Disclaimer:Naruto e todos os outros não me pertencem e sim ao Kishimoto-sensei.
N/A: a fic toda será em Sasuke's POV. Caso haja alguma mudança de Ponto de Vista – o que eu duvido –, eu aviso. Enjoy it ;*
(...) Itálico: lembrança.
Boa Leitura!
UA
Wanna Bet?
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Capítulo 1, Apostas.
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Sexta-feira, 06h59min.
5th Avenue, Upper East Side, Manhattan.
Mansão Uchiha.
Acordei feliz por ser eu.
Sasuke. Uchiha.
Não sei, mas adoro meu nome. De verdade. Tá certo que meu sobrenome me irrita muitas vezes – e, obviamente, eu digo isso pelo fato de que, desde que meu querido pai decidiu se engajar na carreira política, publicamente, eu deixei de ser o Sasuke e me tornei Filho-do-Governador-Uchiha, e isso é uma merda, fato. –, mas, mesmo assim, eu gosto. Ser um Uchiha tem suas vantagens, outro fato inegável.
Mas, enfim, deixando de lado o poder do meu sobrenome, eu também posso ser conhecido como "O cara" por motivos óbvios: sou o garoto mais popular do colégio, capitão do time de futebol americano, vocalista de uma banda (que ainda não tem nome, mas vai ser muito famosa. Um dia.) e, hn, se você perguntar a alguma garota, ela diria que eu sou lindo. Ou gostosão, para as mais atiradas. Além disso, ainda tem o dinheiro – não que eu me importe excessivamente com dinheiro, mas, bem, convenhamos, as garotas gostam de grana, pois é.
E, mesmo com tudo isso, eu sou claramente muito humilde. O que é perceptível. Arrã.
E, o mais importante, aquilo que me conferiu esse inabalável bom humor matinal... Sasuke Uchiha está, agora e por tempo indeterminado, solteiro.
Ainda me lembro da cara de cú da minha ex – cara, que prazer essa pequena palavra me dá – quando terminei com ela ontem à noite. Fechei os olhos, relembrando cada detalhe.
(...)
Ela estava parada no local combinado – próximo ao Centra Park Zoo, na Fifth Avenue, bem em frente a minha, hn, "humilde" residência – batendo furiosamente o salto fino da bota caramelo. Eu estava atrasado. Muito atrasado. Bem, o que eu poderia fazer? Estava pensando se ia mesmo fazer o que eu fui fazer... Decidir o provável fim de meu namoro nem tão longo assim, que foi baseado em uma aposta, é difícil, poxa. Ri sozinho enquanto me aproximava da figura feminina de costas pra mim... quem eu queria enganar? O fim desse namoro foi decretado quando escolheram a namorada.
- Está atrasado Sasuke! – ela acusou, com raiva.
- Eu sei, foi mal.
- Fiquei te esperando um tempão! O que quer me dizer que não podia ser amanhã, na escola? – Ah, você ainda vai me agradecer por isso ficar só entre nós. – Diz logo, bebê – a voz de minha futura ex-namorada soou novamente, dengosa. Eca.
- Bem, eu vou ser direto tá? – ela maneou a cabeça, em concordância. – Então, Karinzinha, meu amor, a parada é a seguinte: eu quero terminar, okay? – sorri.
- V... você... o quê? – perguntou com sua voz naturalmente alta, esganiçada, debochada e irritante.
- Quero terminar – Karin me olhava chocada e estava ficando branca. Será que ela vai ter um treco ou será que está tentando entender o que eu disse? Ah, cara que merda! Vamos tentar de novo. Concentração, Sasuke. – Eu. Quero. Terminar – expliquei como se fosse óbvio. Mas, espera, é óbvio. – Entendeu?
Ou quer que desenhe? A Karin é meio lerda. E "meio" deve ser só porque eu sou muito bonzinho.
