N/A: Ah segunda fanfic. Faberry como casal principal, porém tentarei falar de outros.

Espero que gostem

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Quinn's POV

Eu a odeio por Finn amá-la. Eu preciso que Finn pare de gostar dela e se concentre no Baile. Precisamos ganhar.

Rachel pode ser chata, perfeccionista e com uma personalidade insuportável, mas mesmo assim, quando ela está tendo suas crises, eu sempre presto atenção, ela não deixa de ser adorável.

Eu sei, eu falando assim de Rachel Berry parece anormal, eu não sei quando começou, provavelmente foi após eu vê-la arrasando em Get It right. A música que eu ajudei a compor. A música em que eu disse que ela não pertencia a Lima, e não pertence, nem a Lima nem a Finn. Na realidade eu nem sei por que eu disse que Finn era meu, eu só quero estar com ele pra ter popularidade, eu não gosto de Finn, eu posso ter alguns momentos bons com ele, porém, eu não gosto do que ele é. Um atleta que acha que sabe cantar. Não me arrependo de ter dito aquelas coisas, agora nós vamos pra New York em alguns meses, por causa da música que ela compôs, teve também Loser Like Me, porém não se comparou a Get It Right.

Eu ainda não conversei sobre isso com ninguém, as coisas entre eu e Mercedes não estão tão boas assim, não que estejam ruins, mas desde que voltei pra minha casa, nada é o mesmo. Kurt já soltou alguns leves comentários que eu deixei passar. Santana não perde uma oportunidade de me importunar e nosso relacionamento pode não ser o mais saudável pra uma amizade, mas eu sei que ela estará lá quando eu precisar, não digo que ela vá demonstrar afeto ou dizer palavras doces, se eu quisesse isso iria falar com Brittany. Santana vacilou comigo no ano passado e no início desse as coisas começaram turbulentas, mas do nosso jeito nos acertamos. Ela não é uma má pessoa, ela só é ácida, grossa, irônica e não gosta de mostrar seu verdadeiro eu. Não que ela não seja uma vadia, isso ela é e com todo prazer do mundo, porém, comigo ela é diferente, e tenho certeza que com B ela é mais diferente ainda. Podemos ter brigado, nos arrancado cabelos, deixado marcas de arranhões em nossas brigas, mas no final do dia, Santana é uma pessoa que eu posso contar.

E semanas se passaram, nós nos aproximamos, cantamos juntas, e eu ainda queria a coroa, mesmo com toda a minha verdadeira história ter sido revelada. Eu sentia que Finn estava infeliz comigo, mas eu não iria terminar com ele nas vésperas do baile, eu queria aquela coroa. Eu precisava dela pra voltar ao topo da pirâmide.

Santana e eu estávamos, mais uma vez, querendo as mesmas coisas. Eu queria pela popularidade, pelo sentimento de recuperação, pras pessoas olharem pra mim e verem que eu voltei ao topo da pirâmide. Santana queria pela mesma razão, eu consigo sentir isso, mas ela escondia algo dos outros, eu sei que a idéia pra ela de ser lésbica não combinava com tudo isso, mas ela ama Brittany, precisa lutar por ela. Ela nunca falou isso pra mim, mas eu sou esperta e sei juntar as coisas, fora que B solta uns comentários que ajudam as pessoas pensarem as vezes.

