Olá caros leitores...
Ok, sem formalidades... UHAUHAUA
É... to aqui de novo, postando um capitulo novo de outro xodó meu.
Sim gente, to reescrevendo Alexandra. Pra historia ficar mais perfeita ainda.
Certo. Durante o tempo em que fiquei ausente e deixei as fics em um hiatus que pareceu quase eterno, andei me dedicando a leituras que há muito tempo não fazia: Tolkien. Sim, eu amo Tolkien! ( E quem não ama?). A partir de então, resolvi dar à Alexandra um toque meio Terra Média. Foi então que descobri um livro que fala sobre as inspirações que Tolkien usou pra escrever sua maior obra conhecida mundialmente: O Senhor dos Anéis. (Para quem tiver interesse, o livro se chama "O senhor do Senhor dos Anéis – O mundo de Tolkien, de Lin Carter).
Não foi surpresa pra mim saber que umas das suas fontes foi a lenda de Siegfried e o dragão Fafnir, presente em O Hobbit. Mas não sabia que ele também usou os antigos contos Arturianos. Na verdade, são muitas as inspirações de J.R.R. Tolkien que Lin Carter cita em seu livro. E sinceramente não me lembro de todas. Mas vale muito a pena essa leitura, principalmente porque ela não conta descreve somente as aventuras e desventuras de Tolkien durante a produção de O Senhor dos Anéis, mas também nos diz, nas entrelinhas, como fazer um magnífico trabalho literário.
Dando um basta na minha adoração a Tolkien e ao livro de Lin Carter e voltando ao assunto principal destas notas, resolvi mudar um pouco o cenário de Alexandra. Porém, a personagem em si continua, em alguns aspectos, baseada no grande Alexandre. Tomei emprestadas a coragem, a liderança, um pouco da ambição e a personalidade forte do nosso grande imperador.
Mas é claro que existem outras histórias épicas das quais eu tirei um pouco de inspiração.
O fato é: durante a releitura que fiz alguns aspectos não me agradaram mais e numa análise maior deixavam a fic um tanto quanto bruta demais. É claro que estamos falando aqui de ma história de guerra e tudo mais, mas o foco principal não é esse. Logo, dei uma suavizada em algumas cenas, reescrevi outras, adicionei detalhes e digamos que deixei a fic um pouco mais prazerosamente legível. Algo que também me incomodava era a cronologia, então, algumas cenas e alguns acontecimentos ficaram mais demorados para melhor entendimento e melhor coesão do texto e do enredo.
Algumas personagens e lugares mudaram de nome para melhor adequação do tema. Algumas personagens mudaram seu rumo de historia também, como um presente que dei à algumas amigas.
Enfim.
Espero que gostem dessa releitura.
DISCLAIMER: SAINT SEIYA É UMA OBRA DE MASSAMI KURUMADA. NIAVE E ARISA PERTENCEM À NYX E BENTOPH RESPECTIVAMENTE. OS DEMAIS PERSONAGENS SÃO DE MINHA AUTORIA.
Capitulo I: Prelúdio para a Grande Guerra.
Findabhair era uma terra fértil e pacífica, localizada ao oeste daquele continente, governada pela Rainha Aeallyra. Apresenta belíssimas paisagens a qualquer hora do dia, mas a mais linda era tida a noite, quando as três luas daquele mundo apareciam no céu. Aquelas três luas representavam as três maiores divindades daquela terra.
Era governada antes pelo rei Parlan e a rainha Edana, pais da atual rainha. Edana infelizmente falecera vítima de uma doença e Parlan faleceu em batalha, defendendo seu reino em um pequeno confronto com corsários quando voltava de uma visita à Fionavar, reino vizinho. Findabhair, mesmo com o falecimento de seu soberano, saiu vitoriosa.
A soberania daquela terra caiu então nas mãos da única filha de Parlan e Edana, Aeallyra, que resolveu reorganizar o reino, nomeando treze bravos guerreiros para comandar o exército aqueles que ainda tiveram a honra de lutar ao lado de seu pai: Saga, Kanon e Aiolos, os mais velhos, seguidos dos guerreiros que mais se destacavam durante aquele tempo: Mu, Máscara da Morte, Aldebaran, Aiolia – irmão mais novo de Aiolos, Shaka, Dohko, Milo, Kamus, Shura e Afrodite.
