Quem disse que opostos não podem coexistir? KyoTama

Ouran e seus personagens não me pertencem. Só uma pequena ideia, curtinha.

Boa leitura.

Mutualismo

- Eu amo a Haruhi, Kyoya.

O moreno limitou-se a encarar o loiro. Não tinha perguntado nada e não precisava ir muito fundo para saber daquilo. Os olhos claros do anfitrião tipo príncipe demonstravam, com toda sinceridade, seus sentimentos – sejam eles quais forem. Era isso que tanto irritava a ele, não? Mas que também o intrigava e fazia querer proteger toda aquela inocência. Mesmo com tantos problemas, o maior prosseguia seu caminho a sorrir... Kyoya só queria cuidar disso. Apesar de, em seu íntimo, ao mesmo tempo, querer destruí-la. Mas, se isso fosse acontecer, seria por causa dele. De ninguém mais.

Será que tinha feito Tamaki se sentir culpado?

Não. Nunca o forçava a ficar depois do horário. Se ele estava ali, era por vontade própria, por mais que aqueles orbes claros o fitassem intensamente, como se esperando que ele compreendesse – o que já compreendia melhor do que o próprio loiro.

Deixou sobre a mesa o seu lado a prancheta e a caneta que girava entre os dedos, levantando-se e indo na direção de Suou. As luzes que adentravam a Terceira Sala de Música eram fracas, vindo do lado de fora, iluminando as silhuetas e dando um ar de mistério e sedução ao local.

Além de compartilharem o lugar sem clientes ou outros anfitriões, ambos possuíam o mesmo pensamento: "se você a ama, o que faz aqui?". Foi o rei das sombras quem reagiu primeiro. Fechando os olhos, arrumou os óculos e sorriu de canto.

- Não tem problema, Tamaki – elevou a mão, tocando a face do mestiço, a qual se tingiu de rubro. – Enquanto você voltar para cá, tudo bem.

Os orbes azulados se desviaram dos escuros, demonstrando constrangimento. Poderia não ter dito nada... Todavia, o moreno não se chateara. Escorregou os dedos pelos cabelos claros até alcançar a nuca, pressionando-a e puxando para um beijo. Os lábios se selaram sem resistência, as pálpebras se magnetizando e os corpos se atraindo para um contato mais intenso.

Porque os dois sabiam: Tamaki sempre necessitaria de Kyoya. E este não exigiria nada fora do alcance do outro. Não pedia que ele o amasse ou desejasse de modo exclusivo... Só queria sua companhia.

Por isso, ele poderia amar a quem quisesse... No final, sempre correria aos braços daquele tão contrário a si. E, sem pensar, se afundaria naquelas sombras, derramando sobre si aquele pecado – não importando a quem amava. No final, estavam unidos por algo mais forte, por mais que o moreno não acreditasse em destino ou coisas desse tipo. Isso fazia mais o tipo do mestiço.

Eram como a luz e as trevas. A lua e o sol. Dois opostos que se completam, pois, assim como a luz é imprescindível às trevas, a luz também necessita da escuridão. Coexistiriam em um equilíbrio perfeito... eternamente.

x

Obrigada a quem leu.

Reviews? :3