As Leis da Atração

Disclaimer: Lost e seus respectivos personagens não nos pertencem, esta fanfiction não possui interesses lucrativos.

Categoria: Romance/Humor.

Censura: M

Nota: Fanfiction baseada no poema de Carlos Drummond de Andrade intitulado "Quadrilha". Escrita em parceria com Alessandra Randi.

Prólogo

Juliet amava Jack, que amava Kate, que amava Sawyer, que amava Ana-Lucia, que não amava ninguém, pois estava mais preocupada em escapar da ilha deserta. Como as coisas chegaram a esse ponto? Ora, toda a história tem um começo...

Lei n° 1: "Causa e Efeito"

O aeroporto Internacional de Sidney na Austrália, como o próprio nome já dizia, era uma grande Torre de Babel. Vôos chegando e saindo a toda hora para todas as partes do mundo. Quem trabalhava lá há muito tempo já tinha visto de tudo, e era capaz de contar as histórias mais incríveis, emocionantes e até mesmo escabrosas sobre acontecimentos "verídicos" no aeroporto. Portanto, todo dia acontecia alguma coisa digna de nota e os inúmeros funcionários das mais variadas funções no fim do dia ocupavam-se de narrar ente si algum fato novo ocorrido.

Pois bem, naquela tarde de sábado uma tragédia estava programada pelo destino, pela força do cosmos ou por qualquer outro nome que isso tenha.Um estranho acontecimento que se estenderia para além das paredes vigiadas do aeroporto, um fato único na vida de cinco pessoas completamente distintas, mas com o mesmo anseio de tantos no coração, encontrar a sua cara metade, a chinela para o seu pé descalço, o equilíbrio Ying e Yang, a descoberta de Eros e Psiquê, o "Amor Maior".

Entretanto só havia um problema, nenhuma dessas cinco almas perdidas no caos da Babel do aeroporto de Sidney tinha conhecimento sobre isso, do desejo latente que tomava conta de seus inconscientes. Essa ânsia de amar estava bem escondida nos conspícuos de cada um, guardada a sete chaves. Eles jamais ousariam admitir qualquer rompante dessa natureza, nem para eles mesmos, estavam muito ocupados vivendo suas vidas atribuladas e vazias.

E foi no meio disso tudo que seus destinos se cruzaram, direcionando-os para a verdade maior e absoluta que uniria cada alma à sua outra metade, no entanto, o destino é cheio de si e obscuro, no final das contas cabe a nós meros mortais lermos nas entrelinhas o que cada situação que acontece representa para o universo de um modo geral, senão acabamos cometendo erros que só fazem nos distanciar do que realmente queremos. Foi o que aconteceu com essas cinco pessoas, pelo menos a princípio.

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Katherine Austen dirigia pela rodovia apinhada de veículos em alta velocidade, cortando todo mundo, vez por outra pegava o acostamento para fugir do enorme engarrafamento que tinha se formado em virtude de um acidente de carro no meio da pista. Sem vítimas, mas fez estrago suficiente para desandar o trânsito numa das rodovias mais movimentadas de Sidney por pelo menos umas duas horas.

O carro era alugado, mas ela não estava se importando com isso, tinha que pegar um vôo para Los Angeles no aeroporto e quanto mais rápido fosse embora daquela cidade melhor. Ô lugarzinho ingrato, pensava, desde que tinha chegado na cidade há cerca de dois meses nada de bom tinha lhe acontecido. Viajara para lá com o intuito de visitar seu pai que não via há dois anos. Porém, uma sucessão de acontecimentos improváveis ocorreram com ela durante sua estada em Sidney, até ser confundida com uma fugitiva da polícia em um restaurante ela foi, e saiu de lá jurando que processaria a polícia Australiana. Por isso também que não estava se importando naquele momento em dirigir em alta velocidade, a polícia que fosse se danar.

Depois de uma meia hora conseguiu escapar do engarrafamento, mas acabou tendo que parar num sinal vermelho que ficava de fronte para uma escola primária. Tamborilou os dedos nervosamente pelo volante, esperando as criancinhas atravessarem a rua quando olhou espontaneamente para o lado se deparando com o belo motorista do carro ao lado, que também esperava pacientemente que o sinal se abrisse.

