Fale agora ou… Rapte a noiva?
Sinopse: Inuyasha Taisho não podia entender porque ficara tão irritado quando sua melhor amiga dissera que iria casar. E agora?
Autora: Sim, sim, eu sei. Nada de AXO. Como tinha dito estava bloqueada nele, mas ele não deve demorar, já estou na metade do capitulo o problema é tempo.
Obs: Como Vingança, essa fic terá apenas dois capítulos. (Eu realmente quero dizer dois. Nada de chapter extra)
Agradecimento: Quero agradecer a Beatriz Paz, minha beta temporária muito fofa! (que aliás foi quem me encorajou a postar essa short)
Quero dedicar essa short a Agome chan, porque ela é outra fofa que me faz rir demais com os comentários dela. ;)
Enfim, boa leitura.
Ela estava linda.
Não.
Ela era praticamente um anjo.
O vestido branco contornava delicadamente seu torso, e se abria em uma confusão de renda, bordados, e seda na saia. Os ombros magros expostos pelo decote discretíssimo eram uma tentação. Seus cabelos brilhantes e macios, como muitas vezes eu mesmo comprovara, estavam em um coque cuidadosamente arrumado e com muitas mechas soltas.
E lá estava minha melhor amiga indo para o altar. Acompanhada de seu pai, um senhor alto e esguio de feições fortes.
(1 hora e meia atrás)
Havia dois meses que Kagome tinha me dito que aceitara o pedido de casamento de Houjo. E durante esses dois meses a evitei a todo custo. Eu não entendia porque crescera uma raiva estúpida em mim em relação a Houjo.
Claro, eu nunca exatamente gostara dele. Ele era passivo demais. Chegando a ser irritante. Kagome precisava de alguém com quem ela pudesse discutir, mesmo que ganhasse no final. Mas com Houjo era sempre:" - Concordo Higurashi". "– Sim". "– Eu também" ou "– Você está correta".
Deus!
Além do fato de que ele ainda a chamava de Higurashi! Eles iam se casar e ele a chamava de Higurashi! Obviamente, Kagome o defendia dizendo que Houjo era educado e tímido demais para chamá-la de Kagome. Mas que ele prometera a ela chamá-la pelo primeiro nome.
Duvido.
O fato é que eu não conseguia olhar para ele, sem ter uma vontade quase dolorosa de esmurrar aquele rosto excessivamente feliz dele.
Por Deus! Até Kouga seria melhor que Houjo!
Ele podia ser um lobo fedido, mas ao menos era melhor para Kagome. Não bom o bastante claro, mas dos antigos namorados dela ele era o que chegava mais perto.
Eu realmente tentei conversar com Kagome quando recebi a noticia do casamento, mas ela não se importava com nenhum dos meus argumentos. Eis alguns deles:
1 – Ele não serve para você.
2 – Ele odeia ópera, e você ama.
3 – Eu sei que ele odeia, pois o conheci antes que você.
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12 – Deus, ele é alérgico a camarão! A comida que você mais ama no mundo!
13 – Ele tem uma Range Rover, e você odeia esse carro.
14 – Ele não presta pra você.
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26 – Ele tem aquela mania esquisita de viver ajustando a gravata.
27 – Ele rói as unhas das mãos.
28 – Você já olhou direito para o corte de cabelo dele?
29 – Ele não serve pra você.
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33 – Ele é passivo demais!
34 – Ele não gosta de gatos e eu sei que você nunca deixaria o Shippou para trás.
35 – Ele também não gosta de cachorros.
36 – Na verdade o único animal que ele gosta é peixe.
37 – Ele definitivamente não serve pra você.
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41 – Ele odeia qualquer esporte, fora golf.
42 – Você adora qualquer esporte, fora golf.
43 – Ele acha que você não deveria trabalhar!
44 – Você ama seu trabalho.
45 – Ele não serve pra você.
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58 – Você quer morar em uma casa branca e azul e ter quatro filhos.