A cidade era completamente protegida por uma gigantesca muralha. Tal construçãoera testemunha de batalhas sangrentas e terrivelmente violentas, mas também já foi testemunha de momentos felizes como a formação de novo guerreiros e a chegada do exército vencedor de uma dura batalha
Perto dali havia uma densa floresta chamada "Floresta dos Espíritos", onde as almas de bravos guerreiros de eras antigas descansavam e a protegiam. Poucos eram aqueles que se atreviam a tomar os caminhos que por ali passavam. Diziam que coisas estranhas aconteciam. Lá também morava Allatar, a feiticeira. Diziam que ela era filha dos deuses e que tinha poderes incríveis, mas que poucos haviam visto.
As guerras ali travadas eram em sua maioria pelas terras, já que Findabhair era o maior dos reinos. Porém a batalha que estava por se formar era por um motivo diferente.
O rei tirando Tynan, do reino de Dunbar havia declarado guerra a dois outros reinos vizinhos, visando tornar-se o Rei dos reis. Seu exército, que antes contava com oito mil homens, contava hoje com quase trinta mil.
Ele sabia que uma guerra contra Findabhair precisaria de um exército poderoso e uma boa estratégia. Após obrigar os outros reinos a se aliarem a ele, o tirano já tinha mais de dez mil homens a mais que o reino adversário. A estratégia? Simples. Não havia nenhuma. Apenas um plano ganancioso e estúpido. Aeallyra render-se-ia assim que visse seu exército mais poderoso e mais forte que o dela. Ledo engano.
- Minha rainha, este mensageiro de Dunbar veio, em nome de seu rei, trazer uma mensagem. – Saga entrava no salão acompanhando do jovem mensageiro usando uma vestimenta que trazia no peito o símbolo das bandeiras de Dunbar, um machado e uma tocha cruzados.
- O que seu rei deseja de mim? – perguntou a jovem rainha sentada em seu trono.
- Meu rei e senhor Tynan, do reino de Dunbar, ordena que a rainha, senhora Aeallyra, do reino de Findabhair, torne-se sua aliada e responda à ele toda vez que for chamada, cedendo seu exército e seus capitães. Meu rei e senhor deseja que esta aliança seja selada em Nemihrar, seu palácio.
- Uma aliança? Entendo.
- Quem seu rei pensa que é para exigir uma coisa dessas da minha senhora?
- Saga, por favor.
-Mas minha rainha... – ele foi interrompido quando Aeallyra levantou a mão.
- Galadir e Eleriel já fazem parte desta aliança, não?
- Sim, senhora. – respondeu o mensageiro.
- Diga ao seu rei que nenhuma aliança será selada entre Findabhair e Dunbar. Meu exército não estará à sua disposição. Os guerreiros desta terra sempre lutaram e sempre lutarão por sua casa e por seus interesses ou ajudando amigos e aliados. Mas jamais se unirá a alianças desvantajosas.
- Sim senhora. Devo dizer que meu senhor já esperava que sua resposta fosse essa e me manda avisar também que diante de sua negativa, Findabhair e Dunbar entram em guerra declarada.
- Que assim seja. –Aeallyra balançou a cabeça afirmativamente antes do mensageiro deixar o salão sozinho.
- Você é uma grande rainha.
- Tenho minhas dúvidas quanto a isso, Saga.
- Por que?
- Porque uma guerra é a última coisa de que precisamos agora.
- Mas temos nosso exército. Os mais bravos cavaleiros conhecidos por estas terras.
- Há alguns dias ouvi rumores de que Tynan tem um pouco mais de dez mil homens a mais que nós. Não sei como aconteceu, mas ele obrigou Galadir e Eleriel a unirem-se a ele nesta aliança. Uma aliança desarticulada.
- Nós podemos vencer esta guerra.
- Não sem ajuda.
- Peçamos ajuda então.
- Mande mensageiros até Fionavar. Tenho certeza de que Siegfried e Hilda não nos negarão ajuda. Nossos reinos já foram aliados tantas vezes.
- Eu mesmo posso ir.
- Não. Quero que você procure outra pessoa.
- Outra pessoa?
- Ela. – ambos trocaram um sorriso cúmplice.
- Sim, minha senhora. Eu sei onde encontrá-la. E se me permitir, convocarei outra ajuda também.
- Claro. Eu confio em você.
XxXxXxXxXxXxXxX
Alheia a tudo que por ali acontecia a mulher cuidava de algumas ervas que cultivava no jardim da humilde casa onde morava.
- Alexandra! Alexandra! – um garoto vinha correndo em sua direção até encontrá-la e puxá-la por suas roupas.
- Mas o que... Thomas, o que esta fazendo?
