Disclaimer: Naruto não me pertence.

Obs. 1: Essa fic é velha e, como eu sempre esqueço de postar, na época que escrevi a guerra ainda estava no meio.

Obs. 2: Ela foi reescrita por erros de ortografia e por causa de uma ou outra frase sem sentido algum.

Noite de outono

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Quatro figuras encapuzadas fitavam uma menina que brincava na margem de um lago. A mãe, uma nefilim de sorriso e feições gentis encarava o quarteto tremendo.

— Devemos mata-la enquanto há tempo. — disse um deles em tom choroso, odiava matar crianças.

— Uma morte rápida e indolor é uma boa opção. — disse outro.

— Que seja o mais rápido possível, pois ela ainda é pura de pensamento e coração.

— Ela pode não ter herdado coisa alguma do pai — argumentou a mãe aflita.

— Ele era um demônio poderoso e você é só uma nefilim. É obvio que ela tem uma porcentagem maligna maior que a benigna. — disse o ultimo.

Então o som de asas se fez e logo mais um ser se juntou a eles. Este abaixou o capuz e fitou a mulher com um pouco de compaixão. Seus olhos eram ônix e seus cabelos eram rebeldes e pretos, ele se parecia com um humano asiático. A diferença, no entanto, era visível pela presença de suas grandes asas brancas. O arcanjo passou pela humana em silencio e foi até a criança. A menina imediatamente tocou seu rosto e riu alegremente. Sua mãozinha rosada e infantil deslizou até as asas e ela riu ao sentir cócegas com a corrente de eletricidade que provinha delas.

— Hinata, você conhece o seu pai? — ele perguntou.

— Quem é vo-você? — ela perguntou curiosa, era primeira vez que via esse anjo.

— Eu sou Sasuke Uchiha, sou um arcanjo.

— O-o moço disse que vo-você é meu anjo da guarda, é verdade?

— Que moço?

— A-aquele que não tem forma, não te-tem tamanho e não pode ser tocado. E-ele fala comigo.

— Ah, o Senhor falou que sou seu guardião?

— Aham, E-Ele disse que eles- ela apontou para o grupo com o rosto coberto por um manto — querem f-fazer algo ruim comigo, mas que vo-você não vai deixar isso acontecer.

— E por que eu faria isso?

Ela apenas sorriu enigmaticamente.

— O nome do meu pa-pai é Hiashi. Ele me visita as vezes. — ela contou mudando de assunto.

— E por que ele te visita?

— Ele não diz, mas e- ele sente medo — ela segredou-lhe.

— Medo de quem? — prosseguiu em seu pequeno interrogatório.

— Do ga-garoto escondido atrás daquela co-colina, em uma cabana na vila que eu mo-moro com a mamãe. Sai.

— E você tem medo do Sai?

Ela parou e olhou para ele. Estendeu novamente as mãos e cravou os dedos nas asas dele vendo-os se queimar um pouco. Manchas escuras saíram das mãos dela e se infiltraram no corpo dele em uma dança furiosa e sinuosa. Ele fechou os olhos e se concentrou. A primeira cena que ela mostrou continha Sai ao lado de uma garota de olhos acinzentados e cabelos meia-noite, o anjo inseria algo nela e logo os olhos cinzentos se tornaram vermelhos. Na segunda cena Hiashi gritava algo enquanto abraçava a garota de olhos avermelhados e depois desaparecia. Então a menina o soltou e voltou a olhar para o lago.

— Ele tem medo de desaparecer. — Sasuke constatou.

— E-ele não vai desaparecer, mas como não posso mostrar tudo para ninguém... E- ele pensa que sim.

— E o que vai acontecer com ele então?

— Vai renascer um humano. E você também. A partir daquele dia qualquer um que ousar me amar se tornará humano. — seu tom era sério e algo na aura dela havia mudado levemente. Era quase como se não fosse ela ali.

A menina sorriu e começou a cantar algo em uma língua que ele desconhecia. Ela tocou seu rosto e sorriu enquanto símbolos tomavam forma e corriam para a pele dele. Tudo o que o Uchiha podia fazer era receber aquele calor colorido que corria para sua pele.