- Você não pode terminar comigo! – É o quê? Tá doida, garota? – Qual é Sasuke, todos os garotos do colégio querem ficar comigo – isso porque eles não ficaram perto de você mais do que uns dez minutos. – Ninguém termina comigo – ela sentenciou, com um bico.
Ah tá, isso vai mudar neném. Agora.
- Ahn. Oi, eu sou o Sasuke e, olha, eu estou terminando com você. Não é legal? – ironizei, sorrindo debochado, bem à lá eu.
- Você vai se arrepender, Sasuke! – Karin ameaçou. Ou tentou ameaçar. Coitadinha dela. – E ainda vai implorar pra voltar pra mim – arrã, claro.
- Tchau, Karin – falei enquanto revirava levemente os olhos e saía de perto daquela ruiva doida, deixando uma garota furiosa virando na direção oposta a minha, me sentindo cinquenta quilos mais leve.
(...)
É. Foi demais. Ainda mais a parte em que ela teve o delírio de que eu iria querer voltar pra ela. Delírio muito do absurdo, já que, sinceramente, eu nem sei por que estava com a Karin. Três meses? Cara, eu sou um herói, sério. Devia sair por aí com a cueca por cima da calça salvando, sei lá, gatinhos das árvores malvadas.
...
Oh, cacete! Que péssima idéia.
Sorri sozinho, tentando voltar à linha de raciocínio anterior, retirando de minha mente a imagem super estranha de mim com uma de minhas boxer Calvin Klein por cima de uma roupa colorida super apertada. Fiquei meio gay. Muito gay. Mas as garotas aprovariam...
Foco, Sasuke.
Então. Hn... A ruiva psicótica e o fato de que a gente não tem absolutamente nada em comum. Era isso. Pois é.
Todos do colégio dizem que somos – ou éramos, no caso – um casal perfeito e que temos tudo em comum e blá blá blá. Se eu analisar bem... Nós frequentamos os mesmo lugares – isso porque ela parece um carrapato vermelho que não me larga nem a pau –, somos populares, ela é a capitã das cheerleaders, e eu o capitão do time de futebol, sou o garoto mais disputado da escola e ela... por algum motivo, ainda não explicado cientificamente, ela é a menina mais desejada do Konoha High School. (Reforço minha teoria de que isso se deve ao fato de que os pobres garotos que sonham com ela nunca passaram mais do que alguns minutos ao lado da ruiva.). Tudo bem, voltando ao caso principal, eu admito, temos algumas coisas em comum, mas, são coisas tão superficiais. É bem a cara dela.
Provavelmente, meus amigos tem a teoria correta.
Hora de fazer uma análise.
Primeiro o Hyuuga. Aquele cabeludo diz que eu só continuava com ela por popularidade, mas eu não preciso disso. Já tenho status suficiente com ou sem qualquer garota. Neji, então estava errado. Decididamente.
Gaara diz que eu ainda ficava com a Karin por que ela é gostosa – aquele tarado filho da mãe. Mas, de qualquer forma, tem muitas garotas até melhores que a Karin por aí. A Ino, por exemplo – o cabeça de fogo me mata se souber que eu pensei isso da namorada dele, mas, fazer o quê? É verdade. Sendo assim, a teoria do Sabaku só está um pouquinho certa.
Então, novamente, eu me pergunto: porque diabos eu estava com a Karin?
Aí eu me lembro da ameba do Naruto. Durante esses três meses ele vivia me dizendo que aguentar as futilidades da Karin não valia popularidade, se era realmente esse o motivo de estar com ela – embora ele soubesse que não – e que tudo não passava de um relacionamento (se é que podemos chamar assim) idiota e dispensável.
Odeio admitir isso, mas ele estava certo.
E agora, melhorando a tese do meu amigo Uzumaki, acrescento que também não valia a vitória numa aposta – a verdadeira causa do nosso "namoro". Bom, não exatamente. A aposta pedia apenas que eu ficasse com a Karin, por, no mínimo, um mês. E eu continuei com ela, depois do tempo preestabelecido porque mesmo?... Ah, é não tem explicação.
