IN TRANSIT

Título Traduzido: Em Trânsito

Autora: Lillybellis

Tradutora: Ju Martinhão

Shipper: Bella & Edward

Gênero: Romance/Drama

Censura: +18

Sinopse: Pegando o mesmo ônibus todos os dias, Edward e Bella saem para um começo tumultuado. Ela acha que ele é arrogante; ele acha que ela é superficial. Às vezes, o que parece ser a coisa errada acaba por ser exatamente o que você estava esperando.


Nota da Tradutora: Todos os personagens pertencem a Stephenie Meyer e a história pertence à Lillybellis, a mim só pertence à tradução.

All characters belong to Stephenie Meyer and the story belongs to Lillybellis, only the translation belongs to me.


Capítulo 1 - Sycamore & Newcastle

~ Edward ~

Dei um passo e me inclinei para frente, olhando para a minha esquerda. Não vendo nenhum sinal do ônibus, eu me endireitei, consultei o relógio e balancei a cabeça. Estava atrasado. Apenas um par de minutos, mas eu estava atrasado como era. Minha aula começava em 23 minutos, e só a viagem de ônibus levava 19 minutos para chegar ao campus. Eu já cheguei atrasado duas vezes, e a aula só tinha começado há algumas semanas.

Chegar atrasado me irritava por mais de uma razão. Nos últimos anos, chegar atrasado simplesmente não tinha sido uma opção. No Exército, o tempo tinha se tornado tão controlado que eu literalmente ficava tenso com o pensamento. Eu também não gostava de chamar a atenção para mim, e, inevitavelmente, não importava o quanto eu tentasse abrir a porta silenciosamente, caminhar para o meu lugar e pegar meu notebook, os olhos das pessoas ainda derivavam em minha direção. Se fosse outra coisa senão uma aula das 08hs, eu teria tentado pegar o ônibus mais cedo, mas nada estava aberto no campus às 07hs30min., e a chuva frequente me impedia de aproveitar o tempo do lado de fora.

A garota ao meu lado mudou seu peso e mudou a bolsa do ombro esquerdo para o seu direito.

"Eu não posso acreditar que está atrasado de novo." Ela resmungou. Ela não estava realmente falando comigo, mas eu dei um aceno curto em sua direção. Nós estávamos tomando este mesmo caminho juntos desde que eu comecei a pegar o ônibus para o campus. Eu não sabia para onde ela estava indo - ao trabalho, aula, ou para casa - mas eu tinha aprendido que o nome dela era Lauren, e ela era uma bagunça. Ela passava a maior parte do percurso de ônibus falando em seu pequeno telefone rosa. Ela não era o tipo de pessoa a falar em voz baixa por educação; suas conversas eram inteiramente públicas. Ela e seu namorado tinham problemas, o maior deles é que ela era uma cadela, mas eu realmente não estava em posição de julgar relações de outras pessoas.

Eu ouvi o ônibus antes de vê-lo. Olhei para o relógio novamente e senti um pouco de alívio. Se tudo corresse bem, eu poderia chegar antes de o professor começar a falar. Mesmo se eu chegasse antes da chamada, eu seria ouro.

Depois que o ônibus parou e a porta se abriu, Lauren foi direto a bordo. Eu a segui, mas eu sempre me encontrava hesitando quando chegava ao degrau mais alto. Havia aquele momento em que eu sabia que tinha que virar e encarar todos esses estranhos. Eu tinha que descobrir onde era aceitável eu sentar. Eu tinha que enfrentar as pessoas olhando para mim. Eu não podia ver dentro das suas mentes, mas suas expressões faciais muitas vezes me diziam o que eles estavam pensando.

Meu cabelo tinha crescido mais, minha postura estava começando a relaxar, e eu passei a usar camisas de mangas compridas, apesar das temperaturas que não as justificavam. Eu fazia o que podia para esconder onde eu estive. Eu não precisava de pena, nem de parabéns. Eu só queria uma educação e um transporte. Eu evitava interação tanto quanto podia, mas eu tentava ser educado. Eu abriria mão de um assento por qualquer um, e se alguém falasse comigo, eu responderia de volta.

A maioria das pessoas no ônibus era habitual, como eu. Não havia muitas pessoas que embarcavam em um ônibus aleatoriamente nesta cidade. Turistas alugavam carros, ou pegavam táxis.

