Disclaimer: Naruto e seus personagens pertencem á Kishimoto Masashi.
Sinopse: Quando a irmã de Sakura morreu, ao dar à luz uma menina, ela jurou que seria para Aya, a mãe que ela tinha perdido. No entanto, menos de um ano depois, Sasuke Uchiha a descobriu. Ele também tinha perdido um irmão querido - Itachi, o pai de Aya - e achava que a criança era filha de Sakura, uma mulher que achava ser vulgar. Autoritário e insensível, Sasuke queria levar Aya embora. Desesperada, Sakura submeteu-se a tudo o que ele queria, concordou até em casar-se com ele. Mas mulher alguma poderia resistir ao inferno de desprezo e sedução que Sasuke estava criando: mesmo odiando Sakura, ele queria possuí-la à força!
(Baseado na obra de Carlole Mortimer.)
Capítulo 1
Sakura sorria, encantada, para o bebê adormecido. Aya era a coisa mais importante de sua vida e faria qualquer coisa para mantê-la sempre ao seu lado.
Sentou-se na poltrona e relaxou completamente. Estava exausta, não iria aguentar por muito tempo. Trabalhava o dia inteiro fora e, quando chegava em casa, cuidava da menina. Ela ficava durante o dia com a sra. Shizue, uma vizinha, e, ultimamente, choramingava a maior parte do tempo: seus dentes começavam a nascer.
Sakura colocou as mãos no rosto. O que poderia fazer? Se Ino não tivesse morrido logo após dar à luz Aya saberia, ao menos, a quem pedir ajuda. Mas Ino tinha morrido e Sakura não sabia quem era o pai da garota. Se ela não tivesse trabalhado dois anos fora, nada daquilo teria acontecido e, provavelmente, Ino estaria viva. Se ao menos... se ao menos! Quantas vezes havia repetido essas mesmas coisas no último ano? E o que tinha adiantado? Nada!
Ela nunca deixaria Aya, não importa o que pudesse acontecer. Perdida nesses pensamentos, assustou-se ao ouvir alguém batendo na porta. Olhou rápido para Aya. Ainda estava dormindo. Tinha demorado muito para pegar no sono e Sakura não permitiria que alguém a perturbasse.
Levantou-se e dirigiu-se para a porta, antes que batessem de novo. Aya resmungou, abriu os olhos verdes e fez cara de choro.
— Está tudo bem, querida — disse, tentando fazer com que o bebê voltasse a dormir. Houve mais um toque na porta e Sakura percebeu que era a dona da pensão. A voz da visitante não ia permitir que Aya ficasse calma.
— Sei que está aí, srta. Haruno! — Um riso malicioso acompanhou a declaração. — Onde mais poderia estar? — comentou baixinho, mas Sakura ouviu e não gostou.
Abriu a porta, furiosa, e ficou parada, vendo que a mulher ia entrando, mesmo sem ser convidada. A sra. Matsane tinha uma característica marcante: a curiosidade. Sakura tinha que ter muito cuidado com o que falava para ela, tudo era motivo para ofensas. Quando se mudou para aquele quarto, não fez nenhum comentário sobre a paternidade da criança e a sra. Matsane parecia não se importar de vê-la com um bebê. Sakura não se deu ao trabalho de explicar que era apenas a tia; a outra não iria mesmo acreditar.
Se tivesse encontrado um lugar barato, conveniente e próximo do trabalho, já teria saído daquela pensão. Mas era impossível; ninguém estava interessado em alugar um quarto para uma moça, ganhariam o mesmo com um solteiro e não teriam os incômodos do bebê. Na verdade. Sakura ficara admirada com a atitude da sra. Matsane: só havia recomendado mais silêncio. Mas como era possível acalmar uma criança cujos dentes estão nascendo e doem?
— O que deseja, sra. Matsane? — perguntou, firme.
— Não fale dessa maneira comigo, garota — respondeu a senhoria, caminhando pelo quarto, inspecionando tudo. — Ponha-se no seu devido lugar!
— Estou muito bem assim, sra. Matsane, — Sakura controlava-se para não demonstrar que se ofendia com as insinuações dela. — A senhora veio aqui por algum motivo especial ou é só uma visita? — Não queria dar o prazer de mostrar que estava irritada, mas tinha tido um dia de muito trabalho, levado uma hora para fazer com que Aya dormisse, e não estava disposta a ficar ouvindo as fofocas da outra.
