Então, quando eu postei essa coisinha aqui há quase dois anos atrás, eu não esperava nunca que ela tivesse atingido a repercussão que teve na época. Essa one-shot, que só tinha a intenção de testar minhas habilidades como escritora, tomou uma proporção que que de forma alguma eu poderia ter imaginado.

O tempo passou e apesar dos elogios que graças a vocês (sáslindas!) eu recebo, percebia nessa fic coisinhas que poderiam ser melhoradas e tal fato não me agradou em nada. Sei que estou a milhas náuticas de distância para ser considerada uma boa autora, no entanto, meu senso crítico me pediu para retirar a fic do ar e reeditá-la, afim de deixar tudo mais agradável não só para mim, mas principalmente para aqueles que a lerem um dia.

Juntando o fato de que as coisinhas novas que ando rabiscando ainda precisam ficar mais um tempinho no forno (também conhecido como HD externo) decidi então repostar essa estória, para matar a saudade. Para as pessoas que já leram, entre um capítulo e outro, vocês hão de encontrar diferentes. E quem nunca pode conhecer o meu Edward pervertinho e crianção sintam-se a vontade para explorar!

No mais, espero que todas se divirtam (re)lendo isso aqui, que estará para sempre no meu coração!

Ah, espero que eu tenha direito a (re)review também!

Boa leitura!


RENÚNCIA: Os personagens são da Tia Steph. A maneira como eu uso e abuso deles por aqui... Ah, isso é meu e não abro mão!


Engraçado como costumamos definir conceitos para "par perfeito" quando somos solteiros. Criamos o esteriótipo de alguém ideal em nossas mentes e nos baseamos nele sempre nele ao tentar engatar algum tipo de relacionamento com o sexo oposto ou até mesmo com alguém do mesmo sexo – o qual não é meu caso, apenas para ressaltar.

Eu por exemplo, em pleno meus quinze anos, no auge da adolescência e dos hormônios em plena ebulição, considerava uma mulher perfeita àquela que fosse fisicamente gostosa, linda, loira, com coxas grossas, seios fartos e um apetite sexual fodástico, tal qual a Sharon Stone em InstintoSelvagem. Olhos selvagens, boca carnuda e aquela cruzada de pernas espetacular. Perdi as contas de quantas vezes eu me masturbei escondido no banheiro do meu quarto depois que via esse filme.

Durante a faculdade, mesmo que eu tivesse amadurecido um pouco mais, meu pau ainda dominava minha mente pérfida: o padrão feminino continuava o mesmo o da adolescência. A única coisa que mudava era o fato de que as garotas agora eram reais e frequentavam muito meu dormitório em Darthmont.

Aos vinte e tantos, percebi que sexo, apesar de ser bom pra caralho – literalmente – não é tudo na vida. Passei finalmente a procurar algo além de apenas prazer físico, mas também alguém para dividir comigo as alegrias e derrotas de um médico recém-formado, ralando para fazer um nome em um hospital infantil de uma cidade grande como Nova York, lugar para onde me mudei depois de ter passado seis anos seguidos em New Hampshire.

A partir de então, estabeleci que uma garota para mim teria que ter muito mais do que atributos físicos. Ela precisava ser inteligente, bem humorada, não fosse carente demais – daquelas que te enchem o saco por praticamente grudar em você – fiel, confidente, amante... Uma pessoa que se tornasse minha companheira de vida e eu fosse o mesmo para ela. Assim como os meus pais, que permanecem unidos até hoje depois de mais de 30 anos de casamento.

Alguns meses e vários encontros frustrados depois, notei que essa merda de alma-gêmea devia ser mesmo criação de alguma solteirona frustrada que nunca conseguiu ter um orgasmo na vida. Sempre que achava alguma mulher promissora, ela nunca tinha aquelas características que eu buscava em uma futura companheira. Ou era fútil, mesquinha,ciumenta demais, incompreensiva com os horários de meus plantões, queria uma relação mais aberta... Enfim, nada que eu tinha pensado previamente.

Lembro que certa vez, eu tinha comentado minhas frustrações em uma conversa com meu irmão mais velho, Emmett. Apesar da diferença de apenas dois anos entre nós, ele já estava casado na época e prestes a ter o primeiro filho.

Depois de ter passado metade de uma partida de hóquei que víamos pela tevê confessando meus problemas para ele, a única coisa que o idiota fez foi rir e dizer.

Você está procurando por algo que não existe, cara. – retrucou bebendo um gole da sua cerveja antes de continuar – Essa baboseira de almas gêmeas não existe.

Mas você encontrou a Rosalie. – rebati intrigado, vendo o artilheiro da partida marcar mais um ponto. – Não acha que ela é a mulher da sua vida?

A Rose? Com certeza, cara. Só que como qualquer outra pessoa no planeta ela tem seus defeitos.

Balancei a cabeça, vendo que ele não estava entendendo o meu ponto. Eu sei que ela tem defeitos; todo mundo tem. O que eu quero dizer é que queria uma garota que me entendesse do jeito que sou e aceite isso. Que não seja complicada e mas também que não seja um pé no saco, querendo a todo momento discutir relação. Lógico que se ela for bonita, vai ganhar mais alguns pontos. É tão difícil assim?

Sem deixar de olhar a televisão, meu irmão retrucou. Então compre uma boneca inflável

Porra, Emm, eu tô falando sério aqui!

