Nota: Glee ou seus personagens não são meus, infelizmente. Se fossem, essa 3ª temporada seria algo completamente diferente: Rachel Berry jamais estaria vestida de noiva aos 17 anos para se casar num cartório com Finnonsense Hudson achando que isso é a coisa mais natural do mundo. Ah, a Garrard também não é minha (quem me dera), mas eu fiz a minha própria versão do "The Yellow Heart", porque a cor preferida de Rachel é o rosa.


A pequena morena andava de um lado a outro do quarto, ansiosa. Queria dormir até mais tarde, para ficar com uma boa aparência, mas os olhos simplesmente não fechavam, a respiração estava acelerada, o batimento cardíaco a mil. Ou seja, não havia como relaxar. "Ele já deve estar chegando... " pensou, aflita. Já havia cumprido toda a sua rotina matinal: elíptico, banho tomado, depilação e sobrancelhas feitas, cremes passados. O vestido para a noite estava cuidadosamente embrulhado em um saco branco bem à sua frente. Olhava para tudo e nada, ao mesmo tempo, e torcia o laço do hobbie de seda, enquanto o nervosismo a consumia.

"Rachel, você está acordada, amor?" Ele entrou, abrindo a porta do quarto com cuidado e falando baixinho.

Sua expressão foi de alívio e, em menos de um segundo, tensão duplicada.

"Por que se levantou tão cedo? Ele disse, o olhar imediatamente capturando a expressão tensa dela. Achei que uma boa e longa noite de sono fizesse parte da rotina pré-tapete vermelho de Rachel Berry." Ele disse, num tom de brincadeira que, ao mesmo tempo em que a enrubesceu, encheu-lhe os olhos de lágrimas.

Percebendo a reação dela, correu ao seu encontro, certificando-se de trazê-la para a proteção de seus braços.

Ela envolveu-o pela cintura e aconchegou a cabeça no peito dele, deixando as lágrimas rolarem.

"Sei que você está nervosa, amor. Mas, pode ter certeza, esta é a sua grande noite! Não há a menor dúvida de que o Tony de melhor atriz protagonista de musical será seu." Ele levantou o rosto dela carinhosamente e, com visível adoração, depositou um beijo terno nos lábios da mulher que amava.

Rachel sentiu que já não agüentava mais. Não conseguiria ir para o evento sem contar tudo para ele antes. Sentia-se enjoada e, ao mesmo tempo, em pânico. Precisava falar, caso contrário, iria enlouquecer e, até mesmo, poderia dar algum vexame no meio da premiação.

Ela capturou os olhos dele, tão azuis, tão profundos. Olhou os traços perfeitos de seu rosto. Ainda que a expressão fosse mais madura, ele ainda conservava os mesmos traços daquele garoto arrogante com jeito de príncipe encantado que ela conheceu numa loja de músicas, há tantos anos, em Ohio. Não, ela nunca se acostumava a vê-lo, a maravilhar-se com ele, não apenas porque ele era lindo e extremamente talentoso vencedor de dois Tony's, mas, principalmente, porque, depois de tantos desencontros, finalmente eles estavam juntos. Ele era seu par-perfeito e ela não poderia mais imaginar nenhum futuro longe dele. Ambos estragaram tudo, por seguidas vezes, quando ainda eram adolescentes imaturos, mas o destino, tão prontamente generoso e certo em tomar as rédeas de suas vidas, havia lhes dado a chance de estarem juntos novamente, como simplesmente era para ser.

De fato, era engraçado pensar nessas coisas. Um dia, há muito tempo, ela pensou ter encontrado o primeiro e único grande amor de sua vida. Chegou a vestir-se de noiva e dirigir-se a um cartório para o casamento, com apenas 17 anos de idade. Mas tanto havia acontecido deste então. O ingresso na NYADA, o início da carreira, a dificuldade em conciliar o namoro à distância. Simplesmente, por mais que quisesse, Finn não estava na mesma estrada que ela. Depois dele, até teve alguns poucos affaires, mas nada duradouro.

Até que, um dia, pela inevitabilidade do destino, eles se reencontraram. Mais maduros, preparados, mas com a mesma determinação feroz em perseguir aquilo que querem, eles se reuniram. Carreiras ascendendo em sintonia, pois ele deixou Ohio novamente; respeito mútuo por seus talentos e uma química incrível. Não fizeram uma reconstrução, mas buscaram fazer tudo novo, como se estivessem se conhecendo pela primeira vez. E, de fato, estavam: sem máscaras, sem atuações, sem corações partidos, sem imaturidades, sem vinganças, ou rivalidades.

