J.K. é dona de tudo mesmo, eu só estou contando uma história...

Capítulo 1: A coisa mais inesperada do mundo.

Uma forte tempestade de neve cobria de branco toda a paisagem lá fora e o vento uivava furioso contra as janelas de Hogwarts. Porém, dentro do castelo o silêncio reinava absoluto. Quase todos os alunos e professores foram passar as férias com a família. Desde o fim da guerra as famílias pareciam mais unidas do que nunca.

Mas nem todo mundo tinha uma família para visitar.

No escritório de Minerva McGonagall os retratos dos ex-diretores estavam quase todos adormecidos ou ausentes. Apenas o famoso Albus Dumbledore seguia com os olhos fixos na diretora, que andava de um lado para o outro do aposento, com uma carta nas mãos. Ela consultava o relógio constantemente, incerta do que deveria fazer.

– Alguma coisa a incomoda, Minerva? – Dumbledore perguntou, enfim, e ela levou um sobressalto. Parecia nem ter reparado que ele ainda estava acordado.

Como se tivesse acabado de compreender alguma coisa lógica e de vital importância, ela dirigiu-se ao falecido amigo com interesse.

– Albus, você e Nicolas Flamel eram bons amigos, não é mesmo?

– Sem dúvida!

– Então você acha que poderia reconhecer a letra dele?

– Certamente – ele respondeu prontamente. – Mas me diga do que se trata.

McGonagall estendeu a carta na frente do ex-diretor, que ajeitou seus oclinhos de meia-lua antes de ler.

"Prezada diretora McGonagall,

Sei que não nos conhecemos pessoalmente, mas preciso falar-lhe com urgência. Sinto não poder adiantar o assunto, nem tampouco esperar por um momento mais propício.

Espero poder ter com a senhora esta noite, em seu gabinete, exatamente à meia-noite. Peço que mantenha total sigilo a respeito de minha chegada.

Atenciosamente,

Nicolas Flamel"

– A letra é dele sim – Albus foi de incrédulo a confuso em poucos instantes. Flamel estava morto, há anos. – Mas eu não entendo...

– Quando recebi a coruja pensei que se tratasse de uma brincadeira – Minerva falou e voltou a pregar os olhos no relógio: exatamente onze horas e quarenta e sete minutos. – Mesmo assim...

Alguém bateu na porta.

Em completo silêncio o retrato de Severus Snape, que até então estava ausente de sua moldura, reapareceu em seu devido lugar e se pôs a observar a cena.

– Acho que seu relógio está atrasado, Minerva – brincou o velho Albus, com seus olhos cintilando por trás dos óculos. – Nicolas sempre foi pontualíssimo.

Sem entender como esse suposto Flamel teria sido capaz de passar pela gárgula que guardava a entrada de seu escritório sem saber a senha, ela foi abrir a porta de carvalho reluzente.

Esperando-a do lado de fora estava um velho atarracado com um sorriso cortês em seu rosto enrugado, usando vestes de bruxo que pareciam ter estado na moda há pelos menos três séculos atrás. Ele tinha uma barba pontuda e os bigodes com as pontas enroladas para cima e seus olhos amarelados, que lembravam ligeiramente os de um falcão, correram por todo o ambiente. O sujeito tirou seu chapéu redondo e fez uma reverência, revelando que seus cabelos grisalhos que mal cobriam o pescoço curto estavam ficando ralos no topo da cabeça larga.

Não era uma figura muito bonita, mas algo na maneira como olhava de soslaio dava a entender que ele sabia muito mais do que se podia mensurar.

– A senhora deve ser Minerva McGonagall – ele supôs e a diretora, surpresa, só conseguiu assentir lentamente em resposta enquanto ele beijava sua mão. Com seu sotaque estranho, ele se apresentou: – Sou Nicolas Flamel.

Minerva sabia muito bem quem ele era, por isso estava tão chocada. Ao que parece, todos os livros de história recente da magia e as figurinhas dos sapos de chocolate estavam erradas: Flamel estava muito vivo e parado diante dela.

– Entre, por favor – ela disse, assim que se lembrou que tinha o dom da fala. – Sente-se, fique a vontade.

Em seus três anos como diretora, ela jamais recebera tão ilustre visita em seu gabinete. Nem tão inesperada. Nem tão inexplicável. Nem tão absurda.

Por sua vez, Flamel parecia muito à vontade enquanto dava uma boa olhada no local. Talvez já estivesse estado ali antes.

– Hogwarts é agradabilíssima. Sinto em não poder ficar muito, mas não gosto de viajar assim apressado. Foi um longo caminho até aqui e... – o velhote se interrompeu, dando de cara com o retrato de Dumbeodore. – Olá, Albus! É estranho vê-lo assim, pendurado numa parede.

– Nicolas – Dumbledore cumprimentou.

– Como vai, velho amigo?

– Não tão bem quanto você, pelo que vejo.