Enfim, ele me olhou de relance e respondeu. Eu também, mano. O que você procura simplesmente não existe. Continue assim e você se tornará um solteirão pelo resto da vida.

Na época, não acreditei naquele papo do meu irmão semi-bêbado. Entretanto, uma vez que minhas procuras continuavam sempre frustradas, comecei a acreditar que talvez, eu simplesmente não tivesse alguém lá fora esperando por mim. Levou um tempo, mas decidi ser menos exigente comigo mesmo e aceitar que talvez eu não tivesse nascido para ser solteiro e que nunca teria um amor verdadeiro como o de Carlisle e Esme.

Na verdade, consegui achar até uma justificativa perfeita para o que eles tinham: quando meus pais se conheceram era mais fácil de ser encontrar uma parceira para o resto da vida. Há décadas atrás, as estrutura familiares eram mais valorizadas e as relações baseadas no verdadeiro amor.

É um pensamento brega pra caralho, mas até hoje eu nunca mudei essa linha de raciocínio.

No entanto, como a porra do ditado diz, quando menos se espera, algo de bom nos acontece. E foi assim, em um final de tarde extremamente frio de Primavera que a encontrei.

Por mais estranho que fosse, a aparência física dela era totalmente diferente das loiras esculturais que eu costumava namorar. Longos cabelos castanhos, pele de porcelana, rosto em formato de coração e um corpo miúdo mas cheio de curvas nos lugares certos. Não havia como não notar a beleza que se revelava através de profundos olhos castanhos.

Mas, durante todos esses anos que passei idealizado minha "cara-metade", nunca imaginei que pudesse me apaixonar tão profundamente por alguém que adorasse novelas mexicanas, fosse fã da Madonna e que me acordasse com sua voz esganiçada depois de eu ter passado 28 horas acordado em um plantão filho da puta.

Ican'tletgo,baby can'tyousee? Cupid, please, take your aimatmeeee. – Minha Bella cantarolava a música chata e clichê dos anos 80 no alto dos seus pulmões com sua voz fina demais.

Sério, a voz dela cantando era insuportável. Prova disso era a advertência que recebemos do nosso síndico no mês passado, quando ela resolveu interpretar durante o banho Total Eclipse Of My Heart. Lógico que naquele instante, quando viu que estava de fato incomodando os vizinhos, Bella ficou vermelha como uma pimenta. Todavia, isso não impediu que dois dias depois ela estivesse cantarolando pela casa outra vez como se fosse mais uma candidata do American Idol.

Ela não sabia mas eu, por segurança, já estava a procura de um novo apartamento que tivesse uma boa proteção acústica, apenas no caso de sermos expulsos daqui.

Rindo com o pensamento, decidi me levantar por que não havia mais como eu voltar pro meu merecido descanso após ser acordado deste jeito. Espreguicei-me e segui a direção do canto desafinado vindo do banheiro do nosso quarto.

Quando conheci Isabella Swan, estava prestes a terminar minha residência no Presbyterian, um dos mais renomados hospitais infantis de Nova Iorque. Eu estava praticamente de malas prontas para voltar para Seattle, depois de longos anos vivendo na Costa Leste, abdicando da presença de minha família e melhores amigos em busca de me tornar um bom pediatra, assim como o meu pai.

Eis então que durante uma das minhas pausas no plantão daquele 06 de abril, me deparo com uma nova atendente dentro da lanchonete do hospital. Eu estava absorvido estudando o histórico de um paciente quando senti que era observado. Quando levantei o rosto, deparei com Bella me encarando com uma expressão que hoje sei reconhecer que era deslumbrada. Até que ela pisou no próprio cadarço e titubeou para a frente, onde eu tive que segurá-la para não cair.

Eu tentei não achar aquilo engraçado, mas foi quase impossível e obviamente ela não tinha gostado muito. Entretanto, mesmo constrangida, com a expressão cansada e avental todo manchado de respingos de café, ela me abriu um sorriso, perguntando o que eu gostaria de beber. Quando lhe respondi, não pude deixar de achar divertido quando percebi que ela ficou murmurando "café preto com muito açúcar" a medida que se afastava de volta para o balcão.

Então, já que eu era um viciado em cafeína para poder suportar todas as longas horas de trabalho, me vi arrumando sempre algum tempinho para ir a lanchonete ao invés de usar a máquina velha de café na sala dos funcionários. Foi fácil começar uma amizade com a garota de sorriso tímido e que todas as malditas vezes corava quando eu era um pouco mais ousado e tentava flertar um pouco.

Durante as pequenas conversas que tivemos, descobri que Bella – como gosta de ser chamada desde pequena – também era proveniente do Estado de Washington assim como eu. Porém, ela era nascida numa pequena cidade perto do mar, chamada Forks, a qual só ouvira falar. Ela estava na BigApple depois de ganhar uma bolsa de estudos integral para o mestrado em Jornalismo em Columbia e trabalhava ali na cafeteria por meio período para ajudar as despesas de viver numa metrópole como aquela.

Não demorou muito até que eu tomasse coragem e durante um dos encontros ocasionais para um café eu a convidasse para sair comigo. Sempre pegava o contexto dos nossos pequenos diálogos para tentar pegá-la desprevenida e assim a chamar para sairmos, mas isso nunca dava certo.

Sério, qual é o propósito de se dar flores a alguém? – ela disse, começando a falar de forma rápida enquanto me entregava minha xícara de café. – Elas ficam lindas por um ou dois dias e depois murcham e ficam com um cheiro horrível.

