Nota da autora: Olá, sei que não posto nada aqui faz tempos, me desculpem. Escola ocupando muito tempo e ultimamente só ando escrevendo coisas extremamente pessoais que posto no . (me sigam rs). Bom, aí vai uma oneshot Lily-Sev bem discreta. Espero que gostem e mais uma vez desculpa pela minha ausência.
Lá estava ela. Linda, como sempre. Solitária. Coisa que se tornava cada dia mais comum. Sentada no tronco de um salgueiro, parecia totalmente concentrada no pergaminho a sua frente, onde escrevia compulsivamente. A alguns metros de distância, eu sorri. Sabia que não era um trabalho escolar. Conhecia cada movimento dela, inclusive sabia diferenciar quando ela estava tendo um daqueles surtos criativos de escritora. Doía um pouco vê-la assim, sozinha. Mas eu sabia que uma pena e um pedaço de pergaminho era tudo que ela precisava, e que ela jamais se sentiria abandonada enquanto existisse um livro que ainda não havia lido.
Se você observasse essa cena a exatos dois anos atrás, me veria ao lado dela. Meus olhos negros estariam brilhando incandescentes, coisa que só acontecia quando olhavam para ela. E a garota, continuaria do mesmo modo, absurdamente compenetrada em suas próprias palavras. Mas eu sabia que em algum momento ela me olharia e sorriria, com aqueles dentes excepcionalmente brancos que combinavam perfeitamente com o verde-esmeralda de seus olhos. E eu me sentiria o homem mais feliz do mundo.
Por um segundo, senti uma vontade extrema de ir até ela. Fiz menção de mexer meus pés, quando ele apareceu. Congelei. Ele sentou-se ao lado dela, fazendo-a desviar aqueles olhos incrivelmente verdes para ele. Para minha surpresa, ela lhe sorriu. Aquele sorriso exclusivamente meu, que eu nunca vira nos lábios rosados dela para outra pessoa. Senti um aperto no coração. Ele pegou nas mãos pálidas da garota e deu um beijo longo, não parando nem um segundo de olhar para os olhos dela. Não entendi, sinceramente. Até onde eu lembrava, ela o repugnava com todas as forças. Não somente ela, mas eu também. Ele e seus amigos idiotas faziam questão de me pregar uma peça todas as vezes que o infortúnio insistia em nos encontrar. E ela, deveria ter um radar ou algo do tipo, pois sempre aparecia nos momentos mais inoportunos para "me salvar". E por mais que eu odiasse esse papel de "princesa em perigo", eu a agradecia intimamente, pois ela era a única que conseguia frear as brincadeiras daquelas pestes.
Mas, aparentemente, as coisas mudaram. Agora, ela já voltara sua atenção para seu pergaminho, porém ele estava sentado ao seu lado, com as mãos nos cabelos dela. Não me lembro mais tantas vezes desejei estar ali, fazendo exatamente aquilo. Com muito esforço, dei-lhe as costas. Fui embora, caminhando lentamente para dentro do castelo, com destino ao meu dormitório, de onde eu não sairia tão cedo. Aquela fora a primeira de muitas vezes que eu os vira juntos.