Ao vê-la olhando para ele, o belo homem, abaixou os óculos escuros e exibiu lindos olhos azuis penetrantes que quase tiraram o fôlego de Kate, e ela não hesitou em sorrir ainda que timidamente, baixando os olhos verdes. O homem deu duas buzinadas para chamar a atenção dela. Kate olhou novamente para ele, e ele fez um gesto com a cabeça, convidando-a para segui-lo numa corrida. Ela olhou para cima e pensou rapidamente. O sinal abriu, ele olhou uma última vez para ela desafiando-a, Kate decidiu segui-lo, queria fazer pelo menos uma coisa memorável e empolgante em seu último dia na Austrália.

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- O quê? O vôo vai atrasar? Em quanto tempo?- perguntou o Dr. Jack Shephard à recepcionista do balcão de informações do aeroporto de Sidney.

- Pelo menos umas duas horas senhor.- ela respondeu. – A aeronave teve alguns problemas com o trem de pouso, mas tudo já está sendo devidamente resolvido.

Jack balançou a cabeça negativamente, não podia ser. Odiava ficar esperando vôo em aeroporto, tinha que retornar logo para Los Angeles, havia coisas que precisava resolver. Estava em Sidney para participar de uma conferência médica de três dias, porém esta se estendera por dois dias a mais e ele acabou tendo que permanecer até o fim, o que prejudicou seu trabalho em Los Angeles. Estava pensando no tanto de coisas que teria que contornar assim que chegasse a Los Angeles, quando foi abordado por uma charmosa mulher loira, bem vestida, com um sorriso de canto dos lábios, arrastando uma pesada mala.

- Olá!

- Oi!- respondeu Jack, tentando ser simpático embora estivesse irritado com o atraso do vôo que o levaria para casa.

- Você sabe onde fica o balcão de informações da Oceanic Airlines?- indagou a mulher, seu timbre de voz era suave e confiante, quando falou pareceu a Jack que mal moveu os lábios.

Ele deu um pequeno sorriso e apontou para o enorme banner no balcão de informações da Oceanic Airlines logo atrás de si.

- Oh! Eu não tinha visto!- ela respondeu, timidamente.

- Desculpe, mas a Srta. vai pegar o vôo 815 para Los Angeles?- Jack indagou, despretensiosamente.

- Vou sim.- respondeu ela.

- Que bom!

- Por que? Vai pegar esse vôo também?

- Sim, com certeza. E como o vôo só sairá daqui a umas duas horas, vai ser bom ter uma companhia para um café.- disse ele, sorrindo. – Jack Shephard.

A mulher aceitou a mão que ele lhe estendia, e disse:

- Juliet Burke, é um prazer.

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Ana-Lucia tinha deixado o guichê de informações da Oceanic Airlines há mais de meia hora, com a notícia de que o vôo que a levaria de volta a Los Angeles ainda demoraria pelo menos umas duas horas para decolar. Já havia andando o aeroporto inteiro tentando se distrair, mesmo assim estava entediada. Perguntava-se o que faria para passar o tempo. Entrou em mais uma daquelas lojas de souvenir, uma especializada em máquinas fotográficas e filmadoras. Resolveu comprar uma máquina fotográfica de presente para sua mãe já que não tinha tido tempo de comprar nada para ela, o curso de especialização em perfis criminais tinha tomado o tempo de sua viagem.

Aproximou-se do balcão e pediu algumas câmeras para experimentar. Nesse momento, um homem muito bonito entrou na loja. Cabelos loiros na altura dos ombros, jeans apertado e camisa quadriculada. Vestia-se como um caipira, mas Ana-Lucia achou que ele era muito sexy, parecia um cowboy saído de um daqueles comerciais antigos de cigarros. Marota, Ana-Lucia pigarreou, chamando a atenção do homem, que voltou seus belos olhos azuis para ela e sorriu sedutoramente:

- Oi morena.

- Oi.- ela respondeu, igualmente sedutora. -Será que você poderia me fazer um grande favor?

- Todos o que você quiser!

- Posso tirar uma foto sua para ver se o ângulo dessa câmera que estou comprando é de qualidade?

- Mas é claro, quer que eu faça uma pose pra você?

Ela deu uma gostosa risada e disse:

- Você não precisa de pose querido, você é lindo demais, parado aí no meio da loja já é um prato cheio!

Foi a vez do homem rir. Ela tirou a foto e acabou gostando do potencial da máquina, e do homem que servira de modelo também. Pediu ao vendedor que a embalasse.

