I wanna break every clock
Ela tinha os olhos cheios de amor, e ele sentiu seu coração doer. Não podia negar que tinha sentimentos por ela também, mas nunca, nunca esqueceria da primeira vez que a vira. O que poderia ser mais cruel do que perdê-la antes de tê-la? Suas vidas eram piadas cósmicas, arruinando-o aos poucos. Ele era outro homem agora, mas lembrava. Aquela River que ele vira na biblioteca, aquela mulher que sabia seu nome, que poderia pilotar a TARDIS e ler seus olhos, ela ainda não estava completa gora. E quando ela estivesse, quando fossem iguais, ele não a teria mais – não a teria ainda.
Ele não esquecia essa dor, mas como poderia explicar para ela tudo que perderia um dia sem revelar a verdade – o futuro, o passado? Olhos castanhos, cabelos vermelhos e gritos demais, era a única forma. Nem sentiu as lágrimas que escorriam sem querer enquanto ele contava sobre a amizade e a mágica de Dona Nobble. Enquanto explicava sutilmente o que acontecia com aqueles que o tocavam, que chegavam perto demais, porque ele era realmente o sol e o gelo, e queimava no centro do universo, intenso demais para ser abraçado.
Talvez, um dia, tivesse a coragem de falar sobre paredes brancas e supernovas sendo queimadas para confissões de amor, mas não agora. Não ainda. Já era tarde demais para ela, cedo demais para ele. Verdade demais para apenas um dia. Lembranças que ele ainda não conseguia suportar.
E nada seria capaz de interromper aquele fluxo de sentimentos que corria ente eles, nada seria capaz de impedir aquela música de tocar até o fim, nem mesmo os espinhos em seus amor, ou as dores da nobreza caída. Era preciso chegar ao começo, para mudar o tempo novamente e salvá-la dele – só se muda o curso de um rio pela nascente.
Não tinha como fugir disto.
Então, ficou.
