, não havia quase nada, eles eram simplesmente sujeitos à vontade de outros.
– Vocês vão casar já amanhã!
Era a sentença de morte para ambos os rapazes.
Continua…