— Não precisa ficar nervosa. Vim para informar que Yue e eu andamos conversando novamente e chegamos a uma conclusão. Não é muito boa — ela falou calmamente.
Sakura percebeu o que aquilo significava. Passou a mão pelos cabelos e disse:
— Desculpe-me pelo barulho, sra. Matsane, mas são os dentes de Aya que estão...
— Já ouvi muitas desculpas e não adiantou nada. Essa criança não faz nada a não ser chorar, e isso tem me complicado com os outros inquilinos. Tenho que fazer alguma coisa.
— Aya não passa o tempo todo chorando, ela é como todos os outros bebês! — Estava furiosa, indignada, — Por Deus, se a senhora sentisse dor, também choraria.
— Provavelmente, mas a questão é outra. Tenho que pedir para você sair daqui.
— Sair? — Sakura assustou-se. — Mas... não tenho nenhum lugar para ir.
— Sinto muito, querida. — A voz dela era tranquila, gentil. — Se dependesse apenas de mim, você poderia ficar; mas Yue quer ocupar este quarto a partir do final desta semana.
— Mas... — Sakura estava pálida, seus movimentos e suas reações mostravam o choque que tinha levado. — Para onde posso ir?
— Bem, eu é que não sei. Será que aquele seu amigo
não pode ajudá-la.
Sakura fez que não com a cabeça. Não podia pedir ajuda para Sai. Ele achava que ela não devia ter ficado com Aya para criar e, se não fosse por isso, teria insistido no pedido de casamento. Sakura gostava da idéia de tornar-se sua mulher, mas com a exigência dele seria impossível. Nunca se afastaria de Aya, faria qualquer coisa para ficar com a sobrinha, inclusive recusar o pedido de casamento de Sai.
— Não, eu... — começou a falar, mas foi interrompida pelo choro da menina.
— Está vendo? — a sra. Matsane comentou, satisfeita. — Não há um momento de paz. Sinto pena pela dor do bebê, mas seria muito melhor se não tivesse que ouvir esse choro a noite inteira. — Caminhou até a porta e, virando-se, avisou: — Lembre-se, até o final da semana.
Como poderia esquecer? Sakura pegou Aya nos braços e tentou acalmá-la. Como se percebesse as dificuldades da tia, e para ajudá-la, a criança parou de chorar. Suas mãozinhas acariciavam o pescoço de Sakura, como se lhe dissesse para não se preocupar com as pessoas, pelo menos, não com todas.
Nos dois dias seguintes, Sakura passou sua hora de almoço à procura de um quarto para alugar, mas não conseguiu nada. A maioria deles não aceitava crianças pequenas e, nos lugares em que ela seria aceita, o ambiente não era bom para um bebê. Sakura estava desanimada; nem Sai ajudava.
— Ponha a criança num orfanato e case-se comigo — era só o que ele dizia.
— Nem em sonho eu faria isso. Aya é a única pessoa que restou da minha família — respondeu, controlando-se.
— Podemos ter a nossa própria família, é só se casar comigo.
— Se você pensa assim, por que não aceita Aya? — Sakura não o amava, mas se casaria com ele para dar um lar à sobrinha.
— Não quero o filho dos outros — Sai falou, secamente, olhando para a garota que brincava no chão.
Sakura não se preocupou em responder. Naquela situação, era a última coisa que devia fazer. Precisava falar com um amigo, mas todos tinham se afastado, quando souberam do bebê. Apenas Sai e Hinata continuaram a vê-la. Sai, porque tinha a esperança de se casar com ela, e Hinata, porque era uma amiga de verdade.
— Venha, querida, é hora do banho — disse, abaixando-se e pegando Aya no colo.
— Não pode ser mais tarde? — Sai reclamou — Faz muito tempo que não converso com você.
— Não posso, criança precisa de horário.
— Você faz tudo para ela, mas quando é que vai arrumar tempo para cuidar de si mesma?
— Quer insinuar que estou feia? Isso não é muito educado, Sai! — Seus olhos verdes fixaram-se nele.
— Sabe muito bem que não quis dizer isso. — Seu rosto estava vermelho. — Você sempre está bonita, e sabe disso.
Sakura sabia que era muito atraente. Já tinha sido modelo fotográfico e, se negasse sua beleza, estaria mentindo. Seus cabelos possuiam um raríssimo tom rosado e eram macios, leves como as folhas de outono quando caem, e seus olhos verde em um tom esmeralda tinham um brilho que a deixava ainda mais especial. O nariz pequeno e os lábios sedutores formavam um rosto maravilhoso. O corpo esbelto era perfeito e sua beleza era totalmente natural.