Fizeram questão de fazer tudo certo. Pediram desculpas um ao outro, se reapresentaram e tiveram um último primeiro encontro, um último primeiro beijo... uma primeira noite de amor... Exatamente como deveria ser: romance épico.

Rachel sentia o coração martelar, como se fosse sair junto com as palavras que, rapidamente, deixou saltar de sua boca:

"Jesse... estou grá-á-vida."

Ele ficou atônito. Percebeu que Rachel estava estranha nos últimos dias, mas achava que era apenas nervosismo pela premiação iminente. Afinal, depois de ter ficado frustrada anteriormente, quando ambos foram indicados e apenas ele ganhou – o seu segundo Tony, inclusive – ela, finalmente, estava tendo uma nova chance e, nesse ano, todas as expectativas eram nela. Praticamente, o prêmio já era seu. Contudo, quando ela lhe falou aquelas três palavras, ele simplesmente ficou sem reação.

Beirando o histerismo, ela desatou a falar: "Olha, me desculpe, Jesse. De verdade. Eu sei que devia estar tomando a pílula, conforme combinamos, mas com toda essa rotina exaustiva que estava tendo no teatro, eu acabava me esquecendo algumas vezes e, estávamos tendo tão pouco tempo para nós, comigo na peça, você se dividindo entre LA e NY e eu sei que deveria ter te avisado para usar camisinha, mas, no calor do momento, eu só queria você, tanto – ela enrubesceu, entre lágrimas – que eu esquecia qualquer outra coisa. Me desculpe, amor, de verdade. Eu sei que não planejamos nada disso, quer dizer, nós nem somos casados, mas aconteceu.

Ele ainda estava paralisado e ela foi ficando cada vez mais desesperada – "Jesse, por favor, fala alguma coisa!"

Vendo o desespero nos olhos dela, ele finalmente conseguiu formular algo concreto, dentre o turbilhão de coisas que passavam por sua cabeça naquele momento: "Rachel, por que você está se desculpando?"

Confusa, ela disse: "Porque fiquei grávida sem termos planejado. Quer dizer, nossas carreiras e, de repente, um filho, muda tudo."

Deleite estava estampado em seu rosto e, com uma risada alta, ele simplesmente falou: "Você está carregando um filho meu!" – ele disse, pousando as mãos sobre o ventre dela, sentindo o calor da pele dela por cima do tecido fino, os olhos cheios de lágrimas – "Um bebê St. James. Metade eu, metade você. Não há motivo algum para se desculpar, exceto o fato de que, aparentemente, você vem escondendo isso de mim há alguns dias. Me privando desse estado de êxtase em que me encontro agora." Ele disse, levantando uma sobrancelha, com um olhar inquisitivo e um tom apenas levemente sério com a ciência da realidade que o assolava.

Ela sorriu e pousou as mãos sobre as dele, maravilhada. "Então, você não está zangado?"

"Rachel! Que ideia absurda foi essa?"

Ainda confusa, abraçou-o com força, recostando a cabeça sob o peito dele, de uma forma familiar e reconfortante. "Bom, nós nunca conversamos sobre filhos. Quer dizer, estamos juntos há um ano e meio, já moramos juntos há algum tempo e, definitivamente, somos comprometidos um com o outro, mas também estamos completamente focados em nossas carreiras." – Ela tenta medir suas palavras, para não dar a ele a impressão errada. – "Mas, nós não somos casados, nem noivos e, embora tenhamos tocado no assunto poucas vezes, nunca foi de uma forma realmente séria, justamente por isso. Então, eu simplesmente achei que não fosse algo que estivesse nos seus planos." Sua voz estremeceu levemente nas últimas palavras.

Ele percebeu a leve insegurança na voz dela. Eles se conheciam muito bem. Showfaces não funcionavam mais entre os dois. Claramente, era notório que ela temia que ele não estivesse completamente comprometido, que a carreira e a fama ainda fossem mais importantes. Por mais que os erros do passado tivessem sido apagados, ele não poderia culpá-la por se sentir vulnerável nesse momento. Ele a devastara antes e, inevitavelmente, isso deixa marcas.

"Bom, de fato, ser pai não era algo que estava nos meus planos, nesse momento." Ele levantou o queixo dela com uma mão, fazendo-a olhar diretamente para ele, enquanto deslizava a outra pelo cabelo macio de Rachel, colocando uma mecha solta atrás da orelha. "Na verdade, nunca pensei muito sobre isso e, como você nunca mencionou o assunto, também não pensei em iniciá-lo."

