N/A:

Disclaimer: Harry Potter, pai, mãe, tio, amigos, vizinhos, inimigos e o resto não me pertecem, mas a J.K.Rowling e seus representantes.

Fic: Não é uma fic imprópria para crianças - e eu tenho que dizer algo porque, por algum motivo, todos até agora que viram o título riram de mim ¬¬ Na verdade, ela se resume a (...), em partes que não há nada impróprio, dependendo do que você achar. A minha mente está limpa , porque sou muito inocente, xD E, deixando o título de lado, vamos informar sobre a fic: É uma short (já me perguntaram se teria mais capítulos... Qualquer coisa que eu escrevesse ficaria apenas repetitiva, apesar do título estar no plural ), um tanto curta, eu acho. E Tiago/Lily. Me disseram que já havia uma fic nesse sentido ×.× Bom, só para esclarecer, eu não li nada do tipo, então eu peço desculpas se algo tiver igual, mas eu juro que não era minha intenção. 'Veneza' foi a primeira cidade que me veio a cabeça - eu ia mudar depois, disse a mim mesma, mas depois pensei que tinha que ter um passeio pelo canal... Bom, qualquer cidade poderia se encaixar e isso era irrelevante. E, que mais? Ah, sim, essa fic está exageradamente romântica. Eu diria que "errei muito"na hora de colocar o romance, mas, ao mesmo tempo, qualquer coisa que eu tirasse ficaria estranho. E... enfim, acho que só... Eu já avisei o que acho dela - porque sempre listo os pontos negativos? -.- E, de qualquer modo, eu amaria reviews Obrigada! (-.-) x)

Créditos: A fic é para a Pattyta e a Gaby, que betaram meus erros idiotas e para a Bruna - a quem eu devo uma 'cena' e que ficou lendo a fic em voz alta na hora do intervalo, fazendo um garoto achar que sou uma tarada, embora não tenha obcenidade nenhuma¬¬' -. E há outra cena que eu tirei do filme 'Indiana Jones e A Última Cruzada' porque a cena é tão bonita... E a música é do filme 'Moulin Rouge'.

Por último... Até outra x)


Nossas Noites de Núpcias

O dia não poderia estar terminando de um modo menos propício a um dia de casamento. Se horas antes o recém-casal estava entre beijos e sorrisos, agora não poderiam oferecer maior contraste. Eles não entraram triunfalmente na casa da Lua-de-Mel, com ela sendo carregada por ele no colo, para depois ser jogada na cama e juntos saborearem um delicioso jantar, com direito a champanhe. Mas as coisas nunca eram simples para eles. Tudo era mais complexo entre Tiago Potter e Lily Evans – agora Lily Potter.

Lily e Tiago entraram emburrados na casa, ela olhando com aversão para o marido – Será que ele nunca vai crescer? - e ele se sentindo não menos irritado – Por que ela sempre estraga tudo?

Sem pressa, Lily se sentou na cama, descruzando os braços e alisando o vestido. Ela optara por se casar com um traje simples bruxo, meio medieval, mas de forma alguma quisera o branco. Não. Naquela manhã trajara um vestido verde, dar cor de seus olhos, que a deixara ainda mais linda. Sorriu por um momento, lembrando-se da cara que Tiago fizera ao vê-la com a roupa... Então seu sorriso se apagou quando se lembrou do quão infantil ele conseguia ser.

Fitando-a com uma expressão muito próxima do desgosto, Tiago estava em pé, parado ao lado da porta, esperando que ela falasse algo. Soltou um muxoxo alto o suficiente para ela perceber, mas Lily sequer levantou a cabeça. Bufando alto, foi ao banheiro, batendo com força aporta, sem reparar na beleza do lugar – uma banheira que mais lembrava uma piscina não podia ser ignorada! -, foi ao lavabo e deixou que a água fria molhasse-lhe a face.

Respirou fundo, se acalmando. Vá lá, disse uma chata voz interior, ao se fitar no espelho, se acalme, faça as pazes, ela merece. Não vou fazer isso, ele disse, mentalmente, ao que a voz chata simplesmente riu: Você não se casou com a mulher da sua vida para passar o primeiro dia brigado, casou?