Você deve ser a única mulher no planeta que não gosta disso, Bella. – retruquei com um sorriso enquanto sorvia do café que ela já estava acostumada a preparar para mim.

Não é que eu não goste. Só prefiro vê-las no seu lugar natural.

Você já foi ao orquidário do Central Park? Dizem que é bonito pra caralho por lá.

Não, mas eu morro de vontade de ir lá algum dia. – disse ela a medida que se movia, fazendo uma mecha de cabelo escuro descer da touca que usava. Tive que conter com força o impulso de colocá-la de volta em seu lugar.

Pegando proveito da oportunidade, eu inquiri. – Quer ir comigo até lá na próxima quinta-feira?

Seu rosto ganhou aquele adorável tom de rosa e ela mordeu um pouco inferior por um breve segundo antes de me dar a resposta que eu já temia. – Eu tenho que ir para faculdade.

Mas você disse que não tinha aulas nas quintas. – resmunguei, olhando-a por cima do copo de café.

Não, mas eu tenho um artigo enorme sobre o Oriente Médio. – ela sibilou, cutucando a ponta de suas unhas curtas. – Vou ter que pesquisar um pouco mais para que ser coerente.

Mas...

Ih, chegaram novos clientes! ela mudou se assunto, já pegando seu bloco de notas e se afastando de mim. Vou atendê ão até mais, Edward!

Bella sempre tinha uma desculpa esfarrapada para me despachar. Foram tantos "nãos" que eu tomei dela que cheguei a questionar se ainda sabia como chamar uma garota para sair. Por mais teimoso que eu fosse, ela sempre negava, vindo com uma desculpa que fizesse sentido.

Até que certa tarde, lembro que nós dois estávamos conversando como sempre acontecia, quando mais uma vez resolvi convidá-la para sair comigo. Tinha decidido que aquela seria a última vez que faria aquilo e já estava aguardando sua habitual resposta negativa quando seus olhos castanhos me revelavam que ela queria sair tanto quanto eu. Bella não tinha a mínima noção, mas aquela breve hesitação dela me deu esperanças de que talvez pudesse existir algo além entre nós. Mas, no momento que iria lhe questionar sobre isso o interfone da recepção soou alto a minha procura e eu tive que partir imediatamente.

O que eu não podia imaginar e que naquele dia, eu também passaria pela parte mais difícil de ser médico, que era perder uma vida que estava em minhas mãos.

Eu ainda lembro do nome do garoto; Taylor Miller de quatro anos. Recordo da maneira como eu insistia na massagem cardíaca sem resultado enquanto assistia a ferida em sua cabeça esvair mais e mais sangue. Ter que olhar o relógio e gritar a hora morte daquela criança e logo em seguida informar a mãe desesperada que eu não tinha sido capaz de salvar o seu garotinho.

Aquilo tudo me abalara de tal maneira que precisei fugir dali, indo me esconder nas escadas de emergências e dar vazão aos sentimentos de ter passado por aquilo tudo. O que eu não fazia ideia, e que poucos minutos depois era que Bella apareceria ali e me confortaria quando mais precisava.

Foi ali enquanto ela me abraçava e enxugava minhas lágrimas que eu entendi que não poderia deixá-la escapar. Que não poderia viver comigo mesmo se não tentasse mais uma vez engatar com a Bella um relacionamento tão profundo quanto a vastidão de seus olhos cor de avelã. Que não importava se ela não era exatamente como a mulher que eu idealizava em minha cabeça, mas sim de que eu tinha que fazê-la minha de alguma maneira.

E quando ela disse sim, foi como ter ganho na porra da loteria.

Dois dias depois, na noite do nosso primeiro encontro, percebi que Bella era ainda mais linda do que imaginara. Que por trás daquela farda e touca bege grotescas se escondia um das mulheres mais belas que eu já tinha posto os olhos. Confesso que fiquei meio que retardado assim que pus meus olhos nela, no entanto, o impulso de tomá-la em meus braços que veio logo em seguida, foi a melhor sensação que sentira em anos.

E, por mais que a conversa tivesse fluído muito bem durante o jantar, foi impossível tirar os olhos dela durante a sessão de um filme cult e legendado que ela insistiu para que assistíssemos. Seu rosto iluminado pela tela do cinema, o sorriso de canto quando via alguma coisa que gostava e o calor de sua mãozinha escondida entre a minha.

Por fim, no final da noite, quando finalmente chegou a hora de nos despedirmos na entrada do seu prédio, eu voltei a ser aquele pirralho que não sabe como agir diante de uma deusa. Trocamos telefone e e-mail e ficamos sem jeito um na frente do outro, não querendo por fim naquele encontro tão especial para ambos. Depois de um abraço sem jeito, eu estava prestes a dar as costas quando Bella me surpreendeu, segurando nos meus ombros e ficando na ponta dos pés para selar nossos lábios rapidamente num casto beijo.

Eu fiquei sem reação por uns três segundos, tempo que Bella usou para pedir desculpas ao corar num tom carmesim e subir apresada os primeiros degraus que a levariam para seu apartamento. Porém, algo estalou em minha mente depois que a vi se afastando e consegui ser mais rápido, alcançando-a e a girando em meus braços para que eu pudesse lhe beijar corretamente.

