N/A: Essa fic foi feita em meia hora para o Goodnight, Bad Morning, da seção Draco/Ginny do fórum 6v. Agradeço à Diana por falar no twitter que o projeto tinha voltado. And now my soul is doomed, vou escrever DG forever.

Disclaimer: Etc etc eu não escrevi Harry Potter, e o título da fic é de uma música do Muse, Resistance. (L)

It could be wrong (but it could've been right)

por Moonlit

Ginny entrou em seu apartamento rapidamente, como se algo a estivesse perseguindo. Jogou a bolsa de qualquer modo sobre a mesa, para então se sentar no sofá com um suspiro frustrado. De fato, havia algo a assombrando, mas ela não podia culpar ninguém além de si mesma por aquilo: ela acabara de beijar Draco Malfoy.

Enterrou a cabeça nas mãos, furiosa consigo mesma. Não podia acreditar que tivessem chegado àquele ponto – não podia sequer conceber a ideia de terem se envolvido de qualquer forma além da estritamente profissional. Sua missão era simples: tinha de se assegurar que Malfoy não deixaria o país enquanto estivesse sob julgamento pelo Ministério. Tinha apenas de segui-lo, apenas isso, e falhara miseravelmente.

Ouviu três batidas na porta, e seu coração deu um salto. E se fosse Harry? Ele era seu namorado, para todos os efeitos, e ela acabara de traí-lo com seu inimigo dos tempos de escola, e réu de um dos principais julgamentos de Comensais. Poderia ainda ser Hermione, e ela sabia que seria incapaz de esconder a verdade de sua melhor amiga. Ou poderia ser... Balançou a cabeça antes de completar o pensamento. Não podia se atrever a pensar nele agora.

Abriu a porta, apenas para constatar que seu pior temor se realizara. Encostado no batente da porta, com uma expressão perfeitamente obstinada, ainda que com uma fragilidade mal escondida, Draco Malfoy a encarava. Ginny ainda tentou fechar a porta novamente, mas ele a impediu, colocando a mão sobre o delicado braço da mulher, que não pode evitar se arrepiar.

- Você nunca foi mulher de fugir, Weasley – disse Draco numa voz grave, quase incompatível com seus traços suaves. Ela engoliu em seco, e o gosto do beijo dele invadiu sua mente sem cerimônia.

- Não temos o que conversar, Malfoy – retrucou Ginny, tentando manter um tom firme e irredutível, embora desmoronasse por dentro. – Aquilo foi um erro e não irá se repetir.

- Eu não acho que tenha sido um erro. Talvez a hora errada, mas nunca um erro – argumentou ele em resposta, acariciando o rosto dela delicadamente. – E veja bem, sou eu dizendo isso a uma Weasley. Sinta-se lisonjeada.

- E você espera que eu me sinta melhor assim? – ela indagou sarcasticamente, numa forma desesperada de não se ater ao toque dele. – Vá embora, Malfoy. Isso não está certo.

- Se não está certo, por que você ainda não tentou me azarar? – perguntou Draco com um sorriso malicioso, aproximando-se perigosamente até que estivessem a meros centímetros um do outro.

Ginny tentou, inutilmente, afastar-se dele, mas estava paralisada, entorpecida por aqueles olhos cinzentos. Aquilo não fazia sentido, não podia estar atraída por Draco Malfoy; ela tinha um namorado que amava desde quando conseguia se lembrar de amar alguém, e ela deveria odiar aquele homem que a seduzia naquele momento.

Não fazia o menor sentido, e ainda assim ela não resistiu ao sentir os lábios dele contra os seus, dilacerando toda e qualquer razão que se atrevesse a interromper aquele momento. Ela não queria pensar nas consequências, e não poderia mesmo se quisesse. Draco a envolveu em seus braços com firmeza, e eles entraram no apartamento imediatamente.

Não era o momento correto, ou a atitude correta, mas era o que não podiam evitar.