— N-não vou deixar te transformarem em humano. Vou te a-amar muito daqui alguns anos.

— O que acabou de fazer?

— Su-substituição. Nada de virar hu-humano, você é o meu arcanjo e o será para sempre. A-apenas perderá a memoria e vagará sem rumo como um humano. Quando te matarem você nascerá de outra mulher e a-assim o será até que eu consiga consumir toda a energia daquele anjo.

O arcanjo se levantou e foi até os outros anjos. Soltou um suspiro cansado e olhou para a nefilim com um sorriso calmo. Ele encolheu as asas e abanou a mão pedindo que os outros seres celestiais mostrassem suas faces. Todos os mais velhos o fitaram longamente enquanto ele procurava o que falar.

— Fui encarregado de ser o anjo guardião dela, o que significa que ela não vai morrer. Ao que parece ela é a unica com poder suficiente para destruir o segundo e o terceiro anjo caído mais poderoso que conhecemos.

Os quatro partiram e ele voltou com a mãe dela para a margem do rio sentando-se junto a menininha. Ela olhou para ele e sorriu. Seus cabelos tomaram um tom de escarlate quando ela disse:

— E-eu vou faze-lo pagar pelos se-séculos que ele me a-afastará de você e pe-pelo tempo que ele fará que se es-esqueças de minha existência durante a ma-maldição.

O cabelo curtinho dela voltou ao tom natural e ela se ajeitou na grama apoiando a cabeça na coxa do anjo estoico que acabara de conhecer. Naquele corpo pequeno residia uma sabedoria antinatural.


Ele entrou na festa inabalável. Seu cabelo negro todo arrepiado, sua pele branca e o fato dele emanar imponência fez dele o foco das atenções assim que ele cruzou a porta, indo na direção da multidão. O fato de andar com o rosto indiferente aos olhares femininos e masculinos que recebia só o tornava mais olhos negros com um pequenos reflexo vermelho eram exóticos e naturais, únicos naquela imensidão de olhos falsamente coloridos. Andava a passos largos e firmes pelo local, cruzando de uma extremidade a outra enquanto ignorava as cantadas e as falhas tentativas de aproximação.

Com as mãos enterradas no bolso do casaco vinho, ele murmurou mais um palavrão enquanto dançava o olhar pelo lugar. Odiava festas como aquela. Odiava estar cercado por pessoas que se escondiam em quilos de maquiagem, lentes de contato e tatuagens falsas. Elas tentavam fugir de quem realmente eram e iam fantasiadas para esse tipo de festa. Fingiam ser outra pessoa. Queria xingar Naruto por força-lo a ir até lá. O loiro disse que o acompanharia e tentaria torna-lo mais sociável, conheceriam gente nova e se divertiriam. O porém dessa historia era que o loiro havia sumido assim que atravessaram a porta com uma garota de cabelo rosa. Se ele não estava enganado, o nome dela é Sakura.

Observou as pessoas ao seu redor e percebeu que havia algumas mulheres se aproximando. Tudo o que ele menos desejava era ter que lidar com elas. Deu meia volta procurou uma rota de fuga. Vasculhou todo o salão procurando o melhor local para se isolar.

Foi então que ele a viu.

Cabelos negros como a noite brilhavam com um leve reflexo azul marinho, estava preso em um rabo de cavalo alto e descia em cascata pelas costas dela. Os lábios eram rubros e opacos, ganhavam um efeito hipnotizante de acordo com a luz colorida que incidia sobre ela. Os olhos - Ah, que olhos- eram de uma cor indefinida entre o cinza e o lilás. A garota trajava um sobretudo marrom que cobria-lhe boa parte do corpo, mas era possível ver a barra vermelho de um vestido ou saia. A pele claríssima dela contrastava com a roupa e o cabelo, destacando-a ainda mais.

