Titulo: Reencontro
Autoria: Deiamcsi
Categoria: Romance GSR
Classificação: NC-17
Disclaimer: Os personagens CSI não são meus.

Primeira Parte

Grissom abre a caixa de correio e pega suas correspondências.

"Conta... conta... propaganda... para Sara Sidle?" Grissom olha aquela carta peculiar, o remetente era Gary Stanly.

"Quem é esse cara?" Franziu a testa.

Voltou para dentro de casa e foi até seu quarto. Sara estava no banheiro secando os cabelos.

"Hey." Falou ela, olhando-o pelo espelho.

"Você recebeu uma carta!" Balançou a carta em sua mão.

"Carta? De quem?"

"Gary Stanly. Quem é ele?"

"Gary Stanly?? Já ouvi esse nome, mas não lembro onde... deixa-me ver!" Tirou da mão dele.

Sara abriu e começou a ler. À medida que ia lendo um sorriso começava a surgir em sua face. Grissom, prestando atenção naquilo, não consegue se conter e pergunta.

"Então?"

"Então o quê?"

"O quê esse cara quer com você?"

"Nada de mais!"

"Como nada de mais? Um homem, do qual eu nunca ouvi falar, manda uma carta para você, deixando-a muito feliz, por sinal, e você ainda me diz que não é nada de mais..."

Sara, percebendo o que estava acontecendo, resolve provocá-lo mais ainda.

"Ele está me convidando para uma festa!"

"Festa?!"

"Griss, você está com ciúmes... Meu amor, não precisa ficar assim."

"Eu não estou com ciúmes!"

"Está sim! Para sua informação, Gary Staly estudou comigo na faculdade e está organizando uma festa para reunir a turma."

"Ahhh... e onde será?"

"Aqui em Vegas mesmo, no cassino Mônaco, nesse domingo!" Sorriu. "E o mais legal... é meu dia de folga!"

"Então... você já decidiu que vai!"

"Griss, há algum problema se eu quiser ir? Essa é uma oportunidade para encontrar meus velhos amigos, apenas isso, nada de mais... Ah! Entendi, você não quer que eu vá." Falou séria, mas não estava zangada, e ele sabia disso.

"Não! Eu nunca vou te proibir de fazer nada..."

Sara aproximou-se dele e passou os braços ao redor do seu pescoço, ao que ele respondeu abraçando-a pela cintura. "Você pode vir comingo, não há problema algum"

"Honey, não posso, vou estar trabalhando e você sabe que não dá para deixar o trabalho." Abraça-a mais forte.

"Nem uma escapadinha? Ficar lá pelo menos uma hora... dançar um pouco comigo? Você dança muito bem, sabia?!" Fala com aquilo sorriso que ele tanto ama e ao qual não consegue resistir.

"Sim... mas não danço em público!"

"Isso é bom! Assim você dança só para mim!" Dá-lhe um beijo apaixonado. "Eu já te falei que adorei você sem a barba?" Ela fala sem quebrar o contato com ele.

"Já... Com certeza você está adorando, agora não te espeto mais com ela!!"

Eles continuam se curtindo, como se não existesse nada mais.

O celular de Grissom toca quebrando o clima.

"Grissom. Oi Brass! ... Ok, já estou indo para aí!" Desligou. "Tenho que ir trabalhar!" Beija-a suavemente.

"Só porque estava ficando bom... te encontro no laboratório, tchau!" Sara se despede.

Sara ficou apreensiva durante toda a semana. Finalmente chegou domingo. Eram 20:00 horas e ainda não estava pronta. Não encontrava nada que se adequasse ao evento. Já quase desistindo, olha novamente para o armário e encontra um vestido preto, que ela tinha usado na primeira vez que saiu com Grissom.

Ao lembrar do nome dele, suas recordações voltam ao passado quando o viu pela primeira vez, em um seminário que ele foi ministrar em Harvard. Naquele dia, apaixonou-se por aquele homem mais velho e, ao mesmo tempo, inocente, que a conquistou com o seu jeito tímido. Um sorriso surgiu em sua face, foi lá que tudo começou. Sentou-se na cama e relembrou quando, no final da aula de física quântica, seu professor dera um recado.