Finn e eu cantamos juntos, nossas vozes sinceramente não combinam, eu gostei da música, o problema é que eu tive um ataque de ciúmes e disse que não me importava com o Glee, que meu namoro vinha primeiro, e o proibi de cantar com ela, era isso ou eu estava sozinha e sem coroa. O problema é que Berry sabe ser muito insuportável quando quer, ela cantou uma música pra ele, e eu não sabia como agir, eu não senti ciúmes dele como quando eu disse que os dois não deveriam mais cantar juntos. Eu queria agarrar os ombros dela e gritar que ela não pertence a Lima e nem a Finn, seu sonho sempre foi New York, e ela irá pra lá. Finn não a merecia, nem os outros. Eu me sinto bizarra pensando que quis fazer isso, mas ela precisa seguir o meu conselho e esquecer Finn. Como eu disse, eu não fiz isso por que quero ele pra mim, eu só quero que ela encontre seu caminho e que ela seja feliz. Rachel já sofreu muito, e confesso que quem causou boa parte desse sofrimento fui eu, e eu queria me redimir com ela. Eu quero que ela encontre a felicidade, e a felicidade da Rachel não é Finn, nem Lima.

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O baile chegou e com ele também Jesse St. James. Eu sabia que ele estava na cidade e tenho quase certeza que ele voltou pra se acertar com Rachel. Não que eu goste dele, mas se vamos ter que ver Rachel com alguém, que esse alguém seja digno de seu talento e não seja idiota igual o Finn, que estava a mil pela volta dele. Já na entrada do salão quando nos encontramos com os dois na mesma mesa que Mercedes e Sam, Finn soltou piadinhas que Mercedes tratou de não deixar que o clima ruim se espalhasse.

O baile estava normal, eu me diverti com os meninos cantando Friday, deram uma nova cara pra música, mas mesmo assim não eu não ouviria se não fosse ali. Santana estava acompanhada de Karofsky, seu namorado, eu não acreditava nesse namoro, nem que ele tinha se redimido verdadeiramente com Kurt. Como eu pensava, Santana estava com ele pra conseguir status e depois sair do armário, porém, quem sou eu pra julgá-la, estou fazendo o mesmo certo? Bom, menos a parte de sair do armário.

A voz de Rachel preencheu o ambiente, cantando Jar of Hearts, eu fiquei confusa na interpretação da música porque Jesse havia voltado, e aquela música combinava perfeitamente com o que eu sabia sobre o relacionamento deles. E num segundo, quando eu dançava com Finn e consegui vê-la, e ela estava olhando diretamente pra nós. Rachel Berry me confundia e isso não era bom.

"Estou tão feliz de estar aqui com você. É o que eu sempre quis." E era, eu sempre quis estar no baile com Finn.

Rachel terminou sua apresentação e voltou a pequena pista de dança com Jesse ao seu lado, dando espaço pra Blaine, Brittany e Tina começarem a arrumar pra sua música. Eles formavam um casal bonito, donos de duetos incríveis, mas eu ainda sinto que ele irá machucá-la. Jesse pode até não ter a intenção de machucá-la, mas no final ele vai, todos fazem isso, tendo ou não intenção.

A música que Blaine e as meninas cantavam era animada, mas tudo aconteceu muito rápido. Quando eu me dei conta, Finn tinha parado de dançar comigo por que sentiu ciúmes de Rachel quando Jesse estava tentando 'chegar' nela. No fim das contas, Finn e Jesse foram expulsos do baile. Eu não acredito que aquele idiota não conseguiu ficar parado, sem arruinar tudo. Merda.

Olhei pra Rachel numa tentativa de tentar culpá-la, mas acho que meu pior olhar não funcionou, por que, no segundo que eu a olhei, ela parecia estar pedindo desculpas. Mas não tive muito tempo pra pensar nisso, logo o diretor estava anunciando que era pros candidatos de Rei e Rainha do baile subirem ao palco. E eu subi.

O clássico 'que rumbem os tambores' foi pedido, criando um ar de expectativa. E o diretor anunciou como rei do baile David Karofsky, Santana deu pulos nessa hora.

"Se deu tão mal Quinn Fabray, eu ganhei." Ela sussurrou em meu ouvido ali eu tinha certeza que tinha perdido, porém ainda queria acreditar.