Ela engoliu em seco, ansiosa, enquanto ele mantinha o olhar firmemente seguro no dela.

"Contudo, não posso dizer que estou menos maravilhado com sua notícia." – seu sorriso resplandeceu – "quanto ao nosso relacionamento, bom, eu pretendia fazer isso pela manhã, pois não queria que nada tirasse o foco da sua grande noite. Levaria você para um brunch porque, inevitavelmente, acordaríamos tarde, após você ser premiada, irmos para a festa, tirarmos todas as fotos, darmos todas as entrevistas e voltarmos para casa para uma madrugada de sexo avassalador, já que você estaria extremamente excitada – além do normal – ele levantou as sobrancelhas – com a sua não-surpreendente vitória..."

Gentilmente, Jesse saiu do enlace do abraço dela, sentou-a na cama e, dirigindo-se ao armário, abriu a porta, afastando algumas roupas e retirou uma caixinha cuidadosamente escondida dentro do bolso de uma bermuda dobrada, enquanto ainda falava...

"... E, então, passearíamos pelo Central Park, uma vez que, depois dos palcos, é um dos nossos lugares favoritos aqui em NY e, finalmente, eu te levaria ao teatro aonde você vem apresentando o seu show. Em cima de um palco, da Broadway, que é o lugar a que você, ou melhor, a que nós pertencemos, ao som de Hello, eu faria o grande pedido. Queria que fosse extremamente especial, porque – ele disse, revirando os olhos – sei que não é a primeira vez que você recebe essa proposta, mas espero que seja a última. Mas..." ele manteve o tom solenemente arrogante "... acho que, definitivamente, nada poderá superar o dia de hoje em matéria de ser especial." Ele rolava a caixinha entre os dedos, enquanto os olhos dela cintilavam em lágrimas.

"Rachel, o único motivo pelo qual não te pedi em casamento até hoje foi porque, seria muito hipócrita da minha parte ter ficado enfurecido quando Frankteen o fez, porque eu sempre achei que você deveria priorizar sua carreira e, então, fazer o mesmo que ele. Eu não queria te pressionar. Queria que você, que nós, tivéssemos as coisas com que sempre sonhamos primeiro para, só então, darmos esse passo adiante. Por mim, teríamos nos casado no mesmo instante em que voltamos a namorar porque tudo o que eu mais quis nesses últimos anos, desde que te conheci, foi que você fosse minha de todas as formas que existem, embora eu tenha sido suficientemente tolo para demorar a perceber isso." Sua voz vacilou uma nota, nessa última frase, como se ainda se desculpasse por tudo o que aconteceu.

"Jesse, isso tudo ficou para trás. Nós dois erramos muito." Ela disse, com ternura e ansiedade.

"Eu sei. E tivemos a sorte de poder fazer tudo certo. O presente e o futuro foram maravilhosos conosco, pelo menos eu digo por mim."

Ele olhou nos olhos dela, com firmeza e lágrimas contidas. Finalmente, enquanto se colocava sob um joelho, aos pés da mulher de sua vida, na beira da cama em que, provavelmente, poderia ter sido o lugar em que seu bebê foi concebido, ou o tapete da sala, ou a banheira, ou a bancada da cozinha, ou o sofá do camarim dela no teatro... Solenemente arrogante, como quando lhe disse que ela cantar Don't cry for me Argentina não era um sonho, mas uma inevitabilidade, ele começou a dizer:

"Rachel Berry, sempre achei que minha caminhada seria solitária, que eu estaria sozinho no topo. Que jamais teria alguém para me acompanhar do jeito que sou: Vorazmente obcecado em ser o melhor em tudo o que faço, sempre tentando me superar, sempre me desafiando. Nunca me preocupei realmente com ninguém além de mim mesmo. Contudo, quando eu ainda tinha 17 anos, fui obrigado pela minha treinadora do coral a assistir uma competição seletiva e, nesse dia, em que eu estava egocentricamente mal-humorado, vi uma performance de "Don't rain on my parede" que, apesar de não ter sido preparada para aquela ocasião, pecando um pouco em profundidade emocional, me fez completamente cativo de sua executora. Eu sou seu Rachel, desde aquele dia, o que só veio a se confirmar quando nos conhecemos e cantamos juntos pela primeira vez. Então, eu simplesmente já estava apaixonado. Eu realmente queria começar te dizendo que te amava, porque, de fato, te amava e venho te amando por todos esses anos e sei que vou te amar por todos os dias da minha vida, e mais agora, em que você está carregando o nosso bebê. Ao seu lado eu tive tudo o que sempre quis e mais aquilo com que eu sequer sonhava. Você é minha alma gêmea, Rachel! Deus, o universo, seja lá o que for, nos fizeram perfeitamente feitos um para o outro e eu quero passar o resto dos meus dias ao seu lado não apenas porque você me faz completo, mas também porque eu quero te completar e te fazer feliz enquanto eu viver. Por isso... " ele abriu a caixinha vagarosamente e segurou a mão dela na dele... "você se casa comigo?"