Eu tentei fazer a varredura rapidamente, na esperança de evitar o contato visual com alguém. Foi o suficiente para reconhecer algumas das pessoas habituais e ver onde estavam os assentos vazios. Lauren sentou na fileira quatro. Ela se virou deliberadamente antes de sentar, a fim de conseguir um corpo-a-corpo comigo. Ela sorriu e deslizou seu caminho para o assento. Tentei organizar minha expressão em algo que dissesse, 'amigável, mas não interessado'.

Encontrei a minha cobiçada fileira vazia na metade do caminho para o fundo. O ônibus já tinha começado a se mover, então eu sentei rapidamente, mas com cuidado. Apoiei minha mochila contra a janela e me inclinei nela. Eu sabia que devia puxar meu livro para terminar as últimas páginas de leitura antes da aula, mas, honestamente, o conteúdo era juvenil, e o professor cobriria tudo isso em sala de aula, de qualquer maneira.

Poucos minutos depois, o ônibus parou abruptamente e dois dos passageiros mais recentes embarcaram - ambas garotas, bem, mulheres, eu acho. A primeira eu já tinha visto antes. Ela tomou um assento na frente do ônibus e agarrou sua mochila com força. Seu corpo estava meio virado, então ela meio que estava de frente para o corredor, como se estivesse se preparando para uma fuga rápida.

Eu tinha sido capaz de atrelar a maioria dos passageiros no ônibus dentro de cinco minutos, geralmente menos. As pessoas não são tão complicadas de ler. Alguns diziam que eu tinha um talento natural para isso, e a guerra certamente reforçou essa habilidade. Observar, avaliar, antecipar. Era incrível o quanto esse método era bem aplicado a tudo na vida.

A diferença aqui, porém, era que a informação que eu recolhia apenas me levava a tirar conclusões e julgamentos desnecessários sobre as pessoas ao meu redor. Eu não poderia imaginar um cenário onde seria útil saber que Lauren inevitavelmente verificaria seu telefone a cada 60 segundos, mesmo se não tivesse tocado. E eu nunca pensei que saber que Garrett (o neo-hippie na quinta fileira com o rabo de cavalo e brincos) estava escrevendo sua tese de mestrado sobre a Revolução Americana algum dia serviria a um propósito.

Ainda assim, eu tinha obtido informação suficiente para saber que as pessoas no ônibus caíam em algumas categorias. Os passageiros experientes, como Lauren e o garoto de rabo de cavalo, desenvolviam sistemas. Eles passavam o tempo pegando laptops e telefones celulares. Eles não prestavam atenção a qualquer um ao seu redor. O ônibus era um meio para chegar de um ponto a outro da forma mais eficiente possível, e eles não estavam dispostos a perder tempo com isso.

Outros pareciam não ter destino. Eu tinha certeza que eles tinham, mas eles não ficavam inquietos em seus assentos, ou atentos para a próxima parada. Alguns fechavam os olhos, sabendo que instintivamente acordariam quando fosse a hora de desembarcar.

A garota na frente com a mochila era um pouco mais enigmática do que alguns. Por um lado, eu não sabia o nome dela ainda. Ela nunca falava ao telefone, e ela não cumprimentava ninguém antes de tomar seu lugar.

Pelo jeito que ela sentava, eu tinha reunido que ela não estava muito confortável, mas eu não tinha certeza se ela estava apenas desconfortável de estar no ônibus, ou desconfortável em sua própria pele. No entanto, apesar da sua postura, ela nunca deixava de mexer no bolso da frente da sua mochila assim que as rodas do ônibus começavam a virar. Ela puxava uma cópia esfarrapada da revista People, ou um livro de bolso, como aqueles que você encontra na seção de super desconto da livraria por um dólar e noventa e nove. Ela se debruçava sobre ele, de modo que seu longo cabelo castanho a blindava. Parecia-me estranho que alguém que queria se esconder tanto fosse tão óbvia sobre seu gosto ridículo na leitura.