Admitindo sua derrota – a contragosto -, se voltou para a porta. Tentou girar a maçaneta. Nada. A porta não se abriu. Tentou mais uma vez. Trancada. Ela trancara a porta. Inacreditável.

­– Lílian!

E a voz do outro lado apenas saiu calma.

­– O que foi, Tiago?

­– Abra logo esta porta!

Lily pareceu pensar antes de responder.

­– Não posso!

­– Não pode?

­– Não, estou... – houve uma breve pausa que ele jurou ter ouvido ela rir. -... trocando de roupa.

­Ele quase quebrou a porta de raiva.

­– Lily, deixe eu te lembrar... Estamos casados agora, só para variar.

A resposta dela foi cheia de desinteresse.

­– E daí?

Mas já era suficiente para ele. Irritado, desembolsou a varinha – o que já devia ter feito há muito tempo - e mirou a maçaneta.

­– Alorromora!

O som da risada enchia o quarto quando abriu a porta. Paralisado, fitou Lily, ainda sentada na cama, com o vestido intocável e um sorriso malicioso na face.

­– O bom de ser certinha, Tiago, é que nunca você nunca saberá quando estou brincando e quando falo sério.

­– Então não está mais brava comigo? – ele perguntou, esperançoso, ajoelhando-se ao seu lado. Sua raiva sumira ao lhe encarar. Ela meramente abaixou a cabeça para fitá-lo, sorrindo mais que nunca.

­– Talvez. Você acabou de pagar uma parcela do que deve por ter aprontado para o Snape hoje de manhã.

Tiago resmungou enquanto Lily acariciava-lhe os cabelos.

­– Não é minha culpa se ele é um maldito Comensal da Morte.

­– Você não tem provas, Tiago - ela emendou num tom entre o gentil e o óbvio. – Eu também não gosto dele, mas quando você decidiu que a festa estaria aberta a quem quisesse ir, devia esperar algo desse tipo.

Ele tornou a soltar um resmungo.

– Ele podia ter se tocado, só para variar, e não aparecer.

– E você poderia ter ignorado – ela replicou. – O que foi? – perguntou, quando Tiago levantou os olhos para ela, com um brilho malicioso.

­– Estou me perguntando por que em plena Lua-de-Mel, falo do Seboso...

Ela soltou uma sonora risada, o brilho em seu olho se ampliando quanto mais ele se elevava para ficar numa altura igual à dela sentada na cama.

­– E o que exatamente você queria fazer? – ela perguntou, em tom que sugeria dúvida.

­– Isto – e se inclinou para beijá-la. Lily se esquivou, rindo, e foi em direção às malas. – O que você está fazendo?

– Eu quero trocar de roupa – ela explicou, olhando para as próprias roupas em dúvida. – Não quer dar uma volta por aí?

– Hein? – Ele revirou os olhos. – Isso tudo é vergonha de mim?

Ela sorriu, divertida.

– Por que eu teria? Você é o meu 'marido', não?

– Então é uma surpresa? – ele enlaçou-a. Ela mordeu os próprios lábios ao deitar a cabeça no ombro dele.

– Não é nada do que você está pensando, Potter – Lily informou, soltando-se dele. – Agora, se me der licença...

E as lembranças de Tiago sobre as primeiras horas de lua-de-mel seriam a dele contemplando a bela visão de Veneza, enquanto esperava.


Ela leu o cardápio calmamente, ignorando o olhar que Tiago Potter lhe lançava. Tinha um sorriso oculto nos lábios – jamais admitiria que estava se divertindo com tudo aquilo.

– Já escolheu? – perguntou, tamborilando os dedos na mesa. – Eu gostei desse spaghetti. O que acha?

– Pode pedir dois – ele resmungou. Lily piscou os olhos.

– Por que o mau humor?

Tiago fez uma careta.

– Devo enumerar? – Ele começou a erguer os dedos, diante do olhar impassível da esposa. – Um: Eu comecei a minha lua-de-mel com a minha esposa irritada. Dois: Ela me expulsou do quarto porque ia trocar de roupa. Devo lembrar a minha adorada esposa que eu sou seu marido? Três: Eu estou em plena Veneza, esperando por algo romântico, para variar, e estou almoçando num restaurante cheio de pessoas, enquanto podia... – e se calou por alguns segundos. – Não vai dizer nada?

