PARTE 1 – O DESPERTAR
Depois de muito tempo procurando por Narak por todas as terras feudais Inuyasha, Kagome, Sango Mirok, Shippou e Kirara finalmente estavam frente a frente a seu maior inimigo.
A batalha final já havia começado, e a situação deles não estava muito favorável frente ao inimigo; Mirok fora envenenado, no entanto, mantinha-se em pé apoiado em seu cajado, começava a sentir os efeitos do veneno de Narak circulando por seu corpo; Sango estava bem ferida resultado de uma investida frustrada contra Narak, os ferimentos lhe causavam dor e incomodo quando esta se movimentava por isso seus movimentos estavam cada mais lentos; Kirara também for atingida na pata esquerda durante essa investida frustrada e por isso mal conseguia equilibrar-se; até mesmo o pequeno Shippou estava machucado. Kagome tinha alguns arranhões pelo corpo, nada de muito grave; ela se pôs a frente dos amigos com o arco em riste pronta para disparar uma outra flecha purificadora, Inuyasha que estava um pouco mais a sua frente empunhava a Tessaiga, por ser um meio-youkai estava em melhores condições de lutar do que os demais, ainda que tivesse ferimentos bem graves. A figura de Narak pairava sobre eles, o céu estava escuro e um vento frio soprava pelo campo fazendo Kagome sentir calafrios. Essa seria a última batalha deles pela jóia de 4 almas a qual Narak era detentor.
-Kagome, fique atrás de mim – disse Inuyasha preocupado que a jovem pudesse ser atingida por outro ataque.
-Inuyasha...tome cuidado – respondeu quase num murmúrio.
Inuyasha já sentia a Tessaiga pulsando cercada pela energia maligna do ambiente, Kagome ajeitou melhor a posição do arco para lançar a flecha. Ela e Inuyasha atacariam ao mesmo tempo; essa era o último recurso que tinham para derrotar Narak, se falhassem teriam que partir para um ataque mais agressivo e corporal, do qual duvidassem que saíssem vivos.
O jovem meio-youkai preparou-se e lançou seu ataque derradeiro contra Narak, ao mesmo tempo, Kagome lançou uma de suas flechas purificadoras. Uma forte luz branca brilhou cegando a jovem.
Kagome abriu os olhos lentamente tentando se acostumar com a claridade do ambiente, assim que seus olhos se acostumaram a luz ambiente, a jovem começou a percorrer com os olhos o lugar onde agora se encontrava; viu-se cercada por aparelhos médicos que apitavam a cada batimento cardíaco seu. Sentiu o coração bater rápido e a respiração estava ofegante, era como se ela houvesse percorrido quilômetros em apenas alguns minutos; sentia dores pelo corpo e a cabeça estava pesada. Tentou colocar seus pensamentos em ordem, não entendia como a pouco estava em meio a uma batalha e agora se encontrava em um...deu mais uma olhada ao redor.
-Hospital! – exclamou num sussurro – eu estou num hospital.
Com dificuldade tentou levantar-se, mas o corpo dolorido a impedia de movimentos muito bruscos ou rápidos, parecia que havia dormido por muito tempo.
Uma mulher trajando uma roupa branca com um emblema do lado esquerdo do peito entrou apressada pela porta e ao ver a garota sentada na cama, correu para ampara-la.
-Hei garota, você está se sentindo bem?
-Sim – respondeu prontamente – O que aconteceu comigo? – perguntou olhando para a mulher.
Talvez aquela mulher, a enfermeira, pudesse lhe dar alguma explicação para tudo isso.
-O médico virá vê-la em instante – disse a mulher ajeitando a travesseira dela.
Aquela não era a resposta que Kagome queria ouvir, precisa de respostas concretas. Seus amigos poderiam estar precisando dela naquele momento.
-Eu quero saber o que aconteceu? – disse irritada segurando firme no pulso da enfermeira.
-Calma garota! Você está muito agitada – disse puxando o braço – Querer respostas é algo normal para alguém que acordou depois de tanto tempo em coma – respondeu a mulher com a voz cálida e singela.
-Coma!? – repetiu incrédula
A porta abriu-se novamente, e a Kagome viu sua mãe entrando por ela. Alegrou-se por dentro, afinal sua mãe poderia dizer-lhe que aquilo que estava vivendo era uma loucura.
-Kagome, querida. Soube que tinha acordado. Fico tão feliz que esteja bem.
-Mãe, como eu vim parar aqui? – perguntou segurando na mão de sua mãe.
Kagome viu o sorriso de sua mãe desaparecer ao escutar aquela pergunta, e apertando a mão da garota começou a contar.
-A trouxeram para cá – fez uma pequena pausa – Kagome, você caiu no velho poço e bateu a cabeça...ficou em coma por três meses...mas finalmente acordou – abriu um sorriso discreto.
Kagome elevou as mãos a cabeça, e olhou para o céu. Escutou a porta do quarto se fechar, e quando voltou a abaixar a cabeça viu que somente sua mãe estava no quarto, a enfermeira havia saído, talvez tivesse ido chamar o médico. A garota aproveitou a oportunidade que estava sozinha com sua mãe para conversarem melhor.
