Cap 1. E começa mais um ano
Mais uma despedida da família, era sempre doloroso saber que eu passaria um bom tempo sem vê-los, afinal eu só iria para casa nas férias de verão. Estudar em Hogwarts era algo sem a menor comparação. Adorava voltar pra lá, poder fazer magia, encontrar meus amigos, mas ainda assim... ficar longe dos meus pais era difícil. Já sentia saudades...
Assim que entrei em um dos vagões à procura de uma cabine, encontrei minhas companheiras de dormitório. Mais adiante estava, em mais uma das discussões de sempre, Lílian Evans e Tiago Potter. Com isso me distraí das saudades da família, pensaria nisso mais tarde...
— Calma, Lily! Era só uma brincadeira! — dizia Tiago com ar de graça.
— Calma nada! E é Evans, Potter, Evans! — retrucou Lílian irritada.
— Ainda não é Evans Potter, mas um dia será!
— Só se for por cima do meu cadáver!
Eu me aproximei deles, tentando separar os dois, a ruiva ia pular no pescoço dele a qualquer momento.
— Hey, Potter, vamos dar um tempo! Nem chegamos na escola ainda e você já conseguiu tirar a Lily do sério! Não dá pra esperar chegar lá? — perguntei enquanto me colocava entre os dois.
— Acho que esse foi seu recorde, Pontas. Até a Rachel achou um pouquinho demais — disse Sirius, rindo da cara do amigo.
— Fica quieto, Black! Não se mete! Você bem que podia ter impedido isso, mas acho que gosta de ver o circo pegar fogo! — falei me irritando também.
— Circo? — perguntaram os dois sem entender.
— Esquece! — falei.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou Remo, já com as vestes da escola e seu brilhante emblema de monitor no peito.
— O que você acha, Lupin? Pra variar esses dois estão discutindo — respondi, enquanto Sirius dizia:
— Nada, meu caro, Aluado. Nada!
— O Expresso mal saiu da plataforma e vocês já estão discutindo? Meu Merlim, onde vamos parar? — disse Remo rindo. — Acho melhor procurarem uma cabine, se não vão ficar sem lugar bom. Lily, vamos para o carro dos monitores.
— Ele, você deixa te chamar de Lily! — retrucou Tiago.
— Somos amigos, você não! — disse Lílian.
— Tá bom, chega! Vocês dois vão para o carro dos monitores — eu disse. — Nos vemos depois, Lily. Vou procurar uma cabine, quando você puder, passa lá.
— Tá bom, Rach. — disse Lílian.
Enquanto Lílian seguia com Remo para o carro dos monitores, virei as costas e segui procurando uma cabine para mim, deixando os dois Marotos sozinhos.
Encontrei uma cabine vazia, entrei e enquanto tentava colocar meu malão no bagageiro, ouvi uma voz extremamente familiar, rouca, sedosa:
— Quer uma ajuda? Já guardamos os nossos, podemos guardar o seu.
Demorei a virar e encarar o Maroto que falara aquilo, sabia quem era, mas estava tentando respirar normalmente para não demonstrar o quanto o dono daquela voz me deixava sem fôlego. Por que ele sempre me fazia sentir arrepios pelo corpo todo. Quando achei que minha respiração, e meu rosto que tinha ficado vermelho, tinha voltado ao normal, me virei e disse:
— Consigo fazer isso sozinha! O que estão fazendo aqui? Voltem para sua cabine!
— Esta é a nossa cabine. Não tem mais nenhuma vaga, Rach, vamos ficar aqui com você. Assim poderá curtir uma viagem com os Marotos. Aluado vem pra cá depois, também — disse Sirius com um sorriso nos lábios.
— Duvido que não tenha outra cabine pra vocês três! E, Black, não me chame de Rach! — falei nervosa.
— Três, não. Quatro quando Remo se juntar a nós — disse Pedro que já estava sentado comendo um sanduíche que trouxera de casa.
— Por que não? Aluado pode te chamar assim — disse Sirius com cara de cachorro sem dono.
— Acho melhor você não tocar nesse assunto! Ela é tão esquentada quanto a minha ruivinha — disse Tiago rindo do amigo.
— Então tá. Vou procurar uma cabine para mim — falei.
— É sério, não tem mais nenhuma vazia — disse Pedro com a boca cheia.
— Ai, meu Merlim! Pelo jeito vou ter que viajar com vocês — retruquei voltando a guardar meu malão.
Mas como tem coisas que parecem só acontecer comigo, perdi o equilíbrio, o malão, que já estava quase encaixado no bagageiro veio junto. Senti mãos fortes me segurando para eu não cair, enquanto Pedro reclamava do meu malão ter caído em cima dele. Quando me virei pra agradecer quem não me deixou cair de vez no chão, vi aqueles lindos olhos acinzentados e olhando. Eles transmitiam o sorriso que estava nos lábios do Maroto. Me soltei dos braços dele e disse:
— Obrigada.
— Uau! Me agradecendo por te segurar, taí uma coisa que nunca imaginei ouvir — disse Sirius debochando.
— Cala a boca! Tenho que guardar meu malão — disse sentindo meu rosto corar. A verdade é que eu não queria sair daqueles braços.
Quando me voltei para meu malão, vi que Sirius tinha acabado de colocar ele no lugar e sorria para mim.
— Eu não precisava de ajuda com isso! — falei.
— Não foi o que pareceu, foi, Pontas? — falou Sirius.
— Não. Nenhum pouco! Pareceu mais que você queria fazer o Rabicho aqui de bagageiro — respondeu Tiago rindo.
Pedro continuava encolhido num canto reclamando do malão ter caído em cima dele e do sanduíche.
Resolvi que era melhor me sentar perto da janela e esperar a tarde passar. Não tinha como fugir dos Marotos. E eles pareciam estar se comportando bem, jogavam Snap Explosivo. Pelo menos até a chegada da Lílian e do Remo.
— Hey, Aluado! Só faltava você se reunir pra gente poder se divertir de verdade — disse Sirius.
— Vocês não farão nada enquanto eu estiver aqui! — disse Lílian autoritária. — Não vou pensar duas vezes antes de dar uma detenção pra vocês logo no primeiro dia de aula!
— Calminha, Lily. Era só brincadeira! — retrucou Tiago sorrindo.
— É Evans, Potter!
E assim seguimos para a escola, ouvindo muitos "É Evans, Potter" seguidos de "Gostei, Evans Potter fica legal" ou "Ainda não é, mas vai ser".
Sirius sentou ao meu lado e para observar a discussão dos dois. Eu não podia acreditar, estava tão próxima dele, sentia seu cheiro, um perfume sem igual. Como ele podia ser tão cheiroso?
Minha primeira fic. Ainda tem mais coisa pela frente, então curtam o primeiro capítulo. Digam o que gostaram e que não gostaram.
Beijos e até mais.
Espero postar o próximo capítulo até o fim de semana.