Yo, minna-sama! Quanto tempo! Espero que nesse semestre eu volte a ser mais ativa aqui no , e eu conto muito com a sua ajuda!
Agradecimento mais do que especial a Aiko-ojousan, pela betagem e pelo super apoio! E agradecimento também a Sabaku no T., que super me inspirou!
Nee-chan, dedico singelamente esta fic a você. Espero que goste!
.
Tenham uma boa leitura!
Disclaimer: Bleach pertence a Kubo Tite.
Summary: Era essa a sua rotina, e não tinha do que reclamar.
[GinxRan], [Oneshot].
Rotina
.
.
Passar dos limites era algo que ela fazia com frequência, rindo de quem tentava enfiar em sua cabeça a palavra "moderação", e aceitando bem os ônus de suas escolhas, como a ressaca que a assolava por meio dia depois que ela acordava, somada à gritaria desenfreada de seu superior durante todo o expediente, por motivos que para ela nem chegavam a ser relevantes. Era sua rotina, e ela não tinha do que reclamar - ou pelo menos, era o que procurava mostrar a todos.
Encheu outra vez o masu e o levou à boca, sorvendo a bebida antes de gritar para que lhe trouxessem outra garrafa. Kyouraku, virando-se para fitá-la, sorriu, e mesmo Ukitake deu de ombros, complacente com o comportamento deselegante de Matsumoto Rangiku. Sem notar os olhares que caíam sobre si, a fukutaichou apoiou o rosto sobre as mãos, já demonstrando um pouco de cansaço.
- Não está com ninguém hoje, Rangiku-san? - ouviu o rapaz que a servia perguntar, e voltou o olhar para ele.
- Para você ver! Ninguém foi cavalheiro o bastante par me convidar... - reclamou num muxoxo, deitando a cabeça sobre o balcão.
- Não seria porque você está bebendo demais, Rangiku-chan? Assim não sobra dinheiro para ninguém! - Shunsui brincou, fazendo-a retrucar mal-educada enquanto ele, Ukitake e os outros clientes riam da brincadeira.
Voltando às suas doses, quando o assunto já lhe passava despercebido, pousou seu olhar sobre um canto qualquer, não evitando o mergulho habitual naquele sonho, onde era revelada sua única fraqueza, sua única preocupação, sua única infelicidade, que paradoxalmente era seu único desejo.
O sotaque típico de Kansai logo preenchia sua mente, fazendo-a se segurar para não se arrepiar, sentindo um aperto com o qual já havia se acostumado, uma dor que só conseguia remediar com um pouco mais de sake. Também conseguia visualizar a feição sorridente e despreocupada, e o último efeito que a assolava era o toque frio dos dedos finos em seu rosto. Despertou do devaneio apenas quando notou os próprios lábios entreabertos, e engolindo novamente a vontade de chorar, tratou de esvaziar a garrafa - já estava ficando tarde.
Na verdade, a única noção de tempo que ela tinha era que já havia passado da meia-noite. Estava bebendo consideravelmente mais do que de costume, o suficiente para nem perceber os colegas de farra se retirarem, pouco a pouco. Quando deu por si, já era a única cliente no estabelecimento. Também era de rotina tentar enrolar o atendente - o que estava ficando cada vez mais difícil, para seu lamento -, a fim de ficar quietinha em seu banco, bebendo até cair no sono ali mesmo no balcão. Tinha preguiça de voltar para casa, ou melhor, detestava ter que ir para casa.
Em casa não tinha sake, não tinha conversas, não tinha risadas. Em casa ela não precisava mostrar que estava tudo bem, tampouco podia. Tudo o que a esperava lá era a dor. Notando que a garrafa já estava seca, bufou, sem dar importância para quem se sentava ao seu lado, até ouvir a típica risada.
- Eu sabia que você gostava de beber, mas não pensava que você o fizesse para "afogar as mágoas" - comentou, divertido, e ela se virou para ele com os lábios entreabertos antes de franzir o cenho.
- Isso não devia ser da sua conta, devia? - afinal, era ele quem havia mudado, quem havia se tornado frio, distante, inalcançável.
- É... Você fica muito expressiva quando bebe, Rangiku - comentou, e ela não sabia se a intenção dele era provocá-la, mas tinha certeza de que logo se irritaria o suficiente para tentar acertá-lo, falharia na investida e ficaria remoendo o fato até pegar no sono. No dia seguinte, ainda se lembraria do ocorrido, e talvez, talvez ele a encontrasse por acaso e a lembraria com detalhes do quanto havia sido patética.
Procurando evitar o futuro previsto, tratou de respirar fundo, antes de tentar servir mais um pouco em seu masu, esforçando-se para ignorar o olhar dele sobre si, mesmo quando se lembrou de que não havia mais o que consumir.