Tinha sido modelo, até o nascimento de Aya. Depois. foi impossível manter o ritmo daquele emprego. O horário descontrolado e as viagens repentinas não permitiriam uma vida saudável para Aya. Sua única opção foi aproveitar o diploma de letras e aceitar uma proposta de trabalho como secretária.
Ganhava bem menos do que como modelo, mas tinha umas economias que ajudavam. Toda semana era obrigada a tirar um pouco de dinheiro da poupança.
— Quer me ajudar com o banho?! — perguntou, enquanto arrumava o pijama da menina
— Não, obrigado — Sai respondeu, pegando o jornal. Não insistiu; já conhecia o desinteresse dele por Aya.
Suas atitudes demonstravam isso e a garota parecia sentir o mesmo por ele.
Adorava a hora do banho da sobrinha. O banheiro ficava alagado, tudo era motivo de farra na água. Sakura olhava-a, carinhosamente: não tinha herdado os cabelos loiros e os olhos azuis de Ino, mas tinha o mesmo gênio descontraído da tia.
— Ma... ma... ma... — Aya balbuciou.
— Mamãe, mamãe — encorajou-a. — Vamos, querida, diga mamãe.
— Ma... mama... — A voz soava fraca e, sem demora, Aya voltou a divertir-se com a água.
— Você é uma macaca — Dulce disse, sorrindo. — Uma macaquinha — repetiu, ao ver que a menina estava gostando.
Depois do banho, beijou-a e colocou-a no berço.
— Durma bem, querida. Seja uma boa menina.
— Isso não adianta nada — Sai comentou, afastando o jornal e olhando para elas.
— Ela é uma menina ótima. O problema é que você não gosta de crianças.
— Ora, mas eu gosto. Vou amar os meus filhos. Mas continuo achando que você não devia ter assumido a res¬ponsabilidade por Aya, após a morte de sua irmã. Já naquela época, eu dizia que achava impossível e que seria loucura de sua parte. Essa criança está estragando você, física e financeiramente. Podia ser uma das modelos mais bem pagas do mundo, mas em vez disso...
— Escolhi dar todo o meu amor a Aya e fazer o possível para construir um lar para nós. Já falamos nisso uma porção de vezes, e não vou mudar de idéia. Amo Aya e farei de tudo para tê-la sempre ao meu lado.
— Está bem, está bem, faça o que quiser. Não consigo entender uma coisa: como é que você não sabe quem é o pai? Ino não comentou nada sobre ele?
— Ela recusou-se. Deve ter pensado que ele nunca mais seria necessário, não podia imaginar que não ia criar a filha. — Sua voz ficou trêmula ao se lembrar da irmã, jovem e cheia de vida. Era assim, até engravidar. Depois, tudo tinha mudado. Sakura sabia que Ino tinha amado muito o pai de Aya, mas ele a abandonara e era bem provável que nem soubesse da morte dela.
— Aya é minha filha — insistiu — e não desistirei dela por nada deste mundo!
No dia seguinte, foram visitar sido melhor se Sakura fosse procurar um quarto para alugar, mas estava acostumada a passar seu dia de folga junto de Aya. Hinata sempre ficava feliz ao vê-las. Tinha duas meninas e esperava mais um bebê. Ela e Naruto, o marido, também estavam em dificuldades financeiras; moravam num apartamento muito pequeno.
— Oi, amor! — Hinata sorriu e pegou Aya nos braços,
— Nossa! Como está ficando pesada! — Olhou para Sakura
e continuou: — Mas você não me parece bem. O que houve?
A moça contou sua conversa com a sra. Matsane e a dificuldade em arrumar um outro lugar para morar.
— Oh... — Hinata suspirou, preocupada. - Vocês podem passar uns dias aqui.
Sakura sabia que o convite da amiga era sincero, mas não podia aceitar.
— Não, obrigada, Hina-cha. Vou arrumar um lugar. Imagine o que Sai sugeriu — falou, lembrando-se dele.
— Sai! Ele não ajuda em nada.
— Vamos mudar de assunto. Trouxe algumas maçãs para fazermos uma torta. Você prepara a massa e eu limpo as frutas, está bem?
— Combinado. Deixe Aya brincando com Yuki. Por alguns momentos, elas se esqueceram de seus problemas, divertindo-se como duas colegiais ao se sujarem de farinha.