- Venha ver Alexandra! Venha ver! São cavaleiros da rainha! Venha! Você disse que me apresentaria a eles quando eles viessem aqui de novo!
- Está bem está bem. Mas tenha calma, sim? Se continuar a me puxar deste jeito vai acabar me derrubando.
- Vamos logo! Vamos logo!
O garoto foi puxando a mulher quase aos tropeços até o local onde a pequena comitiva havia desmontado.
- Que bons ventos o trazem à essa vila novamente, capitão? – perguntou ela aproximando-se do homem que liderava aquela cavalaria.
- Alexandra. Como é bom vê-la de novo.
Ante que Alexandra pudesse responder algo ao capitão, o pequeno Thomas lhe puxou as roupas, como que para lembrá-la de que ele ainda estava ali.
- Veja, este é Thomas, filho do meu senhorio. Ele que foi correndo me avisar que vocês haviam chegado.
- Como vai Thomas? - capitão bagunçou os cabelos castanhos claros do menino.
- Ele me fez prometer que ia apresentá-los a ele quando parassem por aqui novamente.
- Uau! Sua espada é a mais bonita que eu já vi. Mais bonita até que a de Alexandra. O senhor deve ser alguém muito importante!
- Ele é o primeiro capitão do exército da rainha. – sussurrou-lhe Alexandra ao pé do ouvido.
- Sério? – Thomas agora estava completamente encantado e seus olhos brilharam quando o capitão confirmou a informação.
- Ele é Saga, filho de Shion.
-Shion? O mesmo Shion que criou e treinou você, Alexandra?
- O mesmo Shion. – disse Saga ajoelhando-se para ficar do mesmo tamanho do garoto – Fomos os dois criados e treinados por ele.
Um sorriso de cumplicidade surgiu entre os dois.
- Sabe, quando crescer quero fazer parte da guarda da rainha e me tornar um capitão também. Alexandra está me ensinando.
- Mesmo? Então deixe-me contar uma coisa, Thomas. Está aprendendo com alguém que sabe mais do que muitos.
- Por que agora você não corre e vai contar aos seus amigos que conheceu o primeiro capitão? – disse ela
- Vou sim! Vou sim! –o menino saiu correndo.
- Ele é um bom garoto. Aprende rápido.
- Parece gostar muito de você.
- Às vezes passa o dia todo comigo. O senhorio disse que sou para ele como uma irmã mais velha. Ele gosta bastante disso.
- Devo ficar com ciúmes?
- Ora Saga, por favor! Agora me diga, para onde vai? Nunca para aqui com uma companhia a não ser que saia dos limites do reino. E não deve ser para tão longe. Ali tem o que? Vinte cavaleiros?
- Exato. Mas não vamos a lugar nenhum além de aqui. Na verdade, estamos voltando para a cidade. Este é o ultimo lugar onde devemos parar.
- Entendo.
- Mas paramos aqui por um motivo especial, além claro de descansar os cavalos.
- Qual seria?
- Convocações. Estamos num momento delicado, minha amiga. E eu gostaria muito de conversar com você.
- Claro. Vamos até minha casa.
Uma vez acomodados na simples sala do casebre Saga começou.
- Eu poderia muito bem mandar uma companhia menor ainda para convocar homens aqui nesta vila, mas fiz questão de vir junto. Na verdade, a rainha me mandou aqui para algo delicado e especial.
- E o que seria?
- Eu estou aqui porque vim buscar você.
- Me buscar? Para que?
- Há uma guerra inevitável se aproximando. Homens do sul estão avançando em direção ao oeste. Seus exércitos já cresceram consideravelmente. Querem conquistar todas as terras desta continente. Mas nossas terras são as mais visadas. Eles fazem um tipo de aliança desarticulada. São liderados por Tynan, o temerário rei de Dunbar.
- Claro. Já ouvi falar dele. Mas se bem me lembro ele não tinha homens suficientes para conseguir o que você me conta.
- Não sabemos ainda como ele conseguiu isso, mas precisamos começar a fazer algo do mesmo jeito.
- E por que veio me buscar?
- Porque você é uma das melhores espadachins que eu conheço.
- Me quer lutando nessa guerra?
- Quero você a frente de uma companhia. Mil e quinhentos homens.
- Mil e quinhentos homens? Isso é loucura. Eu não posso ir.
- Você tem que ir. É a sua pátria chamando. Aeallyra me mandou aqui para isso.
- Não posso deixar esta vila. Eu protejo a todos aqui.
-A vila ficará protegida. Não se preocupe com isso. Já providenciei tudo. Eu preciso de você.
