- Tomoe... – Senti os braços ao redor de minha cintura se fecharem em um abraço, nada fiz, nada disse, apenas deixei com que ele se aconchegasse mais as curvas do meu corpo.
- Enishi... Eu... – Os braços se apertaram mais e eu gemi instintivamente abafado. Como ele era forte.
- O seu cheiro esta diferente... Cheira as sakuras e não mais de ameixas brancas. – O ouvi sussurrar. – Gosto mais do seu cheiro agora do que o de antigamente...
- Eu não sou a Tomoe-san... Esta me machucando... – Me encolhi contra os seus braços fortes, seu corpo era diferente do de Kenshin, era maior, senti medo, será que Kenshin venceria essa luta?
- Me desculpe... – A voz dele me tirou do mar de pensamentos, o vi piscar alguma vezes, como se aquele gesto fosse trazer de volta a sanidade que parecia distante nesse momento.
Aproximei minha mão, toquei seu rosto e por um instante achei que tinha sentindo a cicatriz de Kenshin sobre ela, me assustei, porém não recuei... Será que nós dois estaríamos enlouquecendo naquele cômodo? Ele estremeceu ao meu toque, as minhas sensações naquele momento se resumiam a um sentimento: rancor.
O mesmo sentimento que senti quando Kenshin me contou sobre o seu passado, sobre o peso de sua cicatriz, sobre o peso de sua espada, sobre ter se referido a Yukishiro Tomoe como Himura Tomoe... A sensação de ser a outra, ser trocada, ciúmes... Não me orgulho.