59 – Ele quer morar em um prédio cinza e ter apenas um.
60 – Ele tem aquele problema de digestão.
61 – Ele adora lhe comprar livros de finanças quando você só lê romances.
62 – Ele não presta pra você.
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77 – Eu já disse que ele não serve pra você?
Enfim.
Nenhuma de minhas razões pareceu convencer Kagome de não se casar com ele. Ela disse que se eles têm tantas diferenças assim, ele não pode ser tão passivo como falei. O negócio é que ele é passivo, com ou sem as malditas diferenças! Então Kagome disse que isso era mais um sinal de que ele a amava e deixaria seus interesses pelos dela.
E então ela praticamente me estapeou.
- Inuyasha, sinto muito se meu casamento é algo horrível para você! Mas já tenho 26 anos, preciso começar a ter filhos logo, Houjo me ama, eu o amo. Desculpe se não posso ser como você e me contentar com uma vida confortável e uma relação por mês!
Lógico que doeu.
Minha melhor amiga estava dizendo que eu era um vagabundo, e iria morrer um vagabundo solitário.
E apesar disso, o que mais doeu foi o fato de eu não ter visto isso vindo antes. Digo, o casamento. Kagome sempre foi romântica e sonhadora, e todos seus namoros tiveram grandes expectativas da parte dela. Ela sempre esperara encontrar alguém com quem ela pudesse construir uma família. E ao inicio do namoro com Houjo eu nem sonhava que ela talvez se casasse com esse banana.
Instantaneamente me senti péssimo, eu estava revoltado com a felicidade de Kagome. A única pessoa com quem eu pude ser sincero sempre. Me senti um cretino e me afastei de Kagome. Eu estranhamente não podia suportar o fato de vê-la casando. E não podia permanecer perto de Kagome com minha raiva. Então fiz a única coisa que pude: me afastei dela. Por mais que doesse a cada maldito segundo do dia.
Foi quando Souta – irmão de Kagome – me ligou uma hora antes do casamento. Kagome me convidara, mesmo após minha reação egoísta. Mas decidi que se fosse, seria capaz de largar um murro na cara de Houjo, e isso eu sei que Kagome não perdoaria. Então se ainda tenho esperanças de algum dia chegar a ver Kagome, esmurrar seu noivo – e em poucas horas seu marido – não me daria pontos com ela.
Enfim, ele estava incrédulo com minha revolta silenciosa, e praticamente implorou que eu lhe ajudasse.
- Inuyasha, por Deus, ponha algum juízo na cabeça de minha irmã! Ela vai se casar com Houjo! Casar, Inuyasha!
- Acho que essa é uma escolha dela, não Souta? – Eu falei desejando poder desligar o telefone e voltar a remoer a decisão de Kagome sozinho.
- Seja racional Inuyasha, você acha mesmo que Kagome será feliz com aquele cara?
Levei cinco minutos para responder. Indeciso entre liberar toda a raiva e frustração que sentia ou apenas deixar Kagome seguir sua vida.
Minha desgraça falou mais alto.
- Deus. Não! Aquele maldito nunca fará Kagome feliz! O que ela estava pensando quando aceitou casar com ele? Às vezes não entendo Kagome! Ela pode ser tão cega!
- Obrigado! Achei que só eu conseguia ver o erro!
- Porque você não fala com ela e a faz pensar novamente?
- Porque – acredite – eu já tentei.
- E o que o faz pensar que comigo será diferente?
- Simples, Kagome o ama.
- Sim, eu também a amo. Não quer dizer que tudo o que ela diz eu vou fazer.
- Não idiota. Kagome o ama.
Passei dez minutos para entender. Não era possível. Não era possível. Kagome não podia me amar. Brigávamos todos os dias. Não brigas significantes, mas mesmo assim.
- O que?
Souta expirou irritado.
- Deus, você é quem é o cego! Inuyasha minha irmã me disse. É verdade.
- Souta, não brinque com isso. Kagome ficaria louca com você.
