Avisos: Naruto não me pertence. Se é que ainda preciso dizer. ¬¬'

Sumário: Palavras: Você me deve um beijo. Simples palavras, que mudariam a vida de ambos.

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Beijo

Por Line Mulango.

Parte I

Proezas de uma admiração.

Apresentando:

-Um menino calado, dos cabelos vermelhos;

-Uma menina com punhos de ferro;

-Uns meninos malvados;

-Uma boa surra;

-Um nome;

-Uma amizade.

-Hei aquele não é o menino estranho que nunca abriu a boca? – apontou um menino que aparentava ter uns 13 anos enquanto assoprava um floco de neve de seu cabelo – que tal nós ensinarmos ele a falar? – idealizou para os outros dois acompanhantes ao seu lado – Vai ser divertido.

-Com certeza – um menino com os cabelos verdes fez coro ao amigo esboçando um sorriso malicioso – Essa neve toda ta me deixando entediado, preciso de uma diversãozinha pra animar.

Encaminharam-se, os três, em direção ao menino mais novo, esboçando sorrisos maliciosos e cheios de má intenção, sem notar que perto dali um par de olhos verdes os observavam furiosos.

Nota: O par de olhos verdes sempre observava o "menino dos cabelos vermelhos"

Um sentimento: Admiração.

-Hei – chamou o menino que até então estivera calado – Você aí, estranho do cabelo vermelho.

Se o menino ouviu, não esboçou reação alguma. Continuou sentado no banco, com as mãos dentro do casaco enorme e peludo fitando o vazio. Talvez ele estivesse acostumado com aquele tipo de comentário, talvez ele se mantinha afastado e quieto por causa de pessoas assim.

Nota: Ele, segundo sua própria concepção, não precisava de ninguém.

Um sentimento: solidão.

-Hei, estamos falando com você – chamou o menino maior, que parecia ser o líder – o que houve? O gato comeu sua língua? – ele se aproximou e os amigos soltaram risadinhas – que tal se nós o ensinarmos umas palavrinhas?

A dona dos orbes verdes observava a abordagem furiosa. Quem eram aqueles que ousavam interromper o objeto de sua admiração? Apertou os punhos e fincou os pés no chão, segurando-se para não ir ela própria até lá e lhe dar um belo safanão.

Nota: Ele não sabia que ela a observava. Ela nunca havia se mostrado.

Seria vergonha? Não. Essa não era a palavra certa. Sabe aquele tipo de menina doce e certinha que corava com o mais simples comentário e chorava por qualquer coisa?

Nota: Ela definitivamente não era assim.

Ela era cheia de vida, de coragem e determinação. Não se intimidava com comentários e muito menos demonstrava vergonha ou intimidação perto de pessoas do sexo oposto ao dela.

Uma definição: Extrovertida.

Mas com ele, com o menino dos cabelos vermelhos, era diferente. Não era simplesmente chegar perto dele e sorrir, contar uma piada ou convidá-lo para brincar. As outras crianças tinham medo e demonstravam repulsa por ele, mas ela simplesmente o admirava. Ele era fascinante. Mas ela não se mostrava por um motivo:

Mais um sentimento: insegurança.

E se ele não gostasse de ser observado por ela, e simplesmente sumisse? Já era um hábito, e ela não imaginava sua vida curta mais sem observar então, o maior período de tempo possível, os seus cabelos vermelhos, seus olhos verdes vibrantes e aquela tatuagem intrigante que ele tinha na testa. Ela tinha apenas 10 anos, mas tinha certeza de uma coisa:

Outro sentimento: amor.