E quando eu pude de fato usufruir do sabor de seus lábios nos meus, parecia até com qualquer outro romance água-com-açucar vistos em Hollywood. Assim que minha língua pediu passagem entre seus lábios rosados, sorvi na maciez de sua boca de tão único sabor que só poderia ser definido como Bella.

Foi fudidamente clichê: Sinos tocando, estrelas brilhando e todas essas porras que põe a masculinidade de qualquer macho à prova quando ele menciona coisas assim.

Entrei no banheiro e recostei-me no patamar da porta enquanto assistia a cena que se desenrolava a minha frente, mantendo o sorisso fixo em meus lábios a medida em que a via cantarolando, em um show particular somente para mim.

– Cherish the strength. You got the power to make me feel good . – Bella interpretava, usando o frasco do seu shampoo de morangos como um microfone. O seu Blackberry tocando a música insuportável na ponta da bancada de mármore estava prestes a cair, porém minha recém-esposa não parecia dar a mínima para tal fato e continuava balançando seu corpo ao som da canção.

Mesmo através do box embaçado, demorei apreciando suas pernas torneadas naturalmente, já que ela tinha aversão a qualquer atividade física. É, mesmo sendo casada com um médico, Bella alimentava hábitos nem um pouco saudáveis como ser viciada em fast-food, não praticar exercícios e consumir, no mínimo uma barrinha de chocolate ao dia.

Talvez o segredo da boa forma física dela fosse eu e o monte de sexo que praticávamos desde o nosso quarto mês de namoro.

Ao relembrar a razão de demorarmos tanto para entrarmos nesse nível de intimidade ainda me enche de ódio. Mas na mesma proporção, me orgulha o fato de que escondida atrás daquela imagem frágil de garota nascida no interior, existe uma mulher forte e determinada, que nunca se deixou abater por nada.

Foi um choque para mim saber que aos 17 anos, depois de ter se perdido numa viagem de compras com as amigas em Port Angeles, Bella quase foi abusada por um ser decrépito que infelizmente temos que considerar como humano. Muito embora, como boa filha de policial que ela é, Bella tentou usar alguns poucos golpes de autodefesa que Charlie havia lhe ensinado quando ela ainda era apenas uma garotinha e gritou alto até que poucos minutos depois, milagrosamente uma viatura passou por perto e evitou que o pior pudesse acontecer a minha menina.

Mesmo assim, aquele traste conseguiu deixar marcas sérias em Bella, que causaram tanta resistência da parte dela em ter qualquer tipo de relacionamento amoroso. Mas por ela, eu seria capaz de esperar pela vida inteira, caso assim ela desejasse. Nesse meio tempo, tentei de todas as formas fazer com que ela enxergasse que já amava cima de qualquer coisa e aos poucos, conseguimos juntos vencer todos os obstáculos a nossa frente.

A memória de quando vi pela primeira vez seu corpo perfeito e nu, prestes a ser deflorado pelo filho da mãe sortudo aqui ainda arde como se fosse ontem. A forma como sua pele pálida e suave respondia a cada um dos meus toques, os sons de prazer que emanavam dos lábios dela toda vez que encontrava algum novo ponto para ser adorado seriam para sempre guardados em minha memória. O ardor e desejo que vi em suas orbes naquele fim de semana é algo que tira meu fôlego até hoje.

Então, quando finalmente fui envolvido no calor e umidade de seu sexo inexplorado, acabei me perdendo no prazer que ela me proporcionava. Levarei para o túmulo comigo os momentos que passamos após o feriado de Ação de Graças logo depois que visitamos os pais dela. Nós dois, naquele pequeno quarto de hotel explorando nossos corpos enquanto esperávamos o temporal se acalmar para voltarmos para Seattle. O fim de semana que eu descobri que estava perdido.

Perdido porque no momento em que Bella me entregou sua virgindade, eu lhe entreguei meu coração.

Só aquelas lembranças eram suficientes para que todo meu sangue passasse a se concentrar abaixo da minha virilha. O fato de ter minha mulher pelada, rebolando toda molhada e quente do chuveiro só aflorava ainda mais minha líbido sempre insaciável para consumir minha mulher. Nem mesmo a porcaria da trilha sonora com os gemidos forçados da Madonna conseguia me brochar.

Já cansado de dar uma de voyer, retirei rápido minha boxer e fui direto me juntar a ela debaixo dos jatos quente da ducha. O mais discretamente possível, abri a porta do box e serpentei minhas mãos em volta da sua cintura, puxando seu corpo pequeno contra meu peito.

– …Oh, baby, I cherish the... Edward! Merda, quando é que você vai aprender que um dia eu vou acabar tendo um infarto de tanto susto? – Bella resmungou, se virando para me encarar com aquele seu típico olhar de gatinha furiosa que não conseguia assustar sequer um filhote de rato.

– Bem baby, acho que isso não seria um problema tão grande assim, certo? Eu já lidei com situações como essa antes e posso te garantir que meu retrospecto é um dos melhores. – Eu provoquei, sabendo que aquilo só a irritaria ainda mais.

– Idiota. – ela retrucou enquanto eu me inclinava para selar nossos lábios e saboreava o gosto de hortelã de seu hálito. – Porque você já acordou? Não fazem nem cinco horas que você chegou em casa. Aconteceu alguma coisa? – Ela divagou enquanto eu descia beijos cálidos ao longo de seus pescoço e clavícula.

