Essa é a versão revisada. Eu espero que gostem. Por favor, deixem a sua
review, é muito importante!!!
PRÓLOGO
Era noite, o dojo Kamya estava mergulhado em uma atmosfera tensa. Estavam todos inquietos com a exceção do pequeno Kenji e de Yune, ambos com quatro anos, que já dormiam. Kenji era o filho de Kenshin e Kaoru, parecia uma cópia do pai com a exceção dos olhos azuis que herdou de Kaoru. E deitada ao seu lado estava Yune, a filha de Sano e Megumi, apenas alguns meses mais nova. Ela tinha cabelo preto e, embora estivessem fechados, lindos olhos castanhos. Quando Yahiko foi vê-los notou que mesmo dormindo eles pareciam angustiados como se pudessem sentir o qual seria o desfecho daquela noite. Kenshin estava ao lado de Megumi que tentava desesperadamente abaixar a febre de Kaoru que já estava alta algum tempo, pondo em perigo a vida da mestra do estilo Kamya Kasshim. Ela estava deitada, seu rosto mostrando a dor em que estava. A Médica gritava para que Sano e Yahiko trouxessem mais gelo e o chá que deixara preparando. Há alguns meses Kaoru contraíra uma doença rara e sem cura. Ela, durante esse todo tempo não se deixara abater e tentou continuar viver normalmente treinando seu discípulo que agora tinha 16 anos, apesar das preocupações de todos a sua volta. Ela até resistira bem, mas na manhã daquele dia começara a sentir-se tonta e perto da hora do almoço já estava deitada com uma febre considerável. Desde então estavam tentando a todo custo controlar a febre, mas nada parecia estar surtindo efeito, a febre continuava subir e intimamente ela sabia que não havia nada que pudesse fazer.
Os sinais de cansaço começavam a surgir, Megumi parecia não saber mais o que tentar. Yahiko e Sano não sabiam como agir, era difícil imaginar que a mulher que estava deitada sem forças era a mesma que estava sempre brigando com eles não deixava se abater. No entanto, quem estava sofrendo mais era Kenshin que olhava tristemente e sem saber o que fazer, incapaz de ajudar sua esposa, restando-lhe apenas assistir os esforços da amiga. Sempre teve medo de perder Kaoru, foi por isso que demorou tanto a admitir seus sentimentos. Tinha muitos inimigos e temia que usassem Kaoru para atingi-lo como já tinha acontecido antes, mas nunca imaginou que o inimigo seria um que ele não poderia desfiar.
-Megumi, chama o Yahiko e o Sano para mim - Kaoru falava baixo e com dificuldade - eu quero falar uma última coisa com eles.
-Não seja boba, você ainda vai falar com eles muitas vezes e...
-Eu sei que estou morrendo e agradeço todos os seus esforços, mas é inevitável...chame-os, por favor.
-Está bem - disse e saiu.
Em pouco tempo voltava com os dois. Yahiko parecia não entender porque Megumi havia mandado que parassem de esquentar o chá e fossem para o quarto.
-Sano, você foi um ótimo amigo e me ajudou, ou pelo menos tentou sempre que eu precisei, ajude a Megumi a cuidar da Yune. - ao terminar de falar se virou para Yahiko e recomeçou - Eu conto com você, Yahiko, para dar continuidade ao estilo, eu não poderia ter desejado aluno melhor, acredite. Tome conta do dojo está bem?
-O que você está falando Kaoru?! - Yahiko estava quase gritando - Você não pode ir! Eu.. eu ainda preciso de você, eu-
-Não, Yahiko, não precisa. Você amadureceu muito desde o dia que tentou me roubar. Tenho certeza que ficará bem. E os outros vão estar aí para você. Eu confio em você.
-Kaoru...eu não vou te decepcionar. - disse finalmente com a voz trêmula. Sano colocou uma mão no seu ombro e o afastou.
-Vamos, eu acho que eles querem um momento a sós.
Nesse meio tempo, Kenshin havia permanecido calado do outro lado de Kaoru, olhando para ela com sofrimento nos olhos. Ele estava pensando como é que conseguiria sem ela, como iria criar Kenji. Estava no meio do pensamento quando ela o interrompeu.