O melhor mesmo era eu ter me vestido com uma roupa de coelho rosa, e desse voltas pelo colégio, saltitando e dizendo: "Não se preocupem, Papai Noel está a salvo." Isso é o que eu deveria fazer para pagar à Neji e Gaara, caso desistisse e/ou perdesse a aposta.
Nós adoramos apostar – eu, principalmente – e fazemos isso o tempo todo. Apostamos tudo que pudermos: disputas no vídeo game, o placar do jogo, o almoço do dia ou quantas médias Naruto vai perder. E, dessa vez, apostamos uma garota. Acho que fomos longe demais, mas Karin estava no meu pé há muito tempo, então também não poderia reclamar muito, se soubesse. Enfim, como nessa recente aposta, o preço a se pagar é sempre algo meticulosamente planejado para atingir o ápice da ridicularidade. Mas, de qualquer forma, eles sabem que eu não o teria feito... Não teria perdido e jamais desistiria. Meus amigos depravados sabem que meu orgulho fala mais alto que a razão, principalmente no caso das apostas. O que é uma merda, tendo amigos como Naruto, Neji e Gaara – perigosamente criativos e idiotas.
Voltando as minhas teorias, consequentemente, ao me lembrar do loiro tapado, eu me lembro da Hinata. Afinal, no fim disso tudo quem – novamente – tinha total e absoluta razão era minha amiga Hyuuga. Ela sempre diz que eu tenho que me focar no futuro – isso porque eu tenho dezessete anos, estou a pouco mais de um semestre da faculdade e não tenho a mínima noção do que vou cursar. Claro que papai exige que eu estude Direito em Harvard, assim como ele e o bastardo indígena. O fato de eu não querer ser advogado não significa nada para Fugaku Uchiha, e é esse é um dos meus grandes problemas – e achar uma garota certa e então, ficar só com ela.
Obviamente ela não sabe das apostas que envolvem garotas – nos mataria se soubesse. Hinata quase nunca demonstra raiva ou irritação, mas quando demonstra também... em uma palavra? Fudeu.
De qualquer forma ela estava certa, sempre está. Mas quem quer o Sasuke e não o "capitão do time de futebol popular e gostoso"? Quem é a garota certa pra mim, assim como ela é perfeita pro Naruto? Esse é outro grande problema.
Bufei.
Talvez eu não seja tão "O cara" assim.
•••
Sexta-feira, 07h23min.
5th Avenue, Upper East Side, Manhattan.
Mansão Uchiha.
Ah, que delícia. Meu monólogo matinal do ser ou não ser "O cara"– eis a questão – consumiu meu tempo e pra deixar meu dia – que já está incrível com toda essa chuva horrorosa – mais perfeito ainda, eu estou atrasado. É. Ótimo.
Ainda com o corpo úmido, peguei o detestável uniforme masculino do Konoha: calça social cáqui, blusa branca, terno vermelho escuro – Ino sempre me diz que é vermelho rubi, mas eu acho isso muito... girlie. – e gravata xadrez em tons cinza e grafite. Realmente horrível. E o grande absurdo, é que para as meninas não chega a ser tão ruim... Uma saia de pregas (com a mesma estampa da gravata masculina), blusa branca (ou vermelha), colete grafite e gravata xadrez branca e vermelha (que pode ou não ser usada. Sim, elas tem escolha, nós não. Injusto pra caralho.). A população feminina do Konoha quase pode escolher o que quer vestir, mas nós, os machos alfas, temos que seguir rigorosamente as ordens da Tsunade. (Ou isso ou levamos um esporro daqueles. Não que eu ligue muito pra isso, já que minha gravata está sempre desarrumada e eu nunca, jamais, usaria um sapato social para ir à escola – o que já até deixou de ser um componente do uniforme, já que só alguns poucos otários usavam.).