– Bem, – Eu comecei a medida em que descia minhas mãos pelo seu corpo, parando somente quando alcancei sua bunda e a puxei contra meu membro já rígido. – Acontece que eu escutei alguém gritando alguma merda sobre meter sua flecha em mim, então achei que você tivesse se referindo ao meu pau. E aí, quer brincar de tiro ao alvo agora? – Sussurrei ao seu ouvido, roçando meu pênis no baixo ventre dela.

– Edward... por mais que eu adore a ideia, não dá... Minha novela... É a última semana. Não posso perder... – Bella meio que se desculpou entre gemidos enquanto eu acariciava agora a parte interna de suas coxas.

– Sério, Sra. Cullen? Trocando seu marido cheio de tesão por um bando de atores ruins com uma dublagem pior ainda?

Ela rolou os olhos, muito mais de prazer do que de deboche pelo o que eu pude perceber. – Nós podemos fazer isso mais tarde.

– Tsc, tsc, estou sendo ignorado com somente seis meses de casados. Isso fere meu ego, sabia?

– Minha novela é importante...

– É mesmo? Mas eu acho que posso mudar sua opinião agora – Sibilei, mordendo o lóbulo de sua orelha enquanto minhas mão seguiam pra entrada de seu sexo apertado.

Bella grunhiu baixinho – Eu sei que você pode, Edward. – Então, ela agarrou minha mão que tentava explorar sua intimidade, afastou seu corpo do meu e me empurrou contra a ducha quente. – E é por isso mesmo que você vai ficar aqui e eu saio desse chuveiro antes que eu caia em tentação.

E assim, rindo como boba ela ficou na ponta dos pés para deixar um beijo em minha bochecha e sair do box com rapidez. Sua presa acabou fazendo-a tropeçar levemente no piso, tendo que se apoiar na bancada e acabar derrubando o celular como imaginei que aconteceria.

Ela soltou alguns palavrões enquanto se agachava para recuperar o aparelho, empinando sua bunda perfeita em minha direção. – Isso! Pelo menos me deixe com alguma inspiração já que você literalmente me deixou na mão. – Falei, segurando meu pau e começando a rolar o polegar pela glande.

Bella encarou a cena por um momento, mordendo os lábios para em seguida respirar fundo e sair do banheiro resmungando algo como marido, estúpido e provocador na mesma frase.

Rindo, eu soltei meu membro e virei a chave da ducha para o modo verão, afinal de contas, eu não era mais nenhum moleque cheio de tesão, sem contar que a razão de qualquer excitação minha estaria se dirigindo pra sala neste momento. Então, porque perder tempo batendouma quando eu poderia me torturar um pouco mais e só deixar as coisas ainda melhores mais tarde?

Masoquista, eu sei.

Acabei saindo rápido do banho, e vesti o primeiro calção que encontrei no meu lado do closet. Todavia, não pude deixar de balançar a cabeça negativamente enquanto encarava a parte do armário que pertencia a Bella.

Podem me chamar de chato, mas se tem uma coisa que não suporto tanto em casa quanto no trabalho, é que eu não consigo ver nem sequer um post-it fora do lugar. Já minha adorada esposa, parecia ser o exato oposto nesse sentido. As roupas dela estavam todas bagunçadas, peças sujas jogadas no fundo do armário e até mesmo algumas caixas de O.B vazias eu consegui ver, espreitando de sua gaveta de lingerie aberta. Rolei olhos e sai de lá o mais rápido possível, antes que minha mania de limpeza me forçasse a arrumar as coisas dela e iniciar uma briga por que eu tinha "bagunçado" tudo.

Ao chegar na sala, encontrei Bella com alguns cupcakes nas mãos, algumas anotações provavelmente do trabalho no colo e com os olhos vidrados na tela. O foda de quando se está apaixonado é que nem com os cabelos enrolados em uma toalha, usando um moletom preto puído e uma de minhas camisetas, ela conseguia deixar de ser linda aos meus olhos.

– Eu não sabia que você estava começando outra coleção além daquela de calcinhas sacanas – Eu comentei, indo pro sofá, puxando-a para o meu colo e roubando um dos bolinhos que estavam em suas mãos.

– Coleção, eu? De quê? – Ela perguntou sem nem mesmo desviar suas orbes chocolate da TV.

– Caixas de absorventes internos vazias. Acho que vi umas três no seu lado do armário. Ou será que você está as juntando pra alguma promoção que eu não tô sabendo?

Bella corou e finalmente olhou pra mim. – Eu vou arrumar.

– Você me disse a mesma coisa faz quase uma semana.

– Foi?

– Hmrum.

Ela mordeu o lábio antes de começar a falar rapidamente. –Eu sei que aquilo lá tá uma lixo, amor. Só que você sabia que estaria se casando com uma porca, então nem adianta reclamar agora.

– Eu não sabia que ia me casar com uma porca. – respondi com ar de indignação fingida. – Talvez com uma gatinha, mas nunca com uma porca.

Bella simplesmente bufou. – Sério Edward, essa foi de longe a pior piada da semana. Vai ser difícil você superar esta.

Fingi surpresa e retruquei a medida em que retirava a toalha de seus cachos. – Eu pensei que você gostasse das minhas piadas.

– Gosto sim. – ela rebateu. – Tanto quanto seus esforços sem limites para que eu não preste atenção na minha novela.

