"Desculpa, Harry, mas acho que é a hora de vermos outras pessoas." Draco mordeu seu lábio e tentou evitar a mágoa preenchendo os olhos de Harry através da água que estava sendo acumulada neles e borrando o verde que Draco estava tão acostumado a ver.

Primeiramente, Harry não respondeu. Apenas ficou parado em frente de Draco na privacidade no dormitório dos monitores, o olhando como se tivesse recebido um soco. Seus dedos estava de curvando ate tocar as palmas das mãos, enquanto tentava segurar a vontade de bater no outro garoto e implorar para o aceitá-lo novamente. Nenhuma dessas opções pareciam ser as corretas então Harry permaneceu calado, até achar uma resposta que parecesse correta.

"Então você está rompendo comigo," disse Harry, finalmente quebrando o silêncio. Ele passou a mão no pescoço e olhou de Draco para a janela atrás de seu ombro. "Hoje, justamente hoje, você está rompendo comigo."

Draco suspirou. "Nós vamos nos formar amanha, Harry. Não tem jeito de nós continuarmos juntos. A escola acabou e estaremos fora no mundo real. Hogwarts não estará mais aqui para nos proteger. Ao menos que você consiga achar uma solução melhor porque eu não tenho nenhuma."

"Porra, Draco, não sei, "Harry retrucou. "Talvez você não se tornar um comensal da morte? Eu sei que você não quer. Você reclamou o ano todo de como os comensais são patéticos."

"Eu não tenho escolha nisso. Você sabe como meu pai é. Soube quando nós ficamos juntos e eu te avisei o ano inteiro de que esse dia chegaria. Desde que ficamos juntos te disse que eu me tornaria um comensal da morte depois da formatura. Bem, amanha é a formatura. Nosso tempo juntos acabou."

"Porque sempre tem de ser assim com você, Draco? Porque você tem de fazer tudo o que Lucius te diz para fazer?"

"Eu o respeito, Harry. Ele é meu pai e apenas estou obedecendo o que ele acha que é o melhor para mim."

"O que você acha que é o melhor para você?"

Balançando a cabeça, Draco cruzou os braços e suspirou uma segunda vez. "Não importa o que eu acho. Meu pai sabe o que é melhor para mim e ele quer que eu me torne um comensal. Lhe disse isso incontáveis vezes. Achei que já teria entendido."

"Você é um covarde, sabia disso?" Harry retrucou, com raiva e desapontamento misturado com a mágoa que Draco tinha visto em seus olhos. Draco tinha de olhar para outra direção porque vendo Harry o olhar daquele jeito o fez se sentir enojado. "Você é um puto de um covarde, Draco."

"Estou fazendo o que eu devo fazer." Sua voz estava suave mas determinada, um tom que Harry ouviu freqüentemente em Lucius Malfoy nos anos anteriores. Era o tipo de tom que demandava respeito. Dava a pessoa que o usava uma certa vantagem porque essas qualidades eram geralmente temidas.

Harry balançou a cabeça. "Tudo bem. Foi bom, Draco. Te vejo por aí. Tente de alguma forma ser misericordioso quando me matar uma segunda vez."

Ele virou e saiu do quarto de Draco, deixando a porta aberta já que não tinha se dado o trabalho de fechá-la. Por um longo tempo Draco encarou o corredor vazio, mentalmente desejando que Harry voltasse antes que desistisse da esperança, desabasse na cama, e chorasse até não poder mais.

"Draco? Alô? Terra para Draco. Draco é a Houston. Pode me ver? DRACO!"

Draco saltou, sua cabeça levantando para a visão de uma cafeteria vazia. Ele olhou para o pano na sua mão e terminou de limpar o balcão onde estivera trabalhando até começar a viajar. Ao seu lado podia sentir um par de olhos o observando e Draco tentou ignorar mas largou o pano e olhou para o dono dos olhos.

"O que foi, Gwen?" ele finalmente perguntou.

"O que deu em você?"

"Não sei do que está falando."

"Claro que não. Olha, Malfoy, nós somos amigos já a um tempo, certo?" Draco deu de ombros, concordando. "O conheço muito bem e sei que tem algo te incomodando."

"Nada-"

"E quando mente sobre isso," ela terminou dando um sorrisinho. Ele suspirou. "O que foi?"

"Sério, não é nada. Estava apenas pensando."

Ela ergueu uma sobrancelha e se apoiou no balcão. "Sobre?"

"Apenas coisas." Ele disse. "Cherish. Melody. Coisas."

"Como estão as coisa com você e Melody?"

"Boas eu acho." ele parou, olhando o relógio na parede. "Acabei de limpar. Podemos trancar isso aqui e ir para casa?"

"Claro," ela respondeu, indo para dentro da loja e trazendo dois casacos. Dando um para Draco e depois de colocar o dela, tirou as chaves do bolso e andou em direção a porta. Ele a seguiu e já do lado de fora fechou o casaco. Gwen trancou as portas da cafeteria. "Te vejo amanhã?"

"Sim," disse, olhando para a fumaça de ar produzida pelo frio de novembro. "Noite, Gwen."

"Noite, Draco."

Tomando direções diferentes, eles atravessaram a rua.

Mesmo quando às dez e meia da noite, a cidade de Nova York era cheia de tráfego, luzes tão brilhantes que ameaçavam cegar qualquer um. Entrou em Greenwich Village na direção de seu apartamento, o barulho de suas chaves batendo uma contra as outras no seu bolso. Era um dos períodos do dia preferidos de Draco, andar para casa depois de um longo dia no trabalho enquanto a cidade sentia-se viva e cheia de energia.

