A dama de Deus
Drama - AU
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Prólogo
Dos antigos pergaminhos vinha uma profecia. Baseada nos mitos e nas crenças pagãs de uma região constava das escrituras que surgiria uma Deusa, que ninguém sabia ao certo de onde provinha, quem ao certo era ou mesmo o que queria, porem rezava a profecia que ela tinha o poder maior do mundo.
Numa região mágica, a lenda havia se espalhado como sendo um recurso único contra a maldade e opressão. A Ilha de Herbel era a morada da profecia. Era uma região pouco conhecida, sem registros, sem fama.
A lenda da mulher divina havia se espalhado e nessa época nascera uma criança que era guardada como sendo a própria reencarnação da deusa. Porém, os inimigos os haviam descoberto. O local tão bem guardado fora violado.
-Eles chegaram!
-Temos que retirar a criança daqui!
-Entraram no palácio!
As vozes dos conselheiros se uniram em um coro confuso. Os inimigos estavam dentro do palácio e se dirigindo para perto da criança que eles tinham como divina.
-Lea. Faremos um escudo e você foge levando o bebê. – Um dos sacerdotes informou.
-Mas... A criança precisa dos ensinamentos sagrados que só conselho conhece. – A mulher chamada de Lea os olhou. Não podia simplesmente retirar a criança dali.
-Fuja e dê sua vida para salvar a criança divina. – Um dos conselheiros pediu.
A fortaleza estava sendo invadida. Os portões tombados e os jardins ardidos em chamas. Faltava muito pouco para o fim daquela ilha e o fim da profecia.
Lea saiu correndo indo na direção da saleta real, ali havia o embrulho que continha a criança mais sagrada do mundo para aquela seita. Lea era a sacerdotisa da coragem, uma mulher jovem que havia dedicado sua vida aos ensinamentos de suas crenças, porém que nunca tivera como incumbência a guarda da criança divina, mas não havia escolhas. Assim ela embalou o neném em seus braços e correu atravessando os corredores ganhando o relento da tarde quase noite. O palácio estava tomado pelo exército inimigo.
Lea correu atravessando o fogo, as lanças, os inimigos, etc. Sua magia secreta afastava do seu caminho quem ousava a impedir.
Uma vez alcançando o porto da ilha ela olhou para trás, o palacete ardia em chamas altas, ali era o fim das escrituras sagradas, de sua crença... Seus amigos, seus mestres, todos haviam sacrificado suas vidas para que ela pudesse fugir com a criança e lhe salvar a vida da morte certa. Parada no porto voltou a olhar o mar, imenso, infinito e misterioso. Seus olhos de âmbar piscaram e seus cabelos lisos numa tonalidade azul clara moveram-se ao vento. Tinha que fugir.
-Escaparemos. – Ela sorriu ao bebê assustado em seus braços.
-Não se eu puder impedir. – Uma voz feminina surgiu atrás dela. –Você pode ser a sacerdotisa Lea, a mais corajosa mulher, mais eu Sou a imperatriz Relena, sou a enviada de Deus, a única e verdadeira deusa que se deve ser reconhecida. A criança em seus braços é uma fraude. – Relena era uma mulher ambiciosa. Vencia pela força do medo, mantinha sob seus domínios centenas de pequenas civilizações. A mulher mais poderosa de toda a região.
Mas o suposto nascimento da criança divina a ameaçava, rezava a lenda que essa criança tinha o poder para atrair todos ao seu redor e Relena se viu ameaçada, por isso ela mesma havia se auto-intitulado como a imperatriz Relena: A dama de Deus.
-Ninguém pode me derrotar dentro da ilha, Relena, nem mesmo você. – Lea falou.
-Tola. Meus poderes são conferidos diretamente de Deus. – Ela sorriu. Erguendo seu cetro, olhou profundamente para a mulher. –Que Deus me confira o poder novamente para devastar meus inimigos. – Ela falou baixo como numa reza sagrada. – Cetro Divino! – Gritou.
Lea era de fato uma mulher muito forte, considerada por muitos, invencível. Mas a mulher que a atacara era Relena, uma que era apontada como o braço de Deus na Terra. Aquele poder vindo do cetro da quase deusa fechou o tempo em uma luz violenta. Lea usou toda sua magia para defender a criança do golpe, por fim usara seu próprio corpo. Num esforço último e talvez desesperado ela se lançou ao mar.
-Maldição. – Relena apertou o cetro entre os dedos finos. – Sabia que ela se mataria por causa dessa maldita criança. –Soldados. Cacem-nas. Se sobreviverem as quero mortas. –Foi a ordem de Relena.
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Em Herbel o céu escurecera enquanto a fumaça se dissipava no ar. Era o fim. A mulher chamada Relena olhava satisfeita para o que um dia foi o palacete de Herbel, o que um dia fora uma pedra em seu sapato. Ela agora era sem dúvidas a mais forte mulher daquela região.
-Agora eu sou realmente a Dama de Deus. – Ela sorriu para si.
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Embora as buscas nas margens dos rios e praias, nada foi encontrado, era como se Lea e o bebê tivessem evaporado.
Relena procurara, porém ninguém sobreviveria ao golpe de seu cetro.
Porém em um lugar longe da ilha emergia finalmente a sacerdotisa Lea. Seu resquício de poder protegera a criança debaixo da água por quase dois dias, dias que ela nadara como uma sereia incansável, levando sua preciosidade para fora dos territórios de Relena. A nado chegara ao arquipélago de Azer. Em uma das ilhotas havia milhares de formações rochosas. Ali era a morada de um homem, um sábio. Era a única chance.
Ela estava ferida, e usando suas últimas forças, tinha que encontrar aquele homem. Porem ele já a esperava.
-Eis que veio a mim Lea, a leoa da coragem. – Ele falou em respeito. –Chegou o fim da sua missão, leoa.
A moça entendia que era seu fim. Sorrindo entregou a criança aos braços do homem. –Nunca foi assim. Ele tinha que ser criado na ilha tinha que absorver nossos ensinamentos, uma vez que um mínimo erro pode tornar uma dádiva em uma tragédia.
-Ele estará seguro. Comigo aprenderá a manipular a magia. Relena jamais desconfiará de um mísero mago. No mais Relena busca uma mulher... Nós temos um garoto.– Ele sorriu.
-Que a sorte os leve para a vitória. – Como um encanto Lea sumiu.
-Ficará a natureza feliz de receber tal energia. – Ele comentou se referindo a áurea de Lea que se anexava à natureza.
Olhando para o bebê em seus braços não sentia uma mínima áurea vinda dele. Duvidava se era mesmo a criança divina. E sendo nascera no corpo de um homem... Quando a deusa era feminina e sempre vinha na presença feminina. Porem não lhe cabia questionar, apenas teria que cuidar daquele menino tão importante à continuidade de sua crença.
As origens dos nomes e seus significados...
Léa – Anglo-saxão – Leoa – Escolhido esse nome em referencia a mulher corajosa. Foi modificado para Lea na fic.
Azer –Hebraico –Auxílio – O mago auxilia quando mais é preciso.
Continua
Beijos da
Hina