O anel era simplesmente glorioso. Rachel não poderia esperar nada menos de Jesse. Não era a primeira vez que ele lhe dava uma joia. Na verdade, ele quase sempre a presenteava com uma joia em datas comemorativas ou estreias de peças. Suas escolhas eram requintadas e refletiam extremo bom gosto. Brincos, colares, pulseiras... mas nunca um anel. Esse seria o primeiro. Um diamante rosa em forma de coração imenso, circundado por outros menores, que se seguiam pelo aro de platina, que se abria em dois pequenos corações laterais vazados, suas formas também cravejadas em diamantes." Era algo tipicamente Jesse: vaidoso, imponente, ofuscante, sem deixar de ser delicado, o que também combinava com ela. Era possível notar que ele foi minucioso em sua escolha, buscando algo único e parecido com os dois.

Ambos tremiam: ele segurando o anel, enquanto ela, entre lágrimas, proclamava sua resposta, firme e indubitável: Sim, Jesse St. James, eu aceito me casar com você!

Pulou em seu pescoço, abraçando-o forte e beijou-lhe com ardor. Quem se importava com Tony Awards quando eles compartilhavam aquele momento único? O mundo inteiro do lado de fora poderia esperar porque, naquele momento, eram apenas os dois, ou melhor, os três.

Ele girou o anel para mais perto dela, mostrando-lhe o interior, em que estava gravado: Hello. Eu te amo, J.

Ela chorou ainda mais e estendeu-lhe a mão, para que ele pudesse colocá-lo em seu dedo anelar. Coube perfeitamente, é claro, uma vez que ele havia medido o dedo dela enquanto dormia.

"Eu também te amo, Jesse. Muito." Beijaram-se mais uma vez, com ternura, naquela sincronia que já lhes era familiar, íntima.

Cessado o beijo, Jesse pousou, novamente, as mãos sobre o ventre dela, abaixou-se e, beijando-a logo abaixo do umbigo, sussurrou, entre uma risada rouca: eu amo você também, bebê St. Berry, para sempre.

Rachel derramou-se em lágrimas e risos, enquanto acariciava os cabelos dele.

Sentindo-se em paz, Jesse não queria levantar dali jamais. Finalmente, sua vida parecia completa, repleta de amor e glória. Contudo, aquela era a noite de Rachel e eles precisavam se reaprumar.

"Amor, que horas sua "equipe" estará aqui? Não quero atrapalhar todo o seu procedimento para a grande noite." Ele disse, com naturalidade, demonstrando realmente apenas preocupar-se com aquilo que sabia ser importante para ela. "Talvez você queira que eu prepare algumas compressas de água fria, para esse pequeno inchaço nos seus olhos. Sei que você gosta da sua pele intacta, embora, para mim, você nunca pareceu mais radiante." Ele complementou.

Ela olhou-se no espelho, vendo que os olhos estavam vermelhos e apenas um pouco inchados e riu, afetuosa, dando-se conta de que ele não a achava louca, mas realmente queria que tudo fosse perfeito para ela. "Humm... poderia ser bom. Eu acabei com todo o procedimento de relaxamento dos poros que venho fazendo há dias." Ela falou, uma nota de repreensão a si mesma.

"Como eu disse, acho que você continua perfeita. E linda. E maravilhosa. E extremamente sexy." Ele disse, sugestivo.

"Sua opinião é tendenciosa. Além disso, você diz isso agora, enquanto eu pareço completamente não grávida." ela alisou a mão dele por cima de sua barriga. Ele olhava, maravilhado, o anel que estava no dedo dela. Há tanto tempo queria fazer aquilo.