– Não seja precipitado quanto a isto – o outro lhe respondeu, rindo. Então sentou-se na poltrona de frente para a mesa e esperou que Minerva tomasse assento antes de começar a falar – Sabe, o velho Dumbledore falava muito bem da senhora. Não se cansava de elogiá-la. Como ele dizia mesmo? Ah sim, "uma mulher fantástica".

– Éramos grandes amigos – a diretora corou de leve . – E pode me chamar apenas de Minerva.

– Então me chame de Nicolas, afinal uma amiga do Albus é minha amiga também. – Ele não falava como se fosse um dos maiores bruxos da história ou como se tivesse levantado do túmulo recentemente, apenas conversava desinibido como se estivesse num elevador falando do tempo com uma conhecida. No entanto, parecia um pouco inquieto.

– Gostaria de beber alguma coisa? – Ela perguntou, sem saber muito bem o que fazer.

– Aceitaria um firewhisky – Flamel respondeu amável, fazendo questão de não notar quando ela serviu a bebida tremendo e tomou o primeiro copo num gole só antes de estender o outro para ele.

– Nicolas? – McGonagall disse ao fim de alguns instantes de indecisão. Nunca estivera tão curiosa em toda a sua vida

– Sim?

– Se não se importa em me dizer, como exatamente você... – Minerva tentou perguntar, mas deixou a frase suspensa enquanto gesticulava de forma estranha tentando encontrar as apalavras exatas.

– Como estou vivo? – ele completou, risonho. – Bem, é exatamente sobre isso que vim falar com você hoje. Não vou entrar em detalhes de como, mas sim, eu posso reverter a morte.

Minerva cobriu a boca com as mãos e foi a vez dele ficar sem jeito.

– Tenho estudado a morte e como derrotá-la por toda a minha vida. O que é um tempo considerável, se você quer saber. E espero sinceramente que isso fique em total segredo.

– Perfeitamente. Mas por que exatamente o senhor está me contando isso?

– Por que preciso lhe pedir um enorme favor – Flamel se remexeu em sua poltrona, parecendo um tanto encabulado. Deu uma bebericada no líquido âmbar antes de prosseguir – Eu fiz isso mais de uma vez.

– Fez o quê?

– Reverter a morte – ele fez uma pausa, analisando que ele mesmo acabara de dizer. Se isso ainda lhe soava absurdo, imagine o que se passava na cabeça de McGonagall. – Na verdade, fiz três vezes: comigo, com Perenelle e com...

– Com? – ela incentivou, se inclinando involuntariamente para frente, esperando a resposta.

– Nosso bom amigo Dumbledore.

Minerva se empertigou na poltrona. Sua fisionomia completamente perplexa voltou a medir o famoso bruxo à sua frente de cima a baixo, esperando qualquer sinal de que aquilo não passasse de uma brincadeira de muito mal gosto. Mas ambos continuavam seríssimos.

– Eu acho que não entendi – ela falou ao fim de alguns segundos de um silêncio inquietante.

– Bem, eu o trouxe de volta – Flamel fez uma leve pausa, tentando analisar bem o quanto deveria contar. – Logo que a guerra acabou. Faz quase três anos, eu acho. Nossa, parece que foi ontem!

Na parede, Snape parecia aliviado, feliz e incrédulo ao mesmo tempo.

– Espere, Albus está vivo?

McGonagall não conseguia acreditar no que ouvia, embora quisesse isso mais do que tudo. O impossível acabara de se mostrar bem na frente dela e, por mais maravilhoso que aquilo parecesse, ela sabia que não podia ser real.

– Assim como eu e você. Mas há um pequeno problema – nesse momento ele tirou o chapéu e passou a mão pelos cabelos, parecendo preocupado. – Algo deu errado com ele e eu não sei bem o que foi.

Como ela não parecia ser capaz de esboçar qualquer reação, o velho prosseguiu.

– Bem, assim como aconteceu comigo e minha esposa, Albus não voltou a vida como se nada tivesse acontecido. Ele renasceu. Como... como uma fênix.

McGonagall voltou a tomar o firewhisky em grandes goles, em parte para tentar fazer sumir o nó que se formava em sua garganta.

– Fui envelhecendo ele aos poucos como já havia feito nas vezes anteriores, mas com ele as coisas foram diferentes. Albus já não é o mesmo. Temo em dizer que ele não se lembra de absolutamente nada.

– O senhor poderia explicar isso melhor? – Minerva pediu, com a voz um tanto embargada.

– Pois bem – agora era o velho quem se inclinava ligeiramente para frente e, sem se dar contar, havia baixado um pouco o tom de voz. – Logo que ele voltou a ter idade suficiente para falar, percebi que ele não fazia a menor ideia de quem eu era. Ele não se lembrava de mim, na verdade ele não se lembrava de nada que acontecera em sua vida.

– De nada?

– Nem da própria família. O curioso é que Dumbledore não esqueceu nem um feitiço, poção ou encantamento sequer. Ainda é o bruxo mais talentoso que eu conheço. Passei esse tempo todo tentando fazê-lo se lembrar de algo. Achei que conforme ele fosse envelhecendo as lembranças voltariam. Mas não aconteceu nada até ontem.