"Pessoal, silêncio, por favor, tenho um recado para dar..." Disse o professor tentando silenciar a turma. " Semana que vem, haverá aqui na universidade um seminário sobre Ciência Forense. Será ministrado por uns dos melhores CSI que esse país tem, Gilbert Grissom. Ele, além de dar uma palestra, dará um curso durante toda a semana. Mas são vagas limitadas, então quem quiser terá que se escrever até amanhã! Seria interessante você participarem. Quem sabe um físico também não pode se tornar um CSI?! Vocês se formam esse ano e muitos ainda não ingressaram no mercado de trabalho e nem sabem o que depois vão fazer da vida! Espero que participem, o curso é bem interessante, ainda mais com esse Gil Grissom. Já tive a oportunidade de vê-lo dando uma palestra e, posso garantir, ele é sensacional no que faz! Então tá dado o recado, não se esqueçam que é até amanhã, tchau!" Despediu-se e saiu.

No refeitório, Sara, sentada em uma mesa com alguns de seus amigos de turma, comenta.

"Vocês vão ver a palestra desse tal Gil Grissom?"

"É... acho que vou!" Disse Jéssica, amiga de Sara e que dividia o quarto com ela. "E você?"

"Também, quem sabe eu não gosto da palestra e vou ser uma CSI!"

"Eu também vou!" Falou Eric. "Pow! Adoro essas coisas policiais!"

"Claro né, Eric! Você só vê na televisão Miami Vice!" Disse Gary, que sempre deu em cima de Sara. "Eu que não vou ver, deve ser uma chatice! Esse tal Gil Grissom deve ser uns daqueles velhos chatos, gordos, carecas e que usam óculos fundo de garrafa!"

Todos começaram a ri. Gary era o palhaço da turma.

Na semana seguinte Sara, Jéssica e Eric dirigem-se para o auditório da universidade de Harvard. Lugar estava cheio. Sentaram-se e logo o reitor sobe ao palco.

"Boa noite, alunos! A universidade de Harvard tem a honra de trazer esse seminário de Ciência Forense ministrado por uns dos mais importantes peritos desse país. Gil Grissom."

Levanta-se da primeira cadeira um homem aparentando ter uns 37 anos, cabelo um pouco encaracolados. Ao visualizar a figura daquele homem, o coração de Sara começa a palpitar. Jéssica, que está ao seu lado, comenta.

"Não me diga que esse deus grego é Gil Grissom?"

"Sim é ele. O Gary errou feio... que homem!" Disse sorrindo.

Grissom abriu sua pasta sobre a bancada, olhou para o publico e disse.

"Boa noite. Meu nome é Gil Grissom, trabalho no laboratório de criminalista de Las Vegas. A pedido do reitor, venho dar essa palestra. Ciência Forense: o quê é? É umas das técnicas usadas pela policia, para resolver crimes. Somos nós, os CSI, que analisamos a cena do crime a fim de chegar ao culpado. Utilizando equipamentos e técnicas tanto em cena quanto em nosso laboratório. Essa é uma ciência que está em constante renovação. Vocês já sabem que há pouco tempo descobriram a estrutura do DNA. Tenho certeza de que não vai levar muito tempo para que possamos utilizá-lo como mais um recurso para desvendar os crimes. O DNA é único, uma espécie de 'impressão digital dos nossos genes' e será útil para identificarmos vítimas sem documentos ou até nossos criminosos, que deixam suas pistas genéticas na cena do crime..."

Sara ouvia atenciosamente a palestra. Aqueles lindos olhos azuis dele já tinham conquistado-a. Ela via um homem tão seguro de si, falando em cima de um palco para centenas de pessoas como elas não existissem... Ao encerrar a palestra, todos o aplaudiram de pé. Ela estava fascinada, realmente seu professor falara a verdade, ele era sensacional.

Os três amigos saíram do auditório conversando animadamente sobre a palestra, e já estavam ansiosos para ter uma aula com o Dr. Grissom.

"Droga! Esqueci minha bolsa lá. Me esperem aqui, já volto." Disse Sara.
Sara voltou ao auditório, foi até a fila em que estivera sentada durante a palestra e viu sua bolsa. Pega-a e, quando se vira para sair, esbarra com alguém que deixa várias pastas caírem ao chão.

"Desculpa!" Falou ela abaixando-se para ajudar. Quando se levanta, percebe que esbarrara nada mais nada menos do que no homem que ela acabara de ouvir por algumas horas.

"Desculpa, moça. Não te vi." Ele olha nos olhos dela e sorri.

"Não foi nada."

Os dois se levantaram e ficaram se olhando.

"Ah... Dr. Grissom, prazer em conhecê-lo."

"O prazer é meu. Senhorita?"

"Sidle... Eu... adorei sua palestra. Você é incrível!"

"Ah... que isso. Só faço o meu melhor. Você vai assistir as aulas também?"

"Claro... Não perderia isso por nada!"