E novamente, após as palmas cessarem, o diretor iria anunciar a rainha de 2011 do baile. O que eu não contava, era que além de ter uma quantidade altíssima de votos, essa rainha não estivesse entre as candidatas. A expressão facial do diretor mudou em questão de segundos de feliz pra incrédulo, o que fizeram o seguinte nome sair num tom parecido com o hostil, mas que eu interpretei de maneira que ele não podia acreditar em como os alunos ainda agiam assim. "Kurt Hummel."

O choque foi inevitável. Kurt fugiu e Blaine foi atrás dele, eu corri pro banheiro, notando que Santana também havia saído dali com Brittany atrás dela, o que eu não contava era que Rachel viria atrás de mim.

"Quinn você precisa se acalmar." Ela disse assim que entramos no banheiro, e eu me virei bruscamente pra ela.

"Isso é culpa sua. Ninguém nunca teria votado em mim porque sabem que ele prefere você."

"Não é verdade." E algo dentro de mim despertou meus sentidos e eu acabei acertando um tapa no rosto de Rachel, eu mesma não acreditei que fiz aquilo. Aqueles olhos castanhos indecifráveis viraram-se para mim atônitos e cheios de dor. Que grande merda eu tinha feito.

"Sinto muito." Eu mantive o nosso olhar por um tempo até que me virei para o espelho, eu não queria ter batido nela, eu só queria a coroa e tudo que ela representa. O silêncio ficou no banheiro durante algum tempo, até que eu notei que ela também virou-se pro espelho. Eu virei meu rosto pra cima, encarando o teto, bloqueando algumas lágrimas de cair. Pensei em mim, em Finn, e parei em Kurt, nós precisávamos voltar pra lá e dar suporte a ele. Mas eu não ia sair, sabia que Rachel tinha algo a dizer, e tinha a sensação de que provavelmente não me arrependeria de ouvir.

"Muitas garotas ficariam bravas por levar um tapa na cara, mas acontece que eu gosto do drama." Ela estava mesmo dizendo aquilo, e olhando o rosto pra ver se não havia inchado. Me virei agora encostada na pia.

"Sei que pensa que é difícil ser você, Rachel, mas pelo menos não tem que ficar com medo sempre." Eu realmente estava me abrindo pra Rachel depois de tudo, eu sei que ela não tinha culpa, mas eu passei quase dois anos da minha vida tendo algumas aulas por semana com ela, e nós acabamos pegando manias das pessoas, e a de Rachel que eu peguei foi um pouco do drama.

"Do que você tem medo?" Ela perguntou molhando um pouco de papel, e depois estendeu pra mim.

"Do futuro..." Aceitei o que ela me ofereceu e comecei a limpar meu rímel borrado. "Tudo isso vai acabar."

"Não tem por que ter medo." Ela virou-se pra mim agora. "Você é linda, Quinn. A menina mais bonita que eu já conheci, mas..." Eu me voltei para os olhos castanhos indecifráveis e agora eu sentia que havia conforto neles. "Você é mais que isso." Quebrei o contato dos olhos e voltei a olhar pra frente. "Aqui. Posso ajudar?" Acenei positivamente com a cabeça e ela voltou a me ajudar com a maquiagem borrada.

E ali, naquele momento eu percebi que eu não odiava Rachel Berry, e nem que ela me odiava. Eu queria ser mais que a Quinn que ela conhecia, eu queria me redimir e iria, porém não aqui.

Nenhuma palavra a mais foi dita, no final de nosso momento, quando estávamos quase chegando ao pátio pra apoiarmos Kurt, ela tocou levemente meu braço e me abraçou. Eu não consegui me mexer depois, mas logo que ela passava as mãos lentamente em minhas costas num sinal de 'eu estou aqui, eu entendo você' eu fiz o mesmo, e notei mais ainda que Rachel Berry é mais do que adorável. Senti seu perfume invadir minhas narinas e eu sorri com isso, e como tinha um cheiro que combinava com ela Irritantemente adorável.