– E o que houve ontem? – as palavras pareciam brotar da boca da diretora antes mesmo que ela se desse conta.

– Albus encontrou uma gravura de Hogwarts entre meus livros, veio até mim e me pediu pra voltar pra casa. Perenelle ficou com o coração partido. Sabe, ela se afeiçoou muito ao garoto.

O Dumbledore do retrato na parede achou graça em ver alguém chamá-lo de garoto, mas não disse nada.

– Então eu me lembrei que ele tinha o costume de guardar algumas de suas memórias e pensei que talvez isso pudesse ajudá-lo. Pelo que ele havia me dito a seu respeito, sabia que poderia contar com sua ajuda.

– Sim, claro. Elas estão guardadas num lugar seguro e ficarei feliz se puderem ser úteis – Minerva falou nervosamente. – Apenas me diga onde ele está.

– Pedi que Albus esperasse no corredor, mas a essa altura acho que ele já está escutando detrás da porta – com um último gole, Flamel chamou na direção da porta. – Entre, rapaz.

A porta se abriu lentamente revelando, ao invés do velho barbudo, um homem alto de cabelo acaju e olhos de um azul claro muito penetrante, e que não aparentava ter mais de quarenta anos de bruxo.

Ele não usava as vestes espalhafatosas, nem oclinhos de meia-lua, e não tinha o nariz torto. Suas duas mãos eram igualmente sadias, perfeitamente normais. Mas a bondade com que ele olhou para Minerva não lhe deixou dúvida de que ela estava de frente para o seu melhor amigo.

– A senha era tortinhas de caramelo – Ele disse, um tanto tímido.


Come Home - OneRepublic

Voltar para casa

Hello world

Olá Mundo

Hope you're listening

Espero que esteja escutando

Forgive me if I'm young

Me perdoe se eu sou novo

For speaking out of turn

Para falar de vez

There's someone I've been missed

Ali está alguém que eu estava com saudades

I think that they could be

Eu penso que poderiam ser

The better half of me

A melhor parte de mim

They're in their own place trying to make it right

Estão em seu próprio lugar tentando fazer a coisa certa

But I'm tired of justifying

Mas eu estou cansando de justificar

So I say to you

Então eu digo pra você

Come home

Volte para casa

Come home

Volte para casa

Cause I've been waiting for you

Porque eu estive esperando por você

For so long

Durante tanto tempo

For so long

Durante tanto tempo

And right now there's a war between the vanities

E agora há uma guerra entre as vaidades

But all i see is you and me

Mas tudo que eu vejo é você e eu

And the fight for you is all I've ever known

A luta por você é tudo que eu sempre soube

So come home

Então volte pra casa

Oooh

I get lost in the beauty

Eu estou perdido na beleza

Of everything i see

De tudo que eu vejo

The world ain't half as bad

O mundo não é tão mau

As they paint it to be

Como o pintam pra ser

If all the sons

Se todos os filhos

All the daughters

Se todas as filhas

Stopped to take it in

Parassem para compreender isso

Well hopefully the hate subsides and the love can begin

Bem, esperançosamente, o ódio diminuíria e o amor poderia começar

It might start now..Yeahh

Isso pode começar agora... Yeahh

Well maybe I'm just dreaming out loud

Bem, talvez, eu esteja apenas sonhando alto

And until then

Até lá

Come home

Volte para casa

Come home

Volte para casa

Cause I've been waiting for you

Oooh Porque eu estive esperando por você

For so long

Durante tanto tempo

For so long

Durante tanto tempo

And right now there's a war between the vanities

E agora há uma guerra entre as vaidades

But all i see is you and me

Mas tudo que eu vejo é você e eu

And the fight for you is all I've ever known

A luta por você é tudo que eu sempre soube

Ever known

Sempre soube

So come home

Então volte pra casa

Oooh

Everything I can't be

Tudo o que eu não posso ser

Is everything you should be

É tudo o que você deveria ser

And that's why I need you here

E é por isso que eu preciso de você aqui

Everything I can't be

Tudo o que eu não posso ser

Is everything you should be

É tudo o que você deveria ser

And that's why I need you here

E é por isso que eu preciso de você aqui

So hear this now

Então escute isso, agora

Come home

Volte para casa

Come home

Volte para casa

Cause I've been waiting for you

Porque eu estive esperando por você

For so long

Durante tanto tempo

For so long

Durante tanto tempo

And right now there's a war between the vanities

E agora há uma guerra entre as vaidade

But all i see is you and me

Mas tudo que eu vejo é você e eu

And the fight for you is all I've ever known

A luta por você é tudo que eu sempre soube

Ever known

Sempre soube

So come home

Então volte para casa

Come home

Volte para casa.


n/a: Trata-se de uma idéia maluca que surgiu no Natal. Posto o próximo capítulo em breve.

Comentários, sugestões e críticas são sempre muito bem-vindos.

Bjs e obrigada por ler :*