- Não posso ir Saga, você sabe. Quando eu fugi da cidade no passado eu perdi minha honra de guerreira. E levei comigo uma parte da de Shion. Não seria certo. Além do mais, nenhum exército de homens aceitaria ser liderado por uma mulher. É insanidade.
- Sei que ainda guarda tudo aquilo que ele lhe deu e que quando não está ensinando aquele garoto você revive seu passado, montada no lombo do seu cavalo, carregando sua espada e andando por ai pela noite para guardar esta vila. Pode ter perdido sua honra como guerreira quando fugiu aquela noite, mas acho que esta é uma chance de conseguir recuperá-la.
- Pode ser, mas quem lhe garante que eu não vá falhar outra vez?
- Você tem a obrigação de não falhar. Não comigo e nem com a nossa terra, mas com você mesma. Já mostrou a todos o seu valor guardando tão bem as pessoas dessa vila. Pense em quantas vitórias Shion teve antes de morrer. Se você quer devolver a ele o mínimo de honra que diz ter tirado dele, minha irmã, essa é a sua chance. Eu preciso de você.
- Você tem mais de vinte mil homens ao seu comando.
- Mas nenhum deles é você. Nenhum deles sabe o que você sabe. Nenhum deles tem a capacidade de liderança que você tem.
- Eu nunca liderei exército algum.
- Mas eu sei que pode fazer isso. Tão bem quanto eu.
- Thomas vai ficar arrasado.
- Ele vai entender.
- Me dê algumas horas.
Algumas horas depois estavam todos reunidos para partir.
- Você vai mesmo embora? – perguntou o pequeno Thomas.
- Eu não vou embora. Vou ficar fora por alguns tempos, mas eu volto.
- Você vai demorar?
- Não sei querido. É um chamado da rainha. Mas você pode me fazer um favor.
- Qual?
- Pode tomar conta da vila para mim enquanto eu estiver fora?
- Claro! Acha que posso usar minha espada?
- Claro que pode.
- Quando você chegar vai encontrar tudo do mesmo jeito!
- Tenho certeza de que vou encontrar a vila muito melhor.
- Eu prometo. – e saiu correndo sem saber que aquela seria a última vez que a veria.
- Permita-me dizer que você tem uma liderança e tanto.
- Ele é apenas um garoto. E eu apenas sei o que aprendi, o que alias, você também aprendeu.
- É, mas de alguma forma, parece que você consegue fazer isto melhor do que eu.
- Impressão sua. Vamos. Temos um longo caminho pela frente. Daqui para Findabhair são três dias.
A pequena comitiva então avançou no caminho de casa. Saga e Alexandra cavalgavam lado a lado, relembrando os tempos passados. Ao cair da noite o acampamento foi montado e a fogueira foi acesa. Longe dos outros cavaleiros, Saga e Alexandra passaram a conversar bastante sobre os anos passados, sobre suas conquistas, sobre o que faziam quando estavam longe daquilo que mais gostavam de fazer.
- Sabe no que eu pensava enquanto cuidava das ervas, antes de Thomas sair me puxando? Exatamente nisso. Em Findabhair. Em casa.
- Ela não está tão diferente. Você vai gostar de ver.
- Me fale sobre Aeallyra. Gostaria de saber mais sobre a rainha.
- Ela é maravilhosa! – Saga respondeu de imediato – Você não imagina o quanto. É mulher mais bondosa, generosa e divertida que já conheci. Mesmo depois de ter de carregar a imensa responsabilidade de governar um reino do porte de Findabhair, ela conservou o jeito delicado de menina que tinha quando assumiu tudo aos dezesseis anos. Essa é Aeallyra.
O capitão se empolgara ao falar de Aeallyra e nem percebeu o sorriso maroto que Alexandra carregava nos lábios.
- Você a ama!
- Como? – perguntou confuso.
- Disse que você a ama!
- Claro que a amo. Ela é minha rainha e eu luto por ela.
- Não Saga. Você está apaixonado por ela. A ama como um homem ama a uma mulher.
- Por favor Alexandra! Não é nada disso. – desconversou ele, corando furiosamente.
- Tudo bem Saga, tudo bem. E como vão os outros?
- Aiolos casou-se.
- Verdade?
- Sim. Eithne é uma esposa maravilhosa para ele. Está esperando um filho. Já meu irmão continua o mesmo. Aquele mesmo irresponsável e inconseqüente.
Enquanto Saga ia falando do irmão nem notou que Alexandra estava ficando incomodada com aquele assunto. Guardava pelo irmão do capitão algo que talvez pudesse ser definido como ódio profundo.
