Autora: Nana Evans
Beta: Srta Potter Malfoy
Shipper: Harry/Draco
Sumário: Eles estavam infelizes com suas vidas e queriam fugir da sociedade bruxa. Na tentativa de serem vistos pelo que realmente são e não pelo que representam, assumem uma identidade secreta por uma noite. Mas o que o destino reserva para o encontro de Clark Kent e Lex Luthor?
Superman
Harry POV
Estava cansado. Não que tivesse se matado de trabalhar ou tivesse feito algum esforço muito grande. Estava cansado de todo o fingimento, de bancar o herói perfeito, o garoto-propaganda do Ministério. Queria ser ele mesmo um pouco, oras! Ser só Harry Potter, que vai na porta e pega o jornal, sem ter que virar capa de revista por isso.
- O que foi, Harry? Você ta com uma cara estranha.
- Só tô cansado, Ginny. Só isso.
- Sabe que você mente muito mal?
Ginny era sua noiva. Tecnicamente. Moravam juntos, dormiam juntos, mas ambos sabiam que era uma fachada. O amor entre eles tinha morrido bem antes do fim da guerra. Mas acabaram continuando juntos para não ter que enfrentar a sociedade. Ela era sua melhor amiga agora, quase uma mãe. E no momento olhava pra ele como uma.
- Eu não tô mentindo. Tô cansado de tudo Ginny, do Ministério, das revistas, dessa merda de vida que eu vivo desde o final da guerra. Isso não acaba nunca?
- Eu já disse que no dia que você quiser, eu traio você e levo toda a culpa pelo término do noivado.
- Não é simples assim, Ginny, você sabe. As pessoas esperam tanto de mim, nunca iriam aceitar o que eu sou de verdade. Ninguém quer um herói gay. Sabe de quem eu tenho inveja? Do Clark Kent.
- Quem?
- É um super-herói trouxa. Ele tem uma identidade secreta: quando está salvando o mundo, é o Superman; quando está em casa, ele é o Clark Kent, um cara super normal.
- Harry, você acabou de me dar uma ótima ideia!
Ginny o olhava com os olhos brilhando. Quatro anos juntos o haviam ensinado que isso nunca era um bom sinal...
- Nem vem. Eu me recuso a participar de qualquer plano louco que você tenha nessa cabecinha oca.
- Mas Harry, esse é perfeito... Por favor, me dá uma chance...
E pronto, estava perdido.
Draco POV
Virou o segundo copo de uísque antes mesmo de chegar à mesa. Hoje ele estava a fim de encher a cara, pegar qualquer um que o aceitasse e transar loucamente. O dia tinha sido péssimo, seus pais estavam presos, seus bens confiscados e, se não fosse o Santo potter, ele estaria preso também.
Não tinha um lugar que fosse em que não o olhassem torto, e ele nem era tão mau assim. Nunca tinha tomado parte na guerra, mas carregava todos os pecados no sobrenome. Ninguém se dava ao trabalho de conhecê-lo, o julgavam pela capa. E isso cansava. E pior, isso doía.
Pediu o terceiro copo antes que ficasse muito profundo. Ele só queria se agarrar com um trouxa qualquer hoje, e não fazer uma análise sobre sua droga de vida. E falando em trouxa bonito, havia um com um cabelo preto espetado que parecia uma presa em potencial. Rabiscou um bilhete e ia pedir ao garçom para entregar.
- Qual o nome daquele moreno ali naquela mesa?
- Sabe o que é engraçado? Ele disse que o nome dele é Clark Kent.
- Mesmo? Então deixe que eu mesmo entrego.
Foi até o cara intrigado. Era meio óbvio que era alguém querendo se esconder, assim como ele. E isso parecia interessante. Chegou até ele e estendeu a mão.
- Prazer, Lex Luthor.
Dois olhos esmeralda viraram brilhando para ele.
- Lex Luthor realmente combina com você, Malfoy.
Nem notou a falta de hostilidade e nem que o outro tinha aceitado sua mão. Ainda estava em choque. De tantas pessoas para encontrar no mundo, ele tinha que encontrar logo Potter!
- E então, Luthor, vai ficar aí me olhando ou vai sentar?
Sentou, mas ainda não sabia o que dizer. O que dizer para o cara que você odiou a vida inteira e que salvou a sua vida? Ele nem conseguia mais odiar o cara! Na verdade, não o odiava já há um bom tempo, e aparentemente o outro também não. E isso era interessante.
- Então, você vai me xingar, amaldiçoar ou contar para todo mundo que o Santo Potter está enchendo a cara sozinho?
Havia mágoa e raiva na voz do outro. O rosto cansado ainda carregava a dor da guerra, como se ela ainda não tivesse acabado. Era uma figura tão diferente do herói que conhecia que sentiu pena. E uma curiosidade enorme.
- Por que você está se escondendo? Todo mundo te adora, você é bem vindo em qualquer lugar. Não precisa fugir dos outros como eu.
- Eu tenho meus motivos. E você ainda não me respondeu. Tá fazendo o que aqui?
- O mesmo que você, me escondendo. E vim aqui lhe oferecer uma bebida.