- Só isso señorita?- indagou o homem se apoiando no balcão com o cotovelo.

Ana-Lucia deu um meio sorriso:

- Por que? Você tem algo mais pra me oferecer além da sua foto?

Razão com certeza não explicaria esse tipo de coisa, talvez Freud conseguisse, mas isso não vem ao caso já que simplesmente aconteceu. Ainda na porta da loja de souvenirs, o homem se apresentou à Ana-Lucia:

- Eu sou James Sawyer, e você?

- Ana-Lucia Cortez.- ela respondeu sem delongas. – Olha só, o meu vôo vai demorar um século pra sair.

- Que coincidência, o meu vôo também!

- Então, eu acho que a gente podia fazer alguma coisa antes da viagem, não é? O que você acha?

- Eu acho ótimo, o que você quer fazer?

Sawyer realmente achou que não tivesse escutado direito quando ela sussurrou a palavra sexo em seu ouvido. Era muita loucura, sequer a conhecia, mas aceitou de imediato como a maioria dos representantes do sexo masculino o fariam, seu lema era nunca perder uma boa oportunidade.

Agarraram-se no primeiro banheiro que encontraram, trancando a porta atrás de si para evitar flagras desnecessários.

- Não podemos ficar aqui dentro muito tempo, então...- ela murmurou abrindo os botões do casaco e retirando a blusa rapidamente.

- Você é quem manda!- ele disse puxando-a para si e lascando um beijo daqueles em seus lábios ansiosos.

Ergueu-a do chão e sentou-a na pia, sugando seus seios já expostos para ele. Ana-Lucia abriu a fivela do cinto dele com incrível destreza e deslizou as calças pelas pernas dele junto com a cueca boxer.

- Uow!- exclamou ao tê-lo nu diante de si. – Você é mesmo um cowboy de verdade!

- Você ainda não viu nada!- falou ele sugando em sua garganta enquanto se desfazia do restante da roupa dela.

Tendo-a nua diante de si, numa posição extremamente favorável, não hesitou e a penetrou num só golpe, fazendo-a dar um gemido bem alto. Ana-Lucia puxou o rosto dele em direção aos seus seios e envolveu os braços ao redor de seu pescoço enquanto se movimentavam numa dança frenética.

- Isso, faz assim que é bom!- ela murmurou no ouvido dele, enquanto ele sugava os seios dela, cheio de desejo. – Sim...assim...cowboy!

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Kate olhou no relógio, ainda faltava uma hora e meia pro vôo sair, fez uma expressão frustrada imaginando o que iria ficar fazendo até a hora do avião sair. Se ao menos encontrasse o belo homem com quem apostara corrida no sinal de trânsito poderia matar o tempo com uma boa conversa. Mas isso seria bem difícil porque depois da corrida ele sumira de sua vista e como ela tinha que pegar um avião não se preocupou em ir atrás dele. Se soubesse que o vôo atrasaria, teria o convidado para uma xícara de café.

Ao pensar na palavra café, seus olhos automaticamente pararam numa lanchonete, e ela resolveu tomar um ainda que sozinha. Adentrou a lanchonete e sentou-se no sofá acolchoado vermelho de uma das mesas.

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- Então você é médica? Que coincidência porque eu também sou.- disse Jack para Juliet enquanto tomavam café em uma das movimentadas lanchonetes do aeroporto.

- Sério?- exclamou Juliet. – E qual a sua especialidade, Jack?

- Eu sou cirurgião, especialista em coluna. E você?

- Áreas completamente diferentes, eu sou obstetra.

- Aqui está o café!- anunciou a garçonete, uma bela jovem de olhos azuis.

Ela começou a descer a bandeja na mesa, mas acidentalmente o café virou e derramou na camisa de Jack, que fez uma careta ao sentir o líquido quente escorrendo por seu abdômen.

- Oh meu Deus, desculpe senhor.- disse a jovem, preocupada.

- Não, está tudo bem!- falou Jack. – Não estava tão quente assim.

- Que é isso Jack? O café estava fumegando!- disse Juliet, aflita.

- Asseguro que está tudo bem!- garantiu Jack. – A senhorita traga outro café enquanto eu vou até o toillete limpar isso. Eu volto logo Juliet.

- Está certo. –respondeu ela.