— Somos piores do que as crianças — Sakura disse, sorrindo e tentando limpar o cabelo e o rosto, cheios de farinha.
— Você não é muito mais do que uma criança. Quantos anos tem? Vinte e um? Vinte e dois?
— Vinte e um. Um ano mais velha do que Ino. As vezes, fico imaginando o que aconteceria, se ela ainda fosse viva. Eu poderia continuar trabalhando como modelo e sustentar a família toda. Achei tão cruel a morte dela. Era tão jovem, estava começando a viver.
— E o pai de Aya? — Hinata perguntou, curiosa.
— É como se ele nunca tivesse existido. — Deu um sorriso nervoso e continuou: — Mas ele deve ser muito bonito; Aya não herdou os traços de Ino.
— Você já remexeu nas cartas de Ino para tentar descobrir quem é o pai? Aquelas cartas que estão na caixa que era dela.
— Não, eu não poderia. Seria violar a privacidade de Ino. As cartas estão no nome dela, não tenho o direito de ler.
— Mas você não precisa abrir as cartas — Hinata disse animando-a. — Veja o nome e o endereço do remetente. Tenho certeza de que pode fazer isso,
— É verdade — concordou, relutante. — Mas acho que não devo.
— Claro que deve! O momento não é para se preocupar com a privacidade de ninguém. Há motivos suficientes para você olhar aquelas cartas.
Sakura sabia que ela tinha razão. Ino deixara uma caixa cheia de cartas, e Sakura tinha quase certeza de que descobriria o nome do pai de Aya numa delas; mas sempre lhe faltou coragem para procurar.
Naquela noite, depois de ter feito Aya dormir, tirou a caixa do armário, colocou-a na sua frente e ficou olhando-a por alguns minutos. Abriu-a e hesitou: talvez estivesse mexendo em segredos que só iriam piorar a situação.
Respirou fundo e começou a ler os envelopes. Ino sempre tinha falado de seus namorados e Sakura ia reconhecendo os nomes dos remetentes. Havia apenas um de que não ouvira falar, e sentia que era ele o pai de Aya.
Colocou as outras cartas na caixa e decidiu, para o próprio bem da menina, que devia ler a carta e confirmar suas suspeitas. Abriu o envelope e começou a ler. As palavras estavam meio apagadas, sinal de que Ino a lera muitas vezes e que tinha chorado muito. Itachi Uchiha dizia que não a veria nunca mais. Não havia nenhuma menção ao bebê, mas a data da carta coincidia com o período de gravidez da irmã. Sakura concluiu que o sr. Itachi Uchiha sabia da existência do bebê e por isso mesmo tinha decidido abandonar Ino.
Escreveu uma carta dizendo que tinha algo de muito importante para conversar com ele e, no dia seguinte, colocou-a no correio. Mas isso não a deixou tranquila; continuou a procurar um quarto para alugar. Era possível que o sr. Uchiha houvesse mudado, ou que não fosse procurá-la ao reconhecer seu nome. O endereço dele ficava numa das regiões mais ricas de Tóquio, e pessoas como aquelas se esqueciam facilmente de suas responsabilidades. Provavelmente já havia se esquecido da existência de Ino.
Três dias depois, como a carta não foi devolvida, concluiu que ele a recebera e não pretendia responder. Não tinha achado nada para alugar e a situação começava a ficar desesperadora. Quase não dormia, de tanta preocupação. Aya também não ajudava: percebia a aflição da tia e ficava tão tensa quanto ela.
Sakura ninou a menina e, assim que a achou mais calma, pegou uma revista, tentando concentrar-se num artigo. Mas não conseguiu; largou a revista e começou a cochilar.
Um barulho na porta acordou-a. Levantou-se. Se fosse a sra. Matsane, ela faria...
— Srta. Haruno! Srta. Haruno! Visita para você. Visita! Quem poderia ser? Era alguém que a sra. Matsane não conhecia; senão, não teria acompanhado a pessoa até o quarto. Abriu a porta e arregalou os olhos, ao ver o homem elegante ao lado da senhoria. O olhar da mulher era malicioso, o que não a surpreendeu.
— A senhora... — Sakura hesitou — pode ir, agora, sra. Matsane — continuou, firme, e ficou esperando que ela se afastasse.
Olhou novamente para o homem: os olhos negros dele estavam fixos nela.
— Não quer entrar? — perguntou, nervosa.
— Quanta confiança, srta. Haruno. Meu nome é Sasuke Uchiha.
— Oh, mas...