-Prometa, prometa para mim que vai continuar vivendo e que não vai morrer comigo. Eu preciso que você cuide do nosso filho.
-Eu não sei se serei a melhor pessoa para cuidar dele, acho que-
-Não seja estúpido! Você é o pai dele, Kenshin! - ela falou com um tom que não deixava margem para discussão. Depois, num tom mais suave, continuou - Eu te conheço e sei que vai cuidar muito bem dele sem mim. Só uma coisa: ensine o que tiver que ensinar, fale o que tiver que falar, não tenha medo dos fantasmas do seu passado.
-Você está querendo que eu... - Kenshin estava tentando ver se tinha realmente entendido certo. Ela queria que ele...
-É isso mesmo o que você está pensando. Eu quero que você o ensine o seu estilo. Dói-me dizer isso, mas o meu estilo pode não ser suficiente. Eu não o culpo nem um pouco e sei que Kenji fará o mesmo, mas não há como negar que haverá sempre um perigo. Eu quero que ele possa se defender e eu sei que você vai ensiná-lo muito bem.
-Kaoru, mas você sabe que eu...
-Kenshin, você sabe que o que eu acabei de falar é verdade. Você vai ser um excelente pai. Eu confio em você para fazer as decisões certas.
-Eu...eu... está certo. - ele olhou para sua forma frágil e murmurou como se com medo de que se falasse mais alto ela se despedaçaria - Kaoru...eu...eu te amo.
-Eu também, também te amo - dizendo isso os dois se beijaram, um beijo de despedida.
Quando os lábios se separaram ela estava fria e começaram a cair lágrimas em seu rosto. Era Kenshin quem chorava pela perda.
Durante alguns minutos a noite pareceu se calar, silenciando-se em respeito. Aos poucos os barulhos recomeçaram, o rio correndo entre as pedras, as folhas sendo levadas pelo vento...tudo como era antes, exceto por um detalhe: Kaoru estava morta.
Kenshin ficou lá, parado ao lado de sua esposa. Algum tempo depois os outros entraram no quarto e viram o corpo inerte da amiga, que tinha um sorriso nos lábios. Nessa hora rompeu pelo silêncio um choro triste de criança.
PRÓLOGO
Era noite, o dojo Kamya estava mergulhado em uma atmosfera tensa. Estavam todos inquietos com a exceção do pequeno Kenji e de Yune, ambos com quatro anos, que já dormiam. Kenji era o filho de Kenshin e Kaoru, parecia uma cópia do pai com a exceção dos olhos azuis que herdou de Kaoru. E deitada ao seu lado estava Yune, a filha de Sano e Megumi, apenas alguns meses mais nova. Ela tinha cabelo preto e, embora estivessem fechados, lindos olhos castanhos. Quando Yahiko foi vê-los notou que mesmo dormindo eles pareciam angustiados como se pudessem sentir o qual seria o desfecho daquela noite. Kenshin estava ao lado de Megumi que tentava desesperadamente abaixar a febre de Kaoru que já estava alta algum tempo, pondo em perigo a vida da mestra do estilo Kamya Kasshim. Ela estava deitada, seu rosto mostrando a dor em que estava. A Médica gritava para que Sano e Yahiko trouxessem mais gelo e o chá que deixara preparando. Há alguns meses Kaoru contraíra uma doença rara e sem cura. Ela, durante esse todo tempo não se deixara abater e tentou continuar viver normalmente treinando seu discípulo que agora tinha 16 anos, apesar das preocupações de todos a sua volta. Ela até resistira bem, mas na manhã daquele dia começara a sentir-se tonta e perto da hora do almoço já estava deitada com uma febre considerável. Desde então estavam tentando a todo custo controlar a febre, mas nada parecia estar surtindo efeito, a febre continuava subir e intimamente ela sabia que não havia nada que pudesse fazer.
Os sinais de cansaço começavam a surgir, Megumi parecia não saber mais o que tentar. Yahiko e Sano não sabiam como agir, era difícil imaginar que a mulher que estava deitada sem forças era a mesma que estava sempre brigando com eles não deixava se abater. No entanto, quem estava sofrendo mais era Kenshin que olhava tristemente e sem saber o que fazer, incapaz de ajudar sua esposa, restando-lhe apenas assistir os esforços da amiga. Sempre teve medo de perder Kaoru, foi por isso que demorou tanto a admitir seus sentimentos. Tinha muitos inimigos e temia que usassem Kaoru para atingi-lo como já tinha acontecido antes, mas nunca imaginou que o inimigo seria um que ele não poderia desfiar.