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- Ah e me traz um pastel de queijo também.- disse Kate fazendo o seu pedido ao garçom.

- Ok senhorita.- assentiu o garçom se afastando. Ele se aproximou da garçonete que havia acabado de queimar Jack. – Louise você é louca, queimar o cliente assim!

- Foi um acidente Keith!- respondeu ela, mal-humorada.

Enquanto seu pedido não vinha, Kate resolveu ir ao banheiro que ficava lá próximo, seu rosto estava oleoso devido ao calor e ela queria refrescar-se. Levantou-se do sofá e foi até o banheiro. Virou a maçaneta da porta, mas esta não abria.

- Estranho!- disse para si mesma.

- O que foi? Está trancada?- indagou um homem muito bem vestido que estava saindo do banheiro masculino com a camisa toda manchada de café.

- Eu acho que sim...- ela começou a dizer, quando um barulho estrondoso sobrepôs-se ao som das vozes das pessoas conversando no aeroporto e todas as luzes do lugar começaram a apagar-se estranhamente uma por uma, deixando o local em total escuridão.

Kate procurou com os olhos pelo homem elegante que estava ao seu lado, conseguiu vê-lo apesar da escuridão, um pouco da luz do fim de tarde penetrava o ambiente através das janelas do aeroporto.

- Acho que houve um blackout.- Kate comentou com ele.

- Sim, mas a luz deve voltar logo.- falou Jack.

Ele tentava insistentemente abrir a fechadura da porta do banheiro feminino, Kate sorriu e disse a ele:

- Não precisa fazer isso, deixa pra lá, não vou entrar nesse banheiro sozinha com essa escuridão toda, e se eu ficar presa lá dentro?

- Então eu estarei aqui fora pra te socorrer.- ele acrescentou, divertido. – A propósito, meu nome é Jack.- estendeu a mão para ela.

- Sou Kate.- ela respondeu, estendendo a mão para ele.

Nesse momento ouviram novamente um estrondo, e pouco a pouco as luzes começaram a voltar, só então Kate notou que Jack estava com a camisa branca toda manchada de café. Gracejou:

- Você estava com tanta vontade de tomar café que o derrubou na sua camisa?

Jack ficou ruborizado, e assentiu: - Ah, foi só uma garçonete desajeitada.

As luzes voltaram a se apagar. Jack e Kate começaram a rir da situação.

- Vamos continuar aqui em frente ao banheiro?- Jack perguntou a ela.

- Acho melhor irmos.- disse Kate.

Os dois caminharam pelo corredor escuro vez por outra se batendo um no outro ou em alguma parede, objeto ou outra pessoa, o que ocasionou algumas risadas, até que finalmente chegaram ao salão principal perto da lanchonete.

- Meu vôo está atrasado. Não quer tomar um café comigo?- indagou Jack, apontando a lanchonete, esquecendo-se completamente de que Juliet o esperava.

- Sim, seria ótimo. Eu inclusive já pedi o meu café na lanchonete.- Kate pensou que naquele dia estava com sorte, encontrar dois caras bonitos e interessantes assim. Primeiro fora o belo loiro do sinal de trânsito, que agora ela não tinha mais esperanças de encontrar, e depois esse moreno gentil e charmoso que a convidava para um café. Ele seria uma ótima companhia enquanto esperava pelo vôo.

Novo estalo, dessa vez mais alto, como o som de um tiro. Algumas pessoas gritaram e se jogaram de imediato no chão achando que se tratava de um ataque terrorista ou algo parecido. Jack, instintivamente, jogou Kate no chão se deitando sobre ela para protegê-la. No entanto, logo perceberam que se tratava apenas de um dos geradores do aeroporto entrando em curto circuito, e logo as luzes voltaram sem problemas quando outro gerador foi acionado. O aeroporto estava um pandemônio, mas as pessoas começaram a se acalmar aos poucos.

Kate levantou o rosto do chão, assustada com o ato brusco de Jack. Ele colocou as mãos em seus braços, ajudando-a se levantar.

- Você está bem?- perguntou, cuidadoso.

- Estou, foi só o susto, mas da próxima vez que for pular em cima de mim, me avise.

- Desculpe, não pude evitar...

De repente, ambos perceberam que seus lábios estavam muito perto. Jack olhou para a boca de Kate e achou-a incrivelmente convidativa, vermelha, macia e diversos pensamentos passaram por sua cabeça até que se lembrou que Juliet o esperava na lanchonete.