"Então, até amanhã! Tenha uma boa noite, senhorita Sidle!"

"O senhor também...Tchau!"

Ela ficou parada, deslumbrando aquele homem. Não acreditava que acabara de falar com ele. Voltou para seus amigos que estavam esperando-a.

"Sara, que demora!" Falou Jéssica.

"É que eu não estava achando a minha bolsa, foi por isso!" Disfarçou.

"Gente, porque não vamos comer uma pizza? Estou morrendo de fome!" Falou Eric.

"Eu também... E você Sara?"

"Vão vocês, eu quero descansar. Boa noite."

"Boa noite" Disseram os dois ao mesmo tempo.

Sara foi para o seu quarto e deitou-se na cama. Sentia-se diferente. Aquele homem mais velho tinha mexido com seus sentimentos. Até então, só envolvera-se com homens de sua idade, mas sempre teve a curiosidade de ter um relacionamento com alguém mais experiente e maduro. Resolveu para de pensar nele, nunca aconteceria nada entre eles, com certeza, deve ser até casado. Fechou os olhos, e com a imagem dele em sua mente, dormiu. Na manhã seguinte, acordou cedo, não queria chegar atrasada logo no primeiro dia. Quando chegou à sala, esta já estava cheia de alunos de diversos cursos. Sentou-se na frente e pouco depois, quando olhou para a porta, viu ele entrar. Seus olhos brilhavam e tímido, mas confiante, falou:

"Bom dia! Não esperava encontrar essa sala tão cheia. Mas não será aqui que iniciaremos nossas atividades. Vamos lá para fora." Falou apontando para a rua.

Um aluno, no fundo da sala, questionou. "Por quê?"

"Não é aqui que vocês vão aprender... É lá fora! Eu montei lá no bosque uma cena de crime..."

"Legal, também tem um cadáver lá?" Perguntou o mesmo aluno.

"Não. Vou fazer tipo um jogo, vocês procuram as pistas e vamos desvendar o crime juntos. Depois voltaremos para a sala ou iremos para o laboratório, para aprendermos mais sobre as questões técnicas. Tudo bem?"

Todos concordaram e foram para o bosque.

"O quê vocês vêem?" Interrogou a turma que olhava o lugar sem entender o que se passava ali.

"Nada!"

"Nada? Qual é seu nome, garoto?"

"Eric." Falou ele, que estava ao lado de Sara e Jéssica.

"Eric... Olhando por cima você não vê nada, mas que quero que vocês observem com mais intensidade. Primeira lição essencial em uma cena de crime: usar luvas." Disse isso mostrando a todos uma caixa de luvas que estava segurando.

Um a um foi até onde ele estava, pegou um par de luvas e calçou-as. Sara foi à última e Grissom abriu um sorriso para recebê-la.

"Senhorita Sidle, que bom vê-la novamente!"

"Também!" Sorriu. Definitivamente ele tinha conquistado-a. "Então, o quê vamos procurar?"

"Evidências... Durante todos esses anos trabalhando como CSI aprendi que as evidências nunca mentem. Aliás, as únicas coisas que nunca mentem."

"Interessante!"

"Tenho que dar mais um recado para o pessoal. Você me dá licença?"

"Claro!" Ela viu Grissom virando-se para todos e dizer.

"Por favor, separem-se em duplas" Falou alto. "O que aconteceu nessa cena do crime foi o seguinte: a policia recebeu uma chamada anônima. Ao chegarem, deparam-se apenas com uma grande possa de sangue. Essa daqui." Apontou para o local. "Mais adiante encontraram roupas rasgadas e ensangüentadas. E vocês, CSI, foram chamados. Agora, temos que achar as pistas e solucionar o crime..."

Grissom ia falando, explicando tudo nos mínimos detalhes. Sara prestava atenção em cada palavra que ele dizia. Até ser interrompida por alguém que a abraçou por trás.

"Que isso? Gary... O quê você está fazendo?" Tentou se livrar dele.

" Nada... Só estou fazendo uma surpresa para minha amiga!" Continuou abraçado a ela.

"O quê você está fazendo aqui? Não foi você quem disse que esse seminário seria uma chatice?"

"Mudei de idéia!"

"E como você se inscreveu? As inscrições encerraram semana passada!"

"Eu tenho minhas influências... Brincadeira! Ainda tinha uma vaga ainda."

Sara tentava se livrar dos braços de Gary. Não queria que Grissom a visse com ele e pensasse que era o seu namorado.

"Gary? Será que dá para me lagar?"