- O quê?!
- Bem, de onde eu estava esse ninho em sua cabeça parecia bem sexy.
Esperava alguma reação do tipo murro, feitiço ou que o outro fosse se levantar e sair correndo. Porém o Santo Potter corou. Isso era mais do que interessante, era uma descoberta e tanto. E uma prova cabal de que estava enlouquecendo: queria fazê-lo corar de novo.
Ficaram em silêncio até as bebidas chegarem. Potter olhava para o tampo da mesa como se nunca o tivesse visto antes. Aproveitou para analisar melhor o homem a sua frente. Ele tinha largado os óculos e agora os olhos verdes se mostravam em toda a glória. A guerra e o quadribol lhe deram alguns músculos, e podia adivinhar que o abdome por baixo da camisa larga era bem definido. As mãos calejadas por segurar a vassoura sem proteção tinham várias cicatrizes, resultado das várias tentativas de inutilizá-lo durante a guerra. Tinha corpo de homem e rosto de menino, ainda parecia uma criança inocente. Realmente, eram as características de um herói.
- Para de me olhar. Odeio quando ficam me encarando.
- Mas você é tão bom de se olhar... Não faça essa cara. Se você fosse feio, ninguém olhava.
- Não me olham pela minha beleza, Malfoy. Aliás, nem sei por que estou conversando com você. Tudo o que eu não preciso é você me enchendo o saco.
Segurou Potter quando este fez menção de sair. Não queria deixá-lo sair assim, pensando mal dele. Não sabia bem porque, mas de repente ele se importava com o que o outro pensava.
- Eu não quero te encher. Mas você tem que aceitar que é mesmo um herói e que não tem como mudar isso. Você é como o Superman, Harry. Ser herói faz parte de você. Ao menos as pessoas te amam.
- De que adianta? Elas amam o herói, não a pessoa. Eu não tenho ninguém de verdade.
- Tem seus amigos, sua noiva. Você nunca está sozinho, Harry. Sempre invejei isso em você.
Sabia que estava se expondo demais, mas pouco importava. Só queria tirar aquele olhar triste do rosto dele, quem sabe não conseguia um sorriso também?
Estavam bem perto um do outro e só agora notou que não havia soltado a sua mão. Ele também percebeu isso, então trançou seus dedos antes que o outro puxasse a mão.
- Por que você se importa, Malfoy? Por que está fazendo tudo isso? O que significa isso? – Ele levantou suas mão entrelaçadas, onde podia ver o anel de noivado.
- Eu me importo porque entendo. Faço isso porque quero. E isso... bem, eu não sei o que isso significa, mas isso não me incomoda. Sabe, eu não sou tão ruim quanto pareço. – Deu seu melhor sorriso torto e o olhou nos olhos, os mesmo olhos que ele procurava quando estava na escola. Só que dessa vez ele queria achar aceitação, e não ódio. E achou.
Harry POV
Estava confuso. O Malfoy que estava a sua frente não era o mesmo que o havia atormentado na escola. E ele gostava do Malfoy a sua frente. Gostava do sorriso torto, dos olhos cinzentos e da mão macia na sua. Gostava da voz grave e das palavras que ele falava. Aquele carinho, mesmo que por pena, era tudo o que precisava.
- Obrigado. – os olhos cinza se apertaram.
- Obrigado pelo quê?
- Por não ver o super-herói, por ver só... eu.
- Vilões também servem pra isso.
Sorriu. Se sentia aquecido por dentro. Olhou para as suas mãos sobre a mesa e não achou estranho. Parecia tão certo que não se lembrava da última vez que se sentiu tão... bem.
Quando levantou os olhos, percebeu que seus narizes estavam quase se tocando. Ele o olhava tão profundamente que se sentiu preso, atraído por alguma força estranha. Em sincronia, fecharam os olhos e os lábios colidiram. As línguas se encontraram e começaram uma verdadeira batalha, num beijo quente e exigente, um tanto frustrado por causa da mesa entre eles.
Um aceno de mão e a mesa sumiu. Os dois caíram no espaço entre as cadeiras e o loiro o olhou sorrindo e arqueando a sobrancelha.
- Heróis também servem pra isso.
Riram. Sentiu a mão dele no seu rosto, o puxando para mais perto. Estava praticamente no colo dele e sentiu sua respiração em sua orelha, enviando arrepios por toda a espinha quando Draco sussurrou:
- Meu herói.
*****
"I'm only a man
In a funny red sheet
Looking for especial things
Inside of me"
(Superman – Five for Fighting)
Nota da Beta: Taí mais uma fic da Nana... que eu tô adorando, é claro !! :D
Mas eu sou suspeita pra falar...
Enfim... eu que tô postando a fic aqui no FF. A Nana tá muuuuuuito enrolada com os estudos e tá sem tempo de postar, mas não se preocupem, a fic já está terminada !! Ela tem 2 caps e o próximo eu devo estar postando aqui até o final de semana...
Espero que estejam gostando da história tanto quanto eu !! E a Nana pede reviews, claro !! Prometo que TODOS os reviews chegaram até ela e serão respondidos :)
Por hora é isso... até mais !!
