Olá Batmaníacos!
Esta fanficton se situa no Nolanverse, em certos pontos contando hiatos na história de BB e TDK e recontando fatos das duas películas. O elenco é o mesmo e à medida que os personagens forem apresentados, sinalizarei quais atores os imagino interpretando-os. A Harley eu idealizo a finada Brittany Murphy, mas Natalie Dormer também é bem interessante. A imagine como quiser, esta eu deixo livre.
Isso aqui é só para diversão e não temos intuito de ganhar dinheiro com isso, a não ser que a DC Comics se interesse por nossos dotes roteiristas (que garanto, são melhores do que os de muitos roteiristas hoje no mercado).
Ah, a fic é Rated T até começar a violência e o sexo, quando então será classificada como M.
Crianças, vão ler fics Mary Sue!
Tenha uma coisa em mente: Harley Quinn é nossa personagem principal e se envolverá com meio mundo de homens, entre eles o Joker (dãããã), o Espantalho, Bane e sobretudo Batman/ Bruce Wayne.
Não se assuste porque começamos do final. Aposto que você vai querer saber de tudo que levou a esta tragédia.
Enjoy e deixe seu comentário!
DON'T EVER LOOK BACK
1
Manhã fria no outono de Gotham. Era quase inverno e todas as folhas que tinham que cair, haviam caído.
Um idoso sempre corria pelo parque, perto do rio, no local mais afastado, com seu cãozinho peludo. Neste dia ele decidiu que nem a garoa o impediria de se exercitar.
A neblina ainda cobria as margens do rio que cortava Gotham, e ele não notaria nada de estranho no caminho tão conhecido, não fosse pelos latidos desesperados de Spike.
- O que foi criatura? O que diabos você está fazendo junto dis... – ele não terminou a frase ao ver o porque de todo aquele barulho.
Rapidamente o homem procurou o celular e digitou 911.
No GCPD
Gordon acabara de chegar na unidade e já ia começar a ler a papelada que o departamento de investigação entregou durante a madrugada. Algo iria acontecer no Arkham, o ar estava pesado.
O telefone tocou quando ele soprou pela primeira vez seu café fumegante.
- Gordon falando.
- Comissário, 419. Repito, 419 no rio. Mulher, branca, tudo indica que seja ela.
Rapidamente o homem largou o telefone e o copo e gritou que alguns agentes o acompanhassem.
Bruce ainda estava acordado. Eram 13h e o menino tivera febre a noite toda e pela manhã finalmente tinha dormido após ser colocado em sua cama. Parecia um anjo. Como a mãe dele teria sido se não tivesse pisado em Gotham.
- Ele só precisava de calor humano para ficar quieto. – disse Alfred entrando com o café da manhã de Bruce e a mamadeira da criança numa bandeja.
- Não sei o que fazer com ele Alfred. Se não for meu, aquela maluca tem pais, eles podem criá-lo. – Bruce se levantou da cama, aconchegando o menino com travesseiros.
- Não via uma cena dessas desde que você era um bebê e sua mãe o colocava pra dormir na cama do casal. – Alfred sorriu.
- Estou atormentado com isso. Ela deixou o menino com Lucius, nem entrou para falar comigo. Eu estava lá na torre Alfred! – ele suspirou desolado. – Devia estar com pressa. A procurei por três noites, e na quarta ele tem febre e me impede de sair para caçá-la.
- Patrão Bruce,você vai encontrá-la. Mas por Deus, faça um exame de DNA.
- O quê? DNA? Porque eu faria isso agora? – Bruce se vestiu, indignado.
- A dúvida é um peso pior do que a certeza da responsabilidade.
- E se ele não for meu?
- Se não for, procuramos a família dela, deixamos o garotinho com eles, uma bela quantia para ajudar e o senhor vai procurá-la. Eu particularmente acho que ela está tramando algo com o Joker.
- Eu não sei o que pensar. Ontem senti um peso como se estivessem esmagando meu peito, e ele ainda adoece para terminar de acabar comigo.
- O senhor quer que ele seja seu, não é mesmo? –Alfred sentou ao lado do menino e olhou Bruce.
- Importa o que eu quero?