"Ah... Sara o que foi? Não está gostando?" Apertou-a mais ainda.

Grissom vira-se para ela com um sorriso, mas fica sério, ao perceber que há um homem abraçando-a. Sara percebe que ele ficou decepcionado ao vê-la naquela situação. Mais uma vez tenta se soltar e dessa vez consegue sair do abraço de Gary. Vai em direção a Grissom.

"Dr. Grissom?"

"Sim." Baixou os olhos e foi até ela.

"Esse é o Gary e também vai fazer a aula."

"Dr. Grissom, prazer em conhecê-lo." Gary estendeu a mão para cumprimentar e Grissom repetiu o gesto. "Então, vamos procurar pistas?" Pegou Sara pela mão e saiu dali, puxando-a.

"Hey, garoto? Você não está esquecendo de nada?" Chamou Grissom.

"Esquecendo do quê?"

Mostrou a caixa de luvas.

"Ah é mesmo!" Foi até Grissom e pegou.

Durante toda a manhã, ela observava-o. Estava gostando demais das aulas e já pensava seriamente em seguir a carreira de CSI. Ele perguntava e, na medida do possível, ela respondia e recebia um sorriso em troca, que sempre se apagava quando ele a via com Gary.

A semana passou rápido e com certeza Sara tinha aprendido muitas coisas. Amanhã, sexta-feira, teria a última aula com ele.

Era noite e ela estava na biblioteca da universidade estudando. Estava tão concentrada que nem percebe alguém parado em sua frente.

"Senhorita Sidle?"

Ela levanta a cabeça, mas já sabia de quem era aquela voz . "Olá, Dr. Grissom!"

"Por favor, pode me chamar de Grissom." Sentou-se na cadeira em frente a ela.

"Então tem que me chamar de Sara."

"Combinado, então, Sara... O quê você faz aqui a essa hora?"

"Eu estou estudando, tenho uma prova semana que vem. Mas... e você? O quê faz aqui?" Perguntou curiosa.

"Eu? Bem, no início da semana peguei alguns livros para ler. Vim devolvê-los."

Ela estava se sentindo sem jeito. Eles estavam em uma parte isolada da biblioteca, onde ela gostava de ir para estudar mais sossegada. E isso chamou sua atenção, como ele a viu ali?

"Como você sabia que estava aqui?"

"Eu entreguei os livros e resolvi dar uma olhada em mais alguns. Acabei encontrando você aqui!" Abriu um sorriso que a deixou mais sem jeito.

Ela olhou o relógio e viu que já era tarde. "Eu tenho que ir!" Fechou seu caderno e levantou-se. Grissom fez o mesmo.

"Posso te acompanhar?"

"Claro!"

Os dois foram caminhando e chegando à rua, Grissom pergunta:

"Você mora onde?"

"Aqui no campus mesmo. Eu divido o quarto com a Jéssica."

"Ah... Jéssica que está participando do seminário também."

Continuaram a caminhar em silêncio. O prédio dos quartos dos estudantes era um pouco longe, tinham que passar pelo o bosque para chegar lá. Grissom pára, surpreendendo-a.

"Sara, posso te fazer uma pergunta?"

Ela sentia medo. Mesmo admirando-o, não o conhecia.Resolveu dá um voto de confiança "Sim."

"Ah... Você e esse Gary estão namorando?"

Demorou um pouco para responder, não estava acreditando na pergunta que ouviu.

"Eu e o Gary? Ah... Não! Somos apenas amigos. Ele vive dando em cima de mim, mas eu não tenho nenhum interesse nele."

Sara viu Grissom sorri, os olhos dele brilhavam. Não se conteve e sorriu também. Tomou coragem e resolveu perguntar.

"Por quê?"

"Porque eu ficaria decepcionado se soubesse que você estava namorando."

Ela ficou estática, olhando no fundo dos olhos dele. Tentou falar algo, mas as palavras tinham desaparecido da boca dela. Ele continuou sem jeito.

"Não sou assim..." Parou como se estivesse procurando as palavras mais adequadas. "Mas você mexeu comigo desde a primeira vez que a vi. E durante essa semana, eu me senti mal em vê-la junto com ele... Eu não quero te assustar, dizendo isso no meio de um bosque à noite. Você deve está pensando coisas horríveis, desculpa... Só que..."

Ele foi interrompido com um beijo de Sara. Logo se deixou levar pela aquela sensação e passou seus braços pela cintura dela, fazendo-a chegar mais perto. Era uma sensação diferente, algo inexplicável, nunca se sentira tão bem em toda sua vida. Parou de beijá-la, colocou suas mãos no rosto dela e, sorrindo, os dois ficaram se olhando. Mas não durou muito tempo, voltaram a se beijar, com mais intensidade e paixão. Ficaram ali se curtindo, até Grissom sentir alguém o empurrando.

