Ouran não me pertence e sim a Bisco Hatori. E aqui estou com mais uma fanfic Kyouya/Haruhi traduzida, da autora SigmaTheta. Espero que gostem.
Kyouya decidiu rapidamente que aquele indesejável (amor, luxúria, curiosidade, distração) não combina em nada com ele
O pior daquilo tudo e a total destruição da sua concentração. Ele a observa com sua visão periférica e seus olhos se desviam das listas e pranchetas e a acompanham até que ele não possa mais fazê-lo sem virar sua cabeça. Seus ouvidos se tornaram aguçados aos sons produzidos por ela. Ele pode reconhecê-la meramente pelos sons de seus passos e está dolorosamente ciente de sua presença em uma multidão. Atualmente, ele a toca tanto quando Tamaki ou os gêmeos, embora seja mais discreto que eles. Ele simplesmente se sente inevitavelmente atraído por ela.
Kyouya sabe que ele tem coisas mais importantes a fazer, mas invés disso ele se acha medindo quantos passos são necessários para Haruhi cruzar a porta e ir até a sua cadeira, analisando a curva do cenho franzido enquanto ele soma a dívida dela, calculando com certo pânico calmo o dia em que ela a liquidará, fazendo o máximo para adiar esse dia.
Isso e uma obsessão e ele odeia isso.
Ele escolhe ódia-la completamente. Odiar o suave toque das mãos dela no seu braço, a junção dos seus quadris se inclinando na mesa, os grandes olhos castanhos que o fitam, não ele ou através dele, mas diretamente nele.
Uma reação infantil, mas que serve aos seus propósitos. O ódio é uma emoção manuseável. Esse (amor, luxúria, curiosidade, distração) não é.
E então, ele empurra cadeira que ela está sentada apenas para encostar a falange dos dedos na curva do pescoço dela e a odiar mais ainda. Odiar a cintura em que sua mão pousa para movê-la para frente. Odiar os joelhos e cotovelos encostando com os dele quando ambos sentam-se lado a lado. Odiar o cabelo dela roçando na sua garganta quando ele se inclina sobre ela para apontar qualquer erro em sua escrita. Odiar sua mandíbula, ponte nasal, o ângulo da sua cabeça e o formato de seus ouvidos.
Mais ardentemente, ele a odeia em seus sonhos. Sua mão no ventre dela, seus dedos na virilha, sua boca no pescoço dela, ele odeia a respiração ofegante dela, os gemidos abafados e o corpo dela arqueado contra o seu. Odeia o suor, lençóis desarrumados, a frustração e longos banhos gelados pela manhã.
Ele odeia ter que encará-la, impassível como sempre, no dia seguinte. Porque isso o faz odiar passos, cenhos franzidos, grandes olhos castanhos vendo através dele de novo. O faz odiar perceptividade, perguntas, preocupação sincera. O faz odiar suas próprias mentiras (Não, eu não estou bem. Sim, tem algo errado. Terrivelmente errado). O faz odiar olhares incrédulos, consentimentos dúbios e sorrisos generosos. Mais uma vez passos e batimentos cardíacos oscilantes.
Acima de tudo, odeia o seu próprio ódio e o quão perigosamente próximo isso se tornou de (amor, luxúria, curiosidade, distração).
Notas da tradutora:
Acho que devo uma explicação sobre porque traduzi Kyouya. É para ficar mais fiel ao texto original.
E traduzi Unrequited como indesejável, pois é a palavra que mais se aproxima do significado em nosso idioma.
III- O título da fanfic é uma referência ao episódio 24 do anime, And thus Kyouya met him (E assim, Kyouya o conheceu)