Ela estava no bar conversando com alguém. Parecia incomodada com ao local, pois sempre franzia o cenho ao olhar ao redor. O acompanhante a fazia sorrir lindamente e o coração do Uchiha parecia bater mais devagar enquanto absorvia cada detalhe daquele sorriso.

Sasuke começou a andar na direção da moça. Se aproximou o suficiente para ver que quem a acompanhava era um homem. Reconheceu-o da escola, era Sai. Garoto conhecido por parecer consigo e por ter uma namorada que, segundo varias fontes, era belíssima e extremamente educada. Ele a traia com varias garotas, pois sua namorada era de outra escola.

A música mudou, uma batida mais sensual dominando o ambiente, e ele viu o sorriso desaparecer do rosto, antes corado, da morena. Uma loira apareceu e beijou Sai na frente dela. Ele viu o garoto tentando falar algo e ela se levantar e começar a correr no meio da multidão. Podia ver que o olho estava vermelho por lágrimas não derramadas.

Ela foi para a varanda e olhou para dentro do recinto uma única vez antes de saltar para o bosque. Corria freneticamente entre as árvores e muitas vezes caia. Seu sobretudo estava rasgado e ela o arremessou para um canto sem se preocupar em olhar onde estava. O longo cabelo era tão liso que, com a velocidade da corrida, o tecido que o mantinha preso deslizou para o chão. Os joelhos sangravam. Os braços possuíam hematomas arroxeados por trombar com os trocos e galhos.

Sasuke estava arfando quando percebeu como era lindo aquele véu negro que era o cabelo dela solto. Aproveitou que ela havia parado de correr e observou a silhueta. Agora ela estava só com o recatado vestido vermelho, os pés estavam descalços e sujos com terra e grama. Ele a observou se aproximar lentamente do lago.

A morena deslizou os pés feridos para a água, sentido as pedrinhas a machucarem, as feridas arderem e o solo fofo grudar em sua pele. Andou na direção do centro do lago até que estivesse submersa até a cintura. Começou a entoar uma canção e fechou seus olhos. Queria sentir o vento em seu rosto, o frio agredindo seu corpo e o som do mundo pela ultima vez.

O moreno observou a moça com interesse e percebeu que ela cantava. Era uma musica bonita e calma, mas havia algo agressivo nela, algo que o fazia tremer levemente. Ele temia que ela tentasse se afogar após ter o coração quebrado naquela festa, porem, algo no jeito altivo com o qual ela se movia para o centro do lago o assegurava que não havia perigo algum. Pelo menos, ela não sairia ferida e disso ele tinha uma certeza irracional.

Ela nadou para a parte mais funda do lago. Depois de alguns segundos o rosto dela emergiu das águas e a garota passou a cantar com mais fervor. O corpo feminino começou a boiar e ela se levantou sobre a superfície como se fosse a coisa mais natural do mundo. Seus olhos permaneciam fechados e marcas negras se espalhavam pela pele branca.

As marcas dançavam e se moviam com vontade própria. Vez ou outra a pele dela se erguia no local de uma marca como se houvesse uma cobra rastejando em sua epiderme. Elas começaram a mudar de cor até que todas se tornaram vermelhas e o vestido se tornou branco. A menina gritou e abriu os olhos que haviam se tornado uma imensidão negra. Da boca saiu uma luz e ela começou a se debater violentamente.

Então tudo parou e a menina despencou na direção das profundezas do lago. Afundando lentamente nas geladas imensidão azul daquela noite de outono. O céu, antes carregado de nuvens, estava limpo e estrelado. A lua emanava um sombrio tom azulado.

Sasuke estava estático. Sentiu algo em si queimar e despertou da letargia. Sentia que seu corpo morria conforme o corpo da menina afundava. Contrariando seu lado racional, ele entrou na água e nadou na direção dela. Conseguiu tira-la e a abraçou com força ao perceber que ela ainda respirava. Estava assustado, abalado, furioso, confuso, curioso, temeroso. Mil e um sentimentos o assolavam naquele momento. Sequer sabia o nome dela e ela já mexia com ele dessa forma.