- Ela já está louca comigo só porque sou contra esse maldito casamento!
- Você tem idéia do que falou?
- Escute – não que eu deva revelar isso a você – mas Kagome não aceitou o pedido de Houjo de primeira, ela disse que precisava pensar, ela o ama, mas acha que você não sente o mesmo por ela.
Fiquei mudo novamente, tentando digerir o que ele tinha acabado de falar.
- Droga Inuyasha, o casamento vai começar, por favor eu não quero ver minha irmã casada com esse tonto! Se for fazer algo, faça logo. – Ele disse e então desligou o telefone.
O negócio é que, eu nunca pensei em Kagome como algo diferente de uma amiga. Minha melhor amiga. Kagome brigava comigo quando eu era idiota o suficiente para fazer certas coisas, ela sorria quando eu aparecia de surpresa em seu apartamento levando comida japonesa, recorria a mim quando queria apenas um ombro para chorar. E sou eu quem é o cego. Eu que nunca notara como estar com ela, mesmo brigando, mesmo nos provocando, me faz mais feliz que qualquer coisa no mundo. Vê-la sorrir, ou ouvi-la rir era um de meus passa-tempos favoritos. Ou quando discutíamos horas sobre coisas banais até ver quem desistiria primeiro.
Deus, eu a amo tanto!
Quando ela olhava-me com seus enormes olhos chocolate e eu podia entendê-la sem que ela sequer dissesse uma palavra. E todas as vezes que ela me arrastara para o cinema para assistir um daqueles filmes românticos que ela ama tanto.
Não posso imaginar o resto de minha vida sem ela. Droga, eu quero acordar ao seu lado todos os dias, quero amá-la tão intensamente que a fará delirar.
Eu preciso chegar naquele maldito casamento e fazê-la mudar de idéia. Peguei minhas chaves e corri pela porta. O trânsito estava um inferno, e eu não sabia se chegaria a tempo para impedir o casamento. E mesmo assim, o que eu faria se Kagome se recusasse a acreditar em mim? Mesmo que eu chegasse, que garantias eu tinha que ela me perdoaria por seu tão estúpido? Suspirei frustrado, quando me ocorreu uma idéia.
Liguei para Sesshomaru:
- Sesshomaru?
- Sim? – Ele perguntou.
- Você ainda está usando a casa de campo do papai?
- Não, eu e Rin vamos para a casa dos pais dela amanhã, então voltamos para casa para arrumar as malas.
- Ótimo. – Eu disse e desliguei o celular.
Eu sei que mais tarde Sesshomaru ficará revoltado por eu ter desligado na cara dele, mas agora estou me lixando pro que ele vai pensar. Disquei o número de Naraku.
- Senhor. – Ele atendeu.
- Naraku, eu quero a Escalade na porta dos fundo da Westminister Abbey em vinte minutos.
- Sim senhor – Ele respondeu e desliguei.
Comecei a fazer umas contas de cabeça, depressa, calculando cada detalhe de meu plano. Eu certamente não deixaria Kagome escapar, não sem tentar algum tipo de reconciliação primeiro. Mesmo que eu tenha sido idiota o bastante para não notá-la antes.
Graças a Deus, sempre fui bom em matemática, e os pequenos cálculos que fazia não eram nada preocupante. Terminada as minhas contas, eu puxei o celular novamente.
- Miroku.
- Inuyasha! Onde você está? Kagome vai casar e você não está aqui! Que tipo de melhor amigo você é? – Ele disse indignado.
- Me dê o número da Melissa.
- O que? – Miroku perguntou confuso.
Deus. Eu não tenho tempo para a lerdeza de Miroku. Cada mísero segundo é calculado.
- Só me dê a droga do número! – Eu rosnei.
- Não dá cara, eu não tenho mais. – Então ele começou a falar mais baixo. – Sango descobriu que saí com ela alguns anos atrás e me fez jurar não ter nada que tenha relação a ela.
Soltei um palavrão nada bonito.