Nos soltamos e ela voltou com aquele sorriso sincero pra mim e eu retribui. Antes de voltar ao salão, ela pegou uma mão e deu uma leve apertada, e então retomou seu caminho pra multidão. Eu sorri com o fato e me deixou pensando que bagunça ela tinha feito comigo.

Também voltei ao povo, longe dela, esperando pra ver se Kurt apareceria ou fugiria, mas quando vi Blaine em um lugar do salão, tive a certeza de que ele voltaria. Quando me dei conta, Figgins estava anunciando Kurt oficialmente como a rainha do baile, e eu me senti mal por ele. Já coroado e segurando o outro prêmio, ele foi ao microfone. "Chupa essa, Kate Middleton." Eu não pude deixar de sorrir e entrar na salva de palmas. Notei que Figgins olhava pra ele sorrindo, e eu tenho certeza que ele estava orgulhoso.

"Agora a tradicional dança entre o rei e a rainha de 2011." Ele anunciou e alguns ficaram tensos, outros aplaudiram, e eu fiquei entre os dois.

Não demorou muito e as meninas estavam começando a cantar Dancing Queen, pude ver que Karofsky falou algo pra Kurt e logo depois saiu correndo. Eu sempre tive um pé atrás com ele, e agora que ele e Santana estavam 'saindo' tive mais certeza de que ele era um gay enrustido. Kurt ficou ali sozinho, mas não por muito tempo. Blaine o chamou pra dançar, e eu notei sorrisos em nossos amigos, com o que aconteceu. Não demorou muito e estávamos todos dançando ao som atrevido e viciante que era Santana cantando com Mercedes.

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O baile terminou assim, alguns aproveitaram mais, outros menos. Agora notei que não tinha como ir embora, já que eu vim de carona com Finn. Peguei meu celular na bolsa e haviam algumas mensagens e chamadas perdidas de Finn e de minha mãe.

Me desculpe, eu estraguei tudo, sou um completo idiota. Liga quando quiser ir embora, eu te levo pra casa. Beijos, Finn.

A mais sensata dizia isso e eu resolvi ignorá-lo, precisava de carona pra casa. Se eu ligasse pra Finn era capaz de nós brigarmos e eu não quero arruinar mais minha noite ainda, conversarei com ele amanhã. O salão já estava meio vazio, acho que só queriam ver a humilhação de Kurt. Voltei a atenção pro meu celular, respondendo uma mensagem de minha mãe. Quando ia enviar...

"Acho que alguém precisa de carona pra casa. Vem vamos." Rachel estendeu a mão pra mim e tinha um sorriso divertido nos lábios. Olhei pra ela e levei a cabeça pra um lado um pouco, tentando assimilar as coisas.

"Obrigada Berry, mas eu vou ligar pra minha mãe, ela vem me pegar." Devolvi o sorriso e agradeci, ainda sentada e ela ainda com a mão esticada.

"Fabray, como você mesma disse, eu arruinei seu baile, nada mais justo que eu levar você pra casa." Eu voltei a olhá-la e ela tinha novamente aquela fofura habitual. Eu ia falar alguma coisa e ela me impediu, pegou na minha mão e saiu me puxando do salão.

Eu deveria estar ficando maluca, mas achei esse gesto dela estranho, mas confortável. E ela não largou de minhas mãos até encontrarmos com Sam e Mercedes encostados no carro que eu julgava ser da Rachel.

"Como você conseguiu convencer Quinn Fabray a aceitar sua carona?" Percebi que Sam me olhava surpreso e Mercedes perguntou pra ela disfarçadamente. Entramos no carro em que eu fui ter certeza que era de Rachel após ver uma estrela dourada de enfeite do retrovisor. Sorri, isso é tão típico dela. Sam abriu a porta pra mim e eu sentei no banco de trás. Ele fechou a porta e correu pra entrar pela outra, vi uma Mercedes ainda com um sorriso amarelo no rosto e pude apostar que Rachel estava sorrindo no banco do carona.