- Estou esperando você acabar – Lily respondeu, paciente.

- Fique à vontade.

Lily sorriu, sem responder. O garçom se aproximou e perguntou-lhes o que queriam. Com um olhar à esposa, Tiago fez o pedido – o sorriso dela começava a intrigá-lo.

- Então – ela começou, quando o garçom se afastou. -, vamos responder. Um: Tente perguntar a sua esposa por que ela está tão brava com você. Bom, é claro que Tiago Potter jamais faria algo para irritá-la, não? Dois: Ah, sua esposa gostaria de lhe lembrar que só porque Tiago Potter é seu marido, não é seu dono. Três: O que você poderia estar fazendo agora?

Ele sorriu, malicioso.

– Nada que você não saiba – murmurou, enquanto ela tomava um copo d'água. Lily encarou-o, divertida.

– Você não presta mesmo, Potter.

– E você sabia disso muito bem quando se casou comigo – Tiago observou.

– Eu imaginei que você pudesse crescer algum dia. Na verdade, ainda tenho esperanças.

Por alguma razão, Tiago começou a bagunçar seu cabelo, displicente. Lily estreitou os olhos, agora parecendo irritada.

– Vai perder seu tempo, Lily – Tiago respondeu, com orgulho. – Eu serei um maroto eternamente. A não ser... – Revirou os olhos. – É, talvez eu possa ser um pouquinho mais 'adulto' quando estou com você.

– Então é tudo uma questão de interesse?

– Eu diria que é uma questão de maior proveito – ele se inclinou na mesa, e Lily fez o mesmo. Olhos contra olhos.

– Você definitivamente não presta, Potter – Lily riu. – O que eu fiz para te merecer?

Ele deu de ombros.

– Não sei. Nós somos tão diferentes, não?

Lily meneou a cabeça. Eles estavam muito próximos.

– Até demais. Os opostos se atraem, Potter.

Tiago sorriu. Não havia mais do que quinze centímetros de distância entre suas faces.

– Imagine nosso filho. Como ele vai ser?

– Provavelmente tão maroto quanto o pai – dez centímetros.

– E isso é uma coisa ruim?

Lily pareceu pensativa.

– Eu só acho que vou me cansar de receber tantas corujas de Hogwarts. Dumbledore vai ter que agüentar uma nova geração de marotos...

– Ou Marotas. Poderíamos ter uma filha. O que acha?

Lily meneou a cabeça negativamente.

– Será um menino.

– Mas terá os seus olhos – ele acariciou-lhe a face. – Já disse que seus olhos são lindos?

– Tiago...

– Sabe no que eu estava pensando? – ele abaixou a voz. – Em esquecer desse almoço...

Ela soltou uma sonora risada e sentou-se normalmente na cadeira. Tiago pareceu profundamente decepcionado.

– Por que essa obsessão agora? – Lily perguntou, divertida.

– Você sempre foi minha obsessão – ele respondeu, num tom formal.

– Já me casei com você – e seu tom sugeria estar arrependida disso, embora sorrisse. – Não vou mais fugir. O mau já está feito.

– Sempre é possível pedir o divórcio – ele lembrou.

– Você não vai se livrar tão fácil assim de mim – ela declarou, no momento em que o prato finalmente chegava.

As segundas lembranças de Tiago sobre sua tão esperada Lua-de-mel seriam a de muita macarronada, enquanto ele tornava a esperar.


A gôndola estava parada, à espera, ondulando no canal. O condutor também esperava, paciente – Lily conversara com ele por alguns minutos, enquanto aguardava pelo marido, e o achara muito simpático. Dissera que trabalhava naquilo há mais de dez anos e em breve se aposentaria.

– Mas a senhorita está sozinha? – ele perguntou, num inglês com sotaque forte. Lily meneou a cabeça.

– Estou com meu marido.

Ele riu – reparara na aliança reluzente na mão dela.

– Recém-Casados, hein? Eu me lembro da minha Lua-de-Mel. Muito bonita, eu e minha Anna. Em Roma, hein. Muito romântica. Mas Veneza é um lugar maravilhoso. Vocês fizeram uma boa escolha.

