Era uma vez um rapaz chamado Harry Potter, este pequeno vivia com os tios numa casa nos arredores de Surrey Londres, a vida dele não era fácil, os tios não gostavam dele, tratavam-no como se ele fosse um escravo e a comida que recebia não chegava para que ele pudesse crescer em condições. Tudo o que o pequeno Harry queria era puder ser aceite em algum lugar onde crescesse sem ter de temer por a vida… e era esse desejo que ele pedia todas as noites quando adormecia no seu pequeno armário debaixo das escadas, pedia que alguém o aceitasse que lhe desse uma família.

Harry acordou assustado tivera um sonho muito estranho, onde um homem com vestes pretas com uns tons de azul o vinha buscar e o levava para um sitio melhor e o acolhia na família, deixou os seus pensamentos quando ouviu uma voz estridente:

-Rapaz venha fazer o pequeno-almoço, hoje o seu primo faz anos e não quero ver nada fora do sítio.

-Vou já tia- disse o pequeno amaldiçoando baixinho a sua sorte.

Pegou numas calças e numa blusa que tinham por menos o dobro do seu tamanho, todas as roupas que tinha eram de segunda mão pois já tinham pertencido ao seu primo que deveria ter o dobro do peso para a idade dele.

Já tinha toda a comida pronta e colocada na mesa, a mesa de refeições da casa estava cheia de presentes para o seu primo, tanto que ele teve de fazer um jogo para conseguir colocar toda a loiça na mesma. Quando se ia se sentar mas foi parado por o seu tio, um homem com os seus 30 e tal anos mas que parecia ter quase 50 devido ao excesso de peso que tinha que lhe disse:

-Que pensas que estas a fazer rapaz? Hoje não mereces nada, vai para o armário, vamos sair com o teu primo e quando chegarmos queremos ver tudo no sítio, porque se não vais-te arrepender estas a ouvir?

Harry encolheu-se não queria levar outra surra, ainda tinha marcas da outra que levara, cabisbaixo foi ate ao sitio que a quase 11 anos chamava casa, faziam-se anos que ele tentava pensar que tudo não passara de um sonho que quando acordasse teria os pais a sua espera que o iam amar, mas ate agora nada disso acontecera e a única coisa que tinha aprendido na sua vida era como tudo era muito injusto.

Já deveria ser tarde quando Harry saiu dos seus pensamentos por um barulho na cozinha, ele não ligou deveria ser os tios que voltaram e ele não queria acabar com a pouca sorte que tinha ao sair sem ser pedido, enquanto todo esse barulho se passava ele pensava nas poucas memorias que lhe faziam confusão e nas estranhas coisas que lhe aconteciam, desde o cabelo a crescer quando a tia o cortara até ficar careca ate deixar apenas uma franja na estranha cicatriz que lhe percorria o olho e a sobrancelha, e outra em forma de raio, por essas duas particularidades na escola ninguém queria brincar com ele, bem mesmo que ele quisesse ter amigos o primo dele nunca iria deixar… a desaparecer enquanto fugia do primo e acabar no meio de um lago, tudo isso o deixava sempre em apuros sem que ele percebesse o porque, ele sentia que não tinha culpa de nada apesar de saber que não era normal.

O tempo passou e ele foi acordado com um estrondo da porta do armário e a voz do tio fez-se ouvir:

-Rapaz eu avisei que não queria nenhuma esquisitice dentro da minha casa, e o que acho quando chego a casa? A cozinha completamente destruída e a janela partida. Chega estou farto vais ver quem manda aqui agora.

O pequeno sentiu-se impotente quando o primeiro golpe veio, ele não percebia o que se estava a passar ele não sairá do armário, nem para ir a casa de banho, tinha feito como lhe pediram e agora estava a levar uma surra, o tempo parecia ter parado, os golpes eram cada vez mais fortes, desta vez o tio usava um cinto, Harry sentia o peito arder, sabia que teria por menos uns quantos ossos partidos, o cheiro a sangue junto com o cheiro de suor do tio misturou-se ate que não se distinguia um do outro, a cara do tio mudava de cores desde um azul por a falta de oxigénio devido ao esforço ate a um tom levemente roxo de raiva, uma voz fez com que tudo parasse:

-Vernon para, ele já teve o que mereceu, se o matares vamos ter muitos problemas, amanha vamos leva-lo para um orfanato, se sempre o quiserem os esquisitos vão a procura dele, já bastou o tempo que ele esteve aqui e nos fez gastar dinheiro com ele- era a tia Petúnia que falava com o marido, a voz dela mostrava apenas desprezo, não se importando que o seu sobrinho estivesse quase morto.

-Tens razão querida- virando para a pequena figura na sua frente que estava quebrado, sangue cobria todas as partes:- Amanha vamos-te levar daqui, e eu juro que se fizeres queixa de nos eu vou-te encontrar e acabar com a tua raça- dizendo isto fechou a porta do armário com um estrondo e foi-se sentar no sofá onde a sua mulher o esperava com um copo de brandy.

