1ª capítulo:O Casamento
Grissom não entendia o porquê de tanto alvoroço em torno de um casamento. Certo que Emily era sua única filha, era uma excelente garota e merecia toda a felicidade do mundo, contudo, felicidade não se compra, não depende de convidados de nome, vestidos caros ou mais andares de bolo.
Seu casamento fora simples, acanhado mesmo em relação ao da filha e fora muito feliz. Ele encontrara Sara tarde em sua vida. O que não o impedira de viver vinte e sete anos gloriosos e felizes do lado dela. Ter dois filhos maravilhosos, saudáveis, amorosos e muito inteligentes. Tinham tido discussões, brigas, normais numa longa relação.
Deu um sorrisinho malandro: a vez que brigaram feio, em que ele de fato temeu pelo seu casamento tinha sido há sete anos, ou quase isto. Ele inventou uma mentira, que estava morrendo. A mentira foi crescendo, crescendo, e quando Sara descobriu, ficou negando o seu perdão, por longo tempo. Foram lágrimas, sofrimento, envolvimento dos filhos... ele não queria causar tantos infortúnios. Mas causou.
Ficou sério novamente. E não é que ficara cardíaco, de fato? Foi há coisa de uns três anos. Ele estava bem, só um pouco cansado, com aquele alvoroço do casamento. E quem não ficaria?Meu Deus! Era prova do bolo, prova do vestido de noiva, prova do fraque do noivo, prova da roupa dos pais da noiva, dos pais do noivo, decoração das mesas, das flores, prova disso e daquilo. Além do ensaio da cerimônia.
A cerimônia nem foi marcada para nenhuma igreja e sim para seu próprio quintal. Quem resolveu tudo foi Emily; uma família era batista, outra era católica, o quintal era campo neutro, oficiariam o casamento um padre católico e um ministro batista. Assim, as duas famílias ficavam satisfeitas. Era uma forma de a noivinha agradar todo mundo.
Grissom e Sara não educaram os gêmeos em nenhuma religião específica, mas ensinaram a eles coisas importantes, tais como noção de Deus como Criador, respeito, amor ao próximo, espírito caritativo e simpatia e solidariedade com todos. Eles achavam que isso era o bastante, e provaram estar certos.
O bom de morar num campus era isso; a casa não era muita coisa, mas o quintal era enorme e o jardim era grande também. As rosas brancas que enfeitavam as mesas eram do jardim de Sara. Ele olhou enternecido aquele mar branco e sorriu. O casamento seria às seis horas, eram quatro horas e ele estava entalado em seu meio fraque. Ajudava como podia; a função dos pais dos noivos era receber os convidados, e fazer que se sentissem bem.
Era um dia muito pessoal, muito especial, muito emocional, para Grissom , além de casar sua menina, veria novamente seus velhos companheiros do CSI.
