Inalcançável
Era natal, e na casa da árvore todos estavam animados, exceto um caçador, que estava sentado a um canto. Roxton parecia não compartilhar aquela alegria. Marguerite vendo isso não pôde deixar de se aproximar.
- O que houve, roxton? – Perguntou sentando-se a seu lado. – Ontem você estava contente enquanto arrumávamos a árvore.
- Não é nada, Marguerite. – Respondeu taciturno.
- Como assim "nada"? Ninguém fica desse jeito por nada. O que está escondendo de mim? – De repente Roxton se levantou muito nervoso.
- Marguerite, você não é a única que pode ter segredos por aqui. – Marguerite se assustou, mas não disse mais nada. Os outros pareceram não notar a confusão. Depois disso Roxton foi para seu quarto deixando Marguerite sozinha. Ela não entendia o porquê dessa reação. Roxton sempre era tão calmo. Talvez fosse melhor deixá-lo sozinho por um tempo.
Roxton estava sentado em sua cama, pensando em sua atitude com relação a Marguerite. Ela podia ser arrogante e grosseira na maior parte do tempo, mas naquele momento parecia realmente estar preocupada. Tinha que se explicar, pedir desculpas, qualquer coisa. Não só porque a amava, mas porque o que sentia não era culpa dela.
Todos haviam ido para a cama, mas Marguerite estava sentada na varanda observando a paisagem. Roxton se aproximou.
- Marguerite, eu...
- Tudo bem, John. – Marguerite o interrompeu com um leve sorriso. – A culpa foi minha. Não devia ter me intrometido...
- Não, Marguerite. – Cortou Roxton. – Eu sempre digo que você pode confiar em mim, acho que devo confiar em você também.
- Roxton, não precisa me contar se não quiser, eu só... Estava preocupada. – Respondeu Marguerite sem graça. Roxton deu um leve sorriso e sentou-se a frente dela.
- Fico feliz em saber que se preocupe comigo, senhorita Krux. – Disse tocando o rosto dela com os dedos. – Não é sempre que um homem ouve isso, principalmente, de você. – Ela ficou vermelha e se levantou rapidamente.
- Então... Você está com fome? Não vi você comendo nada.
- Não. Tudo bem. – Roxton se aproximou dela novamente. – Só quero me explicar... Você sabe sobre o meu irmão, não é? – Marguerite concordou com a cabeça levemente. – No natal sempre fica mais difícil suportar a ausência dele e o fato de a culpa ser minha.
- John, a culpa não foi sua. – Marguerite segurou sua mão. – Foi um acidente.
- Eu sei, mas...
- Não, John. Você é um bom homem e deve entender que se ficar se culpando e pensando no passado, não poderá ter um futuro.
- E o que acontece quando seu futuro está bem na sua frente, mas parece inalcançável? – Marguerite sorriu.
- Não acho que seu futuro seja inalcançável. Talvez, você só tenha que ser um pouco mais persistente para alcançá-lo. – Roxton acabou com a pouca distância que havia entre os dois, puxando Marguerite pela cintura e logo em seguida a beijou, sem pressa. Tinham bastante tempo.
- Tem razão, Marguerite. – Disse Roxton assim que se separaram, ainda com os lábios próximos aos dela. – Não é inalcançável. – E assim ele voltou a beijá-la.