"Rachel, eu simplesmente mal posso esperar para ver você mostrando a todos o quão grávida está do meu, quer dizer, nosso, bebê. Ele ou ela é uma parte de nós, uma prova viva do nosso amor. E você continuará gloriosa para mim." Segurou o rosto dela em suas mãos e, carinhosamente, beijou sua têmpora, suas bochechas, chegando aos lábios. Cada toque enviava fagulhas pela pele de Rachel e, simplesmente, ela não podia conter-se com aquilo. Forçou a língua para dentro da boca dele, apertou-lhe os cachos cuidadosamente arrumados, puxando-o para mais perto. Entendendo exatamente o que ela queria, Jesse puxou uma, depois outra perna dela para cima, envolvendo-a em sua cintura sem quebrar o beijo por um segundo sequer. Logo, ambos estavam sem fôlego e, embora ele quase enlouquecesse de vontade de continuar com aquilo, não queria atrapalhá-la. Então, com a voz rouca e cheia de desejo, sussurrou no ouvido dela: "Temos tempo?"

Ela entendeu a gentileza por trás do gesto dele, afinal, ele queria que aquela noite fosse dela.. Sorrindo, maliciosa, ela traçou beijos e mordidas pela mandíbula dele, até chegar à concha de sua orelha, onde sussurrou: "Mais do que suficiente. Eles só virão depois do almoço. Vamos comemorar nosso noivado."

Dito isso, voltou a beijá-lo, com ainda mais vigor. Sua língua passeava na boca dele, explorando cada canto familiar. Gemeu levemente, quando ele se afastou, por apenas um segundo, e recapturou a boca dela, mordendo e sugando o lábio inferior, descendo por toda a mandíbula dela e chegando à curva do pescoço, no ponto exato, abaixo da orelha, onde ele sabia que, desde os 15 anos, a enfraquecia. Enquanto os lábios dele brincavam, com sugadas e mordidas, os gemidos dela aumentariam audivelmente. Aproveitando-se da posição, ela arqueou as costas e pressionou-se mais contra a pélvis dele, sentindo a sua ereção, o que inundou seu próprio centro.

Dessa vez, foi Jesse quem soltou um rosnado baixo e, puxando-a, recapturou sua boca, enquanto as mãos desfizeram, de uma só vez, o laço do hobbie de seda. Desceu os lábios para o colo de Rachel, beijando e sugando a pele macia, embriagando-se no cheiro dela. Mordeu a curva de seus seios, com cuidado, para não marcá-la, mas não com menos paixão.

"Jesse..." ela sussurrou.

"Sim, meu amor...?" ele falou, com a voz rouca.

"Você tem roupas demais." Ela riu, com os olhos fechados, concentrando-se no prazer que era ter os lábios dele em seu corpo.

Suas mãos pequenas e ágeis correram pela base da camiseta dele, puxando-a sobre a cabeça. Correu as unhas pela pele quente, sentindo os músculos tonificados do peito e abdome.

Voltaram a explorar as bocas um do outro, enquanto Jesse levantou-se e, com delicadeza, colocou-a deitada na cama.

Ela ficou confusa e contrariada, quando ele se afastou e ficou fitando-a, adoração e desejo explícitos em seus olhos.

"Que foi?" perguntou, com a voz rouca.

"Só estou contemplando o quão linda você é. E o quão sortudo eu sou. Eu não me canso disso, Rach, eu nunca vou me cansar disso... amar você."

Dito isso, livrou-se das calças rapidamente, ficando apenas de boxers e voltou para a cama, ficando por cima dela, apoiando-se sobre os cotovelos.

Percebeu que uma lágrima se formava no canto do olho dela. Levantou a cabeça, com uma expressão confusa. "Que foi?" dessa vez foi ele quem indagou, preocupado.

"É só que, eu estou muito, muito feliz agora. E eu te amo muito, Jesse." Um sorriso largo brotou em sua face e ele beijou o rosto dela, bem onde a lágrima escorria.

Voltou a beijá-la, com reverência, enquanto suas mãos percorriam todo o caminho do corpo dela. O ritmo era lento e excitante, enviando arrepios por toda a sua espinha. Parou na altura dos seios, envolvendo-os com um toque firme, fazendo-os ficarem rijos, ainda por cima do sutiã. Desceu a boca pelo queixo, mandíbula, colo... finalmente, enquanto uma mão acariciava o esquerdo, a boca mordiscava e sugava por cima da peça de renda delicada o direito. Rachel respirava, ofegante, porque cada toque dele enviava choques elétricos por todo o seu corpo, fazendo-a ansiar por mais.

Ela arqueou as costas, num pedido mudo para que ele a livrasse da lingerie que, nesse momento, impedia o contato direto.