- Saga. – ela o interrompeu num tom sério. – Perdão, mas eu não pretendo ouvir nada relacionado ao seu irmão. Espero que me entenda.
- Claro. Me desculpe. Eu esqueci.
Os dois amigos calaram-se e passaram a observar juntos o céu estrelado.
- Conhece a maior lenda desta terra? – perguntou Alexandra.
- Qual?
- A de Cayden. Quando empunhamos uma espada ele nos enche de coragem dentro do calor da batalha. Ao fim de tudo, ele recolhe as almas dos mais nobres e as transforma em estrelas. As mesma estrelas que brilham lá no céu. Se for da vontade dele, um dia nós dois estaremos lá.
- E se não for?
- Nossas almas se perdem ou voltam para tentar de novo. É melhor irmos dormir. Amanhã temos que sair cedo para continuar a viagem. Boa noite, Saga.
- Boa noite.
A comitiva, que já tinha aumentado de número graças aos homens convocados na vila, descansou pela noite toda. Saga passou o tempo todo preocupado com a rainha. Estava também sentindo falta dela. Alexandra pensava em sua verdadeira casa. Há quantos anos estava fora de Findabhair? Por volta de doze anos ou algo assim. Poderia ter ficado lá por toda sua vida, mas infelizmente, por uma escolha errada, teve que ir embora.
Os primeiros raios da manhã começaram a brilhar no céu. Aos poucos a comitiva ia se levantando e se preparando. Em pouco tempo eles voltaram a cavalgar pelos campos a caminho de Findabhair. Saga e Alexandra iam a frente conversando como sempre.
Chegaram à cidade no inicio da tarde do terceiro dia, quando tudo corria normalmente. Os taverneiros recebiam seus clientes. Os ambulantes vendiam seus produtos. As famílias cuidavam de seus entes queridos. Principalmente aqueles que faziam parte da guarda da cidade.
Os cavalos passaram pelos portões e logo causaram uma sensação de alivio naqueles que tinham o coração apertado, assim como um jovem cavaleiro que caminhava pelas ruas da cidade na companhia de uma jovem moça.
Saga havia conseguido e agora voltava são e salvo. O outro cavaleiro abriu um largo sorriso ao vê-lo novamente.
- Seja bem-vindo irmão! – gritou quando Saga passo cavalgando ao seu lado na rua.
O outro puxou a rédea do cavalo fazendo o animal diminuir a corrida e olhou para o irmão lhe saudando e reprovando com o olhar a situação na qual ele se encontrava, mas voltou a novamente após rirem juntos. Pouco mais atrás vinha o resto da companhia e no meio dela vinha Alexandra. Quando ela passou por ele, Kanon não conteve um olhar de interesse e um sorriso jocoso em seus lábios.
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- Seja bem-vinda de volta, Alexandra.
- Obrigada minha rainha.
- Fico muito agradecida que tenha vindo me ajudar.
- Quem tem a agradecer sou eu. Nem mesmo inúmeras guerras lutando para defender minha terra seria suficientes para agradecer o que já fez pela vila.
- Você sempre fez muito por aquele lugar, que eu considero um pedacinho da minha cidade, só que fora dos portões. Eu admiro muito o que faz por eles, Alexandra.
- Minha rainha, Fionavar já nos deu a resposta?
Num suspiro desanimado Aeallyra respondeu.
- Não irão ajudar. Siegfried não quer se responsabilizar por uma guerra que não é dele, ainda mais com este porte.
- Mas Findabhair já lutou tantas vezes ao lado de Fionavar. Como pode Siegfried ter respondido um absurdo desses? – perguntou Saga.
- Não há mais nada que possamos fazer. Estamos acabados.
- Me deixe tentar. Eu vou até Fionavar tentar conversar com Siegfried novamente.
- Mas Alexandra, ele já nos deu sua resposta.
- Saga, eu acredito que possa conseguir. Por várias vezes Siegfried precisou da ajuda desta terra. Esta na hora de cobrar favores. Se Tynan conseguir conquistar Findabhair o contingente de soldados dele vai aumentar e Siegfried terá que se render. E o pior, sem condições de lutar. Me deixe tentar minha rainha.
- E como pensa conseguir isso, Alexandra? O caminho até Fionavar é longo. Não acredito que tenhamos muito tempo. É provável que Tynan não esteja em casa, mas sim acampado em algum lugar.
- Aeallyra, Alexandra está certa. Devemos tentar novamente. É provável que ela consiga. Ela sempre consegue o que quer.