Mas tudo bem, afinal, esse é apenas o meu segundo uniforme. Porque, claro, o primeiro e mais honrado é o do futebol. Onde, a propósito, eu definitivamente sou O cara: o melhor quarterback dos últimos doze anos do Konoha. Sorri ao pensar no futebol.
Me vesti rapidamente, ainda sorrindo, calcei meu Converse preto (a única parte com estilo de minha roupa) e rumei para o primeiro andar, pegando minha mochila na cadeira.
Desci as escadas de dois em dois degraus, pulando os três últimos de uma só vez, e resmunguei quando senti meu pé formigar. Eu sou um atleta, onde está toda minha resistência? "Atleta". Sorri debilmente, mais uma vez, ao pensar no campo, onde nada me abala.
Então fui abalado: dei de cara com o filhote de sei-lá-o-quê insuportável – vulgo meu irmão.
Itachi Uchiha, vinte e dois anos, acabou de se formar com honras em Harvard e é um mini Fugaku irritante, sério. Desde que meu pai decidiu investir na carreira política, Itachi assumiu o controle da Uchiha's Law, a empresa de advocacia da família, uma das melhores e mais bem-pagas de Manhattan. Ele conseguiu ficar mais insuportavelmente convencido depois disso. E eu que achava que isso era impossível.
- O que você está fazendo aqui, indiozinho?
- Eu? O que você está fazendo em casa a essa hora, jogador meio cérebro?
A troca de apelidos carinhosos é pra mostrar que a gente se ama. Ou não. É, ou não.
- Não deveria estar na escola? Sabe, aquele lugar cheio de livros e pessoas, que diferente de você, estudam.
- E você não deveria estar com o papai? Naquele lugar onde, igualzinho a você, todo mundo só sabe puxar o saco do velho e dizem estar organizando uma campanha? – Sorri irônico. Itachi fechou a cara. Se deu mal, mano.
- Pois é – ele deu de ombros e voltou a sorrir, cínico –, eu tenho que ir, pra honrar o sobrenome da família. Alguém tem que fazer isso, e como não vai ser você...
- Ah, vá se ferrar seu filho da...
- Sasuke! – Mikoto Uchiha surgiu na sala, vinda da cozinha, e eu engoli em seco. – Pense duas vezes antes de completar isso – minha mãe, lindamente, me apontou o garfo com que comia um grande pedaço de bolo de chocolate, me lançando um olhar mortal enquanto se sentava no sofá.
- Filho da mamãe mais linda desse mundo? – forcei um sorriso enquanto ela revirava os olhos.
Mikoto Uchiha é um ser humano amável, justo e compreensivo, embora ela também seja irônica e até um tantinho doida. Trinta e oito anos (mesmo que não aparente), cabelos longos, lisos e profundamente negros, assim como seus olhos. Minha progenitora é divertida, criativa, exagerada, as vezes muito ameaçadora e simplesmente incrível. Juro.
- Saiu bem dessa, bebê – ela sorriu minimamente. – Mas, me digam, o que vocês ainda estão fazendo aqui, seus energúmenos? A mãe de vocês não ensinou a olhar as horas não?
- Não, ela passou a nossa infância inteira ocupada demais nos traumatizando com seu jeito carinhoso de nos tratar – Itachi respondeu sarcástico, e, sem conseguir me controlar eu gargalhei.
Meu irmão me acompanhou nas risadas, erguendo a mão em punho e eu o imitei, cumprimentando-o. Percebemos tarde demais a aura assassina de nossa amada mãe.
- Itachi. Sasuke – ela chamou, pausadamente, e nossa crise de riso passou na hora. Simultaneamente, Itachi e eu engolimos em seco. – Saiam da minha frente – sibilou e meu irmão e eu nos entreolhamos, paralisados. – Agora, suas pragas.
Quando minha linda mãezinha começou a se levantar Itachi e eu conseguimos nos mover, e saímos correndo, murmurando coisas estúpidas como "a gente também te ama, mãe!".
Um conselho muito útil para estar nessa família: nunca contrarie Mikoto Uchiha.