Prontamente, ele desceu as mãos por baixo dela e desabotoou o fecho, puxando a delicada peça de renda pelos braços.

Voltou suas atenções novamente aos seios de Rachel, alternando carícias com as mãos e sugadas e mordidas entre um e outro, enquanto ela enroscava as mãos pelos cachos do cabelo dele, sentindo-se ferver.

A boca quente, a língua macia dele... foram descendo pela barriga lisa dela, parando acima da beira da calcinha. Ela arqueou os quadris, o olhar de súplica para que ele o fizesse logo, mas Jesse estava disposto a fazê-la esperar.

"Você precisa ter mais paciência, futura Srª St. James." O sorriso dele era glorioso quando sussurrou essas palavras. Então, desceu até os pés dela, massageando-os e beijando-os com adoração.

Sim, ele estava disposto a dar tudo a ela hoje. Se havia um aspecto em que Jesse era generoso, era na cama. Sem dúvida, o melhor amante que ela poderia ter tido. Contudo, às vezes era simplesmente desesperador ter que esperar, mas ela sabia que valeria a pena, sempre valia.

Os beijos dele, junto com mordidas e carícias, foram subindo pelas pernas dela, o interior de suas coxas, chegando à virilha.

Rachel conseguia sentir a respiração quente de Jesse próximo ao seu centro, úmido, fervendo pela necessidade de tê-lo ali, dentro dela.

"Jess... amor, por favor..." ela implorava, a voz pouco mais audível que um sussurro.

"Rach, espere um pouco mais. Você sabe que a recompensa será extremamente gratificante. É garantido." Ele usou o tom mais arrogante possível, vendo o quão excitada ela já estava.

Tal como fizera nos seios ele começou as carícias com ela ainda de calcinha. Inicialmente, apenas esfregando os dedos pelo feixe de nervos dela, depois começou a roçar a língua por cima da renda, puxando-a com os dentes delicadamente.

Ela soltou um gritinho agudo, e ele sabia que era puramente de prazer.

Disposto a dar a ela um pouco do que ela ansiava, Jesse enganchou os dedos nas laterais da calcinha de Rachel, no que ela imediata e involuntariamente arqueou o quadril e afastou as pernas.

Ele novamente parou para admirá-la. "Você é perfeita, Rach. Completamente perfeita." Um sorriso arrogante brotou em seus lábios. Ele voltou a ficar por cima dela.

"Sua boca... é uma das maiores tentações que eu já vi... não sei como eu consigo ficar em público sem estar o tempo todo te beijando..." e beijou-a profundamente, em vagarosa tortura, fazendo-a tremer embaixo dele.

"Seus seios..." ele disse, segurando ambos com as mãos e descendo a cabeça em direção e eles. "... são do tamanho exato para caber nas palmas das minhas mãos e dentro da minha boca..."

Outro gritinho agudo saiu da boca dela enquanto ele sugava-lhe os seios. Desceu novamente, em direção ao seu ventre, parando de frente para a sua região mais íntima.

"... seu gosto..." ele lambeu toda a sua umidade, dando uma pequena sugada no ponto mais sensível, fazendo-a quase convulsionar. "...é delicioso... E você é minha, completa e unicamente minha." Ele usava de autoridade e arrogância, com a convicção das palavras que proferia.

As mãos dela torceram-nos nos lençóis, com força, enquanto convulsionava em prazer e ânsia.

"Jesse... não... fale... mais... por... favor... FAÇA ISSO!" ela implorou.

Então, ele atendeu ao pedido dela, língua e dedos trabalhando em conjunto para levá-la ao mais devastador dos orgasmos. Quando o ápice chegou, dando-lhe fogo líquido de puro prazer, o nome dele caía da boca dela incessantemente.

"Maravilhoso... superou..." foi só o que ela conseguiu formular, enquanto ele se aconchegou por alguns instantes ao seu lado, na cama.

Depois de algum tempo, recuperou os sentidos e seus olhos capturaram os dele, ardendo em desejo, mas, ainda assim, tão profundamente conectado a ela, em fazer tudo por ela e ser tudo o que ela precisava. Naquele momento, eles poderiam, simplesmente, se perder na imensidão dos olhos um do outro. Contudo, Rachel sabia e sentia que ambos ainda precisavam de mais.

Então, ela passou uma perna por cima do corpo dele, forçando-o para baixo. Quando, finalmente, estava por cima, deu-se conta de que Jesse ainda usava os boxers. Resolveu, então, fazê-lo provar um pouco de sua própria tortura.