- Que seja.
- Eu parto amanhã, assim que o sol nascer.
- Obrigada mais uma vez, Alexandra. Agora peço que me desculpem e me dêem licença.
- Sim,minha rainha. – Saga e Alexandra lhe fizeram uma reverência e saíram.
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- Quer dizer então que eu consigo tudo o que quero?
- Você sabe que consegue.
-E você sabe que isso não é verdade.
- Ora Alexandra, seu poder de persuasão é incrível! Lembre-se de como convenceu Shion a treiná-la conosco quando ele adotou a todos nós.
- Eu não o convenci! Ele se compadeceu de mim e você sabe disso muito bem.
- Ora, não seja teimosa.
- Não o seja você!
Os dois riram juntos como sempre faziam após uma discussão infantil como aquela.
- Vou até o acampamento. Preciso arrumar minhas coisas.
- De forma alguma. Você fica conosco no palácio. E não se preocupe com nada. Você foi convocada e convidada pela rainha. Eu não tive nada a ver. Vou lhe mostrar onde vai ficar e depois montar uma comitiva para ir com você até Fionavar amanhã. Está livre para fazer o que quiser.
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A paisagem era perfeita. Um lago de águas cristalinas e puras. Havia rochas nas margens e também muitas árvores e arbustos. Nada ali havia mudado tanto. Ainda bem.
Depois de instalar-se num dos quartos do palácio Alexandra tratou de fazer algo que há muito não fazia: olhar o nada, sentada por ali, sentindo somente a brisa leve que batia.
Passou algum tempo refletindo bons momentos do passado. Tirou as botas, soltou os cabelos presos com uma tira de couro e resolveu caminhar, sentindo a água refrescar-lhe os pés. Desenrolou a bandagem que usava somente na mão direita e colheu um pouco de água para lavar o rosto e refrescar-se. Sempre fazia aquilo depois dos treinos com Saga, Kanon e Aiolos. Foi quando viu pelo reflexo das águas alguém se aproximar. Sorriu sarcasticamente e disse:
- Você não perde esse costume, não é Kanon?
- E parece que você também não, Alexandra.
- Só quis matar a saudade. – respondeu saindo da água.
- Você... cresceu. Digo assim, notei algo de diferente. Deve ter feito progressos com a espada.
- Quer experimentar? – disse ela num tom sério, desembainhando a espada e apontando a lâmina prateada para o pescoço de Kanon.
- Não, obrigado. – ele empurrou a lâmina com a ponta dos dedos, mas manteve o sorriso jocoso nos lábios – Mas você também cresceu em outros sentidos, devo dizer. – Kanon olhou ara a mulher a sua frente com um olhar cobiçoso e pervertido.
- É uma pena que eu não possa dizer o mesmo de você.
- Sabe, eu estava esperado pelo dia em que nos encontraríamos novamente.
- Mesmo? Pois eu sempre esperei pelo dia em que o encontraria morto.
- Eu sei que sentiu minha falta.
- Como as árvores sentem falta do sal.
- Imaginei que fosse encontrá-la por aqui Alexandra – disse Saga aparecendo ali – Mas você Kanon, achei que estivesse pelo palácio ou pela cidade.
- Resolvi apenas dar as boas vindas a nossa velha amiga.
- Idiota. –ela xingou Kanon e foi se retirando dali, mas parou quando Saga chamou por si.
- Preciso me reunir com você. Pode me encontrar no salão do palácio?
- Claro. Me encontre lá.
- Você nunca perderá esse costume, não é Kanon?
- Sabe que eu não resisto.
- Se quiser conservar sua cabeça no lugar é melhor ficar longe de Alexandra. Sabe que ela lhe odeia.
- Obrigado elo aviso meu irmão, mas não se preocupe com isso. Alexandra jamais me mataria.
- Não tenha tanta certeza. Você sabe o que fez.
- Ora, deixe isso pra lá.
Os irmãos foram caminhando juntos, conversando. A relação entre eles era digna de elogios. Apesar de gêmeos, os dois eram bem diferentes. Saga era um homem mais responsável e centrado nas obrigações. Sempre preocupado com os assuntos reais e com seu irmão, sua única família. Kanon jamais perdeu seu espírito jovem, parecendo sempre um adolescente. Sua responsabilidade vinha apenas quando se tratavam de assuntos militares, como um dos capitães do exército real. Deitava-se com qualquer uma que lhe despertasse desejo e nem se importava em saber quem era. Toda aquela promiscuidade preocupava Saga, que já havia conversado diversas vezes com o irmão, mas agora já não lhe dizia mais nada. Kanon já era um homem e tinha que se virar sozinho. No entanto, Kanon também se preocupava com o irmão. Sempre sério demais, preocupado demais, excessivamente centrado e responsável, sozinho. Não queria que Saga fosse como ele, afinal de contas, assim não teria graça. Queria que Saga fosse como Aiolos ou outros companheiro seus que já haviam constituído família. Isso combinava mais com ele do que consigo. E Saga seria, com certeza, um bom chefe de família.