Não que eu pensasse muito sobre ela. Ela não era o meu tipo; eu mal podia lembrar qual era o meu tipo neste momento. Eu não tinha o tempo nem a inclinação de até mesmo pensar sobre as mulheres mais. Mas, se eu estivesse olhando para as mulheres desse jeito, eu poderia dizer com certeza que ela não acabaria na minha curta lista. Ela era bonita o suficiente, com certeza. Quase parecia uma vergonha que olhos acolhedores fossem desperdiçados em alguém que não parecia ter nada acontecendo por trás deles.

"Posso sentar aqui?" Olhei para a minha direita, arrancando meus olhos da garota, e vi a mulher com quem ela embarcou de pé ao meu lado. Eu levei um segundo para escanear a área. O ônibus não estava cheio, mas eu supunha que estava cheio o suficiente para eu ser respeitoso e dar espaço, então eu movi minhas pernas e a deixei entrar.

"Obrigada." Ela disse, sentando-se com um suspiro.

Eu esperava que ela não fosse um dos meus tipos menos favoritos no ônibus - uma faladora. De vez em quando, eu recebia um companheiro de assento falador. Eles faziam perguntas; eles cutucavam, eles balbuciavam. Normalmente eles eram mais velhos do que esta garota, então eu tinha grandes esperanças para ela.

"Sem problema." Eu respondi. Ela não olhou de volta para mim, e um pequeno sorriso marcou meu alívio. Quando minha cabeça começou a derivar em direção à janela, fiquei surpreso ao ver alguém olhando para mim. Era a garota com a revista estúpida. Ela desviou o olhar rapidamente quando eu a peguei, e eu não tinha certeza se ficava divertido ou irritado. A última coisa que eu precisava era de uma garota desocupada me verificando no ônibus.

Encostei-me na minha mochila e olhei para fora da janela enquanto prédios e carros passavam, uma miríade de cores indefinidas em um estado quase constante de cinza, o que era uma grande melhoria sobre o bege sem fim, ou bronzeado, ou qualquer cor que você chame areia e a camuflagem que usávamos para nos misturar por lá. Em teoria, cinza não deveria ser melhor, mas eu percebi há algum tempo que ele pode ser tão monótono e sem vida, mas a sua familiaridade é reconfortante o suficiente para compensar sua falta de vivacidade.

Durante a maior parte da minha vida as outras cores foram abafadas pelo brilho miserável de ressentimento. Esses dias, eu simplesmente não tinha tempo para ver nada além do efeito borrão. Eu tinha lugares para ir.

O estudante de história e eu saímos na mesma parada. Ele correu em direção à porta dos fundos, mas eu optei pela da frente, passando pela garota da revista de fofoca no meu caminho. Ela não olhou para mim, mas ela mudou seus joelhos para dentro quando eu passei, reconhecendo a minha presença. Ela também usou o braço para proteger o que estava lendo, como se alguém se importasse. Como se nós não a víssemos lendo a mesma porcaria todos os dias.

Eu lancei minha mochila nas minhas costas e fui direto para a aula. Eu estava quase no antigo prédio pretensioso que abrigava os Departamentos de Ciências Humanas quando meu telefone tocou no meu bolso. Eu o puxei para fora e verifiquei a tela. Quando vi o nome de Emmett, eu o deixei de volta no bolso. Mesmo se não estivesse com pressa, eu teria deixado essa ligação ir para a caixa postal.

Talvez uma vez que algumas outras metas fossem cumpridas, eu poderia ter tempo para ver essas cores, mas, por enquanto, família era tudo parte do cinza.

~ Bella ~

Eu odiava andar de ônibus.

Os assentos duros, desconfortáveis, de postura rígida, faziam eu me sentir como se estivesse em uma espécie de câmara de tortura móvel, e eu praticamente podia sentir meus pulmões contraindo com cada entrada de ar que cheirava como plástico de anos de idade e escapamento. As peças em forma oval de chiclete rosa-cinzento que traziam a marca das solas de quem sabe quantos sapatos eram uma constante lembrança de quantas pessoas passavam em uma base diária, e essas pessoas, usando os mesmos rostos e olhares esquivos todos os dias, não eram muito simpáticas.

Eu sentia falta da minha caminhonete. A forma como o velho couro moldava em mim sempre que eu sentava no banco, e o barulho do motor quando ele rugia para a vida. Eu sentia falta do guincho alto e detestável da porta quando eu a abria, e como as pessoas se viravam e olhavam quando o escapamento explodia. A forma como ela morria no meio de cruzamentos.