-Mãe, agora estamos sozinhas; pode me contar a verdade. O que aconteceu? O Inuyasha me trouxe para este mundo.
A mãe de Kagome a olhava confusa.
-Kagome, do que está falando? Quem é Inuyasha?
-Mãe, você conhece o Inuyasha...o menino com orelhas de cachorro... – Kagome calou-se ao ver o olhar de ternura que sua mãe lhe lançava e isso a deixou frustrada e com raiva - Isso não é verdade! – gritou olhando para mãe que permanecia com uma expressão serena – Eu atravessei o poço e fui parar na Era Feudal! – Kagome estava ofegante, sentiu o coração acelerado e o corpo tremendo - Não foi sonho, foi real! Me escutou foi real – esbravejou.
A enfermeira entrou novamente no quarto acompanhada por um médico, ambos a olhavam assustados com os gritos da garota os quais escutaram do corredor.
Pouco tempo depois o médico havia deixado o quarto. Sua mãe e a enfermeira já não estavam mais lá também, haviam saído a pedido do médico que quis conversar com a jovem a sós. Ao ver o médico batendo a porta do quarto, Kagome levantou-se e foi até a janela. Seus pés descalçados entraram em contanto com o chão frio do hospital, e a garota sentiu um calafrio percorrer seu corpo; sem se importar com isso, Kagome caminhou até a enorme janela, afastou um pouco as cortinas para contemplar a visão da cidade iluminada pelo frio sol de inverno. Kagome sentia uma mágoa enorme invadir o seu peito, havia um nó em sua garganta que a sufocava e a consumia por dentro, teve vontade de sair correndo e pular o poço novamente provar a todos que não foi apenas um sonho.
-Apenas um sonho, apenas um sonho – repetia para si mesma.
De seus olhos marejados lágrimas começaram a escorrer, no começo eram apenas algumas lágrimas teimosas que escorriam por seu rosto, mas depois todo aquele maremoto de sentimentos que queimava em seu peito se desfez na forma de lágrimas que molharam seu rosto e ensoparam sua fina camisola de malha. Kagome ficou ali na janela horas a fio, olhando a paisagem e chorando; no começo tentara limpar as lágrimas que caiam, mas logo desistiu e deixou-as rolar por seu rosto.
Três dias depois Kagome voltou para casa, as coisas ainda estavam confusas, ainda que parecesse que fora tão real o que vivera na Era Feudal todos afirmavam que fora apenas um sonho.
Em frente ao velho poço Kagome viu suas últimas esperanças sumirem ao ver o lacre que estava que havia poço. Sentou nas escadas e lembrou-se da conversa que tivera no dia anterior com o médico.
FLASHBACK
-Senhorita Higurashi, acidentalmente escutei sua conversa com sua mãe enquanto me dirigia a seu quarto, e a ouvi contar sobre um menino com orelhas de cachorro e uma ida a Era Feudal.
-Sim – respondeu de má vontade, não queria ficar contando o seu sonho para um completo estranho, ainda que fosse um médico.
-Tem algo que me queira falar a respeito disso.
-Se contasse me acharia uma maluca – respondeu impaciente.
A presença do médico já a estava aborrecendo, queria ficar sozinha, isolada de tudo e de todos.
-Acredito que tenho uma explicação para essa sua história – Kagome o olha espantada e curiosa - O nosso cérebro armazena informações e fatos que recolhemos durante o dia, e durante a noite nosso subconsciente utiliza esses fatos para criar aquilo que chamamos de sonhos, que nada mais são do que histórias criadas por nossa mente valendo-se de fatos ou informações que coletamos do nosso mundo exterior. Acredito que a senhorita tenha passado pelo mesmo processo durante o tempo que esteve em coma; seu subconsciente criou esse 'sonho' enquanto a senhorita estava em coma. Quando acordou passou a adotar esse sonho como realidade; também é perfeitamente compreensível levando em consideração a sua queda e o tempo que passou em coma. No entanto, não deve se preocupar, assim que conseguir se lembrar do que realmente aconteceu, vai perder essas 'falsas memórias'.
-Eu não quero perde-las! – esbravejou ficando de pé.
-Quando conseguir encaixar todas as peças do quebra-cabeça que existe em sua mente saberá que o digo é verdade. Deve simplesmente colocar as peças no seu devido lugar.
FIM DO FLASHBACK
- Preciso me lembrar do que aconteceu naquele dia que eu cai no poço, é a única maneira de ter minhas memórias de novo – disse firme olhando para o poço – minhas verdadeiras memórias.
Essa então foi a primeira parte. Espero que tenham curtido.
Kagome e seus amigos estavam em meio a uma batalha contra Narak, no entanto, durante um ataque tudo fica branco e Kagome acorda num hospital; quando questiona o porquê de estar num lugar desses recebe como resposta que caiu no velho poço, bateu a cabeça e ficou em coma por 3 meses, a garota tenta explicar o que realmente se passou, mas todos dizem que a história que ela conta fora apenas um sonho.
Esse é o ponto de partida para o desenrolar dos demais capítulos, Kagome terá que provar a todos que estão errados; ou será que eles estão certos e que ela apenas sonhou em ter atravessado o poço? É isso o que vamos descobrir acompanhando Kagome nessa jornada em busca de suas memórias perdidas.
