Disclaimer: Nem KHR, nem a OC me pertencem.

Aviso I: Se não gosta de OCs, ou tente dar uma chance à fic, ou não leia mesmo.

Aviso II : Fic única e exclusivamente para Srta. Abracadabra.

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Reborn x OC

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Why do I Keep Couting?

And if all our days are numbered,
then why do I keep counting?
(The Killers)

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This behavior's so unexplainable

Uma troca de olhares e ela já estava completamente perdida. Um sorriso e um olá e ela já não conseguia parar de segui-lo com o olhar. Um toque de leve em seu ombro e ela já franzia o cenho e se perguntava o que estava acontecendo com ela. Afinal, aquele tipo de coisa não acontecia com ela. Nunca. Mas ela não conseguia negar o quanto aquele tal de Reborn mexeu com ela quando lhe deu um mínimo beijo na bochecha.

E aquele comportamento era tão inexplicável. Estremecer? Arrepiar-se? Com um simples toque? Não, aquela não era Ritsuka. Pelo menos, não a Ritsuka que fazia estremecer. Que fazia arrepiar.

E, por isso, não hesitou nenhum pouco quando arranhou as costas dele com suas unhas. E só sorriu ao sentir os pêlos da nuca dele se eriçando.

Pena que só tinham dez dias.

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The days just slip and slide like they always did.

— Vai sentir saudades? – Ele sussurrou, em meio às mordidas que dava no pescoço dela. – Duvido que tenha outros dias como esses quando eu for. – Ela o encarou por dois longos segundos, antes de trocar de posição com ele, ficando por cima. No controle.

Os dias só escorregam e deslizam como sempre fizeram. – E sorriu sarcasticamente antes deslizar sua boca pelo peito nu de Reborn.

— Mentira tem perna curta, menina. – E apertou o corpo dela junto ao seu. Ritsuka só mordeu seu ombro. Uma vingancinha pelo apelido-indesejado.

E quando se desfizeram um dentro do outro, o peso da volta dos dias normais caíram sobre os ombros marcados de ambos.

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The trouble is my head won't let me forget.

Encostou-se na porta, os braços cruzados, um sorriso de canto. Os olhos seguiam cada movimento dos braços e pernas enquanto treinava. Cada gota de suor que escorregara para fora do corpo dela, Reborn sabia. E o sorriso de canto só aumentou quando ela o percebeu.

— Não comece a se apaixonar por mim, Reborn, você só tem quatro dias. – Falou, com um tom repleto de sarcasmo, enquanto enxugava o rosto suado em uma toalha.

Reborn riu para si mesmo, antes de desencostar da parede e andar até ela.

— Já é tarde demais para avisos, não? – Sussurrou, tirando a toalha do rosto dela, ignorando os olhos verdes e arregalados dela, e deixando sua mão mergulhar no mar de cabelos rubros enquanto a beijava.

Separaram-se e, ainda ofegante, ela estreitou os olhos para ele, intrigada. Declarações, mesmo subjetivas, não faziam parte do vocabulário de ambos. Ações, e não palavras, era o que os guiava. O que ele pretendia? Aumentar ainda mais o incômodo bolo no estômago que ela sentia desde que ele chegara?

— Tenho que voltar para Itália e acreditar que nunca te conheci, não é? – Ele falou, novamente, e Ritsuka só franziu o cenho. Ele pôs uma mão em cada lado do rosto dela, encostando suas testas. – O problema é que minha cabeça não me deixa esquecer.

E fechou os olhos.

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I took one last good look around (so many unusual sounds).

Correu para frente da casa, mas o carro já havia ido. Correu para o aeroporto, mas o avião já havia partido. Ele a havia feito dormir tão tarde de propósito. Ele desligara todo e qualquer despertador do quarto. Ele dormira no quarto dela. Ele planejara tudo. A despedida foi evitada.

E, só para confirmar, ela foi para o quarto dele. E, só para tentar fazer com que a dor parasse, deu uma última olhada em volta. E nada de roupas meio espalhadas. E nada de cama meio desarrumada. E nada de suspiros. E nada de gemidos. E tudo de silêncio. Tantos sons incomuns.

Deitou-se no chão. E nada de cheiro...

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I gotta get my feet on the ground.

Por que continuava indo ali? Por que continuava deitando naquela cama vazia? Por que continuava a encostar-se naquela parede, imaginando-o ali, imprensando-a? E, por mais que revirasse os olhos para si mesma, não andava um centímetro para fora do quarto.

Encarava e encarava a porta, esperando-a ser aberta por um homem de chapéu. Mas era sempre ela que acabava abrindo, quando, no final do dia, finalmente resolvia sair dali. Só para voltar no dia seguinte.

Precisava botar os pés no chão.

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And if all our days are numbered, then why do I keep counting?

E já não ia mais naquele quarto. Estava sendo usado por outro. E já não tinha mais nenhum comportamento inexplicável. O que lhe causava aquele efeito não estava mais ali. E os dias voltaram a escorregar e deslizar como sempre fizeram. O que os bagunçava, fora embora. E a frase "eu também tenho o problema de minha cabeça não me deixar esquecer" nunca fora dita. Quem precisava ouvi-la, já não estava mais ali. Ela já não dava mais olhadas em volta. Não tinha mais o que olhar. Até mesmo com os sons incomuns ela se acostumara.

Agora só se sentava no seu próprio quarto e fechava os olhos.

E foi assim que sentiu braços conhecidos a enlaçarem. E foi assim que sentiu uma boca igualmente conhecida encostar em seu ouvido, só para sussurrar, numa mesma voz calma:

— Só mais dez dias.

E se todos os dias deles estavam contados, porque ela ainda continuava contando?

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N/A: Hahaha, surpresa! E sim, eu sei o quanto lol essa fic ficou, e o quanto a Ritsuka pode estar descaracterizada, mas foi com amor, Morg! E... sei lá, de certa forma, essa música deu certo na minha cabeça para os dois. Espero que tenha gostado!

E não, nem comece a pensar que acabou ;D.

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