Começou beijando a boca dele, desceu pela mandíbula e, mantendo um olhar travesso fixo ao dele, percorreu todo o tórax definido, escorregando boca e unhas ao longo de seu corpo. Quando chegou à beira dos boxers, começou a puxá-los com os dentes, vagarosamente, enquanto Jesse soltava um rosnado baixinho.

Terminou com as mãos, quando ele arqueou o quadril para ajudá-la. Assim, sentou-se novamente por cima dele, as mãos percorrendo todo o comprimento rijo. Desceu o corpo e capturou-o com a boca, iniciando com lambidas e pequenas sugadas apenas na ponta, arrancando tremores do corpo dele. Começou a trabalhá-lo como um todo, indo até o mais profundo e voltando, lambendo a ponta e descendo de uma só vez, sem nunca quebrar o contato visual e Jesse agradeceu aos céus a falta de reflexo no esôfago dela.

Ele sentiu que já não iria durar muito tempo e, por isso, quando ela ameaçou aumentar o ritmo, segurou-lhe o pulso.

Um olhar de confusão passou pelo rosto dela.

"Se você continuar, eu não vou durar muito e quero terminar de outro jeito." Ele falou, autoritário, com a voz sufocada.

No mesmo instante, levantou o corpo, sentando-se, e puxou-a mais para perto, envolvendo-a pela cintura, num beijo que era pura urgência.

Ela não protestou, como pensou em fazer, apenas deixou que suas mãos se enroscassem novamente no cabelo dele, enquanto ele assumia o controle. Eles estavam de frente um para o outro, pernas envolvidas ao redor de suas cinturas.

Jesse beijava a coluna do pescoço de Rachel, apalpando os seus quadris com vigor e puxando-a ainda para mais perto. O centro dela, agora, tocava a sua ereção e ele sentia que já não agüentava mais não estar dentro dela.

Assim, segurando o peso de Rachel, ele virou-os para que pudessem deitar novamente, ficou por cima dela e direcionou-se para penetrá-la, de uma só vez.

Ambos estavam, nesse momento, sentindo-se completos. O corpo de Jesse moldava-se perfeitamente ao de Rachel e eles iniciaram uma dança familiar, conjunta, mais erótica e prazerosa que qualquer outra que pudessem apresentar publicamente. Sim, o palco não era o único lugar onde eles eram perfeitos e extremamente talentosos juntos.

Jesse estocava fundo e forçava sua pélvis contra o clitores de Rachel, enquanto ela se movia junto com ele. De mãos dadas, o momento máximo chegou para ambos: as paredes dela contraindo-se em torno dele, que alcançava o epítome do prazer. Ficaram um tempo incontável apenas parados, respiração irregular, sentindo o calor um do outro.

Jesse, então, beijou as faces, a testa, o queixo e a boca de Rachel, de forma terna, suave, e deslizou para o lado dela, puxando para seu peito, num abraço apertado.

"Obrigada, Rach." Ele sussurrou, no cabelo dela.

"Bom, pelo quê, exatamente?" ela disse, rindo.

"Por não ter se casado com o Finn, por ter seguido os seus sonhos, por me permitir voltar para a sua vida, por estar esperando um filho meu, por ter aceitado se casar comigo... por me fazer o homem mais feliz do mundo. Só isso." ele riu, baixinho, aconchegando-a mais.

"Bom, então eu acho que sua gratidão não é necessária, porque você faz o mesmo por mim." Ela falou, com ternura. "Nós dois, Jesse, é uma inevitabilidade.

"Ei, essa fala é minha." Ele disse, em meio a uma gargalhada. "Mas acho que é apropriada." Completou, rindo no cabelo dela.

Ficaram mais um bom tempo assim, apenas abraçados, falando sobre os últimos dias que ele passou em LA, a premiação da noite e a necessidade de irem a um obstetra o mais breve possível, além do fato de que ela gostaria de se casar antes de parecer grávida.

Jesse então deu uma sugestão:

"Sabe, acho que tem uma banheira muito confortável para suas pessoas nessa suíte. Tenho certeza que a iminente vencedora do Tony e futura Srª St. James apreciaria um banho quente com sais para relaxar a musculatura depois de todo esse exercício. Depois, poderíamos preparar um almoço para recarregar as baterias. O que acha?"

"Hummm... acho uma excelente ideia" ela concordou, com uma gargalhada, um sorriso fixando-se com o notável orgulho e confiança que ele depositava nela.