-Megumi, chama o Yahiko e o Sano para mim - Kaoru falava baixo e com dificuldade - eu quero falar uma última coisa com eles.
-Não seja boba, você ainda vai falar com eles muitas vezes e...
-Eu sei que estou morrendo e agradeço todos os seus esforços, mas é inevitável...chame-os, por favor.
-Está bem - disse e saiu.
Em pouco tempo voltava com os dois. Yahiko parecia não entender porque Megumi havia mandado que parassem de esquentar o chá e fossem para o quarto.
-Sano, você foi um ótimo amigo e me ajudou, ou pelo menos tentou sempre que eu precisei, ajude a Megumi a cuidar da Yune. - ao terminar de falar se virou para Yahiko e recomeçou - Eu conto com você, Yahiko, para dar continuidade ao estilo, eu não poderia ter desejado aluno melhor, acredite. Tome conta do dojo está bem?
-O que você está falando Kaoru?! - Yahiko estava quase gritando - Você não pode ir! Eu.. eu ainda preciso de você, eu-
-Não, Yahiko, não precisa. Você amadureceu muito desde o dia que tentou me roubar. Tenho certeza que ficará bem. E os outros vão estar aí para você. Eu confio em você.
-Kaoru...eu não vou te decepcionar. - disse finalmente com a voz trêmula. Sano colocou uma mão no seu ombro e o afastou.
-Vamos, eu acho que eles querem um momento a sós.
Nesse meio tempo, Kenshin havia permanecido calado do outro lado de Kaoru, olhando para ela com sofrimento nos olhos. Ele estava pensando como é que conseguiria sem ela, como iria criar Kenji. Estava no meio do pensamento quando ela o interrompeu.
-Prometa, prometa para mim que vai continuar vivendo e que não vai morrer comigo. Eu preciso que você cuide do nosso filho.
-Eu não sei se serei a melhor pessoa para cuidar dele, acho que-
-Não seja estúpido! Você é o pai dele, Kenshin! - ela falou com um tom que não deixava margem para discussão. Depois, num tom mais suave, continuou - Eu te conheço e sei que vai cuidar muito bem dele sem mim. Só uma coisa: ensine o que tiver que ensinar, fale o que tiver que falar, não tenha medo dos fantasmas do seu passado.
-Você está querendo que eu... - Kenshin estava tentando ver se tinha realmente entendido certo. Ela queria que ele...
-É isso mesmo o que você está pensando. Eu quero que você o ensine o seu estilo. Dói-me dizer isso, mas o meu estilo pode não ser suficiente. Eu não o culpo nem um pouco e sei que Kenji fará o mesmo, mas não há como negar que haverá sempre um perigo. Eu quero que ele possa se defender e eu sei que você vai ensiná-lo muito bem.
-Kaoru, mas você sabe que eu...
-Kenshin, você sabe que o que eu acabei de falar é verdade. Você vai ser um excelente pai. Eu confio em você para fazer as decisões certas.
-Eu...eu... está certo. - ele olhou para sua forma frágil e murmurou como se com medo de que se falasse mais alto ela se despedaçaria - Kaoru...eu...eu te amo.
-Eu também, também te amo - dizendo isso os dois se beijaram, um beijo de despedida.
Quando os lábios se separaram ela estava fria e começaram a cair lágrimas em seu rosto. Era Kenshin quem chorava pela perda.
Durante alguns minutos a noite pareceu se calar, silenciando-se em respeito. Aos poucos os barulhos recomeçaram, o rio correndo entre as pedras, as folhas sendo levadas pelo vento...tudo como era antes, exceto por um detalhe: Kaoru estava morta.
Kenshin ficou lá, parado ao lado de sua esposa. Algum tempo depois os outros entraram no quarto e viram o corpo inerte da amiga, que tinha um sorriso nos lábios. Nessa hora rompeu pelo silêncio um choro triste de criança.