- Oh desculpe, lembrei que deixei uma pessoa esperando por mim na lanchonete, se importa se eu...- começou a dizer Jack.

- Não tudo bem, pode ir.- assentiu Kate. – Eu vou apenas pegar o meu lanche e ir checar o meu vôo, acho que já deve estar saindo. De qualquer forma, foi um prazer Jack.

- O prazer foi todo meu Kate.

Kate sorriu e se afastou. Jack ficou apenas com a lembrança dos lábios convidativos dela.

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- Por que está se vestindo, muchacha? Ainda não terminamos.- questionou Sawyer, decepcionado.

- Porque alguma coisa estranha está acontecendo lá fora, não ouviu o barulho? E se você não notou, as luzes se apagaram.

- Mas as luzes já voltaram, e se quer saber, não precisamos de luzes.- disse ele, com cara de safado, agarrando-a novamente e beijando seu pescoço.

Irritada, Ana-Lucia o empurrou:

- Me deixa!

- Ah, agora é assim?- queixou-se Sawyer. – Há cinco minutos atrás, você estava implorando para que eu não parasse.

Ana-Lucia vestiu sua última peça de roupa e pôs-se a arrumar os cabelos negros de frente para o espelho do banheiro.

- È que eu achei que você dava conta do recado, mas estava enganada, aliás, precisava até de um microscópio para conseguir enxergar você sabe o quê!

Sawyer ficou profundamente zangado com aquele comentário maldoso, e sentindo a sua masculinidade ferida, a pegou pelos braços e a imprensou na parede fria de azulejos, o que causou-lhe alguns arrepios pelo corpo.

- Deixa eu te falar uma coisa, benzinho, você pode dizer o que quiser desde que não se refira ao meu documento, sacou?- disse ele ao pé do ouvido dela. Ela o empurrou.

- Eu digo o que quiser, na hora em que eu quiser.

Ela já ia destrancando a porta para ir embora quando Sawyer a carregou para a pia sob seus protestos e suspendeu seu corpo, sentando-a na bancada de mármore polido.

- Vamos ver se você vai precisar de um microscópio agora!

- Me solta, seu caipira abusado!- ela gritou, se debatendo.

Mas Sawyer não deu chance para que ela se soltasse e abriu rapidamente o zíper da calça dela descendo-a até os joelhos, junto com a calcinha. Em seguida contornou os seios dela com as mãos por cima da blusa colocando-se entre as pernas dela e a possuindo de uma vez só, sem dó nem piedade, fazendo-a dar um forte gemido, abafado pelo beijo que deu nela. Ditou os movimentos, levando-a à loucura até explodir de prazer dentro dela.

Ficaram se encarando por alguns segundos, sem dizer absolutamente nada até que Sawyer a soltou e vestiu as calças, lavou as mãos, ajeitou os cabelos loiros e saiu do banheiro sem dizer uma palavra, deixando-a sozinha. Ana-Lucia ficou ali parada tentando absorver o que tinha acontecido até que resolveu se vestir antes que algum desavisado entrasse no banheiro, já que a porta agora estava destrancada.

Arrumou-se rapidamente, pensando no quanto tinha sido bom e que aquela fora a transa mais louca de sua vida. Realmente teve que admitir, Sawyer era muito bom!

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- Onde você estava? Achei que tinha fugido para não pagar a conta.- disse Juliet assim que Jack se aproximou dela na lanchonete.

Ele deu um sorriso amarelo, e desculpou-se: - Me desculpe, o banheiro estava mais cheio do que eu pensei.

- A garçonete trouxe outro café pra você.- ela avisou, apontando-lhe a xícara. Jack assentiu e sorveu um gole.

- Aquela desastrada!- exclamou Juliet, se referindo à garçonete.

- Não se preocupe com isso, não foi nada. Mas o que será que aconteceu com a luz afinal?

- Eu não sei, aqui as luzes não apagaram totalmente, o gerador deu conta.- ela beliscou algumas batatinhas. – Mas me diz Jack, como foi que você se tornou médico?

- Coisa de família, meio que nasci no meio disso, meu avô era, meu pai é...

- Eu também sou médica.

Jack sorriu surpreso: - Sério? Que especialidade? Eu sou especialista em coluna.

- Hum, áreas totalmente opostas. Eu trabalho no campo da fertilidade.