Ela já ia levantar-se, quando ele a deteu:

"Só mais uma coisa." Ele segurou a mão dela, tentando retirar o anel que acabara de colocar ali. Ela olhou-o assustada, fechando os dedos, mas, antes que pudesse falar qualquer coisa, continuou:

"Mal posso esperar para você exibir sua nova aliança em público e que todos os paparazzi publiquem que estamos noivos e que nos casaremos em breve. Mas, esta noite, como eu disse, quero que seja focada, pelo menos lá fora, apenas no fato de que você será premiada por sua atuação esplêndida. Ela ainda o olhava desapontada e um tanto quanto aborrecida. "Além disso, sei de algumas pessoas que não nos perdoariam por saberem que fiz a proposta por meio da mídia."

Relutante, ela começou a lista, sabendo que ele tinha razão: "Meus pais, seus pais..."

"Quinn, Shelby, Mercedes... E não podemos nos esquecer, é claro: Mr. Kurt Hummel e Mr. Blaine Anderson, que vão ter um ataque se te virem naquela premiação hoje com esse anel sem dar a eles todas as minúcias." Ele completou, rindo da expressão contrariada dela. Nesses momentos, ela parecia apenas aquela adolescente de 16 anos, que não aceitava nada diferente do que ela quisesse, fazendo beicinho.

"Ainda assim, você apenas acaba de me propor em casamento e retira o meu presente?"

"Prometo que devolvo quando chegarmos voltarmos para casa. De qualquer forma, você só o estaria recebendo amanhã pela manhã." Ele falou para ela, como que lhe dando a última palavra, embora Rachel ainda resistisse em ceder.

"Vamos lá, amor, já até tenho meio que um jantar surpresa com nossos pais e amigos amanhã. Você sabe, para comemorarmos a sua vitória e anunciarmos o noivado e, agora, também a sua gravidez."

"Jesse, nem sabemos..." ela tentou falar, quando ele imediatamente a interrompeu:

"O prêmio de hoje é seu. E você sabe, não teremos a oportunidade de nos reunirmos nesta noite e, por sorte, meus pais estão fazendo uma escala em NY, para nos verem antes de irem para Tóquio e Quinn conseguiu uma folga das filmagens no Canadá. Será uma ocasião magnífica para anunciarmos a eles que, não apenas que estamos a nos casar, mas que também serão avós e tios." Ele disse, arrogantemente entusiasmado, vendo que ela, finalmente, estava para ceder.

"Tenho certeza de que, em menos de 24h, Kurt, seu pai LeRoy, e minha mãe terão tudo planejado para o casamento dos sonhos, sem que você precise fazer o menor esforço, nem se preocupar com o tempo hábil." Ele falou, ainda com aquele entusiasmo irresistível.

"Ok." Ela finalmente cedeu, destrancando os dedos, deixando que ele retirasse o anel, ainda com a expressão aborrecida.

"Prometo que o recolocarei assim que voltarmos. E, dessa vez, será para nunca mais tirar." Ele pegou a mão dela e beijou exatamente onde estava o anel, poucos segundos atrás.

"Vou ligar para Laura. Confirmar a hora que chegarão aqui para começarem a produção." Ela disse.

"Tudo bem. Estou só esperando por vocês." Ele enfatizou a última palavra, repleto de orgulho. "Vou encher a banheira" Foi o suficiente para que ela derretesse a expressão naquele momento e reabrisse o mais genuíno dos sorrisos para o amor de sua vida. Não poderia haver outro mais perfeito para ela, afinal. Tudo o que ela sempre quis foi brilhar, sem que nada ou ninguém a ofuscassem e isso era apenas o que ele lhe dar essa noite, fazendo com que os holofotes fossem direcionados para nada além de sua possível premiação.

Se havia algo que Jesse nunca fazia era se intimidar pelo sucesso de Rachel, não apenas porque ele era tão bem sucedido quanto ela, afinal, ele já havia recebido dois Tony's, mas porque ele torcia por ela, compartilhava de seus sonhos, a apoiava de uma forma ativa, procurando sempre levá-la a buscar o máximo que ela tivesse para dar de si, como ele fazia consigo mesmo. Por isso, era tão bom e tão fácil estar com ele, embora fossem ambos pessoas intrinsecamente dramáticas, mas, juntos, eles não precisavam de grandes esforços para ser exatamente aquilo que o outro precisava. Mesmo com todos os erros passados, estar juntos, para Jesse e Rachel, era, simplesmente, inevitável.