Depois disso, ela se afastou de mim e ficou na outra ponta do sofá, voltando a me deixar de lado para ver o desenrolar de uma cena muito mal feita onde duas gêmeas brigavam. No entanto, como eu ainda não estava satisfeito totalmente de provocá-la, suspirei profundamente e comentei. –É, eu devia ter seguido o conselho do Emmett e ter feito um pré-nupcial.

Aquilo causou o efeito desejado e Bella imediatamente voltou a olhar para mim. – O que você quer dizer com isso?

– Você sabe, aqueles acordos antes do casamento. Eu devia ter colocado como principais clausulas coisas como, não ser acordado depois de um plantão por essas pseudos-hits da Madonna, proibir que você engorde mais de cinco quilos – exceto em caso de gravidez e não ser frustrado por um bando de atores desconhecidos de uma novela mexicana de quinta.

Tive que prender o riso enquanto a via respirar fundo, seus ombros retesando e suas mãozinhas se fechando em punhos. Por conhecê-la há tanto tempo, tinha certeza de que a essa altura ela já estava contanto até cem mentalmente, não querendo dar espaço para as minhas merdas.

Mas, como eu era um filho da mãe sem infância, eu adicionei. – Porra, Bella! ElHogarque YoRobé que caralho de nome é esse?

Enfim, consegui despertar a reação que eu esperava, vendo-a cruzar os braços contra o peito numa pose defensiva e me encarar como se estivesse sob sentença de morte. – Só pra começar, Edward, é uma novela venezuelana e não mexicana. Aposto que se eu tivesse um mapa-múndi agora, você como bom caucasiano, iria apontar a Venezuela na África!

Eu não sei como, mas Isabella Cullen deve ser uma das poucas mulheres nascidas em solo americano, sem nenhum descendente de latino que cultua tão fortemente aquela região. Talvez tenha sido a vizinha mexicana que ela tinha quando era criança em Phoenix. Ou então o fato de ter uma colega de dormitório porto-riquenha durante a faculdade, ou talvez quando ela decidiu passar algumas semanas viajando pela América Central assim que terminou a graduação.

E mesmo sabendo disto, resolvi irritá-la um pouco mais e acrescentei a sua suposição – África? Caramba e eu pensando que esse país ficasse na Oceania!

Ignorando completamente o que eu dissera, ela continuou a bradar. –Quando é que você vai deixar de ser esse ianquezinho que só adora baseball e que acha que o feriado mais importante do mund de julho?

– Nah, você sabe que eu prefiro o Natal.

– Sério, onde foi que você aprendeu a ser tão irritante?

Eu sorri, sem nem um pingo de vergonha. – Essa é fácil. Com aquela cantora que você gosta, a tal da Madonna.

Nisso, a mão dela bateu forte pra caralho em minha coxa – Não ouse falar mal da Madonna pra mim. Ela é um mito e diferente de você tem ousadia suficiente para achar erros nesse AmericanLifeStyle.

–Olha só quem tá falando do estilo de vida americano. – eu debochei, apenas porque essa mulher ficava linda irritadinha – Uma viciada em coca-cola em McDonalds.

– E qual é o problema de gostar de hamburguer e refrigerante? Tem medo que eu engorde? – ela sibilou, seus olhos se tornando duas fendas enquanto ela me fitava – Porque se for isso, Edward Cullen, você vai nesse instante procurar a porcaria de uma boneca de inflável! – Com isso, ela roubou o bolinho que eu mal tinha mastigado e enfiou todo de uma vez só em sua boca minúscula.

Eu ri, e mesmo me arriscando a levar um tapa daquela tigresa, me aproximei de seu rosto e enchi de sua face de beijos. – Baby, será que nesses três anos juntos você nunca percebeu que eu sempre te provoco porque você fica ainda mais sexy com raiva? – Ela continuou com a pose defensiva, e se eu já não tinha sua atenção antes, agora pareciam que as coisas tinham piorado mais ainda pro meu lado. – E só para que você saiba, eu sei onde fica a Venezuela. Costa norte da América do Sul.

Ela bufou, virando o rosto para longe. – Puff, grande coisa!

– Eu sei mais coisas sobre lá. – murmurei, acariciando levemente sua coxa. – É um país relativamente pequeno, mas um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Ah é também é conhecido pelas mulheres bonitas. Acho que última Miss Universo é de lá. Como é mesmo o nome daquela loira que...

– Nem pense em mencionar o nome de qualquer loira perto de mim, Cullen! Já não basta de chamar de gorda e agora... Urgh! Por que você tem que ser tão irritante?

Desde que minha adorada mãe fez a gentileza de mostrar para Bella o meu álbum do colegial, durante uma de nossas visitas à Seattle, eu tinha me fodido. Dentre as fotos, minha atual esposa percebeu que minhas três namoradas naquela época tinham cabelos loiros e desde então,Bella criou uma aversão a qualquer mulher que tinha fios dourados um raio de 500 metros perto de mim. Tudo injustificado por que pra mim apenas existia ela no mundo.

– Isabella, eu estava só brincando. Você não é gorda e sim, uma tremenda de uma gostosa que me deixa louco.

– Sabia que existe uma linha muito tênue entre ser gorda e ser gostosa? – ela inquiriu, no entanto, sequer me deixou responder E que considerando o fato de que você agora só está me bajulando porque quer fazer sexo mais tarde, eu devo sim acreditar que você me considera uma obesa.