– Foi minha mãe quem sugeriu. Ela... Ah, Tiago! – e ergueu uma sobrancelha, ao ver o marido se aproximar, com uma singela rosa nas mãos.

– Uma flor para você – ele disse, sorrindo. Tentou beijá-la, e novamente Lily se esquivou, fazendo-o beijar sua face.

– Eu não costumo aceitar flores – Lily replicou, também com um sorriso. Ele poderia jurar que havia uma malícia oculta no olhar dela – uma malícia que ele adorava. Ou talvez a adorasse por inteiro. Acariciou-lhe a face.

– Você está com sorte. Eu também não costumo oferecê-las.

– Então vou considerar isso um agrado. De qualquer forma, fico triste. Amanhã já terá murchado.

– Mas meu amor continuará vivo – Tiago recitou, agora colocando outra flor sobre os cabelos ruivos dela. Lily fitou-lhe nos olhos longamente, parecendo pensativa.

– Vamos – disse, ao que ele pareceu desanimado. O condutor entrou no barco e começou a tirar a corda que o prendia no cais. – E, antes que eu me esqueça... Obrigada, Tiago – e, erguendo-se na ponta dos pés – ele era bem maior que ela -, beijou-lhe os lábios de leve.

Ele a enlaçou, com um sorriso enorme.

– Eu te amo – disse, num murmúrio, ao pé do seu ouvido, quando a gôndola começou a navegar, lentamente, pelo canal. Lily deitou sua cabeça no ombro dele.

– Eu imaginei que sim – ela murmurou, rindo-se, observando a cidade. – Para me aturar tanto a ponto de casar comigo, tem mesmo que me amar...

– Ou tem que estar louco – Tiago acrescentou, fazendo-a revirar os olhos. – Ou talvez as duas coisas, o que é o meu caso.

– Então você é um louco apaixonado?

– Eu poderia dizer que sim. E a culpa é toda sua.

– Eu não fiz nada – Lily retrucou.

Tiago pestanejou.

– Eu sempre achei que você tinha colocado uma Poção de Amor na minha comida – e eu digo uma poção realmente forte – e, como ela parecia confusa, ele acrescentou: - Essa sempre foi a única razão que eu encontrei por te amar tanto...

Lily piscou, divertida.

– Você duvida dos meus toques encantadores, Tiago. Não preciso de uma Poção para fazer alguém se apaixonar por mim.

Ele acariciou-lhe a face.

– Seja lá qual tenha sido seu método, Lily, funcionou – beijou-lhe a fronte. – Até demais... – acrescentou, novamente num murmúrio, com uma malícia na voz. Lily separou-se um pouco, para lhe encarar nos olhos.

– Por que eu noto uma ponta de maldade no que você diz?

Ele deu de ombros, agora com um olhar inocente.

– Porque provavelmente há. Na verdade, tudo que eu digo que se refere a você tem segundas intenções – acrescentou, num tom de quem admite uma derrota.

– Você não muda mesmo, Potter.

– Você não acharia graça em mim se eu mudasse, não é mesmo?

– Talvez... O que acha de uma experiência?

Tiago fez um meneio negativo com a cabeça.

– Eu não seria eu se não fosse do jeito que sou – retrucou, com pesar.

– Talvez eu pudesse gostar de um 'você' que não fosse 'você'.

– Mas nenhum outro 'eu' te amaria tanto quanto esse 'eu' te ama – ele recitou, fazendo-a sorrir.

As lembranças de Tiago sobre esse passeio de canal por Veneza seriam ótimas, mas ele ainda esperava. E a espera era agonizante.


Ele olhou, entediado, para suas cartas. Bocejou, abertamente, numa tentativa de demonstrar, indiretamente, seu descontentamento com aquela situação.

– Ganhei – Lily declarou, de súbito, abaixando suas cartas e mostrando um par perfeito de ases. – Mas não vale, você está me deixando ganhar – ela fez uma careta. – Confesso que não tem graça, Tiago. Ganhar oito jogos seguidos é realmente enjoativo.

– Ou entediante – ele retrucou, encarando as cartas espalhadas pela mesa. Lily piscou, inocente.

– Qual o seu problema? Pensei que estivesse se divertindo.

– A questão é, minha cara Lily, que ninguém gosta de passar uma tão esperada Lua-de-Mel jogando cartas.