"Solta ela seu desgraçado!"

"Gary? Você está maluco?"

"Um professor não pode se envolver com uma aluna. Ele está abusando de você!"

"Abusando? Não é dá sua conta o que está acontecendo aqui!"

"É da minha conta sim. Vou denunciar para o reitor e você vai ser preso." Apontou para Grissom com raiva.

"Você não vai denunciar nada! Vamos embora daqui, antes que você faça uma bobagem... Grissom? Desculpa." Ela se sentia como se o mundo a engolisse.

"Eu que peço desculpa!" Disse Grissom assustado com aquela situação toda.

"Não vai ficar barato!" Voltou a falar Gary com raiva.

Sara o pega pelo braço e tira-o dali. Vão até o quarto dela. Ao entrar, Sara o empurra contra a parede.

"O quê você fez?" Ela perguntou.

"Salvei você daquele tarado... Oras, ele tava te abusando."

"Por acaso eu sou uma criança? Não! Eu sou uma adulta e sei o que faço. Quem quis fui eu, quem o beijou FUI EU!"

Jéssica que acordou assustada com toda a briga, perguntou.

"Quem beijou quem?"

"Aquele professor, o tal Grissom, estava beijando-a."

"Gary?" Sara pressionou-o ainda mais contra a parede, e segurando na camisa dele continuou. "Você não vai denunciar nada! Não tem nada haver com isso! Está me entendendo?"

"Sara... Você é quem não está entendendo. Ele está se aproveitando de você!"

"Não, está não! Você vai me prometer que não vai dizer nada! Gary? Promete!"

"Tudo bem... Mas você não vai mais chegar perto dele."

"Você não manda na minha vida! Agora saia daqui. E fique sabendo, se você contar... prepare-se, pois eu vou fazer da sua vida um inferno!"

Gary saiu dali inconformado. Sara começou a chorar. Jéssica a abraçou e disse.

"O Gary pode está com a razão!"

"Até você? Não acredito!"

"Desculpa, mas sei lá..."

"Não! Foi lindo... ele nunca me faria mal algum... Mas agora acabou tudo, não tenho nem coragem de encará-lo mais!" Voltou a chorar.

Sara passou a noite acordada pensando nele e na vergonha que passou. Viu o dia amanhecer, mas não se levantou. Ficou o dia todo trancada em seu quarto. Quando anoiteceu, sentiu fome e percebeu que não comera nada o dia todo. Resolveu sair e comprar um cachorro-quente.

Terminou de comer e resolveu voltar logo para o quarto, para sua cama. Caminhando pelo bosque, só conseguia lembrar do que acontecera ontem à noite. Grissom, o beijo e a sensação inexplicável que sentira não saiam de sua cabeça.

Quando olhou para um dos bancos, viu ele sentado olhando o céu estrelado. Tinha que pedir desculpa, ela pensou. Tomou coragem, foi até lá e sentou-se ao lado dele, sem dizer nada. Ficou olhando o céu também.

"São lindas, não são?" Perguntou ele.

"Sim... Grissom... desculpa por ontem!"

"Está tudo bem. Você não teve culpa."

"Você vai embora quando?"

"Amanhã de manhã... Você não apareceu hoje. Senti a falta dá melhor aluna que já tive! "

"Eu não ia conseguir te encarar..."

"E por quê você está falando comigo agora?"

"Porque as aulas terminaram e você não é mais o meu professor." Disse isso e olhou para ele.

Sem dizer nada, Grissom passou a mão suavemente pelo rosto dela e puxou-a para um beijo demorado. Sara quebrou o beijo para falar.

"Você quer ir ao meu quarto?" Não acreditava no que acabara de falar.

"Sua amiga não está lá?"

"Não! Toda a sexta-feira ela vai para a casa do namorado. Eu passo o final de semana todo sozinha."

Grissom não disse nada, somente levantou e os dois foram abraçados para o quarto.

Ao chegarem, não resistiram um ao outro. Beijavam-se intensamente, como se o mundo fosse acabar em poucos minutos. Para ela um sonho estava se realizando, estava indo às alturas. Os dois sentiam uma ligação muito forte e passaram a noite toda se amando.

Sara adormeceu no peito dele, sentindo a sua respiração. Acordou com um beijo suave. Abriu os olhos e viu ele sorrindo para ela.