"Nós tivemos uma conversinha não é Quinn?" Ela virou-se pra mim e lançou uma piscadinha e virou pra frente sorrindo. Disfarcei o sorriso e perguntei tentando afastar o clima estranho que tentou se instalar.

"Esse carro não é do Sam, nem da Mercedes, deve ser seu não é Rachel?" Ela confirmou com um sim. E eu continuei. "Eu não quero ser rude, mas por que Mercedes está dirigindo e não você?" Ela virou-se pra mim não mais com o sorriso adorável, e parecia envergonhado.

"Bom, viemos eu, Jesse, Mercedes e Sam." Apontou para os dois ao dizer. "Jesse veio dirigindo, e como ele não está mais aqui, eu perguntei qual dos dois queria dirigir e Mercedes aceitou, dizendo ser a única que não bebeu o que Jesse trouxe numa garrafinha, que tinha gosto daquele coquetel que eu fiz pra nós, antes de cantarmos Tik Tok." Ela baixou o olhar e foi baixando a voz a medida que falava, e eu soltei uma risada com seu constrangimento. Ela voltou a olhar pra mim com aquela culpa e eu sorri mais.

"Você bebeu muito?" perguntei.

"Não muito, mas meus pais me ensinaram, e depois daquela bebedeira no meu porão eu aprendi que se você beber, mesmo que seja uma quantidade mínima, e estiver responsável por mais pessoas além de você, não deve pegar no volante, se não você provavelmente causará acidentes e poderá machucar pessoas além de você, e sim pedir a uma pessoa sóbria pra dirigir." Ela falava rápido e eu acabei rindo de seu desespero. Vi que Sam me olhava esquisito e Mercedes ria comigo também.

"Então, Mercedes está me levando pra casa?" Mordi o lábio inferior em nervosismo.

"Não Q, eu estou levando o Sam pra casa, depois você vai me deixar em casa, e depois a Berry vai te deixar em casa. Mas não se preocupe até lá, ela já estará totalmente sóbria." Eu vi que Rachel se encolheu no banco e eu me deliciei com a idéia, real, de que Rachel me levaria em casa. Soltei um ok, e mandei uma mensagem pra minha mãe dizendo que eu já estava chegando.

Não demorou muito e Mercedes tinha deixado Sam no motel, eu não pude deixar de me sentir mal por ele de novo. O clima não foi tão estranho depois de termos deixado Sam lá, Mercedes e Rachel engataram numa conversa sobre como Rachel havia gostado delas cantando Dancing Queen e eu não pude deixar de concordar. Logo Mercedes desceu na casa que eu tanto conhecia e sentia falta também. Sra. Jones perguntou se não queríamos nada, mas já estava tarde e eu deveria estar em casa a uns 20 minutos. Virei pra Berry enquanto saia do carro e tomei as chaves das mãos dela, ela me questionou com a sobrancelha arqueada e eu sorri, achando graça dela tentar que o feitiço vire contra o feiticeiro, mas não deu certo. Balancei a cabeça negativamente, enquanto a empurrava pra porta do carona. Ela entrou no carro, com a cabeça baixa e com um bico enorme nos lábios e eu contornei a frente do carro, entrando no banco do motorista.

"Então Berry, eu não vou aceitar um não como resposta ok?" Eu me virei pra ela, que estava uma graça ainda emburrada. "Eu vou te levar pra casa, e depois vou pra minha casa, amanhã você precisará do carro cedo?" Ela negou com a cabeça. "Ótimo, amanhã antes do almoço eu venho trazer seu carro pra você, não se preocupe, eu vou cuidar bem dele pra você, por mais que eu não ache que você está bêbada ainda, eu também não confio em você desconfiando de si mesma ok? Por isso eu vou te deixar em casa, depois vou pra minha, e amanhã lá pelas 10h eu devolvo pra você, tudo bem?"

"Tudo bem." Ela suspirou vendo que não tinha saída e eu dei a partida.