Lily meneou a cabeça e relaxou na cadeira, preguiçosa.

– Eu imagino que sim.

Tiago suspirou.

– Por que está fazendo isso comigo, Lily?

– Porque você merece – ela respondeu, na mesma hora, como se ansiasse que ele fizesse tal pergunta.

– Isso tudo por causa do Seboso? – fez uma careta. – Claro, aquele idiota tinha que atrapalhar minha lua-de-mel...

Ela deu de ombros.

– Mas foi por culpa dele que estamos juntos, para começo de conversa.

– Bom... Algo de bom ele tinha que fazer na vida – Tiago retorquiu, parecendo pensativo. Em resposta, Lily jogou-lhe uma almofada na cara, rindo. – Por outro lado, ele é a razão dessa abstinência em plena Lua-de-Mel, então tenho minhas dúvidas...

– Você realmente acha que eu me importo com Snape? – Ela perguntou, num murmúrio.

– Então qual é a razão?

Lily deu de ombros.

– Eu estou com fome – disse, de súbito. Levantou-se e foi até suas malas. – Aonde vamos?

Um sorriso maroto se espalhou pela face dele e seus olhos brilharam. Lily ergueu uma sobrancelha, em sobreaviso. Conhecia Tiago Potter o suficiente para suspeitar dele, até mesmo quando o marido parecia inocente.

– A lugar nenhum – ele declarou, numa euforia incontrolável. – Aliás, você, que gosta tanto assim de Veneza, pode dar uma volta pela cidade. Ouvi falar de uma feira por aqui – não, isso é em Roma... De qualquer modo, vá se distrair. Não quer fazer compras? Toda mulher gosta de gastar dinheiro...

Ela fez uma careta.

– Eu não sou assim.

Ele acariciou-lhe a face.

– Claro que não. Você não é uma mulher como as outras. Você é a única...

– A única que te atura – Lily completou, embora sorrisse. Beijou-lhe os lábios. – Vou sair, se é tão importante. E, Tiago... Faça valer a pena.

Tiago sorriu, satisfeito.

– Valerá.

Agora, ele sentia que não precisaria esperar muito. Talvez estivesse certo. Talvez não.


Havia um traje de gala à sua espera quando voltou, lá para às oito horas da noite. Tinha que admitir que, mesmo com as milhares de coisas que vira – ela passara meia hora provando sorvetes num local ali perto e amara –, estava cansada. E, para sua contrariedade, sentia saudades dele.

– É o fim do mundo – disse, num resmungo. – Eu sentindo a sua falta. Parabéns, Tiago Potter, está conseguindo... – E, sem saber exatamente porquê fazia isso, trocou de roupa e colocou o traje. Olhou-se no espelho. – Hum. É, nada mal. Suponho que poderia estar pior...

– Você está linda – Tiago Potter declarou, fazendo-a sobressaltar.

– O quê... – ela se virou. E, novamente, sorriu, contrariada, ao vê-lo. – Hum, você também está... É...

– Lindo, eu sei – ele beijou-lhe, antes que ela tivesse alguma reação.

– Não era bem isso que eu ia dizer – Lily retrucou.

Ele pareceu um tanto desanimado.

– E o que você ia dizer?

– Que você está sério. – Tiago deu de ombros.

– Achei que você gostaria de me ver de... Terno – ele se engasgou com a palavra.

– Tudo isso para me agradar?

Tiago acenou afirmativamente com a cabeça.

– Para você ver o quanto é difícil te agradar.

– Ainda dá tempo de pedir o divórcio – ela brincou, ignorando o fato de que, com a mão em sua cintura, ele a conduzia para a varanda.

– Eu gosto de desafios. Mesmo os mais irritantes.

– Irritante? – Ela estava se divertindo, mesmo que não o admitisse. – Vou me lembrar disso...

– Mas você também é um desafio lindo.

Ela riu. Estava, definitivamente, de bom humor. Uma música começou, no momento em que cruzaram a soleira da varanda. Lily franziu a testa ao ver uma banda oculta do outro lado da mesa – com um jantar completo.

