Inuyasha e Cia. Não me pertencem.

Beijo de boa noite.

A orelha esquerda de Inuyasha mexeu-se inquieta enquanto ele observava Kagome embalando Shippou já quase adormecido em seus braços, e terminava de contar a sua pequena e irritante estorinha infantil.

_O Senhor Palha levou a joia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.

Contava a colegial sentada de baixo de uma árvore, com as pernas cruzadas, quase sussurrando aos ouvidos do filhote.

_Você mima demais esse pirralho. – reclamou.

_É só uma historinha de dormir Inuyasha. – Kagome girou os olhos – Ele teve um pesadelo. A sua mãe não costumava te contar historinhas para dormir?

_Feh. – ele desviou o olhar. – Costumava.

_Pôs então. – ela virou-se para o filhote de raposo e retomou sua história. – Mas a riqueza não o modificou. Oferecia sempre arroz aos que tinham fome e ajudava todos os que o procuravam.

Inuyasha a olhou incomodado, a orelha esquerda mexendo-se naquele seu tique nervoso de sempre e o cenho franzido.

_Só que você não é a mãe dele.

_Sh. Eu já estou terminando. – repreendeu-lhe a moça. – E diziam que sua sorte tinha começado com um fio de palha, mas quem sabe se não terá sido com a sua generosidade?

A esta altura Shippou já estava em um sono profundo, Kagome inclinou-se e beijou-o na testa, desejando-lhe bons sonhos. Ela o acomodou no futon e deitou-se ao seu lado, cobrindo a ambos, já estava quase dormindo quando sentiu a presença de Inuyasha próxima dela, e teve de abrir os olhos pesados e sono.

Lá estava ele, bem na sua frente, na mesma posição canina de sempre, olhando-a com curiosidade.

_O que foi Inuyasha? – bocejou. – Hoje foi um dia bem cansativo eu gostaria de dormir um pouco.

A orelha esquerda dele mexeu-se.

_Você o beijou. – disse.

_Sim. – concordou lutando para manter os olhos abertos – Quando eu era pequena minha mãe sempre me dava um beijo de boa noite antes de dormir, e fazia isso com Souta também, antes dele decidir que já estava grande demais para beijinhos de boa noite. Sua mãe beijava você, não beijava Inuyasha?

Inuyasha acenou afirmativamente com a cabeça. De fato sua mãe o beijava quando ele era pequeno, mas isso já tinha tanto tempo que ele quase já não lembrava mais, parecia que séculos haviam se passado, desde aquela época em que era posto para dormir por sua mãe humana.

_Só que...

Kagome apoiou-se sobre o cotovelo e pousou as pontas dos dedos suavemente nos lábios de Inuyasha.

_Eu sei que não sou a mãe de Shippou. Mas ele é apenas um filhote Inuyasha, e precisa de alguém que cuide dele. Além do mais, todo mundo precisa de um beijo de boa noite de vez em quando. – Kagome deslizou a mão dos lábios do hanyou, para sua bochecha e desceu para o pescoço, agarrando-o pelo colarinho e o puxando para frente, para depositar um rápido e carinhoso beijo em sua bochecha esquerda – Especialmente cãezinhos ciumentos. Boa noite Inuyasha.

Surpreso Inuyasha caiu sentado para trás. Com a mão posta sobre a bochecha beijada, e o rosto tingindo-se levemente de vermelho.

_B-boa noite.

Naquela noite, Kagome deu a Inuyasha algo que há muito tempo ele não recebia: Um beijo de boa noite.

Fim.

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