- Está preocupado com o que está por vir, não é?
- Também. Não contávamos com a negação de Fionavar Ficaremos muito fragilizados com isso. Alexandra se ofereceu para tentar de novo. Partirá amanhã, assim que o sol nascer. Espero que ela consiga.
- Acho que não deveria sofrer por antecipação Saga. Vai dar tudo certo. Ficar pensando o tempo todo nas suas obrigações e nessa guerra vai enlouquecê-lo.
- Isso faz parte do que eu faço e de quem eu sou, Kanon.
- Eu sei. Compreendo seu lado, mas fora de controle não vai conseguir resolver nada. Acho que deveria deixar um pouco de ser você e ser eu um pouco.
- Já conversamos sobre isso e sabemos que jamais funcionaria.
- Você se quer tentou alguma vez!
- Kanon...
- Tudo bem, tudo bem.
- Venha comigo. Vou precisar de você e de Aiolos quando me reunir com Alexandra.
- Só nós quatro?
- Sim. Só nós quatro.
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O palácio de Findabhair, também conhecido por "Palácio Branco" era extremamente grande. Os portões que davam acesso à escadaria eram grandes e de ferro branco e trabalhado. O salão era longo e largo e completamente branco. O teto era alto e apoiado por imensas colunas de pés trabalhados. As paredes eram cobertas de tapeçarias que sugeriam imagens dos deuses cultuados naquela terra. Lá estava Alexandra, observando atentamente a cada imagem daquelas. Nem percebeu que já não se encontrava só ali.
- Quando me disseram que você havia voltado eu quase não acreditei.
- Aiolos! – disse Alexandra abraçando o amigo.
- Quase doze anos, não?
- Algo assim.
- E veja só você. Não mudou nada.
- Não. Isto não é verdade. Quem não mudou nada foi você!
- Soube que andou fazendo um ótimo trabalho como guardiã daquela vila.
- Eu fiz somente o eu estava ao meu alcance. Nada além.
- Bom saber que seu alcance é tão grande assim.
- Que bom que já está aqui, Aiolos. – disse Saga adentrando o salão acompanhado de Kanon.
- Sim. Fui avisado de que queria falar comigo.
- Com os três na verdade. Vamos até o salão de reuniões.
O salão de reuniões ficava num corredor ao lado do salão principal. Tal como o outro, possuía o teto alto, apoiado por colunas. Havia uma mesa enorme ao centro, com um mapa dos continentes, tão grande quanto o móvel, e miniatura simulando as companhias e o palácio.
-Algum problema Saga? – pergutou Aiolos.
- Sim e não. Primeiramente, Alexandra, a comitiva para acompanhá-la até Fionavar já está providenciada. Estarão pronto esperando por você antes mesmo que o sol brilhe no céu.
- Obrigada.
- Você vai a Fionavar?
- Sim, Aiolos. Vou tentar conseguir ajuda novamente. É inadmissível a negativa de Siegfried.
- Somos todos obrigados a concordar com você. – disse Kanon tentando chamar a atenção dela, sem sucesso.
- Muito bem. Chamei vocês aqui para que tenhamos uma discussão de um assunto como antigamente.
- E qual seria este assunto? – perguntou Aiolos.
- Os dez capitães.
- O que há de errado com eles? E já que estamos falando ou vamos falar deles, eles não deveriam estar aqui também?
- Inicialmente não. O que acontece é que estou preocupado com suas atuações nesta guerra quando estiverem diante de seus exércitos.
- Acho que é uma preocupação sem fundamentos Saga. Eu, você e Kanon, como mais velhos e mais experientes, fizemos uma seleção rigorosa daqueles que ocupariam os postos. Acredito que eles tenham potencial suficiente para conseguir feitos magníficos no campo de batalha. É claro que todos têm sua suas diferenças de combate e personalidade, mas eu confio neles. – disse Aiolos.
- Não é isto que me preocupa. Poucos deles tiveram alguma experiência de combate contra companhias numerosas como as que enfrentaremos. Sei que têm potencial para batalhas e também confio neles. Em todos. O que quero pedir a vocês é que passemos para eles um pouco de nossa experiência.