Harry gemeu e começou a chorar baixinho rezando para que alguém o fosse buscar que alguém tivesse pena dele e que por menos o tirasse daquele sofrimento, no fundo da sua mente ele só queria morrer por menos não iria sofrer mais.

Enquanto o pequeno herói estava inconsciente devido aos ferimentos, alguém bateu a porta do Número 4 de Privet Drive, Petúnia foi ate a porta e quando abriu deparou-se com um homem de cabelo loiro deveria ter pouco mais de 20 anos vestindo-se com roupas pretas com estranhos padrões em azul, ela sem paciência falou:

-Se vem vender alguma coisa não estamos interessados- e tentou fechar a porta mas foi parada por o homem que lhe respondeu:

-A única coisa que eu quero de vocês seus trouxas idiotas é o rapaz que foi deixado aqui a 10 anos por um mago idiota.- a voz dele tinha um sotaque um pouco fora de comum para o Reino Unido.

-Você… saia daqui eu já disse que não queria ter nada a ver com as vossas maluquices, saia ou vou chamar a policia.

O homem perdeu a paciência e tirando um pedaço de madeira que fez Petúnia se assustar entrou a força e dizendo algumas palavras numa língua muito estranha que fez o armário onde Potter vivia brilhar e aproximou-se do mesmo, sussurrado fez com que a porta se abrisse, um cheiro a cobre e suor chegou ao nariz de ambos ele com cuidado disse:

-Lumos- Uma pequena luz apareceu na ponta daquele pedaço de madeira muito estranho e olhou para o compartimento.

O que ele viu quase o fez vomitar, em todos os cantos havia sangue algum dele bem fresco devindo a surra de hoje mas outra já estava seco, naquele pequeno espaço estava um rapaz pequeno para a idade vestido roupas que nem aos pobres deveriam ser dadas, estava inconsciente e o homem misterioso deu graças a Merlim por isso. Ele virando-se para a mulher disse:

-Eu irei levar o rapaz e Merlim me ajude pois a minha vontade era de vos matar aqui mesmo, mas isso não vou ser eu que irei fazer. Quando eu me for embora com o pequeno quero que se alguém vier perguntar por ele que lhes digam que ele desapareceu e se eles disseram que vocês estão a mentir, digam apenas que ele esta com alguém que o quer mesmo. Tem muita sorte de ser eu que venho aqui, o que vocês fizeram a esta criança é desumano…

Petúnia não consegui-o dizer nada ela sabia que aquele homem era um feiticeiro, assim como a queridinha da sua irmã a Lily fora e o pequeno Potter também, ela sabia que as coisas estranhas que o sobrinho fazia eram magia, mas ela nunca quisera cuidar dele e quando soube que a irmã e o marido tinham sido assassinados ela nunca tinha-se lembrado que poderia caber a ela cuidar daquela aberração de criança, mas o azar bateu a sua porta e na noite de 31 de Outubro e o pirralho foi deixado a sua porta tanto que por 10 anos ela sempre dissera ao miúdo que os pais dele tinham morrido num acidente de carro porque estavam a conduzir bêbados e ele tinha sobrevivido e as cicatrizes que lhe enfeitavam o rosto eram prova disso, mas agora ela viu a oportunidade de se distanciar de toda aquela maluquice e ter uma vida normal, por isso assentiu ao estranho homem, e saiu da sala para a cozinha.

O homem aproximou-se do armário e com muito cuidado pequeno nele e tentou acorda-lo:

-Harry acorda, vamos eu estou aqui para te ajudar, eu sei dos teus sonhos e dos teus pedidos, a um tempo… mas só hoje tive permissão de te levar. Por favor acorda- o homem tinha lágrimas nos olhos.

Um pequeno gemido ouviu-se e Harry meio delirante disse:

-Eu sonhei contigo…-E voltou a inconsciência.

O homem suspirou de alívio, do casaco começou a tirar algumas poções e começou a dar ao pequeno directamente no estômago ele sabia que não iria conseguir que ele as bebesse, ele teria de deixar a criança o mais estável possível a viagem que ambos teriam de fazer seria um pouco longa e ele sabia que havia o risco de alguém fosse atrás deles, a missão era muito importante e falhar seria o fim dele.

Passados uns minutos ele deu o seu trabalho por concluído não conseguiria fazer melhor em tão pouco tempo, arrumado o que ele achou que faria falta ao pequeno, desapareceu com ele num suave estalo….

Em algum lugar num castelo nas montanhas da Escócia no escritório um homem bastante peculiar com longos cabelos e barba brancos escrevia algumas cartas, tanto que não deu por um dos pequenos dispositivos que controlavam a vida de um certo jovem estremecer e do nada desligar. Quando se apercebesse seria tarde demais, naquele momento o Mundo mágico deu uma volta, o que seria o futuro ninguém saberia.