- Interessante!- ele comentou.

- Sim, interessante sermos médicos e estarmos no mesmo vôo, talvez tenha sido o destino.

- Eu não acredito em destino.- disse ele, tomando o último gole de sua xícara de café.

- Atenção, passageiros com destino a Los Angeles, Estados Unidos, vôo 815, embarque sala A.- soou a voz da aeromoça no alto-falante.

- È o nosso vôo, melhor irmos.- falou Jack chamando a garçonete para pagar a conta.

- Não Jack, deixa que eu pago o meu.- disse Juliet.

- Não, pode deixar.- respondeu Jack, pagando por ambos os lanches.

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Depois de muito esperar pelo vôo 815 da Oceanic Airlines, Jack, Kate, Juliet, Sawyer e Ana-Lucia finalmente embarcavam. O destino os tinha colocado juntos para que fizessem parte de um evento maior. Dentro do avião, alguns minutos antes da decolagem, Ana-Lucia percorreu o estreito corredor até o banheiro passando em frente à poltrona de Sawyer. Ele sorriu consigo mesmo ao constatar que estavam no mesmo vôo e a seguiu até lá. Bateu na porta do banheiro. Ana-Lucia abriu e se espantou ao vê-lo:

- Você? O que está fazendo aqui?

- Vim realizar seus mais profundos desejos.- ele respondeu empurrando-a para dentro e entrando junto com ela, trancando a porta atrás deles.

Encostou Ana-Lucia na parede do banheiro apertado. Ela sorriu maliciosa e tomou o rosto dele entre as mãos beijando sua boca com vontade, explorando cada recanto dela com a língua. Aquela situação toda a deixava muito excitada, gostava de adrenalina. Sawyer apertava as nádegas de Ana-Lucia e a empurrava contra sua pélvis, fazendo-a sentir toda sua excitação.

Beijavam-se sem parar, murmurando palavras desconexas. Sawyer conduziu-a para cima da pequena pia e a deitou com dificuldade. Beijou-lhe o pescoço e desceu para os seios arrepiados sob a blusa, ela não estava usando sutiã. Sugou os mamilos rijos sob a blusa, mordiscando-os, puxando o tecido da roupa com os dentes. Ana-Lucia se contorcia de prazer e excitação:

- Oh Deus… Sawyer!

Sawyer abriu o zíper da calça dela e abaixou com cuidado até a altura dos joelhos, desceu também a calcinha e passou a acariciá-la com os dedos.

- Hummmmm!- ela gemeu, movimentando os quadris, incentivando que ele aprofundasse as carícias nela.

Mas eles não tinham muito tempo, Sawyer sabia disso, e por isso desceu o zíper de sua calça expondo mais uma vez para ela seu membro rígido.

- Você é muito gostoso e sexy, Sawyer!- ela murmurou ao vê-lo nu novamente e puxou-o para si, guiando-o para dentro dela.

Sawyer fechou os olhos de prazer ao penetrá-la e mais uma vez levou-a ao clímax fazendo-a cravar as unhas em seu corpo. Uma vez que estava tudo terminado, vestiram-se em silêncio. Sawyer saiu do banheiro primeiramente, para não dar na vista, Ana-Lucia saiu logo depois e trocou olhares com ele antes de sentar-se em sua poltrona. A cada olhar trocado, Sawyer sentia uma pontada de adrenalina ao se lembrar das loucuras que havia feito com ela.

O comandante acendeu os avisos para apertar os cintos. A aeromoça começou a explicar os procedimentos em caso de turbulência ou acidente. Jack havia acabado de terminar de arrumar sua pasta médica no bagageiro, quando se deu conta de que Kate estava sentada apenas duas poltronas longe dele. Gostou de vê-la no avião e foi falar com ela. Juliet estava sentada coincidentemente na seqüência de poltronas ao lado da dele.

- Hey, estamos no mesmo vôo e não fazíamos idéia.- Jack disse a Kate.

- È o que parece.- respondeu ela com um sorriso. – O lugar ao lado do meu está vago, gostaria de sentar-se comigo?

Jack olhou para Juliet, ela estava lendo uma revista de bordo, muito concentrada e os dois lugares ao lado dela estavam ocupados, portanto não precisaria inventar nenhuma desculpa para dispensar a companhia dela. Por isso, aceitou a oferta de Kate.

Continua...