O caminho até a casa dela não foi estranho, fomos conversando na maior parte do tempo, eu agi como se nada tivesse acontecido. Não estava sendo falsa, só queria ignorar o quanto de mal eu já fiz pra ela, enquanto tudo que ela quer é o estúpido cara que está comigo. Ela foi me explicando o caminho de sua casa e descobri que moramos relativamente perto. Não demorou muito e ela me mandou parar em frente a uma casa grande e com um jardim bonito, pelo que eu podia notar.

Ela continuou parada e eu me virei pra ela, que olhava pra mim. Ficamos assim alguns minutos e ela logo começou.

"Me desculpe Quinn, eu não vou mais correr atrás do Finn." Ela desviou o olhar e eu não queria que ela sentisse isso, que pedisse desculpas pelo Finn. Num instinto trouxe seu olhar pra mim novamente puxando gentilmente seu rosto pra cima com minha mão direita. Eu estranhei o gesto, mas resolvi não ligar.

"Não peça desculpas Rachel, você não estragou nada. Eu quem devo pedir desculpas a você, eu fiz tanta coisa de ruim pra você, no ano passado, nesse ano, a algumas horas atrás eu te dei um tapa no rosto." Em um outro impulso, acariciei seu rosto, reforçando meu pedido de desculpas, logo tirei porque senti minha mão queimar. "Eu realmente peço desculpas, e queria que você soubesse que eu queria tentar começar do zero aqui, eu sei que já fiz muito mal a você, e nem se compara as coisas que você fez pra mim, eu fui literalmente uma bitch, enquanto você na maioria dos momentos tentou ser legal comigo, eu queria de verdade que você me desculpasse, e também espero que você não se lembre disso amanhã quando eu vier devolver seu carro." Eu soltei uma risada no final e ela me acompanhou. Por mais que estivesse escuro, vi que ela tinha os olhos marejados.

"Então, nós nos falamos amanhã certo?" Eu afirmei com a cabeça enquanto ela ia saindo do carro, a acompanhei até a porta e quando ela estava abrindo a porta, ela se virou pra mim, e aqueles olhos irritantemente adoráveis voltaram a me encarar e eu me deixei sorrir. "Cuide bem do meu carro, por favor." Ela me olhou como quem não entendia nada e antes que ela perguntasse eu me adiantei.

"Obrigada pela carona Berry." Ficamos nos encarando sem saber muito o que fazer e eu dei um passo a frente e invadi seu espaço pessoal com um abraço, que a mesma retribuiu. Era a segunda vez que eu abraçava Rachel Berry, e só consegui sentir mais e mais seu perfume. Sussurrei em seu ouvido. "Eu falei sério, cada palavra dentro daquele carro, eu realmente sinto muito pela idiota que eu estava sendo. E também queria que você considera-se o meu pedido de amizade naquela sua página do MySpace igual esse que eu estou fazendo." Eu soltei seu abraço pra ler seu rosto, e ela estava surpresa, mas seus olhos sorriam, eu não sei explicar, mas Rachel Berry sabia sorrir com os olhos, sua felicidade me atingiu e eu soltei mais um sorriso junto com um suspiro. "Agora tchau Berry, está tarde, minha mãe está preocupada." Quando ia me virando ela me puxou novamente pelo braço e isso queimou.

"Você está falando sério?" Ela pendeu a cabeça pra um lado.

"Boa noite Berry, durma bem." Ela tentou falar alguma coisa, mas eu sai andando devagar. "Seu carro estará aqui as 10h amanhã, não se preocupe." Contornei o carro quando ela trocou a expressão surpresa pela autoritária, e ali eu notei que Rachel havia voltado a si.

"Fabray, só diga é verdade ou não?" Ela tinha as mãos na cintura e um olhar irritado, ansioso e novamente adorável, estou ficando repetitiva, mas Rachel Berry é adorável, não há outra palavra pra descrevê-la tão bem quanto essa.