A liberdade, no entanto, eu sabia que sentiria mais falta. E eu sentia.

Quando ela respirou seu último suspiro e morreu uma morte lamentável no estacionamento do café, meu período de luto começou. Embora tivesse sido há semanas, eu ainda estava lamentando isso, chafurdando na minha miséria todas as manhãs na esquina da Sycamore e Newcastle, bem no meio da Rota de Ônibus 2.

Eu nunca gostei muito de viver na programação de outra pessoa, mas ultimamente minha vida nem parecia como se fosse mais minha. Claro, eu ia para a faculdade e assistia todas as aulas que escolhi no semestre passado, mas as noites que eu passava trabalhando no café durante a semana passaram de duas para seis, e lutar para encontrar dinheiro para bilhetes de shows se transformou em uma luta para juntar dinheiro suficiente para o nosso aluguel e utilidades.

A vida poderia ser muito, muito estranha às vezes. Um minuto você está correndo pelo campus para chegar à sua próxima aula na hora, e no próximo você está correndo através de corredores frios e estéreis de hospitais para descobrir se o seu pai ainda está vivo.

Uma parada de fim de noite em uma loja de conveniência. Um idiota com uma arma. Um momento que mudou tudo.

A recuperação do meu pai tinha sido lenta, mas a minha era ainda mais lenta. Ele não queria a minha ajuda; ele era orgulhoso demais para aceitá-la. Mas ele precisava dela, e mesmo ele estava além do ponto de tentar negar isso. Assim, todas as manhãs eu pegava o 2, sentava através de horas de aulas, depois caminhava alguns quarteirões para o café, onde eu trabalhava em um turno de seis horas, em seguida, voltava para o ônibus para ir para casa, onde bancava a mãe para o meu próprio pai.

Era cansativo, o constante vai, vai, vai. Por mais que eu odiasse o ônibus, porém, o passeio de 15 minutos me oferecia o pouco de paz que eu conseguia o dia todo.

Algumas pessoas dormiam. Eu nunca conseguia porque estava com muito medo de que eu apagasse e acordasse no final da linha, perdesse o trabalho, ou a aula, ou ambos. Algumas pessoas falavam incessantemente em seus telefones celulares. Eu não era muito faladora. Além disso, entre o trabalho, a faculdade e cuidar do meu pai, eu tinha perdido contato com a maioria das pessoas para quem eu teria ligado, de qualquer maneira. Eu não conversava aleatoriamente com quem estivesse sentado ao meu lado também.

Não. Eu colocava meu tempo livre para o melhor uso possível. Eu lia tabloides lixo e livros de bolso. Afinal, qual a melhor maneira de tirar minha mente dos meus próprios problemas do que ler sobre os que pertenciam a outras pessoas?

Era bom ter uma fuga, especialmente depois de um longo dia de palestras e um turno sem fim atrás do balcão do café. Ou para escapar por alguns minutos enquanto eu estava esperando na cozinha para que a água começasse a ferver.

"O que você está lendo?" Meu pai perguntou, apontando para o romance cheio de orelhas que estava ao lado do meu prato sobre a mesa da sala de jantar.

Ele mancou através do chão da cozinha, os fundos de borracha das suas muletas batendo ruidosamente contra o piso. Ele as descansou contra o balcão, depois, lentamente se abaixou, usando a mesa para apoio. Uma vez que estava sentado, ele deu um suspiro nublado e aliviado que o fez soar como se fosse 40 anos mais velho.

"Nada." Eu casualmente estendi a mão e deslizei o livro para fora do lado da mesa e o coloquei sobre o balcão, virado para baixo. "Não é nada".

Eu agitei o macarrão e o molho juntos, em seguida, fiz um prato para cada um de nós. Quando coloquei o fumegante spaghetti na frente dele, meu pai esfregou as mãos e olhou para ele como se fosse um bilhete de loteria premiado. Eu odiava fazê-lo esperar até que eu chegasse em casa, mas ele realmente não podia cozinhar para si mesmo agora, e simplesmente não havia outra maneira.

"Mmm-hmm." Ele cantarolou e ergueu a sobrancelha. Eu estava recebendo esse olhar desde que era uma criança. "Claro que não é".