-Desculpe Saga, mas não entendi até agora onde eu entro nesta história. Não tenho a experiência que vocês três têm. Eu nunca conduzi ninguém a nenhum campo de batalha. Sou apenas uma guardiã e não uma capitã. Minhas únicas peregrinações foram para conduzir pequenas comitivas fazendo sua segurança para evitar ataques de rufiões e gente do tipo.
- Você pensa não ter a mesma experiência que nós temos, mas é ai que se engana. Você sabe conduzir, sabe proteger, conhece boas estratégias para escapar do perigo. Ao é tão diferente do que já fizemos.
- Alexandra conduzirá uma companhia? – perguntou Kanon.
- Eu a quero conduzindo mil e quinhentos homens.
- Isso é insanidade e você sabe. Eu vim até aqui para lutar pela minha terra e não me importo em receber ordens de ninguém.
- Eu sou da mesma opinião de Saga. Acredito em você, minha velha e cara amiga.
- A sua opinião para mim não vale nada Kanon. E não me chame de amiga.
- Eu acho que Alexandra consegue, mas é ela quem decide o que faz. Seja qual for sua decisão, eu confio em você. E saiba que será uma honra lutar ao seu lado. Será como nos velhos tempos. – disse Aiolos.
- É claro que é você quem decide o que fazer. Agora voltemos ao assunto original que realmente o que me preocupa.
- Saga, todos foram escolhidos com habilidades baseadas nos comandos de guerra. Agressividade, controle, força, voz de comando... Dê a eles uma chance para lhe provarem isso.
- Essa é uma chance única. Você sabe disso Aiolos.
- Sei disso muito bem.
- Nós quatro aprendemos com Shion coisas que eles jamais aprenderão. Devemos ensiná-los o que Shion nos ensinou. – disse Kanon levantando-se para caminhar pelo salão – Primeiramente a não confiar demais e nem de menos em alguém, compartilhar aquilo que sabemos de bom com os outros. Eles só adquirirão experiência quando lutarem. Mas enquanto isso não acontece, nós os ajudaremos. Explicaremos a eles estratégias, diremos a eles o que fazer, da mesma forma que o velho Shion fez conosco. Por que nós três sobrevivemos àquele ataque dos corsários? Por que sabíamos o que fazer e como fazer. Por que Alexandra está viva até agora, sendo apenas a guardiã de uma vila? Exatamente pelo mesmo motivo. Fomos bem instruídos. Podemos instruí-los da mesma forma. A julgar pela inteligência de cada um deles, eles aprenderão rápido. E sejamos francos nós três. Fizemos boas escolhas, independente de experiência ou não. Façamos o que deve ser feito.
Tudo o que Kanon queria era chamar a atenção de Alexandra. Durante toda a reunião ele não tirou os olhos de cima dela. Um olhar descarado que não passou despercebido por nenhum deles.
Saga discutiu outros pequenos assuntos com os três e logo a reunião acabou.
- Kanon gosta mesmo de correr perigo. Se ele continuar desse jeito, logo a espada de Alexandra encontrará um rumo certo.
- Eu já o adverti sobre isso, mas ele faz o que quer. Sempre inconseqüente. O pior é que eu sinto que ele vai arranjar confusão com ela e as coisas não acabarão bem.
- Acalme-se Saga. Ele tem sorte de que no final tudo acaba dando certo para ele. Você terá tempo suficiente para cuidar disso.
-Assim espero. Mas gostaria que meu irmão soubesse que a sorte não dura pra sempre.
Continua...
Eu de novo... ueuheueuhe
Gostaram da releitura?
Eu espero que sim.
Então... na primeira versão a Alexandra era uma amazona rebelde com um grupo de amazonas tão rebeldes quanto ela, mas achei que isso não se encaixaria tão bem nesse inicio, então eu fiz com que ela virasse um Aragorn da vida... auhauhuauaa.
Como em Jillian, a base da historia continua a mesma, mas a roupagem é diferente.
Pra quem leu a primeira versão, sentiram falta de Marin e Shina causando confusão ja no primeiro capitulo? Não se preocupem. Elas vão aparecer logo, logo.
Juh, espero que tenha gostado do novo nome da sua personagem. ^^ Achei que Niave combinaria mais... Como a gente tinha conversado no msn... xD
É... ja demais la em cima em não vou continuar falando mais aqui no final... então, se gostaram, por favor deixem reviews... ^^