– Você não devia ter feito magia num lugar trouxa, Tiago – disse, olhando para os instrumentos que tocavam sem ninguém para conduzi-los. Tiago tornou a parecer desanimado, mas Lily deitou sua cabeça no peito dele. – Mas, se quer saber, eu adorei.

A espera estava no fim.


– Eu acho isso engraçado – ele confessou, enquanto a guiava. Acariciava-lhe a face com uma mão, e, com outra, sustentava-a pela cintura. Lily tinha os olhos fechados e parecia muito calma. – Você não saber dançar direito.

– Correção: Eu não me importo com isso. Mas, para quê? Você dança por nós dois.

Ele sorriu.

– Por isso você se casou comigo. Você não sabe dançar, eu sei.

– Você não tem juízo, e eu tenho – ela acrescentou, rindo. – Assim, mantemos um equilíbrio perfeito.

– Nós somos um casal perfeito, não somos?

Lily não respondeu logo.

– Eu diria que sim.

– Mas isso é porque eu sou perfeito – ela ergueu os olhos para encará-lo e ele procurou parecer inocente. – E sou perfeito porque me casei com a mulher perfeita.

Ela sorriu.

– Acho que é perfeição demais para mim – Lily retrucou.

Tiago não respondeu. A música lenta era ótima para um silêncio e, sem dizer nada, apenas a puxou mais para perto de si. Lily mordeu os lábios, seus olhos brilhando de um modo inexplicável.

– Lily... – ele começou, baixinho.

– O que foi? – ela procurou esconder uma risada.

– Eu mereço, não mereço?

– O quê?

Tiago tornou a se calar. Trouxe-a para mais perto ainda de si e lhe beijou longamente – Lily não demonstrou qualquer resistência a isso, mesmo quando ele a conduzia para fora da varanda, a banda mágica os acompanhando.

– Você é um tarado pervertido, Potter.

– Eu não posso evitar ser obcecado por você.

Lily riu.

– Já experimentou?

– Minha vida é absolutamente vazia sem você.

– Por que está tão romântico hoje?

Ele limitou-se a sorrir. Separou-se dela, e enquanto Lily sentava-se calmamente na cama, ele ofereceu-lhe uma taça de champanhe.

– Porque eu te amo, Evans.

– Potter.

– O quê? – ele piscou, confuso.

– Potter – Lily tornou, seu brilho no olhar se acentuando. Ele sentou-se ao seu lado e bateram os copos. – Eu sou Lily Potter.

– Então vou variar na minha fala – ambos tomaram um gole de champanhe. Sem dizer nada, ele retirou os copos da mão dela e colocou-os na mesa de cabeceira. – Eu te amo, Potter.

– Também te amo, Potter – ela tornou a rir. Pestanejou inocentemente quando Tiago se aproximou. E, agora, ela poderia admitir que estava divertida quando ele tornou a beija-la, da mesma forma que antes.

A banda continuava tocando. Mas a espera acabara.


Come What May

Haja O Que Houver

Christian

Never knew I could feel like this

Nunca imaginei que poderia me sentir assim

Like I've never seen the sky before

Como nunca tivesse visto o céu antes

I want to vanish inside your kiss

Quero morrer com um beijo seu

Every day I love you more and more

Todo dia te amo mais e mais

Listen to my heart, can you hear it sings

Ouça meu coração, você pode ver ele canta

Telling me to give you everything

Dizendo me para te dar tudo

Seasons may change, winter to spring

As estações podem mudar, inverno a primavera

But I love you until the end of time

Mas eu te amo até o último momento

Come what may

Haja o que houver

Come what may

Haja o que houver

I will love you until my dying day

Eu amarei você até o dia da minha morte

Satine

Suddenly the world seems such a perfect place

De repente o mundo parece um lugar perfeito

Suddenly it moves with such a perfect grace

De repente ele se move como uma graça perfeita

Suddenly my life doesn't seem such a waste

De repente minha vida não parece ter sido um desperdício

It all revolves around you

Tudo gira em torno de você

Satine and Christian

And there's no mountain too high

E não há montanha tão alta

No river too wide

Não há rio tão profundo

Sing out this song I'll be there by your side

Cantando essa música, estarei ao seu lado

Storm clouds may gather

Tempestades podem se formar

And stars may collide

E estrelas podem colidir

But I love you until the end of time

Mas eu te amo até meu último momento