- Claro, porque se você quiser, mesmo sendo filho do Joker ou de qualquer outro com o qual ela tenha dormido, você vai querê-lo pelo simples fato dele ser dela e dela tê-lo dado para você.
- Preciso trabalhar. Vou falar com Lucius. Cuide dele. – o homem disse evitando os olhos do mordomo.
Bruce não conseguia se concentrar nem mesmo para assinar um documento. Ficava zapeando os canais procurando noticias, procurando o nome dela na internet, importunando Lucius para saber de detalhes sobre a conversa com Harley que já tinham sido analisados, debatidos e imaginados mil vezes.
- Sr. Wayne – disse Lucius ao entrar na sala de Bruce. – interceptamos uma chamada para a sala do Comissário Gordon às 7h, e dizia algo como "419. 419 no rio". Você e eu sabemos que 419 quer dizer corpo humano morto. Mas quem seria e porque ainda não saiu em nenhum noticiário?
- E você me diz isso agora Lucius! – Bruce se levantou e correu para a porta.
- Bruce! Eu só decodifiquei a mensagem agora! – o homem gritou para o patrão, mas este já devia estar no heliporto.
Chegando ao terraço, Bruce passou rapidamente por Alfred que brincava com o menino no chão enquanto algum desenho animado cheio de ovelhinhas passava na TV.
- Patrão, alguma novidade? – perguntou o homem mais velho, em tom apreensivo.
- Espero que não seja o que temo! – gritou Bruce de algum canto distante do apartamento.
Pegando o menino no colo, Alfred foi ao encontro do patrão.
- O que teme? Alguma pista dela?
Olhando para a criança, Bruce fugiu do assunto.
- Esse menino não tem nome?
- Na carta não tinha nome. Talvez ela não tenha mencionado para mantê-lo em segurança. Eu o chamo de Tom.
- Pelo amor de Deus! Tom? – Bruce imediatamente associou ao seu pai, Thomas Wayne.
- Tem algum melhor? – Alfred riu. – Ele ri muito quando passa Tom & Jerry na TV.
- Temos que dar um nome a ele. Quero fazer o maldito exame também.
- Que bom! Para o nome, meu voto é Thomas Wayne II. – Alfred sorriu e Bruce carranqueou. - Amanhã eu chamo os médicos.
- Preciso ir. Cuide dele. – e colocando a máscara, Bruce se foi, não sem antes beijar carinhosa e desajeitadamente o cabelo castanho da criança, que se arrepiou e começou a chorar. – Está vendo, ele nem gosta de mim!
- Com essa máscara horrorosa, não tem quem não se assuste. – retrucou o mordomo, acalentando o bebê. – Saia!
Planando na escuridão entre os prédios, Bruce não parava de pensar em 419. 419 significa morte.
Seu localizador de GPS logo encontrou o carro de Gordon. O Comissário não sabia, mas era monitorado pelo Batman. Se pudesse, o morcego teria instalado localizadores no próprio Gordon.
Era o que ele temia. Gordon estava saindo do Departamento de policia técnica, parecia abatido.
Andando meio que perdido pela calçada, o policial logo focalizou aquele enorme morcego à espreita e foi para um beco no outro lado da rua.
- Sabia que você estaria aqui.
- O que houve Gordon? Porque todos esses policiais aqui? Quem morreu? – a voz do morcego tremia, e não era de frio.
O Comissário passou uma mão nos cabelos grisalhos e suspirou antes de olhar ao redor e responder:
- Consegue entrar sem ser visto? Vou tentar limpar a área o máximo possível, porque está difícil, todos querem ver.
- Ver o quê? Eu sei que alguém morreu! Me diga quem é! – Batman esbravejou.
- Faça o que eu estou pedindo! – Gordon se exasperou.
- Ok.
Enquanto Gordon voltava para dispensar seus homens e enxotar outras unidades curiosas e jornalistas mais curiosos ainda, Batman pulava de prédio em prédio até chegar ao telhado do Departamento.
Era ali que ficava o maior necrotério da cidade.
Quando conseguiu deixar o local tranqüilo novamente, Gordon deu um jeito de enganar os legistas e fazer com que eles fossem tomar um café, descansar, o que fosse, mas longe da câmara fria.