O único problema com suas caminhadas noturnas era que dava tempo para pensar, um passatempo que Draco tinha criado há dois anos atrás quando se mudou para a cidade e o país. Assim que chegou, começou a procurar por um apartamento e quando achou o lugar que estava até hoje, também achou três novos amigos. Com o seu trabalho na cafeteria, achou Gwen. Pensar leva a pessoa a recordar e Draco preferia dar atenção em sua nova vida em vez de recordar o inferno que passou na antiga.

Gwen. Certamente quase percebeu que havia algo errado. Não tinha certeza de como aconteceu. Um minuto estavam conversando sobre o ultimo cd de Dave Matthews e de repente ela desapareceu dentro do armazém não mais do que cinco minutos. Durante esse tempo, sem Gwen para o manter ocupado ou clientes, seus pensamentos começaram a fugir para aquele dia antes da sua formatura, e a mesma cena repassou novamente na sua cabeça pela milésima vez.

Esse era o lugar que não queria pensar novamente. Não queria pensar na Inglaterra, Hogwarts, e certamente Harry. Draco era bissexual, isso já era de seu conhecimento desde que tinha quinze, e Harry era a pessoa que havia esbarrado com ele. Entretanto, Harry não era o que tinha fugido já que foi Draco que terminou com ele há dois anos. Havia construído o caminho para o seu próprio desastre e nunca realmente se perdoou por ter feito isso.

Draco se mudou para Nova York de Londres, Inglaterra dois anos atrás para tentar ter uma vida nova. Ele parecia ter vindo de lugar nenhum para seus amigos o que era parcialmente uma verdade. Até em Londres deveria ter parecido um estrangeiro já que não era uma pessoa normal. Draco Malfoy era um bruxo e bom nisso que se formou como um dos melhores alunos do seu ano na escola de Hogwarts. Harry, que também era um bruxo, foi o outro lado da moeda.

No mundo bruxo, Harry Potter era, provavelmente, o nome mais famoso e mais comentado. Como há boa magia, também há as trevas, e Lord Voldemort era o bruxo mais poderoso e corrupto de seu tempo. Harry foi o que causou a primeira queda de Voldemort do poder. Lucius Malfoy, pai de Draco, era um comensal da morte, servindo Voldemort. Draco havia ficado no meio, forçado a escolher entre o seu amor e seu pai.

Obviamente, escolheu seu pai em vez de Harry e terminou com seu caso com a intenção de se tornar um comensal da morte. Se formou, deixou Hogwarts, e voltou para a mansão no verão. Tudo parecia estar predestinado a acontecer até que Lucius o confrontou sobre sua iniciação, Draco não teve a coragem de concordar. Respondeu que não, não iria se tornar um comensal, e teve de sair de casa. Muito envergonhado para voltar para Harry, foi aí que decidiu começar uma vida nova e depois de ter tudo resolvido, se encontrou em um avião para Nova York.

Ninguém aqui sabia sobre o seu passado. Disse aos seus novos amigos uma versão distorcida sobre o que tinha acontecido: que Draco e seu pai haviam discordado certos assuntos e Draco tinha sido deserdado. Não querendo morar na Inglaterra mais, decidiu vir para os Estados Unidos onde se tornou um cidadão. Morava com seu amigo, Joel, tinha uma namorada, Melody, e trabalhava cinco noites por semana numa cafeteria a quatro quarteirões de sua casa.

A única coisa que ainda de quando era bruxo era sua varinha. Nunca a usava mas sempre a limpava de vez em quando, e a guardava em uma caixa escondida em uma tabua solta de madeira do seu armário. Mesmo agora que tinha recomeçado uma vida nova, não teve coragem de parti-la ao meio.

Pela primeira vez na sua vida, Draco tinha amigos. Quatro, que incluía Gwen, Joel, Melody, e a garota que divida um apartamento com Melody: Samantha. Gwen Norris tinha a sua idade e estudava na Fordham University onde fazia dança. Joel Montgomery, Samantha Straker e Melody Fontana eram todos quatro anos mais velhos que ele e estudavam na New York University juntos. Samantha e Joel eram melhores amigos desde pequenos e Samantha morava do outro lado do corredor, no mesmo andar do apartamento de Joel e Draco. Foi Joel que persuadiu Draco a convidar Melody para sair. Ele nunca contou sobre Harry porque apesar deles saberem de sua sexualidade, Harry era um assunto privado para Draco e iria permanecer assim, trancando no fundo de sua cabeça, como a varinha no armário.

Em vez de falar sobre Harry, Draco começou a sair com Melody. Dezessete meses depois eles estavam morando juntos com uma filha de cinco meses chamada Cherish. Não podia dizer que amava Melody apesar de se importar com ela, Harry ainda ocupava grande parte do seu coração e era um sentimento difícil de se abandonar. O que não era surpresa pois já tinha tentado o tirar da cabeça várias vezes mas sem sucesso. Draco pensava que nunca deu certo em Hogwarts, então porque em Nova York seria diferente.

Quando a visão de seu prédio começou a aparecer, Draco afastou os pensamentos para o mais longe possível e remexeu os bolsos para pegar a chave.

Olha eu aqui no mesmo dia hehehe

Bem, como eu falei na fic Castelos no Céu, estou traduzindo outra fic. Esse é o capítulo um, espero que gostem. Já estava com ele aqui a bastante tempo, estou traduzindo o segundo agora. Essa é minha fic mór. Amo ela de paixão. É a melhor de todas. Espero que vocês gostem!

Review please! Quero saber como estou nessa tradução!