Observou, cerrando as mãozinhas pequenas, um dos meninos agarrá-lo pelo colarinho do casaco. Iriam, sem dúvida alguma, todos os três, machucá-lo pra valer. Sem nenhuma razão aparente. Ela observou-o continuar calado, apenas fitando o menino maior com um sorriso debochado nos lábios. Ele estava desfiando-os a baterem nele. Era isso. Mas ela não permitiria, de jeito nenhum, que marcassem seu rostinho perfeito. "Armou-se" de munição e saiu de trás da árvore, com as mãos na cintura, os cabelos rosados esvoaçantes e a expressão, ao mesmo tempo preocupada e desafiadora. Viu o menino lhe acertar um soco, e ela teve certeza, nunca sentira tanta raiva de alguém como daquele menino. Aproximou-se, despercebida, até ficar próximo aos quatro, e gritou com voz límpida e decidida:

-Afaste-se dele, idiota – e as mãos pequeninas, cheias de uma força oculta e esmagadora, e os olhos verdes, brilhantes e inocentes, com uma mira tão perfeita, atiraram com toda sua força – que não era pouca - uma bola de neve relativamente grande, e com uma força desproporcional à sua aparência frágil. Não houve desvio algum, apenas um lançamento, a expectativa, e finalmente: o sorriso vitorioso quando a bola acertou em cheio o olho esquerdo do menino, que acabara de virar para olhar de quem era a voz autoritária.

Foi imediato, ele soltou o menino que ela admirava, gritou de dor, levou as mãos ao olho recém atingido e lançou-lhe um olhar ameaçador. Ela não tremeu, não correu, não gritou.

Nota: Ela não mexeu nenhum músculo.

Ficou parada, imóvel, enquanto ele caminhava em sua direção com um brilho de ódio no olhar e as mãos torcendo-se de desejo de bater na menina frágil – ou não – a sua frente.

Dois sentimentos: Coragem, determinação.

Parou frente a ela, e antes que pudesse levantar a mão contra seu rosto, ela lhe deu um pontapé, com a maior força que julgava possuir, nas imediações da virilha.

Ele curvou-se de dor, e ao invés de dar-se por satisfeita, Sakura – a menina do cabelo rosa – lhe deu um soco certeiro no pé do ouvido. Ele foi ao chão, e ela também. Agarrou-se a ele, e suas mãos - com unhas que pareciam de ferro – desceram com destreza sobre seu rosto, socando, estapeando e arranhando.

-Céus ela vai matá-lo – gritou o outro menino que observava ela admirado. Correu em direção a eles, com a intenção de separá-los, mas não foi necessário. Ela já estava em pé, pronta pra atacar o próximo. E assim o fez.

Puxou-o pra baixo e deslizou as mãos para seu rosto, da mesma maneira que fez com o anterior. Somente depois do terceiro ou quarto tapa foi que ela se deu por satisfeita e saiu de cima do menino, com os cabelos desordenados, a face corada do esforço e um brilho malvado no olhar direcionado ao último menino.

-Não, eu não – ele gritou – você é louca, eu vou embora – e saiu correndo, seguido pelos outros dois, que tomaram o mesmo caminho.

Nota: eles nunca mais se aproximaram de Sakura, ou de Gaara. Esse era o nome do menino.

Ela continuou bufando pelo esforço quando viu ele se aproximar. Soltou seu melhor sorriso, puramente sincero, e ele retribuiu não tão extravagante, pequeno, mas presente.

-Qual seu nome? – perguntou ela sem se conter.

-Gaara – ele respondeu. E ela, naquele momento teve certeza, não existia som mais lindo do que aquele, a voz dela.

-Olá Gaara. Sou Sakura – ela sorriu e aproximou-se – Eu te ajudei, agora você me deve um beijo.

O sorriso dela aumentou. Ele não negaria não é? Afinal não fora um pedido, e sim uma ordem. Teve seus pensamentos interrompidos por uma bola de neve recebida na cabeça.

-Obrigado – ele agradeceu. Ela atirou uma bola de neve nele – Ainda quero meu beijo – acrescentou.

Uma bolada de neve na cara – naquele caso especifico – era sem dúvida o começo perfeito de uma amizade duradoura.

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Ufaa, primeiro capitulo de 4.

Espero que tenha ficado bom.

Reviews? Ficarei agradecida. xD