Blank
"O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro" – Barão de Itararé.
Paus e pedras nunca o machucaram realmente. Certo, talvez doessem – momentaneamente. A raposa nunca demoraria a curá-lo, então, logo suas cicatrizes sumiriam e seus músculos e ossos voltariam à ativa.
Palavras também não o afetariam muito. Mesmo que Kyuubi no Youko não pudesse curar seu psicológico, ele não encontrou muitos problemas em ignorar as pessoas e suas palavras maldosas. A verdade era que, mesmo querendo ser reconhecido por todos, o loiro não conhecia nenhum deles. Ou seja, não doía realmente.
Naruto não tinha problemas com dor – nenhuma delas. Isso provavelmente era o motivo pelo qual ele conseguia continuar em frente. Ele não era um bom ninja, não no início, pelo menos. A única coisa que o fez ficar bom foi sua determinação.
Parte de sua teimosia e determinação vinha do desejo de ser melhor que Sasuke. E, realmente? Funcionou. Alguém teria de ser um tolo para não reparar que ele melhorara.
Kakashi-sensei reparou. Sakura-chan reparou. Isto deixou Naruto muito feliz. Inicialmente, o preguiçoso sensei somente iria ignorá-lo, dedicando muito tempo ao prodígio que era Sasuke Uchiha. Sakura, sua pequena quedinha, era a fangirl que perseguiria o moreno para todos os lugares – mesmo quando ele um bastardo.
Saber que ambos tinham o reconhecido como bom ninja aquecia o interior de Naruto. Talvez até significasse que o loiro estava se tornando tão bom quanto Sasuke-teme.
Naruto descobriu a verdade quando acordou numa cama de hospital algumas semanas depois. Um Chidori tinha passado por seu peito, ele sabia. Sabia que tinha perdido, sabia que não tinha cumprido sua promessa a Sakura-chan, sabia que não tinha provado a Kakashi-sensei, Ero-sennin e Baa-chan que era tão bom quanto o bastardo prodígio.
E o pior nem era isso. O pior era que dessa vez estava doendo. Muito.
Nem mesmo Kyuubi poderia curá-lo, nem mesmo sua determinação o ajudaria a levantar. Não quando o motivo de ambas as coisas tinha ido embora.
E só deixado um vazio.
Naruto finalmente tinha descoberto o que doía.
Blank – do inglês: lacuna, espaço vazio, espaço em branco; tornar abstrato; tirar do campo visual.