n/a: Sem nada para fazer... grande novidade.

Lifelesse

Eles se encontrariam n'O Carvalho. Todas as noites. Eles deitariam na grama e conversariam. Porque o mundo às vezes era perfeito e às vezes eles poderiam ser eles mesmos.

Ele não lembraria de tudo. Não lembraria de todas as conversas nem de todas as lágrimas, mas certamente se lembraria dos beijos, das juras trocadas, dos silêncios traduzidos, mas ,principalmente, se lembraria dos beijos.

Eles gostavam de conversar sob as estrelas

"Pergunta", ela começou, "Doce preferido?"

Ele revirou os olhos. "Você sabe que eu não gosto de doces".

"Ah, não seja sem graça, Harlequin, todos gostam de doces, você não é exceção".

Ele sorriu.

"Varinhas de alcaçuz". Ele não poderia mentir para ela, ela o conhecia bem demais.

Ela riu. Ela sempre ria.

Ele sempre usava roupas pretas. Ela dizia que preto era muito mórbido e que ele deveria tentar ser feliz.

"Eu não preciso ser feliz", ele respondia. "Eu preciso de paz".

"Paz? Você não terá paz ao meu lado, Snape, querido. Sabe disso. Sua vida será cheia de aventura e humor ao meu lado. E lágrimas e riso."

"Eu divido coisas demais com você".

E dividam. Dividiam o silêncio e as palavras; os pequenos gestos e olhares significativos; o brilho nos olhos e a boca.

Ela, às vezes, se lembrava do tempo.

"Beije-me", ela disse, simplesmente.

"Por quê?"

"Porque temos pouco tempo", sussurrou. "Eu não quero perder nenhum minuto."

Então, ele a beijou.

Ela podia sentir a mudança.

"Você parece cansado", ela comentou.

"Eu tenho estudado muito ultimamente...", ele disse vagamente.

"Não minta para mim, Sererus Mort Snape!"

Ele não respondeu.

Ele não agüentava o ciúme.

"James a ama".

"Ah, é? Quem se importa?"

"Eu me importo", ele respondeu friamente.

"Pois não deveria. Ele não é quem eu quero, você sabe muito bem".

"Não tente me enganar, Evans. Pior, não tente enganar a si mesma. Você sabe que ele consegue tudo o que quer."

"Pois não conseguirá a mim", disse desafiadoramente.

Mas ele estava certo. Como sempre.

Não era um conto de fadas.

"Eu vou sentir saudades dessa escola", ela disse.

"Eu não".

"Não? Eu imaginei que você fosse dizer isso. Você realmente deveria para de fingir não ter sentimentos".

"Eu não finjo não ter sentimentos, Evans, eu apenas os omito".

"E mente sobre eles. Você sabe tão bem quanto eu que vai sentir falta de Hogwarts. Foi sua casa por muito tempo".

"Hogwarts nunca foi minha casa", disse, friamente.

"Mas foi aonde você me conheceu. E talvez onde nos despediremos."

"Ou não".

"Você vai estar comigo para sempre, Harlequin?"

Ele ficou calado durante alguns instantes. "Não".

Ela nunca pensou que se apaixonaria por James. E não se apaixonou.

"Então, por que mesmo que você está com ele?"

Ela permaneceu em silêncio.

Ele ficou com raiva.

"Porque", começou depois de certo tempo, "ele sempre vai estar ao meu lado".

Um dia, porque o tempo não tinha nada melhor para fazer, decidiu que era a hora da despedida.

Os olhos dela estavam cheios de água. Uma única lágrima caiu. Ela não se deu ao trabalho de enxugá-la.

"Acho que isso é adeus", ela disse coma voz embargada.

"É", ele disse, "parece que sim".

"Vai sentir minha falta?"

Os olhos dele suavizaram. "Sim".

Cada um partiu para um lado. Ele olhou para trás uma vez. Ela duas.

Então, ela se foi.

"Sabe de uma coisa?", ele disse, tropeçando nas palavras pela embriaguês. "Eu espero que me assombre. Lily Evans não poderá descansar em paz enquanto eu viver", ele caiu de joelhos no chão de madeira podre, lágrimas, caindo incessantemente dos olhos escuros, "Tome qualquer forma, asombre-me, mas não me deixe viver sem ela. Enlouqueça-me à morte, mas não me deixe nesse abismo onde não posso encontrá-la. É insuportável. Como poderei viver sem a minha vida?"