(Rolei os olhos, e decidi ignorar o que ela disse, afinal nada disso era verdade (exceto talvez pelo fato de que eu queria sim transar mais tarde.)

– Olha baby, eu te juro que você não esta gorda e que ainda vai demorar muito para que isso aconteça. – respondi, trazendo sua palma e deixando um pequeno beijo por lá. – E quanto as loiras, quantas vezes eu tenho que te dizer que eu prefiro as morenas?

– Eu não acredito nisso... – ela disse baixinho, fazendo um bico de frustração irresistível.

– Bem, você tem razão, eu não prefiro as morenas, e sim uma única. Nenhuma outra mulher no mundo inteiro se compara a você, baby. Eu te amo e te jurei isso eternamente na frente de nossos pais e de nossos amigos. Você precisa de algo maior e mais dramático que nem essas novelas que você assiste? Quer que eu declare isso em algum painel da Times Square? Quer que eu tatue seu nome na minha bunda?

E com essa idiotice ela finalmente sorriu. – Não, precisa. Eu gosto da sua bunda do jeito que ela é. Branquela, cabeluda e sem desenhos esquisitos. Nada de tatuagens.

– Hey, eu não tenho a bunda cabeluda! – resmunguei, olhando-a com resignação.

– Tem sim.

– Uma porra que tenho!

Ela deu de ombros. – Tem sim que eu já vi.

Com isso, levantei do meu lugar e abaixei minha calça, tentando encontrar as porra dos pêlos que ela tanto dizia. – Aonde você tá vendo essa merda, Bella? Onde porque se tiver mesmo, você vai arrancar essa porcaria agora mesmo.

E então ela cai na gargalhada sem vergonha alguma, enquanto eu permanecia como um idiota com o meu traseiro do lado de fora. Ela jogou a cabeça para trás, a risada alta ressoando forte por nosso pequeno apartamento e de repente, eu me senti o cara mais idiota do planeta.

Subi a calça de todo jeito e sentei na ponta extrema do sofá, com raiva de mim mesmo por ser tão estúpido. Eu lavava meu traseiro todo santo dia e o fato de não haver nenhum pentelho no sabonete devia ser indicação o suficiente para saber que o que Bella falava era uma tremenda mentira.

– O que foi? – ela murmurou se aproximando de forma manhosa até se aconchegar ao meu lado e deitar a cabeça no meu ombro. – Ficou com raivinha?

– Eu não tô com raiva, apenas... Indignado.

– Ah é? Não gostou de tomar do seu próprio veneno, docinho?

– Touché, querida. Touché.

Bella rolou os olhos e continuou falando com um ar exasperado – Não sei porque eu acabei apaixonada por alguém tão idiota quanto você. Sem contar que você odeia tudo o que eu mais amo. Novela, músicas que grudam, bagunça.

– Eu escutei que os opostos se atraem, certa vez. – Murmurei, só pra implicar mais um pouco.

– Boboca.

– Minha vida. – E pus fim naquela discussão que nos levaria a lugar nenhum com um beijo que durou somente o tempo de um intervalo comercial. Assim que a chamada da novela começou, Isabella se afastou como se tivesse levado um choque.

Perplexado, eu a fiquei encarando por alguns segundos antes de ela finalmente responder– Só falta esse último bloco amor. Eu vi que ontem no blog, soltaram um spoiler dizendo que o Juan Miguel finalmente vai descobrir que a Gabriela Elena é a grande vilã da trama toda.

– O que diabos é um spoiler? – Eu questionei, arrumando os papéis dela na mesa do centro antes de me deitar no sofá, pousando minha cabeça em seu colo.

– Esquece, Edward. – ela retrucou, me deixando no vácuo outra vez.

Fiquei vendo a porcaria toda a minha frente, vendo um garoto manco e irritante chorando o tempo todo pedindo por sua avózinha. Uma das gêmeas tentava insistentemente fazer com que ele comesse, no entanto, o pirralho continuava repetindo a mesma baboseira.

Por favor, Carlitos, – voz dublada dizia, enquanto os lábios da atriz se movimentavam numa coordenação completamente diferente – você precisa ficar forte e saudável para a cirurgia.

Eu não quero me operar! Eu quero ir para casa da vovó Solidad!

Carlos Augusto, por favor, é para o seu próprio bem, meu amor.

Não quero! Não quero e não quero!

Com isso, um cara com as feições bastante latinas e com um bigode de um lado mais curto do que o outro entrou no sala e interrogou. – O que é que está acontecendo por aqui? Qual é o problema do meu filho, Lara?

Juan Miguel, o Carlitos não quer se alimentar, eu não sei o que pode acontecer se...

– Qual é o problema destas novelas, para ficarem repetindo sempre os dois nomes da pessoa? Eu indaguei, olhando de relance para a minha mulher. – Ninguém fica me chamando de Edward Anthony por aí.

– Claro que não, seu bobo. Seu nome é americano demais pra isso. – ela respondeu, sem deixar de prestar atenção.

– Eu acho isso estranho. Sei lá, o mais importante para a pessoa não devia ser o nome e o sobrenome? Tipo, o nome do meio só serve mesmo como uma espécie de enfeite ou algo assim?

Bella suspirou e com toda resto de paciência que tinha disparou. – Edward, será que você poderia por favor calar a boca e parar de divagar sobre essas porcarias? Eu realmente quero eu quero assistir!