— Antes que diga qualquer coisa, acho que deve saber que o meu irmão Itachi morreu.
Sakura empalideceu, não esperava aquilo. Como aquele homem podia falar com tanta indiferença da morte do irmão? Sua única chance para o futuro de Aya estava acabada. Seus olhos verdes se encheram de lágrimas.
O estranho continuava a olhá-la intensamente e, mesmo com os olhos lacrimejando, Sakura pôde perceber que ele era muito atraente. Se havia alguma semelhança física entre ele e o irmão, era fácil entender por que Ino se entregara a Itachi.
Ainda estava com a porta aberta, e ele entrou, sem esperar que ela repetisse o convite. Seu ressentimento aumentou ao notar a expressão de desgosto com que ele olhava para o quarto. Quem pensava que era para assumir aquele ar de superioridade? Ela havia feito tudo para dar o melhor para Aya, filha do irmão dele. O fato de morarem ali não significava que a menina não tinha todo o amor...
— Olhe — Sakura falou, voltando à realidade —, acho que você perdeu a viagem. Não poderá me ajudar.
O olhar dele penetrava no rosto dela.
— Por favor, srta. Haruno, deixe que eu mesmo resolva se posso ou não lhe ser útil. Sua carta parecia tratar de algo urgente, e se não fosse por isso não teria vindo. Agora me diga no que não posso ajudá-la. O que a faz pensar que o meu irmão poderia ajudar mais do que eu? — Seu olhar acompanhava os movimentos nervosos de Sakura. — Não podemos nos sentar?
— Oh, desculpe! — Ela sentou-se e pediu para ele fazer o mesmo.
— Será que não quer me explicar o que é que apenas o meu irmão teria condição de fazer? Ou é tão particular que não posso saber ?
— Não está sendo educado, sr. Uchiha — A insinuação dele deixou-a furiosa.
— Não? Mas é por sua culpa. Mandou uma carta urgente para o meu irmão e, quando chego aqui, recusa-se a explicar o que está acontecendo. — Levantou-se num só movimento; seu corpo musculoso era notável. — Acho que tem razão, parece que perdi a viagem.
Sakura levantou-se para acompanhá-lo à porta mas Aya acordou e começou a chorar. Sem se preocupar com o olhar surpreso dele, ela entrou no quarto para acalmar o bebê, antes que os outros inquilinos começassem a reclamar. O rosto de Aya estava molhado de lágrimas e Sakura, não resistindo, pegou-a no colo.
— Pronto, querida — disse baixinho. — Tudo está bem, meu anjo.
Sasuke parou na porta do quarto, o rosto muito sério.
— Então — sua voz era serena e fria —, você tem uma criança.
— Tenho. — Sorria carinhosamente para Aya.
Os olhos verdes e grandes da menina fixaram-se naquele homem alto, sério, e ela balbuciou, animando-se:
— Mamãe... mamãe...
Sakura ficou radiante: era a primeira vez que Aya a chamava de mamãe.
— Como você é esperta, querida! Agora, tente dormir. Mamãe está com uma visita e não gostaria que você se comportasse mal.
— Não precisa se preocupar comigo. Se era esse o motivo pelo qual você queria a ajuda do meu irmão, está certa; eu realmente não posso ajudá-la. Você mesma escolheu esse destino e não é do meu feitio envolver-me com problemas particulares.
— Verdade, sr. Uchiha? — perguntou, firme, oferecendo para que ele pegasse Aya no colo. Sasuke não teve outra opção a não ser pegar aquela criança delicada em seus braços fortes.
Sakura observava Aya mexendo nos botões da camisa branca do tio. Não parava de sorrir, mostrando os dois dentinhos. Sasuke olhou-a bem e virou-se, pálido, para Sakura.
— Esta criança... — Sua voz tremia; ele não tinha certeza das conclusões a que havia chegado. — Não há dúvidas de que você é a mãe, e o pai... — hesitou — era o meu irmão, não?
— Sim, era ele... Mas eu...
— Por favor... — interrompeu-a, levando Aya para a sala e sentando-se na poltrona. Os olhos da menina brilhavam para ele: estava gostando do modo como a tratava. Era rara a presença masculina naquela casa: apenas Sai ia lá, mas ele não gostava dela. Sasuke olhava-a carinhosamente; sua arrogância havia desaparecido.
— Qual é o seu nome, mocinha ?
— Aya — Sakura falou. — Já tem dez meses. — Ainda não queria contar que não era a mãe; alguma coisa lhe dizia que não era o momento certo.