•••
Se existe uma coisa boa no atraso é a inquestionável desculpa para correr.
E eu adoro correr.
Sorri quando entrei na garagem, junto com Itachi, e encarei meu bebê: minha linda Ferrari Califórnia, de um azul metálico impecável.
Olhei para meu irmão, e ele estava com uma indizível cara de idiota, alisando o seu Aston Martin DB9. Fiquei quieto porque, provavelmente, eu estava do mesmo jeito.
Itachi sorriu pra mim.
- Hora de correr?
Dei um meio sorriso, entrando no carro. É coisa da genética, só pode. Todos nós, Uchiha, realmente amamos correr.
- Hora de correr – fiz eco de suas palavras.
Sorrimos mais uma vez, enquanto os portões se abriam. Comicamente, imaginei que quase parecíamos Fernando Alonso e Sebastian Vettel, esperando a deixa para pisar fundo.
- Boa corrida, índio bastardo.
- Igualmente, meio-cérebro – ele piscou pra mim, saindo na minha frente e eu gritei um carinhoso xingamento. Fazer o quê, né? Amor de irmão.
•••
Sexta-feira, 07h42min.
West 57th Street, Midtown Center, Manhattan.
Konoha High School.
As ruas do leste de Manhattan estavam cheias, como sempre, mas não havia transito, e por isso – e por estar no limite de velocidade – cheguei a tempo. Um pouco atrasado, mas nada alarmante.
Konoha High School.
Situada no Midtown Center, a duas quadras do Central Park, o Konoha é o colégio mais conceituado de Manhattan, e um dos melhores de Nova York.
Um imenso e bem cuidado gramado se estende até os prédios, grandes e imponentes. Juntos, eles formam uma espécie de "U" quadrado e invertido. O pátio, junto com o refeitório e os banheiros, se estende pelo primeiro andar dos três edifícios, onde durante os intervalos, todos os grupos se espalham, devidamente separados.
No prédio central (o maior de todos) estão as salas de aulas, que ocupam todo o segundo e o terceiro andar, e os laboratórios, sala de música e sala de informática, que estão no quarto.
Os prédios laterais eram divididos entre os alunos e os professores. Do lado esquerdo (o menor dos edifícios), o corpo docente: a diretoria, a secretaria e sala dos professores no segundo andar, sala da Psicóloga e enfermaria no terceiro. Os banheiros e vestiários e uma biblioteca dividiam o quarto e ultimo andar. Alguns alunos costumam dizer que, na verdade era um SPA de professores, e não uma biblioteca, já que nunca um aluno teve permissão de ir até lá. Boatos, claro. Ou não, hn.
Por fim, a ala dos estudantes: o auditório ocupa todo o segundo piso, a sala de teatro ocupa metade do terceiro, e a outra metade era a "área de estudos" onde os alunos faziam tudo, menos estudar. A gigantesca biblioteca ocupava todo o quarto andar.
Atrás dos prédios ficam as quadras cobertas, o campo de futebol (o meu lugar), duas piscinas e a área de atletismo, e mais ao fundo, um pequeno jardim e as estufas.
Pois é, o Konoha é mesmo incrível.
Quando cheguei à sala, depois de muito implorar a Conrad, o porteiro-barra-segurança, que me deixasse entrar sem que ele reportasse meu pequeno atraso a Tsunade, Kakashi já havia começado a aula. Tentei, descaradamente, entrar de fininho, mas, sem tirar os olhos do texto que escrevia no eBeam, meu querido professor falou:
- Não tem nada a nos dizer, Sasuke?
- Hn, bom dia...? – sorri.
Kakashi se virou para mim.
Kakashi Hatake. Embora seus cabelos grisalhos sugiram uma idade avançada, nosso professor de filosofia tem apenas trinta e um anos. Com seu ar jovial, Kakashi é divertido, compreensivo e um ótimo professor. Tem um jeito irreverente de ensinar, mas consegue, realmente, nos passar algumas mensagens através de suas estranhas linhas filosóficas.