E antes que ela acabasse ficando chateada de verdade comigo, preferi ficar de fato calado enquanto assistíamos aquela porcaria na tevê. Permanecemos por mais alguns minutos naquela posição confortável: a mulher da minha vida, com todos os defeitos ridículos e gostos duvidosos permanecia fazendo cafuné em meus cabelos a medida em que eu segurava sua outra mão livre próxima ao meu peito.

Quando eu já estava quase caindo à deriva do sono outra vez, Bella faz um comentário que me deixou sem palavras.

– E qual é o problema com nomes duplos, afinal? Você sabe muito bem que em breve nós teremos que escolher dois nomes para o nosso filho, lembra? Garantido mesmo só o fato de ele ou ela será mais um Cullen.

– Bella... isso quer dizer então que... você está...? – Eu comecei a balbuciar, meu coração inchando sem saber se isso era normal ou se estava finalmente sentindo na pele o que era ter um infarte.

– Não, amor. Ainda não. – Ela me soltou um sorriso triste, e voltou a olhar para a televisão. – Eu fiz um teste há uns dois dias atrás. Negativo, de novo.

– Ah... – sibilei, sentido de novo o amagar daquela notícia. – Por que você não me contou nada, baby?

– Não queria que você ficasse frustrado outra vez. – Bella, tomou uma respiração entrecortada e começou a encarar alguma coisa muito interessante na ponta de suas unhas.

Nós estávamos tentando engravidar desde o início da nossa lua-de-mel, há alguns meses atrás. Ela parou completamente com os anticoncepcionais e até passou a tomar um complexo de vitaminas diariamente, já que sua alimentação não era uma das melhores. No entanto, a natureza havia decidido que ainda não era nossa hora de sermos pais. E o fato de todo mês os resultados sempre serem negativos machucarem minha Bella me deixava me sentindo impotente pra caralho.

– Hey, – falei baixinho, saindo do meu lugar para ficar de joelhos na frente dela. Levei minha mão esquerda até o seu queixo, erguendo-o com a ponta dos meus dedos. – Você sabe que essas coisas podem levar um tempinho.

– Eu sei. – ela suspirou, com o olhar ainda um pouco abatido.

– Meu amor, eu sei que é difícil mas é o melhor por enquanto. Já pensou se tivéssemos que passar por algo pior como um... aborto?

Ela estremeceu visivelmente e disse – Você tem razão.

– Então pare de se preocupar está, bem? – pedi, puxando-a para perto de mim. – Quando menos esperar, você estará me deixando louco, me pedindo para sair de madrugada somente para trazer sorvete de amora com pêra.

Bella assentiu, entretanto continuou – Mas eu quero tanto carregar um pedacinho seu em meu ventre, Edward. Eu mal posso esperar pra ser mãe dos seus filhos. – ela murmurou contra minha pele, criando arrepios e fazendo meu peito estufar de alegria por ter achado essa garota só minha.

– Nós vamos fazer isso, baby. Você será a melhor mãe do mundo. E enquanto isso, nós podemos continuar pratic...

Fui interrompido com os lábios de Bella se movendo furiosamente nos meus, enquanto suas mãos rápidas pegavam o controle remoto e desligavam a TV, antes de partirem avidamente para o cós do calção que eu vestia, me deixando momentaneamente sem ar.

– Bella amor, o que você está fazendo? E a novela?

– Sério, Dr. Cullen? Você tá mais interessado na estória de Lara e Larissa do que em mim? – ele disparou sedutoramente, ao mesmo tempo em que começava a correr a palma da sua mão contra meu membro semi-rígido.

Tomei uma respiração entredentes antes de finalmente dizer. – Não... Eu quero que elas se fodam... Enquanto eu fodo você.

Depois de minhas palavras, Bella gemeu baixinho e voltou a atacar a minha boca de maneira ávida, fazendo com que eu me esquecesse por alguns segundos o meu próprio nome

– Caralho, baby. Se toda vez que eu me referir maternidade eu ganhar isso, eu vou querer a porra de um time de futebol inteiro com você!

Ela gemeu, provocando um frenesi em meu corpo. – Edward...

– Nós vamos fazer crianças tão bonitas que nossas filhas vão ser proibidas de participar de qualquer concurso de Miss do mundo inteiro. – Eu grunhi a medida que Bella mordicava meu pescoço e usava a outra mão livre para me livrar do calção que eu usava.

– Amor, faz um favor pra mim? – Bella pediu toda manhosa, me olhando por debaixo dos cílios longos. Não podendo nem sequer pronunciar uma palavra, devido ao prazer que aquela mulher me proporcionava, apenas meneei a cabeça em acordo enquanto aguardava seu pedido.

– Cala a boca, está bem?

É, esqueci de comentar. Outro grande defeito que não queria uma companheira e acabei tendo que suportar na Bella. Ela era mandona. Demais.

Mas se tinha um momento em que eu fazia questão de aceitar suas ordens, eram nessas horas em que ela encarava a dominatrix. Exatamente como ela fez naquele instante, sentando-se sobre a minha ereção dolorida e rebolando devagar enquanto arrancava a blusa que o usava para expor seus seios redondos para minha boca sedenta.

E tudo o que eu podia fazer antes de ela se inclinar para a frente e me beijar era dizer. – Sim, senhora.


Prontinho! Capítulo postado!

E aí, o que vocês acharam das mudanças? Boas, ruins, desnecessárias?

Tô no aguardo e até domingo que com o próximo capítulo!

Beijos

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