— Hum... E que tipo de ajuda eu posso lhe dar? — ele perguntou, olhando para os cachos macios do bebê.
— Nenhuma! — Sakura disse, surpresa. — Queria ver o seu irmão, mas ele está... morto. — A palavra quase não saiu. — Eu mesma resolverei os meus problemas.
— Discordo. Será que é preciso lembrá-la de que Aya é minha sobrinha?
Sakura estremeceu. Como pôde se esquecer? Balançou a cabeça e disse, firme:
— Você tem apenas a minha palavra, e não posso saber, com certeza, se Itachi é o pai!
— Claro que pode. — Ele levantou a voz e Aya ameaçou um choro. — Está tudo bem, querida. — Colocou-a no chão e levantou-se para acender um cigarro. Ficaram em silêncio, por alguns segundos. — Quer dizer que não sabe se foi o meu irmão ou algum outro amante seu o pai da criança? — Sua voz era de desprezo. — Fique tranquila, eu sei quem é o pai da criança. Aya é parecida com meu irmão, seus traços são os mesmos. Não reparou nisso? Ou será que se esqueceu do rosto do meu
de Itachi? Teve tantos amantes assim?
Sakura controlou-se para não responder a tantos insultos.
— E o que pretende fazer, sr. Uchiha? Me perdoar?
— Isso é que não, srta. Haruno. — Seus lábios citavam tensos. — Aya é minha sobrinha e vou tratar bem dela. Não adiantaria eu dar dinheiro à senhorita, sei que gastaria em outras coisas. Percebo que tem muita afeição pela menina, mas receio que haja muitos homens em sua vida e isso não será...
Sakura deu um tapa no rosto dele. Foi um gesto instintivo, de defesa. Virou-se para Aya e pegou-a do chão. As duas o olharam, apreensivas.
— Não tenho muita afeição por ela — disse, controlando a voz —, eu a amo. E nenhum... nenhum estranho vai tirá-la de mim. Oh, sei que pode dar muita coisa para ela, percebo que deve ser muito rico. Mas eu a amo, será que não significa nada para você?
— Não é o suficiente — ele respondeu em seu costumeiro tom frio. — E como você sabe, sou muito rico. Itachi deve ter comentado isso e você achou que ele seria sua grande chance. Mas a criança era muito pequena e você não pôde identificar quem era o pai. Agora, vendo que se parece com Itachi, decidiu aparecer e mostrá-la a nós. Qual é o problema, srta. Haruno? Está cansada de cuidar da menina? Quer voltar a ter a vida que levava antes de ela nascer? Não deve ter sido nada difícil para o meu irmão cair na sua armadilha...
Sakura não acreditava no que estava ouvindo. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo com ela! Sabia que tinha sido ela mesma quem provocara todas aquelas humilhações, mas, se ele tivesse lhe dado uma chance para se explicar, diria que não tinha certeza de Itachi ser o pai porque ela não era a mãe de Aya. Agora, não tinha opção: se contasse a verdade, ele poderia levar Aya, e talvez nunca mais a visse.
— Aya é minha vida — disse com simplicidade. — Não permitirei que você a tire de mim.
— Não poderá me impedir, se for essa a minha intenção. Se algum de seus... admiradores aparecer por aqui, terei provas suficientes do seu mau comportamento. Se isso acontecer, tomarei a guarda da menina. E o que quer?
— Acha que o dinheiro pode comprar tudo, não, sr. Uchiha?
— Por favor, me chame de Sasuke. Como devo chamar você ?
— Sakura.
— Mas, voltando à sua pergunta, sei que o dinheiro não compra tudo, mas quase tudo. Nesse caso, ele me ajudará muito no que eu quiser.
— E o que quer? — perguntou, apertando nos braços a menina já adormecida.
— Quero um futuro bom para Aya. Mas não posso levá-la para casa e dizer que é filha do meu irmão. É uma criança linda e quero ajudá-la em tudo o que for necessário. Decidi que o melhor é me casar com a mãe dela e fazer com que passe por minha própria filha.
Bom gente, essa é minha 1ª fic, então se não estiver muito boa, peguem leve comigo ;x HAHAHAHAHAHA
Ela vai ter em torno de uns 12 capítulos, e conforme a aprovação, eu vou postando.
Essa fic foi inspirada em um livro, que eu li a história e achei que seria perfeita pra eles *-*
Se alguém tiver alguma sugestão, é só falar.
Beijo gente, e deixem reviews *-*