- Sabe que não dou a mínima para horários, mas estamos em uma instituição de ensino, e eu também sigo ordens aqui. É a ultima vez que perdoo um atraso seu, Sasuke. Vá se sentar.
Acenei, agradecido. Já era a quarta vez que me atrasava, e estávamos apenas no décimo terceiro dia do mês. Se me pegar, Tsunade vai comer meu fígado.
- Acho que ele merece detenção tripla, Kakashi! – Naruto propôs, rindo, e eu carinhosamente lhe dei o dedo do meio.
Loiro abusado.
Nosso professor apenas riu, acostumado com o comportamento animal que meus amigos e eu temos uns com os outros.
Andei pela sala, ignorando o olhar mortal de Karin e alguns murmúrios. Todos já sabiam, então. Bom, muito bom.
Hinata sorriu pra mim, aprovando meu feito, na segunda carteira da segunda fila, e eu fui até ela, dando-lhe um beijo na testa. Talvez pedindo desculpa por não tê-la escutado antes.
Acenei para Ino, ao lado da Hyuuga, na terceira fila, e para Tenten a sua frente. Meus amigos estavam em seus costumeiros lugares: na primeira fileira, encostada a parede. Antigamente sentávamos mais ao fundo, mesmo diante dos frequentes protesto de Neji. Mas quando Naruto e Hinata começaram a namorar, no ano anterior, ela nos obrigou a ir para frente – e não dá para discutir com dois Hyuuga, na moral –, e desde então meu amigo loiro passou a perder menos médias. Ponto para Hinata.
Agora Neji ocupa a primeira carteira, ao lado da Mitsashi, seguido por Naruto e eu. Gaara mudou-se para trás de Hinata há uns meses, quando começou a sair com a Yamanaka.
Meu Deus! Mais uma vez eu sou o solteiro da turma. Não que isso seja muito ruim – a liberdade de ser solteiro me agrada –, mas, as vezes... Não sei, as vezes, estar sempre solteiro significa estar sozinho demais.
Os conselhos de Hinata ficam martelando minha mente, e eu preciso segui-los. Tenho que encontrar uma garota pra mim. Alguém que não seja fútil e superficial, que não ligue pra minha popularidade ou condição financeira, que seja diferente das outras. Alguém disposta a mudar de lugar por mim.
•••
Sexta-feira, 10h23min.
West 57th Street, Midtown Center, Manhattan.
Konoha High School.
A aula de Kakashi foi seguida por torturantes cinquenta minutos de Física, onde o detestável Kabuto aplicou uma prova surpresa. Filho da mãe!
Depois, tivemos Matemática, com Asuma – o que não é tão ruim.
O precioso intervalo passou rapidamente, mas, em uma sexta-feira isso não é motivo de reclamação, já que logo depois temos Educação Física e somos liberados (temos uma aula extra na terça para suprir esse horário livre). Sexta-feira não é um dia lindo?
Naruto, Gaara, Neji e eu fomos até os vestiários, discutindo algumas coisas da banda e vestimos os uniformes da educação física (que, não são tão ruins, por comparação: camiseta cinza e shorts vermelho) e nos dirigimos a quadra, prontos para ouvir mais um interminável discurso sobre o fogo da juventude.
Gai Maito é um ser humano muito ridículo, sério. Com trinta e um anos e um eterno pique juvenil, nosso não tão querido professor de educação física (e, por infortúnio do destino, treinador substituto do time de futebol americano) é alto, estranho e irritantemente efusivo. Está sempre com uma combinação de moletom verde, polainas e uma pochete laranja, e tudo isso somado ao lindo cabelo de cuia e as sobrancelhas espessas formam um ser humano super escroto. Pois é.
Quando terminou de falar as mesmas babaquices de sempre, as quais eu ignoro desde a segunda aula que tive com Gai, o professor disse que teríamos aula livre, já que não era possível fazer atletismo.