- Mas liguei para Nigel, pelo que soube eles estão saindo. Afinal voc-
Não terminei de ouvir, Miroku tagarela mais que mulher e meu tempo é curto. Disquei o número de Nigel.
- Taisho.
- Escuta, preciso falar com Melissa.
- Vou passar para ela. – Ele falou.
- Olá Inuyasha. – Melissa disse alegre ao celular.
- Melissa, preciso de uma encomenda. Urgente.
- O quão urgente é? – Ela disse interessada.
- Pra ontem.
- Hum, é assim que gosto. O que seria?
- Lembra do esquema que você montou para sua amiga... Lorelai, algo assim?
- Claro.
- Eu quero um igual. Mas maior. Muito maior.
Ouvi barulho de papel do outro lado.
- Alguma preferência?
- Fica a seu critério. Vou te enviar por email o endereço.
- Okay, não será barato Taisho, mas sei que não será problema pra você.
- Só faça. Rápido.
Desliguei o celular e corri para o elevador. Quando apertei o botão, vi que ele estava parado no 13 ou seja, a maldita Heather – mulher irritante ao extremo, adora saber da vida dos outros – está segurando a droga do elevador de novo.
Bufando, desci pelas escadas cinco degraus por vez.
Ei eu sou meio-youkai, tem que servir para alguma coisa além de me deixar mais bonito.
Ao chegar ao estacionamento, Greg levantou-se e abriu a porta do carro para mim.
- Para onde senhor?
- Back in the History. – Eu disse.
- Sim.
Eu sei, é um nome bem cafona. Mas ei, é uma loja de antiguidades.
Enquanto ele dirigia até a loja, mandei o endereço por email para Melissa.
Se tudo ocorrer como calculado, vou ter minha chance com Kagome. Só basta que ela me perdoe por ter sido tão devagar. Cinco minutos depois estávamos na loja.
Entrei correndo pela porta e vi Zix – uma mulher em seus trinta e poucos anos de cabelos negros que costuma se vestir quase como uma cigana – me olhar surpresa.
- Ora, ora. O que o magnata Taisho faz aqui? – Ela sorriu.
- Zix, vou levar o item 86. Agora. – Eu disse abrindo a carteira.
Ela arregalou os olhos.
- Aquele?
Revirei os olhos.
- Não, o seu cão irritante. – Falei irônico referindo-me ao Bassê que ela tinha.
- É só que, ele não faz o seu tipo. – Zix deu de ombros.
- Por quê? – Perguntei irritado e olhei o relógio.
- Você não acredita em amor. Acredita?
- Comecei a acreditar da pior forma possível. Será que agora você pode me vendê-lo? – Perguntei apressado.
- Certo. Mas espero que saiba o que vai fazer com ele. – Ela disse indo para os fundos, para então gritar – Você quer que eu embrulhe?
- Não! – Gritei de volta. – Só deixe-me fazer a compra, por Deus.
Ela riu enquanto voltava para o balcão.
- Você já sabe quanto é. – Ela apoiou-se no balcão e pôs a caixa na estante.
- 50?
- Não, por Deus! Isso é uma simples loja de antiguidades Inuyasha.
- Mas algumas peças que tem aqui não são tão simples assim, certo? – Dei um meio sorriso.
- Certo. Mas não quero assaltar ninguém. 15.
- Só? – Franzi o cenho
- Vai pagar em dinheiro? – Ela pareceu surpresa.
- Sim. Por quê?
Zix revirou os olhos.
- Às vezes esqueço quem você é...
Coloquei o maço na mesa.
- Tenho que ir, obrigado. – Falei e dei passos largos até a porta.
Ao fechá-la ainda pude ouvi-la gritar:
- Cuide bem de Kagome!
Bem... Se alguém acha que vale a pena comentar vá em frente. Dependendo do número de reviews posto semana que vem. (juro)
Mais uma fic minha água-com-açúcar.
Fazer o que? :D
Lalah-Chan;
