Com ela, sem ela.
Sinopse: Crepúsculo, página 161. O que exatamente se passou na cabeça de Jesse de Silva ao saber que poderia ter a chance de viver. S/J.
Capitulo único.
– Experimente me explicar, hermosa – Disse numa voz dura, apertando o braço dela.
E então, Suzannah despejou tudo que sabia. A história toda. Como Slater havia descoberto um modo de voltar no passado, como havia roubado o dinheiro da Sra. Gutierrez, a compra da fivela que pertencera a Diego. Slater ia impedir meu assassinato. Eu iria viver. E então, antes que pudesse me impedir, comecei a pensar como seria se Felix Diego jamais tivesse me matado naquela noite. E uma pequena fantasia se passou pela minha cabeça.
Eu, apresentando Suzannah a minha família. Suzannah conversando com minhas irmãs enquanto eu a observava. Eu, no altar, enquanto Suzannah caminhava para mim. Suzannah e eu, abraçados, em frente a uma enorme casa. Suzannah com um bebê no colo, cantando para ele, enquanto eu beijava sua testa. Suzannah e eu, juntos, vivendo a vida que sempre sonhei viver com ela, enquanto envelheciamos juntos.
E então, a verdade me atingiu. Suzannah estaria aqui, no futuro. E eu estaria lá, no passado. Jamais nos encontraríamos, jamais nos conheceríamos... Eu não lembraria dela. E ela não lembraria de mim. Eu não a amaria. E ela não me amaria. Ela diria sim a Paul Slater. E eu me casaria com alguém como Maria. Do que adiantaria viver uma vida inteira, se Suzannah não estaria ao meu lado? Eu não estaria vivendo. Estaria sobrevivendo.
– Não, hermosa – respondi calmamente. – Você não pode fazer isso.
Respirei fundo, pensando novamente. Em breve, Suzannah iria para a faculdade, e o que a mãe dela pensaria? Suzannah nunca se casaria, nunca teria filhos, nunca seria levada ao cinema, ou ao parque. Não. Suzannah jamais faria nada disso porque seu namorado, eu, é um fantasma. Mas eu ficaria. Ficaria aqui, ao lado dela, até que um dia Suzannah percebesse o que está fazendo e me dissesse para ir embora. Eu ficaria durante todo o tempo que ela me quisesse. E nenhum adolescente psicótico que acha ser Deus vai me impedir.
– Você não pode ir atrás dele. Ele é perigosi demais. Eu vou. Eu vou impedi-lo.
E iria. Porque eu iria até o inferno, se fosse preciso. Eu morreria de novo, eu mataria, eu faria qualquer coisa que fizesse Suzannah feliz. E se, naquele momento, estar comigo a fazia feliz, então eu ficaria. Porque Suzannah Simon era a minha vida, a razão de eu ainda estar aqui. E eu a amaria para sempre.