As meninas escolheram jogar vôlei, e se dividiram em dois times. Nós, os meninos, jogaríamos handball, todos nas quadras cobertas, já que a chuva não dava trégua.
Naruto e Lee – ou mini-Gai, como gostamos de chamar – foram escolhidos os capitães. Obviamente, meu amigo me chamou primeiro.
- Bom dia, Uchiha.
- Sai – cumprimentei, com um aceno de cabeça, voltando a me concentrar no Uzumaki, que escolhia o restante de nosso time.
- Soube que você desistiu da Karin – sorriu daquele jeito estranho dele.
Francamente, eu não suporto Sai.
Na verdade, eu não sei o que mais me irrita nele... Sua pele de um branco doentio, o cabelo preto lambido, o sorriso falso ou o fato de ele parecer estar sempre desejando o meu lugar. E o pior de tudo é que todos dizem que somos muito parecidos. E isso é muito irritante.
Sai é o quarterback reserva do time, e, pra mim, todas suas ações parecem ter o objetivo de me substituir.
Meus amigos me entendem e também não gostam dele, mas, algumas outras pessoas dizem que eu tenho uma birra com ele, medo de Sai ser melhor do que eu. O que não é o caso, não mesmo.
É só que... Sai é detestável. E ponto.
- Então parece que você passa tempo demais fofocando com as líderes de torcida – respondi, por fim.
Aquela banana descascada sorriu cinicamente.
- E aí, foi só uma aposta?
- Não sei do que você está falando – dei as costas a Sai.
- Qual é, Uchiha. Todo mundo sabe. Exceto, é claro, as pobres garotas. Karin ficaria uma fera, não é?
- Escuta aqui Sai, se você queria ou quer a Karin, ou qualquer menina com quem eu fiquei, eu sinto muito e, aliás, pode ficar com ela, ou com elas. Mas eu aposto que não suportaria a ruiva por muito tempo.
- Não vou apostar nada, porque eu não aposto garotas. A não ser que você queira, Sasuke. É de seu feitio, certo?
- Não, não é – respondi, bufando. – E eu passo, valeu.
- O que foi? Tem medo de eu não escolher alguém tão apaixonada, tão fácil como seus amigos fizeram? Medo de não ser tão bom? Medo de perder?
Me aproximei de Sai. O orgulho já falava alto.
- Eu consigo qualquer garota desse colégio. É só escolher.
- E se não conseguir? A vaga de quarterback será minha no jogo contra o Midtown Manhattan Magnet?
Hesitei. Midtown Manhattan Magnet High School. A maior rival do Konoha desde... sempre. O jogo mais importante da temporada, onde os melhores olheiros vinham nos observar.
Mas tudo bem. Não pode ser tão difícil. Noventa e nove por cento da população feminina do Konoha querem sair comigo... Não é? É.
- Vá em frente – decidi.
Sai esquadrinhou a quadra onde as meninas jogavam vôlei. De repente ele sorriu.
Segui seu olhar e estaquei, o pânico tomando conta de mim, enquanto ele sorria mais abertamente. Cretino.
Não, não! Por favor, não.
- Que tal Sakura Haruno?
Ah, caralho, no que eu fui me meter?
Referências (e/ou explicações) do Capítulo:
- Manhattan, Upper East Side, 5th Avenue e afins: sim a fic minha se passa em Manhattan, New York. Vale ressaltar que, exceto, é claro, o Konoha High School, a Mansão Uchiha e a Uchiha's Law, qualquer local citado na fic (seja uma rua, avenida, bairro, estabelecimento ou o que for) de fato existe. Podem checar, se quiser.
- Família Uchiha: SIM, ELES ESTÃO VIVOS, YEAH! haha A cada capítulo eu falo um pouco mais de cada um, mas, como puderam perceber: Fugaku é muito poderoso e exigente; Mikoto é um amor e super divertida; Itachi e Sasuke terão uma saudável relação de irmãos, cheia de carinhosos xingamentos. Pois é.