Ele mal piscou quando viu aquele manto negro vindo em sua direção.
O coração do morcego parecia afundar a cada passo. Ele confiava muito em seu instinto e dessa vez rezava para qualquer deus ou santo, para que estivesse enganado.
Ver a placa NECROTERIO foi aterrorizante.
- Entre. – Gordon quase sussurrou.
Quando eles estavam em meio a freezers cheios de cadáveres, o policial olhou em uma mesa de metal o que parecia ser uma ficha.
Depois se dirigiu a uma gaveta e a abriu com um respeito que arrepiaria quem visse a cena. Batman olhava hipnotizado, perdido em pensamentos.
Respirando fundo, Gordon puxou a gaveta e com cuidado, abriu o zíper daquele horroroso saco preto.
- Eu sinto muito Batman. – foi o que ele conseguiu dizer.
O morcego deu três passos e olhou para a face pálida que Gordon acabara de revelar.
Um misto de desespero e ódio percorreu todo o corpo do Batman, Bruce, ou seja lá quem fosse atrás daquela roupa de kevlar.
Um urro escapou de sua garganta e ele chegou mais perto, tocando nela. Ele precisava saber se aquilo era real ou uma alucinação.
- Harley! Não... – ele gemeu.
Não chorou. Não conseguia. Mas não se conteve e esmurrou uma das portas de aço que viu pela frente. Gordon não tentou contê-lo, não poderia.
- Como aconteceu Gordon? Ela... não, não! – ele disse, pela primeira vez sem inibir suas emoções na frente do velho policial.
- Foi encontrada por um idoso e seu cachorro que passeavam perto do rio. Estava com as pernas na água e envolta num saco transparente. Tem marcas de agressões no corpo inteiro, mas ainda não está muito inchada.
- Ela foi violentada?
- Não sabemos, a autopsia ainda não foi feita. Eu só estou dizendo o que me disseram e o que vi no corpo dela. Veja, ainda está com o vestido com o qual foi encontrada.
Batman se aproximou e seu terror foi maior. Era o vestido que Bruce dera a Harley na primeira noite que ela lhe atendeu como prostituta. O mesmo com o qual ele pediu que ela fingisse que era sua mulher.
Os lábios do morcego começaram a tremer e Gordon achou melhor fechar o saco.
- Chega!
- Não! Espere mais um pouco, por favor! – sussurrou rouco.
- É uma visão muito triste, eu não agüento. Semana passada a vi correndo com um bebê nos braços indo na direção da Torre Wayne. E agora a vejo assim! – suspirou o policial, com a voz embargada. – Sei que ela e o tal playboy eram amantes. O filho pode ser dele. Vou investigar.
Ao ouvir isso, Batman gemeu:
- Deixe que eu investigo o tal milionário. Veremos se ele é mesmo o pai da criança.
- Eu não comentei isso com ninguém, portanto, não perca tempo e vá investigar e me dê notícias. Sabe que confio em você. Vou colocá-la de volta. Chega!
Engolindo em seco, o morcego deu uma ultima olhada na face de Harley. Parecia tão desolada. O mundo dele pareceu mais escuro.
- Amanhã farão a autopsia e os jornais terão o que noticiar nos próximos 10 anos. A prostituta mais famosa de Gotham, a namorada do maior psicopata da cidade, foi encontrada no rio. Lamentável. Era uma boa menina até se envolver com aquele monstro.
- Ela ainda era uma boa menina. – disse o Batman ao tocar o rosto dela uma última vez.
- Você é quem diz.
Virando-se rapidamente, o cavaleiro das trevas sumiu.
Gordon a colocou de volta no lugar.
Tudo parecia triste.
Ele não iria para casa. Não esta noite. Não agüentaria o choro do menino, os olhares piedosos de Alfred e muito menos ter de contar como a encontrou.
De pé no alto de um prédio, ele parecia um monstro, uma criatura dos infernos.
Iria chover.
Ele arfava, estava sem ar. Desde a morte de seus pais algo não o devastava com tanta intensidade, nem mesmo a morte brutal de Rachel.
Não suportando, caiu de joelhos e se apoiou num dos gárgulas da fachada.
Era o amanhecer do dia 31 de outubro.
Continua...