"Não é nada ruim." Eu disse. Embora, na verdade, meio que era. "Não é trabalho da faculdade, ou algo assim. Eu normalmente apenas leio isso no ônibus".

"Como isso está funcionando para você?" Seus olhos ficaram focados em seu prato, e eu poderia dizer que ele estava se sentindo culpado. Quando chegou a hora de ter de escolher entre arrumar minha caminhonete e colocar comida na mesa, nós colocamos comida na mesa. Nós simplesmente não tínhamos qualquer dinheiro sobrando agora, e eu sabia que isso o fazia se sentir como um fracasso.

"Eu... eu gosto disso." Eu disse, mentindo através dos meus dentes enquanto raspava uma crosta de pão em todo o meu prato. "É bom não ter que me preocupar em dirigir".

"Isso é bom." Ele deu uma mordida no seu jantar. "O médico diz que eu estou me curando. Não deve levar muito mais tempo agora até que eu possa voltar ao trabalho. Nós cuidaremos disso então." Esse era o mantra do meu pai. Logo. Sempre era logo. Acho que talvez o 'logo' o fizesse se sentir um pouco menos impotente.

"Está tudo bem, pai." Eu disse, forçando um sorriso. "Eu não me importo de ir de ônibus".

Eu realmente, realmente odiava o ônibus. Mas, nós não tínhamos o dinheiro para gastar agora, e aquela caminhonete estava começando a ser um poço de dinheiro, de qualquer maneira. Eu coloquei um anúncio de venda para ela nos Classificados esta tarde na faculdade, mas achei que seria melhor não contar para o meu pai até que alguém demonstrasse interesse. Se alguém demonstrasse interesse.

Na manhã seguinte, depois de uma longa noite de estudos, eu me arrastei para fora da cama e cambaleei até o ponto de ônibus através da névoa leve que caía, como teias de aranha finas que se estendiam pelo céu. A chuva fria, mal lá, umedecia meu cabelo e meu espírito, e eu passei a maior parte da espera usando o punho do meu moletom para abafar meus bocejos.

Quando o ônibus finalmente parou, alguns poucos minutos atrasado, como de costume, meu estômago caiu aos meus pés.

Tentar encontrar um assento lá era meu pior pesadelo jogado em público, meio como ser escolhida por último na aula de ginástica. Na maioria dos dias estava cheio, e eu ficava com os meus olhos vagando de assento em assento, à procura de um rosto amigável que parecesse não se importar em ter um companheiro. Eu raramente encontrava algum. Ser o centro das atenções nunca foi a minha coisa favorita, e neste mar de rostos estranhos, eu me sentia julgada. Eu sentia como se eles pudessem ver todos os meus segredos em exibição, só porque eu entrei em um ônibus.

Eu sabia que era um pensamento ridículo, mas eu não podia deixar de pensar assim. Especialmente quando ele olhou para mim; o cara com o cabelo avermelhado que de alguma forma conseguia exalar superioridade enquanto usava o transporte público. Ele achava que era o melhor de nós dois: olhos verdes todos penetrantes e brilhantes, novos livros didáticos brilhantes que espreitavam de uma mochila intocada. Ele provavelmente estava certo. Algo me dizia que ele não dormia em um apartamento no qual ele mal poderia pagar o aluguel, depois de trabalhar o dia todo em um emprego que pagava salário mínimo.

Tomei o primeiro assento que eu poderia encontrar e quis pular fora da minha pele quando senti os olhos dele em mim, então eu puxei meu cabelo fora do seu rabo de cavalo. Ondas marrons caíram sobre os meus ombros e eu as deixei me proteger dele, de todos.

Fechei meus olhos e suspirei. Tantos problemas, tão pouco tempo. Muita coisa para fazer, e não o suficiente de sono. Eu precisava tirar proveito do pouco tempo 'para mim' que eu tinha, então eu estendi a mão na minha mochila e peguei uma cópia bastante nova da People que roubei do consultório do médico do meu pai.

Limpei minha cabeça.

E me deixei ficar perdida.


Nota:

Nova fic. Essa história tem apenas 7 capítulos e postarei toda segunda-feira.

Deu para conhecermos um pouquinho de Edward e Bella nessa viagem de ônibus... O que vc's acharam?

Até a próxima semana.

bjs,

Ju