- Ferrari Califórnia e Aston Martin DB9: carros lindos e potentes que eu achei a cara de Sasuke e Itachi. Quem não conhecer, joga no Google e pode babar, à vontade! No site da Ferrari você pode até customizar o interior e o exterior de sua Califórnia. É show! E um dia terei uma Ferrari Califórnia na garagem, e não ousem dizer que não.
- Fernando Alonso e Sebastian Vettel: pra quem não sabe, são pilotos da Fórmula 1. Até agora, Alonso e Vettel lideram o Mundial de Pilotos desse ano. O espanhol Alonso, da Ferrari, vem em primeiro e o alemão Vettel (da RBR-Renault) está em segundo, três pontos atrás. Viu? Fanfic também é cultura!
- Quarterback: (ou QB) é uma posição do Futebol Americano, e, traduzida (de modo muito errado) para "zagueiro" no Brasil. O QBs são, na verdade, membros da equipe ofensiva do time (do qual são líderes), sua função é dar o inicio as jogadas e fazer passes para os recebedores (Wide Receivers). O Quarterback é a peça mais famosa do futebol americano, e, dentro de campo, são uma espécie de braço-direito do técnico, e, por isso são os "capitães".
-Midtown Manhattan Magnet High School: É uma referência a escola onde Peter Parker estuda, em "O Espetacular Homem Aranha". Vai ser a grande rival do Konoha, não que isso seja de grande importância.
•••
Ei, babies *-*
Como estão? Espero que estejam todos muito, muito bem.
Primeiramente, minha dedicatória: essa fic é um pequeno e humilde presente pra minha linda Paloma (Pah Uchiha-chan). Minha sis, minha beta, minha linda, minha beibe que faz aniversário dia 11 de junho. Então, amora, esse é o primeiro de muitos presentinhos, HSUAHUHSUH espero que goste, e, desde já, PARABÉNS, FELIZ ANIVERSÁRIO SUA LINDA, E EU TE AI LOVE IÚ s2
Pois é... o que mais? Hm, essa fic está começada e planejada há algum tempo, mas eu nunca tinha motivação pra conseguir prosseguir. A motivação veio com a ideia de dá-la de presente pra minha maninha, e aqui estamos :D
Pelo meu planejamento, serão seis capítulos, todos em Sasuke's Pov (o que é difícil pra cacete, mas muito divertido, também, #fuckyeah). A fic será de Romance, e até com uma pitada de humor. (Rated K+ pela linguagem.) SasuSaku é o casal principal, mas Naruto e Hinata, Neji e Tenten e Ino e Gaara também podem ter seus momentos.
Esse primeiro capítulo é mais uma apresentação da ideia da fic, e no segundo é quando tudo começa, de fato. Porém, o segundo capítulo só será postado depois que eu terminar o capítulo 8 de Good Girls Like Bad Boys ( www . fanfiction s / 5548161 / 1 / Good_Girls_Like_Bad_Boys #tiremosespaços (: ), porque eu não quero que uma fic atrapalhe a outra, okay?
Só para o caso de alguém não ter entendido (o que eu duvido, porque vocês todos são inteligentes pra caramba): "Wanna Bet?" é para fazer refência a famosa frase que todo mundo já falou, pelo menos uma vez na vida... Quando alguém diz que você não pode/deve/irá fazer alguma coisa e você responde: "Quer Apostar?". É esse o significado do nome da fic, e, vocês verão, vai fazer muito sentido.
Ah, desculpem qualquer erro aí, é que, como é um presente surpresa para a minha sister-beta, o capítulo ficou sem revisão. Sorry!
Hm... Acho que é isso. Qualquer coisa eu vou falando com vocês depois.
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Clique no botãozinho... verde? Azul? Sei lá, tá sempre mudando, né? KSOKAOPKSOA mas clique nele e me faça feliz o/
Beijos, queijos e anexos :B
Kaah Hyuuga.