Os olhos dela o fitaram com calma e um leve sorriso surgiu em sua face.

— Uchiha Sasuke, certo? — uma voz feminina sussurrou.

Ele parou e percebeu que vinha dela a voz. A observou durante um curto período de tempo antes de tomar coragem para falar. Aquilo tudo era tão assustador.

— Como sabe meu nome?

Ela riu como se ele tivesse questionado quanto é um mais um. Sua face pálida deu uma leve corada ao dar espaço ao sorriso.

— E- eu sou uma bruxa — ela afirmou como se fosse obvio e talvez o fosse —. Sei seu nome desde o momento que você cruzou a porta do salão de festas. P- prazer em te reencontrar, sou Hyuuga Hinata.

— Você é ... uma bruxa? É por isso que fez aquela... coisa no lago? — Sasuke franziu o cenho — Se parece mais com um anjo.

— M- meu pai era um arcanjo. E sim, aquela coisa é um f- feitiço necessário.

— Então você deveria ser um anjo.

— N- não quando se é mestiça de anjo, d- demônio e humano.

— Ah.

Houve um breve minuto de silêncio. Ele pensava o porque dela ter dito ''prazer em reencontra-lo''.

— Obrigada por me tirar da água. — ela disse corando.

— Sem problemas.

— Me faz um favor?

— Faço.

Ela ficou vermelha como um tomate e murmurou algo que ele não entendeu.

— O que?

— Mebeija- ela falou um pouco mais rápido.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— M- me beija?

Sasuke sorriu e ela corou mais. A puxou para mais perto, ergueu o rosto dela e afagou o cabelo macio. Calmamente iniciou um beijo casto cheio de saudades e depois aprofundou o beijo. Ter a mão feminina com as unhas cravadas em seus ombros o fazia sentir dor. Os lábios carnudos e macios dela o deixava feliz. O conjunto entre o fato dela ser agradável, bela e inocente, mas ser tão agressiva quando tem raiva e ser uma bruxa dava um toque agridoce.

Pararam por falta de ar e mantiveram as testas coladas. Elas sorriu e desviou os olhos, mais corada do que antes. Ele sorriu e deslizou a ponta dos dedos pelo rosto dela vagarosamente. Sasuke a apertou mais contra si ao perceber que ela estava desaparecendo.

— Adeus. — ela murmurou.

— Não vá.

— E- eu preciso. Gastei minha energia nessa vingança contra o garoto. O p- preço é esse.

— Está desaparecendo. — ele murmurou.

— S- sim.

Ainda corada ela fixou seus olhos nos dele e começou a cantar uma música. Diferente da primeira essa não era uma canção para feitiços que atraem o mal e que suga energia vitais alheias, era um de proteção. Ele sentiu e viu as marcas dela deslizarem para ele e o processo de desparecer acelerou-se.

— Eu te amo.

— E- eu sei, meu querido. Eu te encontro do outro lado, meu anjo.

Ele sentiu uma espécie de estalo e se lembrou. Ele a amava há séculos. O anjo guardião e a bruxa imortal. Ele vivia para ela e lutava por ela. Ela vivia para manter o amor deles e tentava quebrar sua maldição. Anos, década, séculos tentando quebrar o feitiço que os impedia de se unirem. Sempre voltando para ela. Sempre reencontrando-a e aprendendo mais sobre ela. Aprendendo a transformar a amizade inicial em amor.

— Esta feito. — ele disse.

— Sim.— ela sorriu e desapareceu por completo.


Eu sei que continua meio sem sentido, mas eu realmente me esforcei.

Ficou maior que no original e um pouco mais explicativo, porem continua meio rápido porque não sei como amplia-lo mais que isso.

Nota - 2018: Acho que essa é uma das minhas fanfics mais confusas, eu devia estar sob o uso pesado de dorgas. Mas vou deixar uma pequena observação: Sasuke se apaixona por ela com o passar do tempo, e não quando a encontra ainda criança pela primeira vez, viu? Dessa vez reparei que isso ficou ambíguo na fanfic.