- E o que o trouxe até aqui, Gin? - resolveu perguntar, quiçá ele fosse direto ao assunto e a deixasse em paz. Não que ela realmente quisesse que ele partisse, mas preferia sentir a dor antes da presença dele se tornar mais prazerosa e mais necessária do que devia.
- Você - a resposta quase a fez tombar a garrafa, e ela imediatamente voltou olhar para ele, surpresa. Ele sorria para ela, e ela notou que aquilo começava a ficar ruim. - Ou eu não posso mais vê-la, Rangiku?
- I-idiota - Matsumoto abaixou a cabeça, sem saber o que responder. Por que ele insistia em ser tão cruel? - Eu... Vou para casa - anunciou, levantando-se sem terminar a bebida, o que não era comum. Deixou um moedeiro sobre o balcão e caminhou sem jeito até a saída, perdendo a esperança de acabar bem aquela noite quando ele apareceu ao seu lado, puxando-lhe o braço esquerdo para apoiá-la.
- Eu não estou bêbada, sabe? O que vão pensar se nos virem assim?
- E desde quando você se importa? - ele perguntou, divertido, fazendo-a pousar novamente os olhos em seu rosto pálido, antes de suspirar, derrotada.
- É... Desde quando eu me importo? - estava há anos deixando que ele brincasse com ela daquela forma, esperando que um dia ele voltasse a ser o Ichimaru Gin em que ela havia confiado na infância, não? Um pouco melancólica, passou a fitar o céu, sendo guiada por ele até o território da 10ª Divisão, perguntando-se o que ele tinha que conseguia mantê-la presa por tanto tempo, e o que ela tinha para que ele continuasse a procurando.
- Você realmente fica muito expressiva quando bebe - ouviu-o confirmar serenamente, e repreendeu-se por ser tão transparente àqueles olhos claros que ele raramente mostrava.
- Talvez... Você devesse beber também - retrucou, fazendo-o soltar uma risada curta com a brincadeira.
- Se eu beber também, quem vai levá-la para casa quando estiver tão bêbada? - e Rangiku simplesmente odiava o modo como ele sempre vencia as discussões, esquivando-se de suas indiretas. Ela sabia que ele sabia o quanto gostava de ser acompanhada daquela forma, abraçada a ele como se fossem tão próximos quanto eram quando crianças. E talvez ainda fossem, ou pelo menos era algo em que parte dela acreditava.
Anos haviam passado. Ela não percebeu a partir de quando ele mudou, mas surpreendeu-se quando ele decidiu ser shinigami. Acabou entrando alguns anos depois na Academia, procurando por ele, mas Ichimaru era um gênio, e ela precisou de algum tempo para acreditar no quanto haviam se distanciado.
Enquanto ela ainda lutava para se formar, ele já se encontrava num posto alto, auxiliando o taichou em diversas tarefas. Enquanto ela lutava, tentando alcançá-lo, ele se tornava cada vez mais intransponível, cada vez mais frio. Às vezes a procurava e passavam pouco tempo juntos, e sempre que partia, ela ficava aos pedaços. Ainda assim, ela apreciava cada segundo, cada toque, cada sorriso dele. Apreciava até mesmo o odiável fato de que ele a conhecia tão bem, sinal de que realmente haviam sido íntimos.
- Quer entrar? - soltou, sem muita confiança, quando viu que chegavam ao portão da 10ª Divisão.
- Não, hoje não. Talvez... Outro dia - respondeu vagamente antes de deixá-la e partir novamente sem se despedir.
- Não, claro que não... - Matsumoto soltou, abraçando-se e voltando a fitar o céu, novamente preenchida pelo misto de dor e nostalgia.
Passar dos limites lhe era algo comum, mas sabia que Gin nunca passaria de certo limite com ela, limite esse que ela nem conseguia visualizar. Era de rotina vê-lo recusando convites, saindo sem dar adeus, sumindo por dias, dando respostas vagas, tirando-lhe de seu conforto apenas para deixá-la novamente só. Era de rotina sentir falta dele, querer abraçá-lo com toda a força, segurar-lhe para que ele não partisse. Era de rotina se lembrar dele, desejá-lo e preocupar-se com ele. Era essa a sua rotina, e apesar de odiá-la, não tinha do que reclamar.
Owari
N/B: AMEEEEEI! Por favor, reviews minna-san! Linda demais essa fanfic *O*
Incrível como a Sue consegue escrever tão bem sobre esse shipper, sério... Ficou tão IC que chega a doer ;-;
E coitada da Rangiku, apesar de ser um amor tão bonito, bem, eu realmente não queria ser ela e.e
N/A: Bem... Minha primeira vez com GinxRan, espero que tenha ficado razoável, pelo menos . E nee-chan, espero muito mesmo que você tenha gostado, porque a luz que eu tive para escrever definitivamente veio da nossa conversa. Não fique brava i.i
Reviews? .-.