Fiquei uns segundos parada com a mão encostada na parte de cima do carro e olha pra ela, pude ver seus olhos queimando mesmo na escuridão. "Boa noite Rachel. Amanhã nos falamos. E entra logo dentro de casa pra eu poder ir embora." Entrei no carro. Eu vi sua silhueta lá parada. Me aproximei e sentei no banco do carona, abrindo a janela pra dizer. "Não vai adiantar você ficar parada ai Berry, eu só vou embora quando você entrar."

Escutei um gemido de frustração e a porta de entrada da casa se abrir e logo depois bater. Sorri pensando como Rachel Berry era mimada as vezes. Liguei o carro e fui pra casa.

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Estacionei o carro de Berry na garagem e fiz meu caminho pra entrar em casa, eu estava nas nuvens, eu já sabia o que estava acontecendo, eu só não queria ter que pensar nisso por que haveria conseqüências ruins.

"Quinnie." Eu tremi com o susto. "Como foi, cadê o Finn? Você ganhou?" Eu acendi as luzes e vi sua esperança, mal sabia ela que tudo foi por água abaixo e eu acabei ganhando outra coisa.

"Não mãe." Me dirigi a escada. "Não ganhei, nem Finn ganhou. Ele foi expulso do baile por brigar com Jesse, o acompanhante de Rachel." Subi um degrau quando ela puxou meu braço.

"Sinto muito filha. Rachel sempre esteve no seu caminho de uma péssima maneira, sinto muito por Finn abandoná-la lá."

"Mãe, não sinta muito. Não sinta pelo Finn, nem pela coroa, nem por nada. Rachel me atrapalhou em muitos momentos sim, mas eu fiz coisas piores pra ela, não quero magoá-la ainda mais. Eu não gosto de Finn, só estava com ele pela possibilidade de ganhar a coroa, mas quem ganhou foi Karofsky e Kurt. Então não tem por que estarmos mais juntos." Ela me olhou perplexa devido ao que eu falava. E eu continuei. "Eu não odeio Rachel, eu tentei odiar, mas ela é simplesmente não detestável... E seria melhor se a senhora se acostuma a encontrar Rachel Berry, por que eu percebi que ela pode ser minha amiga, e eu quero isso." Ela foi falar alguma coisa quando eu a interrompi. "E pode falar o que você quiser, que ela e os pais são sujos, mas hoje eu me dei conta de que Rachel é e sempre foi uma boa pessoa, eu que não queria enxergar isso pelo nossa rivalidade pelo Finn. Mas agora eu estou abrindo mão do Finn." Eu soltei de sua mão e subi as escadas em direção ao meu quarto.

Após tirar o big vestido, tomar um banho, colocar pijamas, eu finalmente deitei e parei pra pensar em como o dia havia sido louco. Eu cheguei ao baile querendo a coroa e com Finn sendo meu acompanhante, eu saí do baile sem a coroa e acompanhada de Rachel Berry. Meu mundo tinha dado voltas e voltas e eu me encontrava ali, deitada em minha cama, pensando em Rachel Berry. Logo pensei em todos do Glee, e alguns flashs tomaram conta de minha mente, mas novamente parei ao encontrar com os olhos castanhos adoráveis e indecifráveis. E todas as conversas em que ela afirmara que não me odiava voltaram a inundar meus pensamentos, e a conversa de hoje no banheiro, e ali meus sentimentos por ela haviam mudados. Mas depois das semanas que se passaram, depois de hoje que eu a deixei em casa, dos abraços, das palavras trocadas e do meu pedido de amizade eu tinha me dado conta. Eu estava gostando de Rachel Berry.

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N/A: Deixem reviews, eu preciso saber o que vocês pensaram. É importante e eu preciso ter uma noção do que vai acontecer. Opiniões, qualquer coisa...

Obrigada, bgs até o próximo.